segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

QUAL É A FINALIDADE SE SE VIAJAR?

Olá, colegas. Uma vez um colega blogueiro perguntou por qual motivo eu viajava. Qual era a finalidade de se viajar tanto tempo? Uma indagação natural. Porém, como responder de forma apropriada? Quem me conhece pessoalmente com mais intimidade, sabe que em determinados tipos de perguntas eu retruco se querem a resposta simples e “social" ou uma resposta mais elaborada e rica em detalhes.  As perguntas sobre as minhas motivações ao viajar são dessa categoria de questionamento. Neste texto, tentarei trazer uma abordagem  “não-convencional" ao tema.

 Eu já citei diversas vezes a entrevista do Patch Adams dada ao programa roda viva da TV Cultura em 2007. Já vi diversas vezes, e para mim é uma das entrevistas mais brilhantes que já tive o privilégio de assistir. A forma como esse senhor encara a vida e tantos problemas humanos é algo que me estimula até hoje a melhorar como ser humano. Há muitos e muitos insights, há uma sabedoria incrível nas palavras daquele homem. Algumas pessoas já me agradeceram por indicar essa entrevista, mas creio que boa parte das pessoas não está nem mesmo preparada para realmente entender sobre o que ele fala.

 Numa das partes iniciais da entrevista, ele diz textualmente que não vê qualquer diferença “em ser cordial com um homem de negócios no elevador ou levar alguma forma de conforto para uma criança morrendo de câncer terminal num hospital”. O conceito de vida que essa simples frase traz é simplesmente fantástico. E dificilmente você vê esta ideia em algum lugar.

 E o que ele quer dizer exatamente com isso? A ideia é que podemos ser gentis com qualquer ser humano numa gama gigante de situações. Se ajudar uma criança com câncer terminal é algo evidente de uma boa ação (e todos reconheciam como tal, e até se emocionariam com um exemplo concreto), Patch Adams diz “Sim, claro que é maravilhoso ajudar a criança, mas também é maravilhoso ser amigável e gentil com um empresário engravatado subindo um elevador”. Para ele, e estas são palavras dele, “são experiências idênticas”. 

 Quão profundo não é isto? Quão libertador e poderoso não é esta lição para termos uma vida melhor? Citei este grande homem, para chamar atenção que seja viajando, ou fazendo o seu trabalho rotineiro, ambas as coisas podem ser experiências extraordinárias, tudo vai depender de como você enxerga a si mesmo, os outros e a realidade. É por meio de lentes de rancor, indiferença ou por meio de lentes de amor, gratidão e compaixão? 

 Esta é a primeira lição para quem quer se aventurar pelo mundo (e meu amigo como esse mundo é grande): você pode estar em Londres, na Avenida Paulista, no Deserto de Gobi na Mongólia ou em alguma praia da Tailândia, sua experiência será um reflexo do seu estado mental. Logo, é um erro achar que viajar irá fazer com que os seus problemas desapareçam. A sua mente, a forma como você encara a vida, sempre estará junto de você, você não consegue se afastar disso.

  Conheci viajantes, mesmo os que estavam viajando por anos, com problemas mal resolvidos e que de certa forma se iludiam que resolveriam as suas dificuldades internas ficando um tempo longe fora de casa. Um Italiano de uns 50 anos que conheci numa cidade monastério numa região tibetana na província chinesa de Gansu foi um exemplo claro. O lugar é simplesmente sensacional. Eu e minha companheira o conhecemos na janta e conversamos por umas duas horas.

  Ele estava reclamando de como as coisas tinham mudado na China, que era tudo muito diferente de 15 anos atrás. Tinha agora muitos turistas Chineses (e tem mesmo, o turismo interno na China deve responder por uns 99.5% do turismo no país, nós estrangeiros somos literalmente uma gota no oceano) e ele não parava de reclamar que nada mais era autêntico.

