quarta-feira, 27 de abril de 2016

POLITICAMENTE (IN)CORRETO - O ABUSO DE UMA IDEIA

Olá, colegas. Depois de algumas semanas, volto a escrever um texto. Estou bem contente. Renovei o visto chinês por mais um mês e continuo tendo experiências fantásticas nesse imenso país. Estou satisfeito também, pois defini um roteiro. Fico mais uns dois meses e meio entre China e Coréia do Sul e sigo para Mongólia. Depois, e essa foi a grande guinada, vou para os five Stans (apelido carinhoso dado para Kazakhstan, Uzbekistan, Turkmenistan, Tajikistan and Kyrgyzstan). Não vai ser fácil. É um verdadeiro inferno burocrático para conseguir vistos e autorizações (estimo que vou gastar uns U$ 1.400,00 apenas com essa burocracia), mas resolvi encarar o desafio, pois a recompensa de viajar nesses países é enorme, talvez uma das maiores das minhas viagens. Resolvi, pelo menos por enquanto, voltar ao Brasil. Pensava em encerrar a viagem no Irã, mas decidi esticar ainda pelo Arzebaijão, Armênia e Geórgia e terminar na belíssima Turquia. Porém, sempre quis conhecer a Romênia, Bulgária, Ucrânia, Montenegro, Macedônia, Servia, Albânia e da Turquia é um pulo. Vamos ver. 

   Feitas as considerações de ordem pessoal, passemos ao tema do presente artigo.  Há uns anos, fiquei sabendo de uma história sensacional. Um matemático profissional, cansado de ver termos matemáticos mal usados por filósofos de orientação pós-modernista, teve uma ideia genial. Ele resolveu escrever um artigo para uma revista pós-modernista famosa tendo como argumento central o fato de que a matemática estaria sendo influenciada por ideologias, pois mesmo a matemática não seria neutra e imune num mundo governado pela política. Pois bem. O texto foi um sucesso. O pequeno porém é que no texto havia inúmeros erros básicos de conceitos matemáticos. Algumas semanas depois, o autor do artigo escreveu uma carta para revista dizendo que havia erros primários matemáticos e que o texto todo não fazia nenhum sentido. Ele fez isso apenas para demonstrar como um discurso vazio e com inúmeros erros técnicos pode ser feito sobre qualquer coisa. 

  Esse artigo causou tanta balbúrdia na época, que um livro acabou sendo escrito e o título é notável: “Imposturas Intelectuais: O abuso da Ciência pelos filósofos pós-mordernistas".Claramente, a ciência vem sendo abusada por imposturas intelectuais, por pessoas que não compreendem muita coisa sobre ciência e não tem qualquer pejo de a utilizar incorretamente muitas vezes para fins eminentemente demagógicos, políticos ou financeiros.


Um livro sim que ataca o politicamente correto


   No Brasil, claramente uma ideia vem sendo abusada: a ideia do ser politicamente Incorreto. Quantos textos de baixíssima qualidade eu já li, onde no final ou no começo, o autor apenas diz que não está sendo politicamente correto. Ao dizer essa expressão, como num passe de mágica, argumentos ruins, preconceitos e não raramente agressões passam a ser justificados. Uma versão disso, da qual esse blog já teve que conviver algumas vezes, é o famoso “Papo Reto”. Ao se dizer que não se está sendo politicamente correto, os escritos e ditos verbais podem atacar sem pudor o bom senso e conquistas humanas, numa espécie de passaporte de livre trânsito para o preconceito.

  Num dos debates para a nomeação republicana que assisti há uns meses, escutei uma resposta realmente brilhante do político Marco Rubio. É nítido que Trump é um cara despreparado. Ele diz que vai combater a suposta desvalorização artificial da moeda chinesa, quando perguntado como ele faria isso, ele apenas respondeu “Sou empresário de sucesso, eu sei como fazer as coisas”. Quando perguntando como ele iria modificar os tratados internacionais de comércio dos quais os EUA são signatários (alvo de fortes críticas dele), ele respondeu “Eu sou muito bom, eu sei como fazer as coisas, confiem em mim”. Quando perguntado o que ele achava da seguridade social e se a idade mínima para se começar a retirar o benefício deveria mudar, ele respondeu “Eu sei como fazer as coisas”. Realmente, quando confrontado com perguntas técnicas e objetivas, o Trump mostra todo o seu brilhantismo.

