sexta-feira, 16 de maio de 2014

INVESTIMENTO - "THERE IS NO SUCH THING AS A FREE LUNCH". SERÁ?

"É preciso, pois, de vez em quando, saber perder-se, se quisermos aprender alguma coisa daquilo que nós próprios não somos." (Nietzshe)


Olá, colegas! Hoje vou fazer um artigo mais curto e pretendo abordar as benesses de se investir no Brasil, pois o nosso país não é só decepção não amigos! Muitos investidores amadores, e talvez profissionais, estrangeiros provavelmente invejariam (acaso conhecessem) muitos dos instrumentos e características que o nosso mercado possui.

I – NÃO TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS EM AÇÕES E ALUGUÉIS EM FII

                Essa é uma vantagem formidável do nosso mercado em relação ao mercado americano, por exemplo.  Eu pesquisei rapidamente, e os únicos países que não taxam dividendos (da lista da Wikipédia que vi, mais detalhes em http://en.wikipedia.org/wiki/Dividend_tax ) são: Brasil, Irã e  Hong Kong. Isso mesmo, amigos, para ter a moleza de não ser taxado nos dividendos apenas investindo no Irã dos Aiatolás.  Em países como França, EUA e Austrália (pô justo a terra dos cangurus que eu quero morar uns meses) a taxação de dividendos pode ser de 30%,39% e 45% respectivamente.

                Em relação aos REITs eu não consegui pesquisar como funciona a taxação nos REITs internacionais. Entretanto, desconfio que a taxação seja similar aos dividendos acionários. Portanto, receber dividendos e alugueis de FII sem qualquer espécie de taxação, e no caso brasileiro ainda com yields consideravelmente mais altos do que a média dos REITs americanos (mais detalhes aqui http://pensamentosfinanceiros.blogspot.com.br/2014/04/reits-um-estudo-sobre-suas.html) é uma vantagem competitiva no médio/longo prazo que pode fazer uma diferença monstruosa.

II – A EXISTÊNCIA DE TÍTULOS PÓS-FIXADOS
               
                Poucas pessoas refletem sobre isso, mas a existência de um título pós-fixado é um “almoço grátis” que poucos lugares do mundo fornecem. Soul, por que você pensa que é uma vantagem a existência dessa espécie de títulos? Ora, depois do default, o maior risco no mercado de títulos de dívida é a flutuação da taxa de juros.  Um investidor ao comprar uma LTF, por exemplo, simplesmente elimina esse risco, e o que é melhor, no Brasil ainda se paga 11% por um título sem qualquer tipo de risco e com liquidez no mínimo semanal. Isso não existe em países minimamente consolidados, amigos. Os investidores precisam assumir o risco da flutuação da taxa de juros, bem como do aumento da inflação.

               Atualmente, os títulos de 10 anos americanos estão pagando algo em torno de 2,5% aa, e os títulos de 30 anos apenas 3%aa. Imagina se alguém quer fazer o seu pé-de-meia com esses títulos,  aportando por exemplo 50% do seu patrimônio neles, e os juros em 2018 disparam para 7%, e a inflação aumenta dos atuais 1,5% para uns 4%? Esse investidor simplesmente entrou pelo cano, pois não só o Valor Presente do título irá despencar, assim como o fluxo de pagamento de juros será inferior até mesmo do que a inflação.  Isso aconteceu nos EUA no final da década de 70, quando a inflação disparou e a taxa de juros teve que aumentar sensivelmente para combater a inflação e quem tinha se posicionado em títulos de maturação mais longa na década de 60 ou meados da década de 70 teve perdas expressivas.

                Portanto, ao comprar uma LTF se elimina o risco de flutuação da taxa de juros, e praticamente se elimina o risco da inflação, pois é difícil imaginar a SELIC ficando abaixo da inflação (pode acontecer, mas é improvável).  O “almoço grátis” é tão claro que o governo que ir aos poucos acabando com os títulos pós e só colocar títulos pré a venda para o mercado (eu tinha lido uma notícia alguns meses atrás sobre isso, mas infelizmente não consegui localizá-la para deixar o link).