  Enquanto ele fazia a missiva dele, um Tibetano vestido com roupas típicas entrou no recinto, ele era muito alto e forte, e abriu um sorriso enorme e disse para a nossa mesa “Thashidele”, uma saudação tibetana que quer dizer algo como “Oi, tudo bem?”.  Foi algo muito bacana, pela espontaneidade. O Italiano não percebeu. Ele estava tão absorto em reclamar que não havia mais contato autêntico com os locais, que perdeu um contato autêntico com um local. Ele também não notou uma criança tibetana que ficou pegando no meu pé, e tentando brincar comigo. Dois momentos muito bacanas, e que passaram em branco para o italiano atormentado. Apenas pensei comigo mesmo “Por qual motivo ele está viajando? Ele claramente não está satisfeito”. 

  Tudo, absolutamente tudo depende do seu estado mental e de como você encara a vida. Não faz a menor diferença onde no mundo você está.  Portanto, seja em algum lugar lindíssimo e remoto na Ásia Central, seja indo ao mercado comprar requeijão, cabe única e exclusivamente a você decidir o que você quer, qual o tipo de experiência que deseja produzir. “São experiências idênticas”, por mais distintas que elas possam aparentar. Compreenda isso, prezado leitor, e sua vida ficará muito mais leve, divertida e prazeirosa.

  O escapismo não é e nunca foi uma razão para eu viajar. E o que seria então? Precisa haver alguma finalidade? Ou melhor dizendo, precisa existir algo claro e objetivo? Algumas pessoas ficam um pouco desapontadas quando digo que eu não tinha nenhuma finalidade em especial ao viajar 20 meses pelo mundo.  Eu não procurava me tornar uma pessoa melhor, mas acabei me tornando, ao menos eu penso que sim. Eu não procurava conhecer mais, mas acabei conhecendo. Eu não tinha absolutamente nada em específico na mente.

  Nós humanos, pelo menos os seres humanos com os quais eu mais convivo, possuem uma obsessão por finalidade. Por qual motivo eu vou fazer essa faculdade? Do que me serve saber química orgânica? Para que eu preciso conhecer um pouco de filosofia, vai me trazer dinheiro? Por que eu vou sair com aquele grupo de colegas do trabalho, vai me trazer alguma possibilidade de subir na carreira no futuro, poderei fazer um bom networking?  Por qual motivo você está sentado num banco vendo as pessoas passarem, qual a finalidade, o que você ganha com isso?

  Quem me conhece um pouco pelos meus escritos, já pode imaginar que acho essas perguntas, algumas delas ao menos, completamente sem sentido. Às vezes fazemos apenas pelo ato de fazer. Simples assim. Não precisamos colocar uma finalidade, e muito menos uma finalidade relacionada a dinheiro ou a trabalho em tudo na vida. Em algumas ocasiões estamos apenas fazendo, sem qualquer outro objetivo em mente.

 Era assim que me sentia em boa parte da viagem. Eu estava apenas viajando. Nada mais, nada menos. Nada grandioso como transformar o mundo, ou me iluminar, ou seja lá qual finalidade sublime se possa associar com uma viagem como a minha.

  Entretanto, quando nos libertamos, ao menos em algum grau, dessa “obsessão" por alguma finalidade, coisas maravilhosas ocorrem. No meu caso específico, os presentes que recebi nesta viagem foram extraordinários, e tenho certeza que a minha postura ajudou muito para que eu os percebesse e os aceitasse. É o tibetano dando “olá" para mim, numa forma figurada. 

  Quantos momentos maravilhosos eu pude viver junto com a minha companheira, por causa do meu estado mental e por simplesmente aceitar o momento da minha vida, sem qualquer grande objetivo associado. O leitor mais atento poderá pensar “mas você poderia viver momentos extraordinários ficando em sua cidade”. É claro que poderia, posso, e pretendo vivê-los. Aliás, acho que já venho vivenciado momentos bem agradáveis, entretanto às vezes é um pouco mais difícil, pois a loucura do dia a dia faz com que as pessoas criem certas “armaduras" para enfrentarem os seus cotidianos.  