   Porém, foi numa discussão com Marco Rubio, ao menos para mim, o ponto alto do debate. Trump com seu jeito fascista disse que os muçulmanos eram um problema, dando a entender que a esmagadora maioria de adeptos de uma religião que se estende da Indonésia até o Norte da África com quase 1.5 bilhão de pessoas seria radical a ponto de cometer atos terroristas. Evidentemente, isso além de falso, é de uma ignorância tremenda. Rubio, então fez um aparte dizendo que esse tipo de pensamento apenas poderia colocar em risco americanos ao redor do mundo, e comentou sobre um casal de americanos missionários que fazia trabalho voluntário em Bangladesh (país eminentemente muçulmano). Ele então ponderou se o mundo muçulmano perceber que o Presidente dos EUA vê a maioria dos adeptos do islamismo como potenciais terroristas, como esse casal poderia estar seguro e contar com a ajuda da população local. A ponderação foi muito boa e corretíssima. Num mundo cada vez mais interconectado, com pessoas indo para vários cantos do mundo, uma retórica agressiva contra mais de um bilhão de seres humanos apenas colocaria dezenas de milhares de americanos em risco.

  Trump, para delírio de muitas pessoas presumo, disse então a frase mágica “Eu não estou preocupado em ser politicamente correto”. A resposta de Rubio, dada de supetão, foi brilhante. “Eu não estou preocupado em ser politicamente correto, estou preocupado apenas em ser correto”. A resposta foi tão boa que Trump riu e se calou. 

  Não, colegas, ser pretensamente  politicamente (in)correto não é uma expressão que transforma argumentos ruins em bons. Preconceitos em ideias brilhantes. Ou agressão em algo respeitável. Argumentos ruins, preconceitos e agressão continuam sendo o que são, e a expressão “não estou sendo politicamente correto” em nada transforma esse fato. Desafiar o que é politicamente correto é algo muito importante para o desenvolvimento de uma sociedade. Foram pessoas que desafiaram o conceito politicamente correto da época de que uma pessoa por causa de sua cor de pele escura poderia ser apenas um objeto de outra pessoa que fizeram o conceito de escravidão ruir na humanidade (apesar de ainda termos milhões de pessoas em condições análogas à escravidão, o que é uma vergonha para todos nós).  Logo, desafiar o politicamente correto é vital para que avancemos enquanto sociedade e humanos. 

  Nesse sentido, a noção de ser politicamente (in)correto vem sendo abusada de forma muito grande por várias pessoas e meios de comunicação. Esse conceito vem sendo abusado apenas para que os piores argumentos, ideias que trabalham muitas vezes o que há de pior no ser humano (como ódio, vingança, preconceitos, etc), sejam espalhadas pela sociedade sobre um manto especial, pois não seriam pretensamente politicamente corretas. Não caia nessa, prezado leitor. O debate deve ser feito com qualquer ideia. Ideias devem e podem ser debatidas. Entretanto, pessoas que defendem o ódio, preconceitos, etc, devem assumir expressamente que assim o estão fazendo, não é necessário colocar um véu sobre os seus argumentos. Como bem dito por Marco Rubio não se preocupe em ser politicamente correto ou incorreto, preocupe-se apenas em ser correto.

Será que conseguirei visitar "The Gates of Hell" no fechadíssimo Turcomenistão? Este país é considerado a Coréia do Norte da Ásia Central, mas talvez a Coréia do Norte é que seja o Turcomenistão da Ásia. Descobri que é possível pegar um visto de trânsito de 3 a 5 dias para ir do Uzbequistão ao Irã. Esse visto é difícil, eles negam sem qualquer justificativa, mas creio ser possível conseguir a permissão para passar pelo país, se a documentação estiver toda correta.


 Um grande abraço a todos!

29 comentários:

  1. O problema do mundo muçulmano é que existe os muçulmanos não-terroristas, mas silenciosos e coniventes (não fazem nada contra o terrorismo) e os muçulmanos não-terroristas que financiam e apoiam politicamente os muçulmanos terroristas. Infelizmente, sim, é correto dizer que o islã é um grande problema atual. Um elefante rosa na sala. Os esquerdistas dos EUA (os liberals) chegam a chamar de "racista" e "islamofóbico" quem fala coisas óbvias como "existe um grande tendência terrorista no islamismo".