                Esse é um dos motivos, em minha opinião, de um spread entre uma LTN17 e uma LTF estar encurtando para apenas 1% não fazer muito sentido, quando há uma dúzia de incertezas pairando sobre o país. Eu creio que o spread deveria ser bem maior para compensar o risco.


III – A INEXISTÊNCIA DE TAXAÇÃO SOBRE GANHO DE CAPITAIS NO MERCADO ACIONÁRIO PARA PEQUENAS VENDAS

                Todos, ou pelo menos boa parte dos investidores, está familiarizado com a regra de isenção de imposto de renda sobre operações de venda  mensais de menos de vinte mil reais.  Isto não existe no mercado americano, e duvido que exista em mercados mais consolidados. Ah, Soulsurfer, o limite é tão pequeno? Será mesmo? Vamos supor que você é um investidor que é holderzão, cotação não importa, e o que você quer é acumular cada vez mais e mais ações. Porém, em um determinado momento, você decide que quer viajar, quer montar um negócio para o filho, ou quer ser um bom ser humano e doar para os médicos sem fronteiras (faça isso, e não precisa ser no futuro, pode ser agora mesmo com pequenas quantias), e você decide vender algumas ações. Há a possibilidade de se vender R$ 240,000,00 ao ano  e não pagar nenhum tributo sobre isso. Se este limite for ao menos corrigido pela inflação de tempos em tempos, é inegável que é uma vantagem.

                Evidente que para um patrimônio de 20 milhões de reais em ações, esse limite de isenção começa a ficar irrelevante. Entretanto, é inegável que essa isenção é muito positiva para investidores com patrimônios não tão grandes no mercado acionário (para mim patrimônio grande em ações é a partir de uns R$ 3 Milhões, como faz sentido alocar o dinheiro em diversos ativos, estou falando aqui de patrimônios prestes ou na faixa dos oito dígitos).

IV – A GARANTIA DO FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO

                Eu não fiz um estudo a fundo sobre o mercado de capitais no mundo inteiro, aliás, longe disso. Entretanto, o maior risco no mercado de dívidas é o default. Ora, risco em finanças deve ser recompensado, e o é com juros maiores no caso da renda fixa.

                Entretanto, não seria bom se nós pudéssemos comprar um título de dívida de um emissor mais arriscado, ganhar mais juros por isso, e se alguma coisa der errado, um fundo com risco quase soberano nos resgatar? Pois é isso o que acontece no Brasil com certos instrumentos de dívida. Comprar uma LCI do SOFISA pagando 1,5% a mais de juros do que uma LCI do BB é praticamente a mesma coisa hoje em dia. Antigamente, o FGC era de apenas 20 mil. Depois foi aumentado para 70 mil. Até que por fim recentemente foi aumentado para a razoável quantia de 250 mil. O que é ainda mais impressionante é que esse limite não é por CPF, mas sim por banco em que o investidor aplica.

                Isso é um baita “almoço grátis” que o nosso mercado de renda fixa oferece. Ah, Soulsurfer, e se o FGC não tiver dinheiro para honrar. Se isso ocorrer, é porque algo muito grave está acontecendo com o país, pode ter certeza, e talvez até a LCI do nosso querido BB esteja passando por apuros. Ah, mas se o banco quebrar e todo o problema de receber o dinheiro, e os meses com o dinheiro lá parado. Bom, esse é um pequeno  incômodo que o investidor por ventura pode passar, mas ele não invalida  a tese que o risco está sendo remunerado, sem haver qualquer risco de default.

