quinta-feira, 20 de setembro de 2018

UM ARTIGO SOBRE INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA - OU TALVEZ NÃO


                Eu gostaria de ter dinheiro para poder comer 10kg de salmão fresco por dia se eu realmente quisesse. Se eu não conseguir ter dinheiro para possuir ao menos quatro carros de luxo, hum, não sei se eu posso me considerar numa posição confortável financeiramente. As torneiras da minha casa de 750m2 precisam ser de prata, pois , bem, se não for de prata vai ser do quê?

                Quer se juntar à insanidade do parágrafo anterior ou a algo parecido? Ótimo, bem-vindo ao paradigma que é empurrado consciente e inconscientemente no imaginário popular. Na minha lista de blogs ao lado, há alguns blogs estrangeiros sobre independência financeira. Atualmente, eu não leio nenhum deles, pois acho os artigos repetitivos, chatos e enfadonhos. A temática de alguns é sempre algo como: “O que fazer depois da Independência Financeira?”, “É legal ser independente financeiramente?”, “Conselhos para um jovem conseguir IF?", é muito chato.

                Talvez esse enfado, ao menos na minha interpretação, deriva do meu estágio atual de vida e das minhas reflexões atuais. Há um ano, eu consumia esses artigos, ou ouvia Podcasts estrangeiros sobre o tema. Ora, desde 2012 eu consumo material sobre independência financeira, e foi uma jornada que me levou a uma gama enorme de leituras, reflexões e atos na vida prática. Porém, atualmente, acho extremamente repetitivo os argumentos.

                É difícil achar algum texto, envolvendo dinheiro e satisfação de vida, que realmente toque nas questões centrais e realmente importantes para a vida humana. O antológico Mister Money Mustache é uma grande e honrosa exceção. Os seus artigos são um grande estímulo para reflexões profundas de como vivemos e como nos relacionamos com outros seres humanos, e o ambiente de uma forma geral, tendo como pano de fundo o que se chama de independência financeira.

                Colegas leitores, não é um desestímulo a ninguém, e muito menos um menosprezo a quem escreve e está se dedicando a esmiuçar e incentivar as pessoas a ser mais conscientes com o uso do seu tempo (pois independência financeira não tem como foco principal o dinheiro, mas sim o tempo, se você não percebeu isso, sugiro que reflita mais, aliás muito mais sobre o tema). Acho na verdade extraordinário que uma pessoa envolta em tanta desinformação, possa com um simples clique ler artigos escritos de uma forma descontraída sobre esse tema.

                Hoje enxergo com clareza como é insana a preocupação em ter dinheiro aos 80 anos, e isso de alguma maneira ser um impeditivo para a tomada de ações para bem melhor usar o tempo no presente. É insano, e é uma insanidade que ainda persiste em mim. É uma briga constante. E esse é um dos grandes engodos em todo o movimento de independência financeira.

                “Como assim? Não entendi. Você sugere que não pensemos em nossa situação financeira aos 80 anos, mas isso não é o que todos fazem, o discurso de viver o presente em detrimento do futuro?”. Não, prezados leitores.  A vida só se vive no presente, é impossível se viver no futuro.  Isso não significa que ações feitas no presente podem ter impacto de como o futuro se apresentará.  Porém, não é possível, se você é uma pessoa de 38 anos como eu, ter a mais vaga noção de como a vida será quando eu tiver 80 anos. Posso, e isso não é uma probabilidade baixa, nem mesmo chegar a essa idade.

                Condicionar uma vida não ótima no presente aos trinta e poucos anos para ter uma pretensa segurança maior aos 80 anos, é uma troca que não faz o menor sentido.  Como assim uma troca? Já escrevi dois artigos apenas sobre isso, mas a segurança de uma taxa de retirada de um portfólio é inversamente proporcional ao tempo de acúmulo. Simples assim.

