Olá, colegas.
Tenho escrito pouco. Não, escrever não deixou de ser prazeroso, apenas alguns
outros pontos da minha vida estão pedindo mais atenção. Desde o meu retorno à
minha casa da viagem (uns oito meses), muita coisa interessante aconteceu na
minha vida.
Sinto-me muito forte, aliás, foi essa a resposta que dei a minha professora de Yoga quando ela me perguntou como eu me sentia. Consigo enxergar com muito mais clareza vários aspectos da vida, se comparado com alguns anos atrás. A parte financeira da minha existência nesses breves oito meses anda bem agitada, com resultados presentes e potencias muito superiores ao que imaginava ao voltar ao Brasil. Foi tão surpreendente, que em poucos meses pretendo me ver livre das minhas “algemas de ouro”.
Sinto-me muito forte, aliás, foi essa a resposta que dei a minha professora de Yoga quando ela me perguntou como eu me sentia. Consigo enxergar com muito mais clareza vários aspectos da vida, se comparado com alguns anos atrás. A parte financeira da minha existência nesses breves oito meses anda bem agitada, com resultados presentes e potencias muito superiores ao que imaginava ao voltar ao Brasil. Foi tão surpreendente, que em poucos meses pretendo me ver livre das minhas “algemas de ouro”.
Apesar de não
estar escrevendo muito, sempre olho as postagens dos blogs de finanças do
Brasil. O interessante é o fato de que é quase a minha única leitura em português, pois
quase tudo que leio atualmente é em Inglês. A diferença de
material de qualidade que existe na língua de Shakespeare comparada com a
nossa é assombrosa.
Há muitos
blogs novos, ou não tão novos, fazendo um trabalho de muita qualidade. Blogs
como Aportador Financeiro, Busca do Primeiro Milhão, Investidor Inglês, Termos
Reais (muito interessante o último artigo sobre Dopamina), entre outros, estão
dando uma contribuição muito bacana, ainda mais num país com tão pouca difusão
de idéias de boa qualidade.
Há , porém, os blogs mais antigos, entre eles um dos mais conhecidos é o Blog do Corey. E pretendo hoje aqui abordar o último artigo dele sobre A Bolha da Classe Média, mas o farei é claro com a forma “soulsurferiana” de falar sobre alguns aspectos de nossa vida. Antes de mais nada, congratulo o Corey por trazer à baila um tema tão importante.
Há , porém, os blogs mais antigos, entre eles um dos mais conhecidos é o Blog do Corey. E pretendo hoje aqui abordar o último artigo dele sobre A Bolha da Classe Média, mas o farei é claro com a forma “soulsurferiana” de falar sobre alguns aspectos de nossa vida. Antes de mais nada, congratulo o Corey por trazer à baila um tema tão importante.
É POSSÍVEL VIVER “FORA DE UMA BOLHA”?
Conforme o
autor do artigo supracitado, a “classe média” brasileira tem uma tendência de se fechar em
seu mundo limitado, quase sempre com um foco mais forte no consumo, não
percebendo que existem dezenas de milhões de pessoas que sobrevivem e vivem,
algumas aparentemente com elevados graus de satisfação, com um padrão de
consumo muito menor. Logo, o que boa parte da “classe média” pensa ser uma
necessidade para se ter uma boa vida, talvez não seja tão necessário assim.
Coloquei classe média entre aspas para evitar quaisquer discussões, que fogem
do foco do texto, sobre o que seria a classe média.
O ponto é
interessante e válido. Porém, podemos viver fora de uma “bolha”? Para responder
a esta questão, precisaríamos definir o que entendemos como “bolha” nesse
contexto. Definirei como bolha a
limitação que a realidade que nos cerca nos impõe e a nossa capacidade de
entender essa mesma realidade. Parece-me uma definição razoável.
