Eu estava há mais ou menos um mês
ouvindo uma entrevista interessantíssima do Joe Rogan com Naval Ravikant (um
grande investidor em start-ups), quando o entrevistado citou uma frase de uma
força profunda: “A Healthy person has a
thousand wishes, a sick person has one”. Eu não sei se é algum provérbio, se algum sábio disse
isso, mas ela possui uma verdade fundamental sobre a existência humana.
Provérbio Indiano? Não sei, não fui atrás para pesquisar, mas que é uma verdade fundamental da existência humana, ah, isso é.
Eu,
ainda bem, sempre tive um sistema imunológico forte (talvez por ter sido
amamentado e amado quando criança, quem sabe?), é muito difícil eu ficar
doente. Lembro, porém, no ano de 2003 fiz uma viagem com a minha mãe para a
região de Bonito e do Pantanal do Mato Grosso. Lugares fantásticos. No final da
viagem, entretanto, fui acometido por uma dor de barriga forte. Tudo que era colorido perdeu a cor naqueles
últimos dias. É impressionante o que uma dor forte faz com a pessoa, como a
vida fica muito mais difícil, como tudo ao redor parece não fazer sentido.
Apenas consigo imaginar as pessoas que sentem dores intensas todos os dias, o
martírio que não deve ser.
Sim,
uma pessoa saudável tem milhares de desejos, uma pessoa doente apenas um. Aos vinte e pouco anos, isso parece algo
distante. Quase todos dessa idade
possuem uma boa saúde. O corpo humano é tão fantástico que ele consegue aguentar agressões vindas de dietas horríveis, noites mal dormidas, stress, falta de
exercício físico, sem que o corpo colapse quando se é jovem. O sistema de
reparo (melhor dizendo os centenas de caminhos metabólicos de reparo) do corpo
funciona a todo vapor.
É
verdade que o estilo de vida atual é tão anti-natural, que até mesmo jovens
estão ficando doentes e frágeis. Imagina essas pessoas aos 50-60 anos, qual não
será a qualidade de vida delas. Eu já
não tenho mais 20 anos, mas sim quase 40. Sinto diferença já de como eu era há
20 anos, e imagino que se eu chegar aos 50, a diferença será ainda mais aguda. Isso mesmo estando treinando forte, com um físico razoavelmente torneado (é a primeira vez que os six pack aparecem em mim).
Há
mais ou menos 18 meses mergulhei fundo no universo da nutrição, otimização de
vida, marcadores de saúde, etc. Para um
não profissional e sem treinamento formal, posso falar que realmente fui e
estou indo fundo. Já devo ter lido dezenas, quiçá, centenas de papers
científicos. Um paper científico não é aquele artigo de blog ou livro escrito
para agradar o leitor, geralmente é uma leitura árida, com termos técnicos
incompreensíveis para quem não é da área (o que faz com que se precise
pesquisar ainda mais para poder entender).
Li também centenas de artigos, dezenas de livros, ouvi centenas de horas
de podcast com cientistas, pesquisadores, informação de alto nível.
Tem
sido uma jornada e tanto. Já pensei em fazer medicina, mas desisti. Meu amigo
blogueiro Frugal falou “por que não faz nutrição?” e passou pela minha cabeça
tentar fazer esse curso numa universidade como a Universidade da Califórnia de
San Diego. O campus dessa universidade é na frente da praia de La Jolla, o
lugar é simplesmente fantástico, além de ser uma universidade TOP. Imagina
voltar a estudar animado num lugar como esse, criando minha filha numa das
cidades mais fantásticas que já conheci? Porém, não sei se é caro, se eu teria
condições de entrar, etc, etc. Mas isso mostra que o caminho de tentativa de
melhorar a compreensão do meu corpo realmente me levou por uma jornada incrível
de conhecimento.
Uau, imagine voltar a estudar numa universidade como essa, tendo um enorme interesse pela matéria?