 É difícil, mas possível. Como as pessoas não estão mais acostumadas, por exemplo, a ser tocadas. Um rapaz que ajudou a resolver um problema de ar-condicionado que estava tendo num dos imóveis foi tão solícito, um profissional tão honesto, que no final ele me disse o valor do serviço e eu apenas respondi “é este valor mais um abraço né?”, ele ficou sem jeito e eu dei um abraço nele, ele ficou super-feliz e ficamos conversando animadamente por uns 30 minutos depois disso. 

 Aliás, como as pessoas deveriam se abraçar mais. Hoje fui cantar numa banda que ensaio de vez em quando, e revi a filha de um amigo depois de mais de dois anos. Uma menina linda de 9 anos. Pedi um abraço de despedida (ela é uma menina muito amorosa), ela me deu um abraço bem forte. Depois de uns cinco segundos, quando já estava soltando do abraço, ela continuou abraçada, e abracei por mais uns segundos. Como crianças podem ser maravilhosas, um exemplo para nós adultos. Só disse para o meu amigo como ele era abençoado com uma filha como aquela, ele apenas assentiu e disse “eu sei!”.


  Por qual motivo eu viajei? E por qual motivo eu faria outra viagem longa? A única resposta que poderia dar seria “Para Viver”. Para observar o mundo, não como alguém que está para julgar o que quer que seja, mas apenas para observar quão variados nós somos. É claro que julguei, julgo,e continuarei julgando algumas situações, nós humanos somos máquinas de julgamento ambulante. Porém, se conseguimos nos despir um pouco de pré-conceitos, e apenas observar o mundo de coração aberto, uau, que experiência fantástica pode ser.


Na cidade monastério de Xiahe na província de Gansu. Tivemos o privilégio de ver esse treinamento de "argumentação". Centenas de aprendizes de monge ficam em pares e começam a discutir, trocando argumentos. O que está de pé aparentemente tem a função de "furar" o argumento do outro, e quando se consegue isso, ele faz um movimento de dar um tapa na própria mão em direção ao outro sentado. É uma experiência interessantíssima. Esta foi a cidade onde o Italiano do texto estava encontrando "dificuldades" de ver beleza.


Um grande abraço a todos!

39 comentários:

  1. Legal....

    Seus textos logo pela manhã (principalmente de segunda-feira) têm sido bem legais para mim.

    Tem me ajudado a interagir de forma mais harmônica com o ambiente onde levo minha vida.

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    1. Bom dia, Guardião!
      Agradeço as suas palavras e desejo uma boa semana para você!
      Abs

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  2. Penso o mesmo que o Guardião Mobral...

    Excelente post Soul!

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  3. Coincidência você ilustrar o texto com a questão de ajuda a crianças com câncer, antes de entrar aqui no blog estava vendo este vídeo...

    https://www.youtube.com/watch?v=EzRgxehcSkg

    Sobre a pergunta do leitor, estaria ele sofrendo de "crise de missing out"? Isto é muito comum hoje em dia, com o advento das redes sociais estamos envolvidos em um mundo de aparência onde ninguém sabe o que é real mas mesmo assim esta falsa realidade acaba afetando a todos. Este vídeo do Pondé explica bem este fenômeno...

    https://www.youtube.com/watch?v=B_S2AM7uonI

    De qualquer forma você respondeu bem à questão, simples assim: viver!

    Cada um tem seus valores, uns darão uma importância maior às viagens, outros darão uma importância maior a criar um filho. Os questionamento costumam ocorrer entre pessoas com valores diferentes, por exemplo, a pessoa ao ver o colega do lado dar ênfase a algo que ela desconsidera, em um primeiro momento pode considerar que ele está errado ou ela mesma esta errada. Mas no frigir dos ovos ninguém está errado. Errado está quem não vive seus valores na plenitude.

    Acho que é isto.

    Abraço e boa semana!

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    1. É isso, amigo:)
      Grato pelo comentário, Alexandre.
      Um abraço

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  4. Soul,

    Eu acho importante, pra todos. Abre a cabeça .. faz a gente parar de pensar linear.... um chines que vive em um país comunista ... um americano que vive em um país extremamente capitalista (nos últimos anos não tem sido tão só capitalista assim).