                Às vezes, e eu me incluo nisso (principalmente num passado não tão remoto),  nós colocamos amarras em nossas vidas que existem única e exclusivamente em nossas mentes. Talvez todas as amarras existam apenas em nossas mentes. Aliás, não, com toda absoluta certeza as amarras existem apenas em nossas mentes, mas essa é uma discussão que prefiro não estender nesse texto.

                Conversarei com aquela garota bonita na festa daqui 20 minutos. Ou, deixarei essa cidade que me faz infeliz, quando atingir X reais.  Ou, largarei minha ocupação que não me deixa feliz, quando eu puder retirar apenas 3% do meu patrimônio, pois, conforme estudos estatísticos, ao chegar aos 85 anos eu terei 98.7% de chance de ainda ter dinheiro, ao contrário de 92.4% se eu retirar 3.3% ao ano corrigido pela inflação. Essas são amarras auto-impostas pela sua mente.

                O mundo é grande. Sim, ele é grande. Isso pode parecer óbvio, mas para a esmagadora maioria não é. As pessoas, nem que a nível inconsciente, realmente acreditam que os sete bilhões de seres humanos pensam e vivem “mais ou menos” como elas vivem.  A ignorância, e aqui é ignorância no sentido de ignorar, não conhecer, de quase todos sobre o próprio planeta é imensa. Talvez por isso, pelo desconhecimento quase total, seja possível que discursos políticos tão inacreditáveis em pleno século 21 possam florescer.

                A ignorância não é apenas externa, ela é principalmente interna. Quantos de nós realmente nos conhecemos? Quantos de nós realmente sabemos o que profundamente queremos? Ou a mais essencial, quantos de nós realmente sabem quem são? Aliás, quantos de nós já se fizeram essas perguntas ou quantos de nós acreditam que isso tenha alguma relevância?

                Espero que se perceba o quão importante o conhecimento externo, e principalmente o interno, é para a vida de cada um, e como isso se relaciona a um subtópico de assuntos humanos que é finanças e a um subtópico do subtópico chamado independência financeira.

                A ignorância em relação ao mundo e a nós mesmos é a forma assegurada para a insatisfação com a vida. Todo esse texto foi elaborado após ler um artigo, desses blogs de finanças estrangeiros que atualmente acho enfadonhos (sim, resolvi mesmo assim ler), sobre quanto seria necessário para se sentir “rico”.  Eu fiquei abismado com as respostas, pois oriundas de um site sobre independência financeira, e observei ali um claro padrão de amarras auto-impostas, senso de segurança para um futuro longínquo que é uma quimera e talvez uma privação no momento presente de uma vida mais significativa.

                É isso, colegas, se a reflexão nesse texto pareceu abstrata demais, paciência. Um abraço!

Obs: Um leitor mais atento poderia perguntar, e onde o primeiro parágrafo se liga com o resto do texto? Apesar de a resposta estar no próprio texto, é uma pergunta razoável. Os desejos irrazoáveis do primeiro parágrafo nada mais são do que tentativa de se ter uma segurança e “conforto” num futuro. Essa roda de desejos, quando confundidas com reais necessidades humanas, nada mais são do que amarras mentais que nos paralisam no presente, e muitas vezes obscurecem o real sentido das coisas, e do que realmente é importante para nós. A ignorância sobre o mundo e as pessoas que o habitam, e principalmente o desconhecimento interno, é um terreno fértil para que isso se prolifere entre as pessoas em graus e intensidades diversos.
                                                                                              

29 comentários:

  1. Boa tarde, Soul.

    Belo artigo, parabéns! Acredito que ficou faltando abordar outra faceta da IF: E se não for como você imagina?

    Meu pai atingiu a IF com 40 anos, nos dias de hoje daria pouco mais de 11k que ele recebia mensalmente e posso te assegurar que essa decisão destruiu a vida dele de todas as formas, tanto que faleceu aos 60 anos extremamente deprimido.