Nessa
minha busca por conhecimento, cada vez fui mais reparando como vivemos numa
sociedade com hábitos de certa maneira doentios, como prestamos muita atenção
em coisas que não tem tanto valor, e como simplesmente ignoramos aspectos
fundamentais de nossa vida. Algo como a
frase de Oscar Wilde de que nem tudo que tem preço possui valor, e nem tudo que
tem valor possui preço, e muitas pessoas são cegas a isso.
O
fato mais assustador, porém, é como as pessoas não tomam responsabilidade de
sua saúde, como acreditam cegamente nos profissionais de saúde, e como muitos
destes não estão preparados nem para diagnosticar problemas de saúde
evidentes. Tome-se como o exemplo o
hormônio insulina. Ou, melhor dizendo, a resistência à insulina, ou síndrome
metabólica.
Numa
pesquisa feita nos EUA, chegou-se a conclusão que pelos parâmetros de saúde
metabólica, apenas 12 em cada 100 americanos eram saudáveis. Sim, 88% da
população americana não possui um metabolismo saudável. Isso sim é uma crise
sem precedentes, isso sim mostra a decadência de um povo, isso sim é “o que tem
valor, mas não necessariamente preço”.
Aliás, nem a última frase possui sentido, pois os gastos de saúde com
certeza serão um enorme estorvo para os americanos, seja num sistema de saúde
público, seja num sistema de saúde privado. A política de saúde pública, ou privada, ou individual, mais barata para um indivíduo e uma sociedade como um todo é apostar na qualidade de vida e em hábitos saudáveis.
Eu
imagino que os números brasileiros possam ser melhores, mas não muito
melhores. Se assim o é, por que raios
quase nenhum médico pede nem mesmo um exame de insulina de jejum? O correto, e
todos deveriam fazer, especialmente depois dos 35 anos, é medir a insulina
depois de uma carga de glicose e fazer a sua curva. Esse exame criado pelo grande Dr. Kraft é a forma mais certeira de detectar com antecedência que está em maior risco de desenvolver complicações metabólicas. Dr. Kraft fez milhares de testes e descobriu que se este teste fosse rotineiro, isso na década de 70 (de lá para cá o problema só piorou), algo em torno de 75-80% das pessoas poderiam ser consideradas com diabetes, o que ele chamou "diabetes in situ". Porém, quem faz esse exame? Qual médico pede esse exame? Eu nunca vi
ninguém. Eu, por exemplo, já fiz duas vezes.
Se você não for o Padrão I de resposta insulínica a um teste de tolerância de glicose , você está rumando para inúmeros problemas de saúde na sua segunda etapa de vida (45-85 anos).
Portanto,
as pessoas, principalmente depois dos 35 anos, vão andando por aí, sem fazer a
mínima noção de como a saúde delas realmente está. As pessoas se enganam que uma pessoa saudável
ou não se pode perceber apenas pelo peso. Isso é um erro, e dos mais
grosseiros. Sim, a obesidade se
correlaciona com inúmeras doenças, mas cada vez mais acredito que a obesidade é
um mecanismo de defesa do nosso corpo contra às agressões externas. Na verdade,
a adiposidade subcutânea é protetora, o grande problema é adiposidade dentro de
nossos órgãos, chamada visceral. Pessoas
obesas tendem a ter as duas, mas pessoas “dentro do peso” podem tranquilamente
ter gordura visceral, são os chamados TOFI (Thin Outside Fat Inside – Magro por
fora Gordo Por dentro).
É
possível até mesmo que algumas pessoas obesas possuam na sua maioria adiposidade apenas
subcutânea, sem muitos malefícios metabólicos.
Aliás, pesquisadores acham que esse é um dos motivos da diabetes estar
explodindo em países asiáticos como a China e Índia. Brancos de origem européia
parecem ter mais “capacidade” de acúmulo de gordura subcutânea, enquanto
orientais possuem uma “capacidade” muito menor. Logo, asiáticos são muito mais
suscetíveis ao acúmulo de gordura visceral.