    Pra nós brasileiros, que achamos normal o Estado não saber gerir nada, não dar retorno de nada, pra gente ver que não é coisa de ET, um país onde as coisas funcionem minimamente é possível ...

    Abs,

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    1. Olá, Rodolfo!
      Cara, não se deixe impregnar por essas análises e quase sempre superficial sobre os países. A sua análise sobre a China e os EUA são apenas apreensões genéricas e absolutamente incompletas sobre estes países. Este é o problema de termos ideia preconcebidas sobre algo. A ideia é justamente, na medida do possível, nos despirmos disso, e tentarmos observar a realidade pelo que ela é, e não por olhos do que achamos ser, do que achamos que deveria ser, ou, o que é a grande tônica, pelo que os outros acham que é ou deveria ser.

      Um forte abraço!

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  5. Muito bom! Inspirador seu post, nos faz enxergar as coisas de outra forma. abraço

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  6. É muito difícil desvencilhar se para perceber as pequenas satisfações no cotidiano, ou a beleza das diferenças. Nascemos e vivemos em uma cultura, por cujas lentes analisamos o mundo ao redor. Postagem fantástica!

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    1. Olá, é verdade Falesaco.
      Não precisamos ser sobrehumanos, estamos inseridos num determinado tempo histórico, o que obviamente faz com que a nossa visão seja sempre limitada. Porém, é possível sim nos libertarmos de algumas amarras.
      Obrigado pelo comentário e um abraço!

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  7. Soul, show de bola!

    Gosto tanto de viajar que vou adicionar, provavelmente esta semana ainda, uma página sobre viagens que faço. Eu até tinha um blog mas acabei descontinuando ele pois ficar gerenciando 2 blogs ia dar muito trabalho desnecessário então resolvi a partir deste ano contar algumas coisas sobre minhas viagens.

    Uma coisa que inibe algumas pessoas a viajar e enfrentar o desconhecido é a insegurança que elas tem nelas. Sair do seu lar e viajar horas, pousar em outro pais e se comunicar em um lugar que não é o seu idioma é bem difícil para a maioria das pessoas. uns veem como terror e outros veem como uma bela experiência de aprender algo novo e fantástico.

    Viajar pra mim é primordial, é um investimento pessoal e até escrevi um post sobre isso mas retirei do ar pois tinha publicado com mail errado e vou repostar em breve.

    Abraço!

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    1. Olá, colega!
      Bacana, escreva sobre viagens , eu gosto de ler alguns artigos quando são publicados pelos meus amigos que tem a temática viagem.
      Um abraço!

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  8. Adorei o texto mas entendo que no momento que vc fala que é mais dificil viver momentos agradaveis na sua cidade, está havendo uma finalidade de se viajar para procurar momentos agradáveis.

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    1. Olá, Antonio. Bom ponto, realmente o texto pode dar azo a esta argumentação. Eu realmente sou apaixonado por viagens, gosto bastante mesmo. Sinto-me muito vivo, desperto. Posso me sentir assim onde eu moro? Claro, e é o que estou tentando cada vez com mais afinco. Porém, talvez seja um pouco mais difícil, não apenas pelas outras pessoas, mas por mim mesmo. E em tempo, eu gosto bastante da minha vida onde moro:)

      Um abraço!

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  9. Soul, ficar 1 ano em Fernando de Noronha pegando altas ondas e ouvindo o reggae também fazem o ser humano viver melhor,rsss

    Abs,

    Carioca.

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    1. Olá, Carioca. Um lugar que quero conhecer para surfar (só fui uma vez quando era garoto com a minha mãe): Fernando de Noronha.
      Abs!

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  10. Grande Soul,

    Vou ter que discordar de você (só para variar), rs.

    Não vejo como uma pessoa pode ser feliz em um "país" simplesmente horripilante igual o nosso. O Brasil (para você não ficar bravo) é uma das piores nações do MUNDO, senão for a pior.