    Como você bem disse, a questão são as amarras: Só serei feliz quando atingir isso ou aquilo e para focar no objetivo estou disposto a ignorar o caminho, que é onde realmente esta a felicidade.


    Veja bem, possuo menos de 30 anos, minha renda mensal é o que a grande maioria da finasfera almeja, meu poder de aporte é grande, mas tenho um problema familiar que tira todo meu sossego e faz o dinheiro tornar-se inútil, pois sou escravo deste problema familiar.

    A vida é realmente muito complexa para o único objetivo ser dinheiro.

    Abc e boa jornada!

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    1. Olá, colega.
      Com certeza o caminho é importante, e é muito difícil explicar isso para pessoas que não estão prontas para essa lição.
      É como a segunda parte da minha viagem. Eu sai de Cingapura e fui até o Irã basicamente por terra. Demorou mais de um ano, teve perrengues, desconforto. Eu poderia ter pego um voo e esse trajeto ter durado poucas horas, sem perrengue e extremamente confortável. Mas, qual seria a graça?

      O caminho é importante, porque é nele que nos relacionamos com outros seres humanos, e são essas relações que nos trazem um bem-estar enorme.

      Espero que o seu problema familiar possa ser resolvido ou atenuado, ou se não for possível, que você consiga escolher e encontrar uma boa forma de conviver com isso.

      Obrigado, desejo o mesmo!

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  2. Soul, seu texto foi um sopro de ar fresco. Concordo com tudo o que vc falou (pela primeira vez, rsrs).

    Os sites gringos são mesmo muito enfadonhos, acho que a busca por uns trocados engessam os blogueiros, a blogosfera brasileira é muito mais raiz mas mesmo assim ultimamente anda fraca também.

    Como comentei recentemente lá no blog, a IF pode e provavelmente é a maior utopia pq depende de tantos fatores controláveis ou não, que pode acabar por destruir a vida de alguém ao invés de ajudar. Tenho pensado muito nisso ultimamente.

    Grande abraço!

    Corey

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    1. Olá, Corey!
      Está vendo, começamos com textos que você discordava em tudo (lembro de um sobre direitos humanos que escrevi em 2014), passamos por textos que você concordava um pouco, e finalmente chegamos num em que você concorda com grande parte.
      Maravilha, sabia que esse dia um dia iria chegar:)
      É verdade, Corey. Mas, saiba que para muitas pessoas você é um exemplo, empreendedor, agora virou emigrante em Portugal, tenho certeza que os seus textos tocam muita gente.
      Um abraço!

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  3. "Eu gostaria de ter dinheiro para poder comer 10kg de salmão fresco por dia se eu realmente quisesse. Se eu não conseguir ter dinheiro para possuir ao menos quatro carros de luxo, hum, não sei se eu posso me considerar numa posição confortável financeiramente. As torneiras da minha casa de 750m2 precisam ser de prata, pois , bem, se não for de prata vai ser do quê?
    Quer se juntar à insanidade do parágrafo anterior ou a algo parecido?"

    Sim, quero.

    Soul, só faltou mencionar que as conquistas do primeiro parágrafo são válidas somente se você chegar no patamar mencionado antes dos 25 anos, afinal, não adianta nada conquistar a if depois dos 30, pois você não terá vitalidade pra participar das orgias e nem despertará a inveja e o ciúme dos seus pares.

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    1. Opa, amigo. Se é isso que tu queres, sigas em frente.
      Um abs!

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  4. Ola Soul - tudo bem ? Parabens pelo texto - excelente reflexão. Eu penso bastante nas amarras que colocamos. Uma vez eu estava conversando com meu avô (infelizmente, já falecido) - ele se aposentou com 53 anos (era militar) e sempre conversamos sobre muitos assuntos e um dia surgiu a conversa sobre independencia financeira. Ele me perguntou quanto eu teria de acumular para parar de trabalhar (por necessidade) e qual renda eu teria de ter para considerar IF ... na epoca, eu era jovem e lembro que falei que tinha de ter R$ 5 milhões porque eu poderia ter uma renda proxima de R$ 25 mil por mes.