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    1. Olá, colega. Vamos por partes.
      Você tem toda razão que o islamismo é a principal fonte de grupos terroristas. Negar isso seria negar o óbvio. Veja, já estive em muitos países muçulmanos e posso dizer que é uma religião mais dura. Fui já olhado com desprezo dentro da Mesquita Nacional em Kuala Lumpur na Malásia há uns 8-9 anos. Com certeza, não é uma forma de ver a vida leve como o budismo, por exemplo.
      Por outro lado, estou numa parte da China com muitos muçulmanos da etnia Hui. Ontem fui na Grande Mesquita e fui sempre bem tratado, inclusive com a minha companheira junto. Pude ver milhares de pessoas orando, algo que eu nunca tinha visto pessoalmente. Assim como fui bem tratado em vários lugares com maioria muçulmana pelo mundo.
      Não concordo com essa afirmação. A maioria das pessoas quer apenas criar os seus filhos e ter uma vida com dignidade. A esmagadora maioria não quer tirar a vida de outras pessoas. Muitas comunidades foram tomadas reféns de grupos extremamente horríveis como ISIS ou BOKO HARAM. Acreditar nessa ideia seria a mesma coisa de dizer que todas as pessoas que vivem em áreas controladas por traficantes fortemente armados são coniventes com o crime organizado;
      Por outro lado, tem algo que concordo plenamente com o Trump. Ele disse no mesmo debate que se fosse presidente iria pressionar a Arábia Saudita a ter um papel mais incisivo no combate ao ISIS. Ora, todos medianamente informados sabem que a Arábia Saudita é um dos grandes financiadores de grupos terroristas por doações via Madrasas. Por que o mundo desenvolvido não pega duro com a Arábia Saudita só pode ser explicado por razões financeiras. Os Árabes possuem trilhões de dólares em ativos ao redor do mundo, principalmente nos EUA. É um regime primitivo, talvez pior do que um regime feudal da europa medieval. Enquanto não se pressionar a Arábia Saudita vai ser muito difícil um combate efetivo ao terrorismo.
      No mais, Trump não concorre para ser deputado federal no Brasil. Ele concorre para ser presidente de um dos principais impérios que esse mundo já viu. Talvez para ser o homem mais poderoso do mundo. Ora, ele precisa saber diferenciar as variadas nuances da problemática em relação ao Islã. Uma retórica belicosa só vai piorar ainda mais as coisas. Não podemos esquecer que o ISIS surgiu por causa da invasão americana no Iraque. 15 ou 16 dos terroristas do 11 de setembro eram Árabes e os EUA invadiram o Iraque? Basearam a guerra numa mentira, cometeram diversos abusos, e agora o mundo ganhou o ISIS de presente. Além do mais, destronaram o Gadaffi e a Líbia, que era se não me engano o país africano com o maior IDH, está mergulhada no completo caos. O ISIS já começou a se infiltrar na Líbia, se ele ficar forte lá, a Europa estará poucos quilômetros e será difícil. Esforço militar apenas não adianta, e se não for feito de forma inteligente pode até aumentar ainda mais o problema.

      Abraço!

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    2. O problema do Islã é que eles não conseguem diferenciar o estado da religião. Enquanto isso não for separado pelos Muçulmanos,eles estarão fadados ao extremismo, pois não haverá liberdade de ideias e tolerância as diferenças de pensamento. Veja, por exemplo, o cristianismo na idade média. Cometeu-se barbáries em nome da religião. Hoje os países ocidentais não possuem nem sombra de extremismo religioso.