    Como você pode ser feliz em um lugar desse? Eu sempre digo que aqui as ruas são feias, as calçadas são feias, as construções são feias e, obviamente, as pessoas são feias.

    Estou mentindo?

    Você sabe que não!

    Aí olhamos para os EUA, ou até mesmo o Canadá:

    Ruas largas, arborizadas, calçadas impecáveis, casas enormes, pessoas educadas, limpeza, organização, e tudo isso ao alcance de TODOS!

    Desculpa, mas não tem como comparar. E é justamente por isso que a sua teoria é falha!

    Abraços.

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    1. Investidor livre, tudo bem meu amigo?
      Poxa, que avanço! Chamando o seu país pelo nome, está vendo que os meus textos estão fazendo efeito:)

      I.L., às vezes que você gosta de pegar no pé do seu próprio país, por pegar. O Brasil está a anos-luz de ser o pior país do mundo. Espero que um dia possa realmente viajar pelo Mundo, e observar a grandiosidade do esquema das coisas. Talvez daí perceba que os EUA, ou Europa, são uma parcela muito pequena do mundo, e menor ainda da população humana.

      Olha, está sim:) Tem beleza em muitas cidades, em muitas mulheres e em muitos lugares no país. Os EUA são o país que se você vai no Downtown de uma cidade como San Diego irá ficar horrorizado com a quantidade de veteranos de guerra perambulando como mendigos sem eira nem beira, uma visão que você dificilmente terá num país como a Nova Zelândia, Austrália ou países europeus. Os EUA são um grande país, mas eles estão longe de não terem inúmeros problemas.

      Agora, sinceramente, reflita e pense sobre a sua última frase "Desculpa, mas não tem como comparar. E é justamente por isso que a sua teoria é falha!". Meu amigo, qual texto você leu? Onde foi feito qualquer comparação? Acho que você está tão encucado com isso, que vê coisa onde não existe, e não vê onde existe.

      Agradeço o seu comentário, e quem sabe um dia você não aparece pela minha cidade, e fique boquiaberto com a beleza, que posso dizer que é quase única no mundo.

      Um abraço!

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    2. IL, descordo de você. Já viajei muito pelo Brasil e não só em lugares turísticos, fui a vários lugares bem no interior. Conheço o Brasil quase todo, o único lugar que não estive foi no Acre. Já morei em vários estados também.

      Conheço alguns lugares pelo mundo (não igual ao Soul). Estive em Cuba e sei bem como funciona por lá. Morei no Marrocos, posso dizer muito bem que o Brasil é primeiro mundo se quiser comprar com alguns países. Após conhecer a cultura muçulmana e várias culturas percebi o quão avançado nós somos e não percebi isto porque sou patriota, percebi porque as pessoas vinham me perguntar sobre o Brasil. Várias pessoas tem o sonho de conhecer o Brasil, algumas não tem oportunidade.

      Não é possível comparar um lugar com outro. Já trabalhei com os europeus, (alemão, húngaro, irlandês, austríaco) e eles tem muito comprometimento, senso de organização e são intolerantes com erros. Vários países da Europa são espetaculares mas as belezas são incomparáveis com as do Brasil.

      Em se falando de ruas limpas, arborizadas e tudo mais, não sei se você conhece bem o Brasil então digo que Brasília é assim, também Curitiba, Florianópolis, algumas cidades do nordeste são bem organizadas, Gramado no RS é um espetáculo assim como varias cidades na serra gaúcha. Existem cidades no interior do paraná onde a qualidade de vida é um absurdo. Em uma pequena cidade no RS chamada Frederico Westphalen tudo funciona como se fosse um jogo de populous (pra quem lembra). Conhecer o RJ é fascinante em dois aspectos, o primeiro é criminalidade, bandidagem, favela, troca de tiro, arrastão, já o outro são as belezas do RJ. Praias como as que temos em Arraial do Cabo não perdem em nada para o Caribe. Já estive em Malta e me perguntaram o que eu fui fazer lá se eu tenho Arraial do Cabo, respondi que preciso conhecer para poder comparar e hoje digo, Malta é um espetáculo mas tem suas belezas completamente diferentes de Arraial assim como de outras praias e me sinto mais completo por conhecer ambos lugares.