    Meu avô olhou para mim e disse: EP, sua teoria tem duas falhas. A primeira é que voce nao precisa de R$ 25 mil por mes para nao precisar trabalhar por obrigação. A maior parte das pessoas nao ganha isso e hoje voce nao ganha isso. Se eu te desse seu salário para ficar em casa, voce nao ficaria ? Voce vive hoje com seu salário então ele tem de ser suficiente - tem de levar em consideração o padrão de vida que voce quer ter.

    Então EP, ai esta seu segundo erro: voce está atrelando a sua felicidade ao seu padrao de vida. Eu (meu avô) ganho mais do que a sua renda estipulada para IF (entre aposentadoria e casas de aluguel) e nao consigo aproveitar porque sua avó está doente. Eu viveria com um decimo do salário e mais feliz, caso ela estivesse com saude.

    Entre muitas conversas que tive com meu avô - essa foi uma que me marcou bastante e sempre me leva a questionar os objetivos que teos na vida para ver se nao estamos esquecendo de coisas importantes em busca de uma meta vazia.

    Muito obrigado por seu texto e pela reflexão.

    Um grande abraço,

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    1. Olá, Executivo Pobre. Primeiramente, lisonjeado com o seu comentário. Estou acompanhando a sua "epopeia" nos EUA.
      Não preciso acrescentar mais nada as sábias palavras do seu avô, considere-se feliz de ter podido conversar com ele sobre um tema como esse, pois eu nem mesmo tive a oportunidade de conhecer um avô ou avó vivos. Com certeza se eu pudesse ter tido experiências com meus avôs e avós minha vida seria mais "colorida", e dinheiro algum pode trazer isso.
      Um abraço!

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  5. É muito importante o equilibrio. Pensar no futuro, vivendo o presente de forma saudável e feliz!

    Abraço.

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  6. Eu acredito que conforme a renda vai subindo ,não precisa- se preocupar com o básico, fica mais fácil cuidar do restante.
    Gosto de citar a piramide de maslow, mas não como a forma que é apresentada, acho que a cada momento da vida estamos em vários níveis ao mesmo tempo.

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    1. Olá, Soldado.
      Sim, creio que você correto sobre a pirâmide de maslow, e há muitos anos compartilho com a mesma interpretação sua sobre estarmos em vários níveis ao mesmo tempo.
      Abs

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  7. É a coisa mais linda e facil do mundo falar que temos que aproveitar a vida quando ja temos todo o dinheiro necessário para isso.

    Agora fala isso para quem não tem nada na conta e ainda deve na praça.

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  8. Olá Soul, como vai?
    Eu já deixei de viver algumas coisas legais no presente pensando no futuro. Tenho procurado buscar o equilíbrio e viver também bem o "agora". Como você disse, é importante o auto-conhecimento para descobrirmos o que realmente nos faz feliz e investir nesta nossa fonte pessoal de felicidade.
    Um abraço

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    1. Olá, amigo.
      Sim, o conhecimento de si próprio é fundamental para evitarmos criarmos armadilhas mentais para nós mesmos e para termos mais clareza do que realmente nos traz bem-estar.
      Um abs!

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  9. Já que estamos (nos comentários) fazendo reminiscências sobre como pessoas maduras lidam com o dinheiro, quero relatar a experiência do meu finado pai e como eu reflito sobre isso e como isto afeta a minha visão sobre IF:

    Meu pai trabalhou desde os 7 anos de idade, entregando hortaliças, sendo engraxate, torneiro mecânico (carteira assinada aos 12), taxista, formou-se médico com muito esforço, ganhou muito bem, deu para sua esposa e seus filhos do bom e do melhor; morreu aos 65 anos em uma curva na estrada em uma de suas pouquíssimas férias em que se deu o direito de viajar e descansar (juntamente de minha mãe, que também faleceu).