Bom,
isso foi apenas uma digressão sobre insulina e adiposidade. Eu testo algo em
torno de 50-60 parâmetros a cada seis meses em mim. Aliás, é um médico leitor desse blog que faz
os pedidos para mim, o que eu agradeço bastante. Na última bateria de exame,
resolvi checar um marcador chamado Lp(a) ou Little P(a). Quase ninguém checa,
ainda mais no Brasil, esse marcador. O que ele é? Bom, vou tentar explicar de forma muito resumida.
Existem
substância hidrofílicas e hidrofóbicas. As primeiras conseguem “navegar” sem
dificuldades em meio aquoso, as segundas não. Já ouviu falar de vitaminas lipossolúveis?
São vitaminas hidrofóbicas, elas não
conseguem circular no nosso sangue livremente. As vitaminas A, E e K são
lipossolúveis. O colesterol, por exemplo,
é uma molécula que tende a ser hidrofóbica (na verdade, é um pouco mais
complexo do que isso, pois o colesteril-ester, ou seja o colesterol
esterificado é hidrofóbico, e o colesterol livre é moderadamente hidrofílico ,mas deixemos essa minúcia de lado)
Demorou para eu aprender sozinho. O colesterol é essa estrutura com quatro anéis e uma cauda saindo no carbono número 18 se não me engano. No carbono 3, há um grupo OH. Esse grupo faz com que a molécula seja um pouco hidrofílica, é o chamado free colesterol. Porém, para ser transportado no centro de lipoproteínas o colesterol precisa ser esterficado. Esterificar é apenas substituir o grupo OH no carbono número 3 por um ácido graxo, o que torna a molécula de colesterol daí completamente hidrofóbica.
O
colesterol é uma molécula vital. As
membranas de todas as células possuem colesterol. Vários hormônios possuem o
colesterol como precursor. Nossos neurônios para funcionar apropriadamente
precisam de colesterol. Como o colesterol é hidrofóbico, ele não pode “navegar”
livremente no sangue, ele pega “carona” no que chamamos de lipoproteínas.
O
que são Lipoproteínas? É uma mistura de lipídios com proteínas, sendo que a
proteína geralmente é a parte hidrofílica e uma espécie de manto, ou seja, o
que permite a “navegação” no sangue, sendo que os lipídios mais hidrofóbicos
como o colesterol estereficado é transportado no centro da lipoproteína.
Existem
diversos tipos de lipoproteína, sendo o LDL (Low Dense lipoprotein) e o HDL
(High Density Lipoprotein) os mais conhecidos (há diversos outros VLDL, IDL,
Chylmicrons e subtipos de LDL e HDL –
pré-beta HDL, HDL2, HDL3, etc). Como curiosidade, uma lipoproteína como o HDL é
mais densa, pois ela possui mais proteínas e menos lipídios, e como o peso
molecular de proteínas geralmente é muito maior do que lipídios, isso
confere ao HDL uma maior densidade, ao contrário do LDL.
Uma conceituação artística de uma Lipoproteína
Quando
se começa a estudar um pouco mais colesterol, e o assunto é extremamente
complexo, o que chamaria de grau zero sobre colesterol e transporte de lipídios
(o grau menos um é o que a gente lê em blogs de saúde ou no em conversas de dia
a dia), é que não existe colesterol “bom” ou “ruim”, o que existe são
lipoproteínas diversas que carregam o mesmo colesterol. Portanto, o colesterol
chamado de “ruim” carregado numa lipoproteína LDL é rigorosamente a mesma molécula
do colesterol “bom” carregado numa lipoproteína de HDL.