      Enfim, posso escrever muito sobre lugares e viagens e vou fazer isto mas não nos comentários do Soul kkkkk. Estou ativando em breve a página " Viagens" no meu blog. Se tiver de coração aberto para ouvir minhas opiniões sobre o Brasil e o exterior, acompanhe e comente a vontade.

      Foi mal o textão.

      Abraços.

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    3. Olá, colega.
      Eu que agradeço o seu texto. Muito bacana mesmo. Morou no Marrocos? Uau, que bacana!
      Adicionei o seu blog, e espero que possa contar sobre suas experiências de andança pelo Brasil e pelo mundo.
      Um abraço

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  11. Alguém resume este post !
    Aff, não dá pra ler tudo não, até tento, mas é deveras estressante.

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    1. Eu resumo, se você me permite:)
      " Mude o seu estado mental, seja gentil com o maior número de pessoas, e sempre que possível abrace outros humanos como você".
      É isso, um abraço!

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    2. Em resumo, se não tem paciência pra ler um texto desses, nem precisa pois não vai entender :)

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  12. Muito bom Soul. Por qual motivo eu viajei? E por qual motivo eu faria outra viagem longa? A única resposta que poderia dar seria “Para Viver”.

    Há uma explicação para isso... Quando fazemos algo diferente, fora da nossa rotina, nosso cérebro "saboreia" cada momento... Ativa emoções, registra experiências, registra aprendizados e por aí vai... A experiência é completa e prazerosa. Já quando estamos na rotina do nosso dia-a-dia, quase tudo do que fazemos é repetitivo, já está tudo registrado, tudo experimentado... Assim entra em cena a mente inconsciente que praticamente faz tudo por você... A mente inconsciente é muito mais eficiente no processamento das informações e nas tomadas de decisão, porém, como é inconsciente, vc não percebe de fato o que está vivenciando... É por isso que frequentemente temos a sensação de que o ano voou, que o tempo passa muito rápido, que nao estamos fazendo nada... Na verdade não estamos vivenciando nosso dia-a-dia... Fazemos a maior parte das coisas de forma inconsciente...

    Viajar tem o mesmo poder de fazer qualquer coisa que vc nunca fez na vida (ou faz raramente)... utilizar a maior parte do tempo sua mente consciente... é isso que possibilita que vc cura cada momento e permite vc realmente VIVER (que foi sua resposta final sobre o motivo que o faz viajar).

    Abraços. valeu!

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    1. Olá, meu amigo Investidor de Risco.
      É uma bela explicação, é verdade que a minha rotina era não ter rotina, e isso com certeza ativa determinadas áreas do seu cérebro que talvez na nossa rotina do dia a dia sejam pouco utilizadas. Não é só flores, às vezes pode ser um pouco estressante, como qualquer experiência que desafia a zona de conforto, mas ao final costuma ser muito recompensador.

      Abraço!

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  13. Soul, essa coisa de querer ver os locais de forma " espontânea" não parece uma forma de agir como se estivesse num zoológico humano? Ou, pior, não seria a postura dos turistas apenas querer participar de um "reality show"?

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    1. Olá, colega. Claro que isso pode acontecer e acontece em regiões onde o turismo de massa chegou muito forte. Isso é muito comum no sudeste asiático, por exemplo. Mudou muito desde que estive lá há 10 anos pela primeira vez.
      Agora, depende muito de você. Você quer realmente experimentar o local, ou quer ter uma experiência assemelhada a um "zoo humano"?
      Nunca tive a pretensão, como muitos viajantes possuem, de achar que eu iria viver como um local ou saber os detalhes de uma cultura local em tão pouco tempo. Como tudo na vida, há certos processos que demanda tempo. Porém, é possível sim tentar ter uma experiência genuína e legítima com locais, e para mim em várias ocasiões foi muito bom.
      Um abraço