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  2. Gostaria de te perguntar o que vc acha desse vídeo do Ben Shapiro?

    https://www.youtube.com/watch?v=QkgRVggM-XE

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    1. Olá, colega. Grato por compartilhar o vídeo.
      -Remeto ao meu comentário acima;
      -Gostaria de saber sobre esse dado da Indonésia. Estive recentemente lá e realmente deixei de ir para um lugar que queria ir chamado Banda Aceh no norte da ilha de Sumatra. Um dos melhores lugares para se mergulhar do mundo, mas infelizmente a Sharia mais estrita estava começando a ser aplicada lá. Pelo que eu li na época, grupos políticos que apoiam a implantação da Sharia na Indonésia chegavam a 10% de apoio popular. Bastante, é verdade, mas muito longe dos 70% apontados no vídeo;
      -Nos outros países, não poderia opinar. Agora, precisaria conhecer os exatos teor das pesquisas citadas por ele, pois ele começa a citar percentuais de pessoas que concordam com crimes de honra (algo que era muito comum no Brasil há décadas) com radicais muçulmanos e isso não faz muito sentido, se estamos falando de radicalismo para ataques suicidas.
      -Veja, eu creio que o islamismo precisa passar por uma grande reforma como o cristianismo passou com as grandes reformas protestantes. Isso vai demorar, se é que vai acontecer, dezenas de anos, talvez centenas, como foi exatamente com o cristianismo. Eu não suporto o jeito que a mulher é tratada em muitos países muçulmano, nem a visão de mundo religiosa sobre muitos aspectos da vida. Porém, o que fazer? Declarar guerra contra toda uma religião?
      -No mais, você realmente acredita se houvesse 800 milhões, repito novamente 800 milhões de muçulmanos radicalizados, nosso mundo não estaria um completo caos? Se poucos indivíduos conseguem realizar atentados terroristas como de Paris, imagina se houvesse centenas de milhões dispostos a fazer isso. Não faz muito sentido em minha opinião.
      Abraço!

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  3. Sem comungar totalmente com o comentário do Anon das 09:42, concordo com sua última frase.

    Gostaria de ler comentários seus, Soul, sobre ela ("existe uma grande tendência...)

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    1. Colega, se interpretarmos terrorismo como o ato de tirar vidas humanas de civis com alguma finalidade política-religiosa, não, eu não acredito que essa frase esteja correta. Há muita obscuridade no Islã atualmente, infelizmente. Quando na idade média o mundo ocidental europeu estava nas trevas, o mundo islâmico estava em seu esplendor. Matemáticos, filósofos, belas cidades por todo o mundo. Nos últimos 400-500 anos, o mundo ocidental saiu do obscurantismo religioso, muito devido pelo Iluminismo e revolução científica. O mundo muçulmano, por seu turno, parece que regrediu.
      Muitos lugares infelizmente a religião é apenas um atraso na vida das pessoas e da sociedade, e muitos lugares onde isso ocorre são islâmicos. Por mim, todos se voltavam para à generosidade, o respeito as diferenças e para a inteligência humana consubstancia na ciência. Porém, isso não ocorre nem em países laicos. Temos que conviver com isso. O que nós precisamos é pressionar países que apoiam grupos terroristas, e a comunidade humana precisa achar um jeito de levar desenvolvimento para áreas miseráveis, essas sim um celeiro potencial para que ideias extremistas se desenvolvam em jovens desiludidos.

      Abraço!

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  4. Soul o assunto central do post é sublime, porém me permita perguntar mais sobre "The gates of hell"... A origem desse buraco foi realmente a construção de mina para extrair gás? Desculpe pegar carona no seu conhecimento, mas nas pesquisas que fiz não achei nenhuma fonte confiável.

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    1. Olá Surfista! Eu não estudei mais a fundo ainda o lugar, pois nem sei se terei autorização de entrar no Turcomenistão. Porém, do pouco que li acho que está realmente a um acidente relacionado a extração de gás.
      Espero que esteja tudo bem contigo e com sua família (conseguiu colocar em prática o seu plano de uma nova forma de se relacionar com alguns familiares?)
      Abraço!

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    2. Também fiquei de cara com esse "troço".
      https://www.youtube.com/watch?v=YICzXLAtQ58

      Impressionante demais. Não tinha a mínima ideia de que isso existia.

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    3. De verdade eu estou meio perdido, com a relação com a minha família, ainda estou tentando achar um meio de promover a mudança sem me afastar deles, mas estou calmo com isso e tenho reservado momentos para refletir sobre o assunto, pesar os prós e os contras.
      Um amigo me indicou um livro, apesar dele ter um viés bem religioso estou gostando da leitura, o livro simula um debate entre Sócrates e os discípulos de Jesus Cristo e estou me interessando bastante pelo postura do Sócrates retratada no livro, você já ouviu falar nesse livro?