Existem
uma variedade enorme de proteínas em cada Lipoproteína, num HDL já foram
catalogados mais de 100 proteínas diversas. As principais são APOE, APOC-II,
APOC-III, APOA-1, APOA-2 e APOB100. Cada uma possui uma função específica, e
foram necessários alguns papers e entrevistas para eu entender o esboço geral
da coisa.
Depois de muitas horas de quebra-cabeça, posso dizer que entendo, ao menos de um ponto superficial, todas as setas dessa esquematização, e sei o que representa todas as letras (SRB1, ABCA1, LCAT, CETP, etc). A coisa é alguns graus mais complexo do que se ouve de LDL"ruim"e HDL "bom"
A
proteína APOB100 seria a mais importante na família das lipoproteínas LDL. Se a
coisa não fosse complica o bastante, há ainda outra proteína que pode-se ligar
a algumas lipoproteínas que possuem a APOB100, e ela se chama apo(a) (em
minúsculo, para diferenciar da APOA-1 presente em HDL). E aqui, depois de um resumo gigantesco,
chegamos ao meu exame da Lp(a) que é um exame que tenta de maneira aproximada
medir a quantidade de apo(a) num determinado indivíduo.
A LP(a) é essa proteína que parece um fio de telefone antigo acoplado numa Lipoproteína LDL (Apob100). A ligação se dá por um ligação dupla sulfídica o que torna o elo entre essas duas proteínas muito forte. Se a coisa ainda não fosse complicada, cada apo(a) varia de indivíduo para indivíduo e isso altera o peso molecular e a concentração. Tecnicamente falando, há uma variação de isoformas (ou seja de formas), baseado no número de repetições de Kringles que ocorrem no Kringle IV - subtipo 2. Na imagem acima, no canto superior direito, o K4-II possui diversas cópias, e já o K4-II abaixo possui poucas repetições. Quanto menor o número de repetições, maior parece ser o risco de eventos cardíacos.
E
por qual motivo medir o Lp(a)? Porque essa proteína vem sendo associada em
estudos epidemiológicos e genéticos (ramdomizações mendelianas) como um risco
independente para doenças cardíacas. Em alguns casos, a depender da quantidade,
os riscos são muito aumentados, na esfera de 100-150%.
Não
vou entrar em detalhes sobre a Lp(a), e olha que quando descobri que o meu
nível era altíssimo eu mergulhei de cabeça em dezenas de papers sobre o
tema, mas é a “nova fronteira” em
pesquisas médicas sobre lipídios e doenças do coração. O Lp(a) é determinado
geneticamente, apesar de evidência anedóticas é muito difícil alterar a sua
concentração, e não há qualquer tratamento atual que diminua a sua concentração
drasticamente.
Resolvi
testar o meu nível de Lp(a) crente que, como a esmagadora maioria da população,
seria baixo, pois nós temos a falsa sensação de que coisas desagradáveis não
vão ocorrer com a gente, mas apenas com os outros. Lembro da minha sensação há
40 dias, quando eu abri o resultado do exame na tela do computador e vi o meu
número. Eu simplesmente gelei, e uma sensação de pânico tomou conta de
mim. O meu número não era apenas maior
do que o que é considerável aceitável, mas era três vezes e meia maior.
Foi
um choque. Nos dias que se seguiram, eu tive uma sensação de “Dead Man Walking”,
olhava para minha filha e imaginava se eu a veria com 15-20 anos, ou se
morreria de algum evento cardíaco antes disso. Entretanto, e aqui entra o “empoderamento” de
saber por conta própria como pesquisar fontes sérias sobre o assunto, e foi o
que fiz.
Com
o passar das semanas fiquei mais tranqüilo, até me consultei em Porto Alegre com
o famoso Dr. Souto (foi a primeira vez que paguei uma consulta na vida), e
consolidei alguns conceitos sobre a minha situação. O meu Lp(a) elevado não é uma “doença”, é um
fator de risco apenas. Obesidade, hipertensão, tabagismo, história familiar de
doença cardíaca, doença auto-imune (como artrite), resistência à insulina, sono
de péssima qualidade, stress e diversos outros também são fatores de risco. Sendo assim, se eu estiver bem relação a
outros fatores de risco, e atualmente acredito que eu esteja muito bem, talvez
esse fator de risco nunca venha a se manifestar e muito menos precocemente
(isso é, antes dos 70-80 anos).