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  14. “Não deixe sua chama se apagar com a indiferença.
    Nos pântanos desesperançosos do ainda, do agora não.
    Não permita que o herói na sua alma padeça frustrado e solitário com a vida que ele merecia, mas nunca foi capaz de alcançar.
    Podemos alcançar o mundo que desejamos. Ele existe.
    É real.
    É possível.
    É seu.
    Ayn Rand

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  15. Li o texto abaixo há um tempo e acho que acrescenta ao tema.
    http://www.aloalomarciano.com/voce-nao-precisa-largar-seu-emprego-e-ir-viajar-para-ser-feliz/

    Inclusive me fez repensar/adiar o plano de tb tirar uma licença e viajar o mundo

    Ps. A viagem pelo vietnam, tailandia foi foda (tinha falado contigo por email pedindo dicas há um tempo :) )
    Abraço
    Victor

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    1. Olá, Victor! Eu lembro de ter respondido o seu e-mail!
      Fico feliz que tenha apreciado esta região do mundo, ela é muito especial mesmo.
      Forte Abraço!

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  16. Existem diversas explicações do pq que as pessoas viajam. Quem mora em cidade industrial e sem praia gosta de ir numa praia pra mudar um pouco a rotina, quem mora em cidade grande mas longe de praia vai pra fazenda, sítios, interior pra também mudar a rotina.

    O Brasil é grande e bonito sim, tem muita coisa pra conhecer aqui, o Pantanal, a Amazônia, o sul, as chapadas dos Veadeiros e diamantina. O rio Sao Francisco, as festas do sul, vários festivais de música tipo Barretos, São João de Campina Grande, Carnaval em Recife/Olinda/Salvador.

    As praias do nordeste, o beach park, o delta do parnaíba, os lençois maranhenses, a ilha de Marajó, o pico da Neblina que dizem que é sensacional, Foz do Iguaçu, Bonito no MS... só pra ilustrar.

    Eu já viajei muito pelo Brasil e andei muito em hostel e conversando com as pessoas cada uma tinha um motivo pra viajar, alguns bons, outros mais ou menos e outros sem sentido algum. Tem pessoas querendo fugir da família, do término de relacionamentos, do trabalho, e até do fato de estarem desempregadas, e outras querem só curtir mesmo, ir em baladas, conhecer os pontos turísticos e postar nas redes sociais.

    Como o Soul falou, vc tem que estar disposto a aproveitar a viagem para aproveitá-la de fato. Ficar com a cabeça cheia de problemas, sem mudar o foco, preocupado, ou no celular o tempo todo (já vi) faz vc perder a viagem.

    Eu quando viajo desligo meu celular e deixo ele no fundo da mala e meto o pé na rua, é libertador.

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    1. É isso, meu amigo Frugal!
      Nada como se sentir liberto, não é mesmo? Nem que seja por algum tempo.
      Um abraço!

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  17. Acompanho seu blog há tempos, mas nunca comentei. Desta vez não pude deixar de falar algo sobre esta postagem.

    Cara, incrível... minha melhor leitura do ano! Apesar de ser fascinado em conhecer outras culturas, geralmente faço isso através dos livros (por exemplo a Coleção Povos e Civilizações da Editora Contexto, não sei se conheces, recomendo BASTANTE!!!!). Não sei porque viajar não me fascina, talvez por achar cansativo os preparativos e fugir muito da rotina.... apesar de que quando viajo sou fascinado em andar a esmo pelas cidades, para conhecer a realidade daquele local.

    Enfim, já que estou escrevendo, parabenizo também pelos magníficos relatos que fez dos países que visitou... esperando ansiosamente por algum livro sobre essas experiências (que não seja só um compilado das postagens, porque já li todas eheheh)

    Abraços, cara!

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  18. Putz Soul!!! muito obrigado pelo texto!! vc abriu meus olhos! que Deus o abençoe.

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  19. Sobre o estar presente, tem um livro chamado "O Poder do Agora". Achei bem interessante.

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