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    4. Olá, Surfista. Fico feliz que esteja refletindo. A família é algo muito importante, às vezes pode ser ruim com ela, mas com certeza é muito pior não ter família alguma.

      Não se sabia, mas Sócrates infelizmente não deixou nenhum escrito. Tudo que sabemos sobre ele vem principalmente de Platão que foi seu discípulo. Gosto muito dos diálogos socráticos e maiêutica socrática.
      Não conheço esse livro, mas o cristianismo, pelo pouco que já li algumas reflexões a respeito , guarda algumas semelhanças com o platonismo.

      Grande abraço!

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    5. "Sócrates: Estou tentando, mas não consigo. Não entendo por que o rosto da maioria das pessoas para quem olho é tão triste, se vocês progrediram tanto? Por que todos correm nervosamente apressados como escravos preocupados em desagradar seus senhores?
      Bertha: Não é tão ruim assim, Sócrates.
      Sócrates: Vamos ver. (Ele pára um grupo de vários tipos de pessoas.) Com licença, meus amigos: alguém entre vocês teria uma ou duas horas disponíveis para conversarmos sobre as melhores coisas da vida, como virtude e verdade?
      Transeunte 1: Você deve estar brincando!
      Transeunte 2: Quem é esse excêntrico?
      Transeunte 3: Virtude e verdade! E alguma marca importante?
      Sócrates: Você entende, Bertha? E isso que eu não consigo entender.
      Bertha: Ah, Sócrates, eles só não têm tempo.
      Sócrates: Mas se as máquinas dão comodidade, quem a rouba de vocês?
      Bertha: Ninguém.
      Sócrates: Então a entregam assim, de graça? Isso é ainda mais surpreendente!"

      Soul um pedacinho do livro...

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    6. Olá, Surfista. Gostei do trecho. Há uma citação muito bonita sobre isso, mas não a tenho aqui de cabeça. Porém, deu ideia para escrever um artigo.

      Abraço!

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  5. Bom texto, Soul. Mais curto do que o usual. Você tava sumido.

    Sobre as eleições americanas, pena que o Rubio (ou outros) não serão os escolhidos. Infelizmente, teremos Hillary x Trump. Ainda poderia ser pior: Bernie Sanders x Trump. Esta seria a eleição dos extremos. Em ambos os partidos, há pessoas mais qualificadas para presidência do país mais importante do mundo.

    Abraço!

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    1. Olá, colega. Grato. É verdade, estou tentando escrever textos mais curtos. É bom aprender como escrever de todos os jeitos.
      É verdade, apesar de discordar do Rubio em várias partes do debate, eu gostei dele, se for comparar com o Trump então.
      Pois é, vamos ver o que vai sair dessa eleição.

      Abraço!

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  6. O que importa não eh a maioria pacífica dos muçulmanos e sim a minoria radical que está entre 15 e 25% da população total dos muçulmanos. Vc viu aquele vídeo de um debate onde uma americana fala isso pra unica muçulmana que estava lá? A maioria pacífica dos alemães não conteve o avanço do nazismo. A maioria pacífica dos japoneses não conteve o exército imperial de sair pela Ásia matando 12 milhoes de pessoas com pás e baionetas. A maioria pacífica dos chineses não foi capaz de deter o exército vermelho de Mão e suas 40 milhões de mortes. A maioria pacífica é irrelevante.

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    1. Colega, não acredito nesse percentual colocado por você. Se você quer dizer que a minoria radical pode radicalizar no cometimento de atos de violência, então não acredito mesmo. Se você quer dizer que uma minoria de 15 a 25% apoia conceitos extremamente grotescos como mulheres não poderem estudar, crimes pela honra, etc, então daí você pode ter razão.
      Os alemães foram coniventes com o nazismo. Não se pode retirar a culpa da maioria dos alemães. Tanto que é bem conhecido que quad do os americanos liberaram Dachau obrigaram a população a ir no campo para terem noção do que ela convenientemente resolveu ignorar conscientemente ou não.
      Creio que temos um grande problema. Creio que em certa medida é preciso usar força militar. Entretanto, a solução nunca será apenas militar.
      Abs

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  7. Se por um lado a evocação do politicamente incorreto para defender preconceitos é questionável, não podemos ignorar que o contrário também acontece.
    Inicialmente voltado a combater preconceitos, o discurso pretensamente politicamente correto é muitas vezes um instrumento insidioso para a disseminação de outros preconceitos e silenciar opiniões divergentes.
    Tente falar para uma feminista que em alguns momentos ela não defende a igualdade entre os sexos, mas sim privilégios para seu gênero, ou então dizer para um deficiente que ele pode eventualmente estar abusando de sua condição para obter benefícios a que não faz jus.
    Tendo ou não razão, por mais educado e fundamentado que seja seu discurso, será massacrado pela patrulha do politicamente correto.