Sobre esse
ponto de vista, nós seres humanos sempre viveremos numa eterna bolha. Nós só
temos a habilidade de viver no tempo presente, não temos ainda a capacidade de
fazer jornadas ao passado ou ao futuro (ao futuro é bem mais fácil, quem
entende o básico da teoria da relatividade geral do Einstein sabe o motivo). Logo, as instituições culturais, econômicas,
sociais, científicas que dominam certo tempo histórico farão que a nossa
compreensão da realidade seja condicionada. Em minha opinião, é impossível
realmente saber o que um fenício há 2.500 anos pensava sobre sexualidade, por exemplo.
Além do mais,
estamos presos num determinado lugar.
Não podemos, como na belíssima música Space Odyssey, sair flutuando pelo
espaço. Portanto, ao menos por enquanto, nós humanos enquanto espécie estamos
restringidos ao nosso planeta. Nós humanos
enquanto indivíduos estamos
restringidos a uma determinada localidade geográfica desse mesmo planeta. Por
mais que nos esforcemos, a vida aos olhos de uma senhora nômade de 50 anos no
interior da Mongólia apresentará diferenças signiticativas aos olhos de uma senhora de 50 anos
que sempre morou em Londres.
Se usarmos um
pouco de Ciência, perceberemos ainda que a nossa própria capacidade de entender
a realidade é limitada. O espectro da radiação eletromagnética que podemos
observar sem a ajuda de aparelhos é limitadíssimo. Há sons que são imperceptíveis
para nosso aparelho auditivo. Nós também não podemos observar eventos rápidos
demais, ou lentos demais, ou pequenos demais como a fusão de dois átomos de hidrogênio
num de Hélio (sim, é isso que nos mantém vivos). Mesmo reações tão fundamentais
à própria realidade são e serão sempre, muito provavelmente, fora do alcance da
nossa percepção concreta do mundo.
Uma imagem clara da nossa "bolha perceptiva". O especto de radiação que o ser humano consegue observar diretamente é minúsculo. Há mundos invisíveis às nossas próprias condições biológicas de percepção.
Portanto, “viver
dentro de uma Bolha” é a condição humana. É algo inescapável. O que pode ser possível,
entretanto, é expandir a nossa percepção, e por via de conseqüência o espaço da
nossa própria “Bolha”. Como?
MEIOS DE EXPANSÃO DA “BOLHA” NOSSA DE
TODO O DIA
1) Não se imponha limitações desnecessárias
por algum sentimento negativo
Uma vez escrevi um artigo sobre “Globalismo”. Algumas pessoas não gostaram, mas um rapaz em especial ficou extremamente irritado. A irritação foi tão grande que ele escreveu, em outros textos, alguns comentários negativos não sobre os meus textos, o que seria compreensível e legítimo, mas sobre mim. Houve um fato, porém, que foi interessantíssimo, o supracitado rapaz disse que a vida era muito mais do que “tomar chá com índios tibetanos”. Talvez ele pensasse que um comentário como esse, para além do erro factual claro na frase, fosse uma maneira de ser agressivo e sarcárstico ao mesmo tempo.
Colegas, isso
é apenas se auto-impor limites, encolher a sua “bolha” e ter uma visão muito
menor de mundo. Se há algo extraordinário é tomar chá com pessoas em outros
países. Tomar um Chá de Maça ao entrar numa loja de tapetes na Turquia ou no
Irã, tomar chá ao com um russo completamente desconhecido ao acordar num trem
passando no meio da Sibéria, tomar um chá com uma senhora de meia idade
tipicamente britânica, pedir um chá por R$0,10 para algum homem gritando "chai, chai, chai" no meio de uma rua lotada em alguma cidade da Índia, ou, sim, tomar um chá de leite de Yak com tibetanos.
O chá é algo
muito arraigado na cultura de muitos povos. Sendo assim, se a pessoa pode ter
acesso, nem que por um breve momento, a este ritual de forma espontânea, uma
nova janela sobre uma diferente cultura pode se descortinar. Talvez o rapaz que
escreveu não faça ideia disso, ele se auto-impôs uma limitação porque as suas
emoções o fizeram ficar irritado.