Para se ter ideia, ser pré-diabético (algo que talvez metade dos brasileiros sejam), aumenta o risco de doenças cardíacas consideravelmente, talvez na faixa dos 300-400%. Stress, por incrível que pareça, li um estudo feito na África do Sul que pessoas com alto grau de stress financeiro e na vida em geral, comparada com as com menos stress, tinham um risco aumentado de 1.200% para eventos cardíacos.
Porém,
a única forma de saber se uma pessoa apresenta doença cardíaca não é por meio
dos fatores de risco, mas sim olhando diretamente se já houve alguma agressão
nas artérias, especialmente as que abastecem o coração, as artérias
coronarianas. E a forma mais simples de fazer, é fazer um exame de escore de
cálcio. Foi o que fiz.
Essa
semana saiu o resultado, e quando o escore veio 0, um alívio percorreu o meu
corpo. Ter um escore de cálcio de Zero para alguém com 39 anos é o normal.
Porém, vai que eu tivesse um escore positivo, ou pior ainda, um escore de
150-250, eu estaria rumando ao desastre nos próximos 15-20 anos.
Sim,
eu trocaria algumas centenas de milhares de reais para ter uma Lp(a) bem
diminuída, e se eu tivesse escore de cálcio positivo, eu trocaria centenas de
milhares para ter um escore de cálcio zerado (a depender do escore de cálcio,
eu trocaria milhões, todo o meu patrimônio).
Quando o espectro da mortalidade e doença se abate, a prioridade, os
desejos diminuem para apenas um.
.
Um escore de cálcio de zero não significa que
não há risco, apenas significa que nos próximos 10-15 anos possuo um risco bem
baixo de eventos cardíacos. Pretendo repetir esse exame com 46 anos, e torcer
para que o escore permaneça zero.
Essa é uma tabela mostrando os riscos de acordo com o escore de cálcio. Significa que em média uma pessoa com zero possui uma chance menor do que 1% de nos próximos 10 anos sofrer um evento cardíaco. Já uma pessoa maior do que 400 possui 24%, ou seja 2.400% a mais de risco, se comparado o meu fator de risco de Lp(a) some. Essa tabela é um pouco exagerada pelos estudos que já li, mas a diferença entre um CAC de zero e um CAC de 400 ou de 1000 para efeitos de risco, em quase todos os estudos é na faixa de 600 a 1000% de risco aumentado.
E
você, o que deveria fazer? Se você tem mais de 40 anos, você deveria medir a
sua Lp(a) e fazer um escore de cálcio. Há uma chance em quatro de você possuir
uma Lp(a) alta, e uma chance em 10 de possuir uma Lp(a) muito alta. Se 1000
pessoas lerem esse artigo, significa que 200-250 em média terão esse fator de
risco aumentado, e 50-100 terão esse risco bem aumentado.
Se
você, ao contrário de mim, possui resistência insulina (o que é bem provável se
você faz o que a média da população faz), se possui história na família de
diabetes, se é estressado, você pode ser uma bomba relógio ambulante. O
primeiro sintoma de um problema cardíaco para 30% das pessoas que sofrem desse mal é morte (daí o meu receio). A
pessoa com 40-45 anos, pode ter um CAC (escore de cálcio) de 400 e estar em
extremo risco de um evento cardíaco sem saber disso.
É
isso meus prezados leitores, era um artigo que eu precisava escrever até como
forma de “desabafo” interno meu.
Esse é o podcast que eu falei. Uma baita entrevista, Naval Ravikant é um baita pensador.
Um
abraço a todos!