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    1. Olá, colega. Concordo com o seu ponto e o acho válido. Tendo em vista que tocar em determinadas questões se tornou um tabu, é verdade que o "politicamente correto" em muitas ocasiões tornou o debate raso ou inexistente em certos aspectos da nossa vida social.
      Porém, muitos textos que pretensamente usam a ideia do politicamente incorreto são apenas instrumentos de propagação de rancor, ódio e preconceitos.
      Abs

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  8. Sair um pouco do politicamente correto muitas vezes é necessário. Se não for assim corremos o risco de entramos em uma ditadura do politicamente correto, onde as pessoas em teoria são livres para poderem manifestar suas opiniões, mas a patrulha do politicamente correto é tão forte e atuante que faz com que quem discorda tenham medo ou vergonha de se expressar.
    Fugindo um pouco do tem aproveito pra te perguntar: Você já passou e vai passar por vários países. Como você se vira com a questão do idioma? Acredito que na maioria desses países o Inglês seja pouco falado.

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    1. Olá, colega. Como colocado no texto, desafiar as opiniões predominantes de um determinado tempo histórico (politicamente correto) é vital para que haja evolução humana. Entretanto, são poucos que realmente desafiam o que é politicamente correto, poucos mesmo. Geralmente, quando se é desafiado, as pessoas logo taxam de "radical".

      Em alguns lugares se fala o Inglês básico, em outros nem isso. Quando isso ocorre, apelamos para a mímica e sempre dá certo. Se perde muito da interação, mas é o preço que se paga para visitar alguns lugares mais remotos.

      Abraço

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  9. Facista é uma palavra que me incomoda bastante. Para a esquerda, todo mundo de direita é facista. Virou moda rotular as pessoas com essa palavra. Dizem que o impeachment é apoiado por facistas, como se 60% da população fosse facista.Obs: Não estou fazendo uma critica ao uso que você fez, mas sim a banalização e deliberação no uso da palavra.

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    1. Olá, colega. Tendo a concordar com a sua opinião. Em relação especificamente ao Trump creio sim que ele tem inúmeros traços fascistas. Como os EUA são uma democracia muito forte, ele, se eleito presidente, não conseguirá quebrar o regime americano. Se fosse num país mais frágil, tenho sérias dúvidas se ele não se transformaria num ditador.
      Abraço

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  10. Texto excelente!

    Frases que ouço muito: "essa época do politicamente correto é um saco, não podemos fazer piada de nada". Quem disse que não pode fazer piada? É claro que pode, basta não ofender os interlocutores. Não sei porque o pessoal acha que falar qualquer coisa está ok. Como você (apud o cara lá) disse, basta ser correto.

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    1. Olá, colega. É inegável que as brincadeiras tradicionais, no Brasil ao menos, mexem com minorais que sofrem todos os tipos de preconceitos no país. Se quiser brincar com a minha careca, com a minha cor da pele, eu não ligo. Entretanto, eu nunca sofri nenhum tipo de problema na minha vida pela minha etnia, cor da pelo ou situação social. Assim, consigo entender pessoas que ficam ofendidas com determinados tipos de brincadeiras.
      Abraço!

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    2. Sim, foi isso que quis dizer. Acho que não fui muito claro rs.

      Esse livro é bom mesmo? Vou colocar na minha fila crescente de livros pra ler :)

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    3. Colega, faz uns bons anos que eu li o livro (e não cheguei a terminá-lo). É um livro interessante, se o tema lhe interessa.
      Porém, se você possui outros livros para ler, não colocaria este como imprescindível.

      Abraço

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  11. Quanto ao Trump e à geopolítica atual: há horas que tenho a sensação de estarmos às vésperas de algo parecido com a idade média, com fragmentação de poderes, ciência em ritmo diminuído e cultura achatada.

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