E qual é a
importância de “descortinar uma janela para outra cultura”? Enorme, se você
quer expandir a sua “bolha”, ou melhor dizendo, aumentar a sua compreensão sobre o planeta em
que você vive, e sobre a espécie da qual você faz parte. Como dito
anteriormente, dificilmente um brasileiro conseguiria entender o mundo na forma
como um religioso hindu o compreende, por exemplo, mas é indubitável que se
pode ao menos fazer um esforço legítimo para tentar chegar próximo.
Logo, se quer
expandir a sua compreensão do mundo (a sua “bolha”), não se imponha
auto-barreiras, principalmente se as mesmas são frutos de emoções negativas.
Isso vale para inúmeros aspectos de nossa vida.
2) Exercite Empatia
A empatia talvez seja uma das
forças mais poderosas para a transformação da vida de uma pessoa para
melhor. Pouco estimulada, a empatia às
vezes é simplesmente eliminada em alguns contextos. Fale sobre algum tópico
político no Brasil mais sensível, como , por exemplo, porte de armas, ou aborto, ou legalização de
drogas, e é possível, principalmente em mídias sociais, que a empatia de uma
pessoa por outra com uma opinião diferente desapareça por completo.
Quando
a empatia por outro indivíduo desaparece por completo, fica evidente que
comportamentos dos mais agressivos podem aflorar de maneira intensa. Para além
de comportamentos agressivos ativos, talvez o resultado mais comum da falta de
empatia é a indiferença aos outros.
Mas o que é a empatia? Há uma expressão inglesa que diz mais ou
menos o seguinte: “put oneself in someone´s shoes”. Literalmente, significa “vestir
o sapato de outra pessoa”, metaforicamente o sentido é “tentar se colocar na
posição de alguma pessoa, para perceber as emoções, sentimentos, angústias,
sofrimentos, etc , dessa mesma pessoa”
A expressão é perfeita. Isso é
empatia. Nunca conseguiremos saber o que se passa realmente na vida de outra
pessoa. Essa é uma limitação biológica. Talvez a Inteligência Artificial venha
a mudar isso no futuro, mas não adentrarei nesse tópico. Porém, é possível se
fazer um esforço genuíno para tentar ao menos compreender como é estar na
situação de algum outro ser humano.
Quando há um exercício
legítimo de se colocar no lugar do outro, o que acontece? A nossa compreensão
do mundo, e de nós mesmos se expande, a nossa “bolha” se torna maior. Se procuro entender por qual motivo, mesmo que eu
hipoteticamente seja totalmente contra o aborto, uma pessoa seja favorável ao
aborto, ao invés de apenas ter a postura preguiçosa e cômoda de taxá-la de “monstro” ou coisas do gênero,
se exercito a empatia, a minha compreensão de mundo e dos outros naturalmente
aumenta.
Se procuro entender, se
hipoteticamente vivo num bairro de classe média, como é a vida de uma pessoa
que mora no complexo do Alemão no Rio de Janeiro, e como essa pessoa pode se
sentir em relação à vida, a minha compreensão do mundo aumenta. Ao aumentar a
compreensão, pode ser que isso até tenha efeitos em como alguém leva a própria vida. A
pessoa pode, por exemplo, achar que pode viver uma boa vida com R$ 3.000,00 por
mês ao invés dos R$ 30.000,00 que anteriormente achava necessários.
A empatia nos faz seres humanos
melhores. Aumenta a nossa compreensão do mundo, e pode ter efeitos práticos
positivos extremamente significativos em nossa vida. Com certeza faz com que a “bolha”
em que obrigatoriamente vivemos se expanda, e se torne muito mais complexa, colorida e divertida de se viver.
É isso, colegas, o texto já está um pouco
grande. Abordaria outras formas de expansão da nossa compreensão, e por via de conseqüência
da nossa “bolha”, mas ficarei por aqui.
Um grande abraço a todos!