    Refletindo sobre o meu pai e seu relacionamento com o trabalho e suas implicações, chego a seguinte conclusão: Ao meu pai nunca foi dada a opção ou sugerida a ideia de que ele poderia viver uma vida sem o foco no trabalho ou em sua família, ele nem ao menos sabia que podia - e deveria - ter ambições, alegrias e prazeres individuais, ou até mesmo egoístas (por que não)?

    Eu quero a IF porque quero romper esse ciclo que nos é imposto como imperativo de felicidade: a máxima de que você deve ter uma educação formal (leia-se ser doutrinado para exercer uma função, não para evoluir enquanto pessoa e como ser social); trabalhar durante toda a sua vida e morrer.

    Renato

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    1. Olá, Renato. Grato por compartilhar essa história.
      Apesar de talvez já fazer bastante tempo, assim creio, imagino como deva ter sido difícil para você perder o pai e a mãe num acidente de carro.
      Um forte abraço amigo

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  10. Bom texto. Muito melhor que os últimos. Escreva mais sobre o tempo, a finitude da vida, dinheiro e relações humanas. Você vai bem nesses pontos. Abraço.

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  11. bom texto pra variarrsrsrsr

    so nao concordo em um ponto: depois de viajar bastante tb, concluí que o ser humano é ao mesmo tempo muito diferente, mas muito igual. Quando focamos nas semelhanças construimos coisas fantasticas, como nações estilo Coreia do Sul e Cingapura. Quando focamos nas diferenças criamos aberrações como o Khmer Rouge. Sucesso.

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    1. Olá, Clerton. Você tem toda razão.
      No texto quis mais enfocar a parte de que há diversas formas de viver a vida, e diferentes humanos pensam e vivem de formas muito diferentes das nossas próprias vidas. Quando estamos imersos numa rotina temos a tendência de achar que o mundo é muito parecido com as experiências que temos hodiernamente, e isso é uma ilusão.

      Um abraço!

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  12. Muito bom seu texto!!!! Sempre me pego refletindo sobre isto. Tenho buscado uma semi IF para assim fazer as coisas que mais gosto. Ultimamente minha prioridade tem sido ajudar meus pais. Abraço

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    1. Olá, Gari.
      A "Semi-IF" é um caminho dos mais interessantes, talvez na maioria dos casos é o mais sensato a se fazer.
      Abs

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  13. Boa tarde, Soul. Seus textos realmente são acima da média, o acompanho a bastante tempo e seus posts já me fizeram me aprofundar em temas q eu jamais me imaginaria. Como sempre o texto me leva a refletir no equilíbrio, me parece q realmente é o segredo para tudo.

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    1. Olá, colega.
      Agradeço o comentário e as gentis palavras.
      Um abs!

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  14. Soul, off topic. Com a atual escalada para o possível "apocalipse eleitoral" na visão de muitos, seu voto voltaria para o Amoedo ou continua com seu voto util em um eventual Alckmin/Ciro/Marina. Abraços.

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    1. Olá, Marco. Acho que agora mais do que nunca as pessoas precisam decidir o que querem. Se alguém não quer de jeito nenhum o PT de volta, a única forma do PT voltar é o Bolsonaro indo para o segundo turno. Assim, quem volta no amoedo está votando na única forma do PT voltar, por mais estranho que isso possa parecer.
      Quem não quer que o Bolsonaro ganhe, precisa votar em algum candidato não-petista, pois a única forma do Bolsonaro ganhar no segundo turno é concorrendo com o Haddad.
      Sendo assim, a pessoa deve refletir no cenário que quer e aquele que não desejaria de jeito nenhum e fazer a sua decisão.
      Abs

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  15. Belíssimo texto! Sempre um prazer ler seus escritos com essa pegada mais reflexiva, existencialista...

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