                Portanto, amigos, nosso país possui diversas mazelas, inclusive na área econômica. Entretanto, a máxima do Sr. Milton Friedman de que “There is no such thing as a free lunch” (o que é uma grande bobagem se for levada ao pé da letra para todas as situações de relacionamento humano) parece não se aplicar aqui em terras Tupiniquins em sua plenitude. Há sim, e é espalhado pelos mercados de Renda Fixa, acionário e de Fundos de Investimento Imobiliário diversos "almoços grátis".

                É isso aí, grande abraço!


 Colegas, antes de irem para uma próxima pagina, assistam a este vídeo. É fenomenal. "The story of stuff" - A história das coisas. Esse é o primeiro vídeo, há muitos outros. O livro também é fenomenal, e recomendo a leitura. O vídeo trata simplesmente da insustentabilidade do nosso sistema atual de consumo, vida e economia. Sempre que posso eu o vejo novamente.



       É isso aí, grande abraço!






39 comentários:

  1. Aqui no Brasil, tipo assim, tá ruim mas tá bom, rs

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    1. Mais ou menos por aí meu ilustre amigo! hehe

      Abraço!

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    2. Olha o Soul aí dando uma voltinha...
      http://www.videosvirais.com.br/ele-demorou-3-anos-para-tirar-essa-selfie-mas-o-resultado-e-absolutamente-epico

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    3. Irado, UB! Valeu por mostrar esse vídeo.
      Estive em quase todos os lugares do vídeo. Alguns muito legais e pouco conhecidos como a trilha Angels Landing (no Zion National Park em Utah), as cavernas de Elora na Índia, o Salar de Uyuni na Bolívia.

      Legal mesmo!

      Abraço!

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  2. Soul, excelente post.

    No caso da ausência de tributação nos dividendos eu não vejo como uma grande vantagem, porque o imposto de renda que as empresas pagam no Brasil é muito grande e já desconta os dividendos.

    Outro ponto importante é que na maioria dos países só são taxados os dividendos recebidos por PF para evitar a bitributação. Por exemplo: A CPFL Renováveis paga dividendo para a CPFL, que paga para a Bradespar, que paga para mim. Se todas as transferências fossem taxadas só chegaria um trocado até mim.

    Uma forma de evitar a tributação dos dividendos seria, nesse caso, constituir um fundo ou Holding Patrimonial, pois o imposto só seria cobrado no resgate.

    A isenção dos rendimentos de FII é o autêntico Lunch Free, pois se eu comprasse o mesmo imóvel de um fundo e o alugasse pagaria imposto enquanto o FII é isento.

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    1. Olá Land!
      Grato pela contribuição. Pois é, mas daqui a pouco algum "iluminado" resolve tributar os dividendos (e olha que eu já olhei vários estudos nesse sentido, a tributação dos dividendos é meio que uma questão de honra para muitos órgãos de classe - li um artigo hoje sobre isso de um sujeito bem respeitado na minha carreira - que considera o absurdo dos absurdos os capitalistas não serem taxados nos seus rendimentos).
      Você sabe se as alíquotas de IR são muito altas no Brasil em comparação com outros países, Land? Você falou, e eu não tenho certeza, mas eu acho que lá a paulada de IR em empresas gigantes é muito maior do que no Brasil.

      Sim, eu estava lendo sobre a tributação na Alemanha e vi que os dividendos eram taxados na PF apenas, mas tinha outro artigo dizendo que em 2013 eles iriam começar a taxar os dividendos recebidos por PJ também, mas aí achei específico demais e não continuei lendo.

      É o que eu acho, e um dos motivos de manter na estratégia de gerar com 25/30% do patrimônio um bom fluxo de caixa com os FII.

      Abraço!

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    2. Sim, as alíquotas são mais altas tanto no IR como nos outros impostos que as empresas pagam. Sobre esse seu amigo esquerdista, explica para ele que os impostos no Brasil já são os maiores do mundo e não há necessidade de inventar outros tributos.

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    3. É aqui as empresas pagam uma caminhão de impostos, as alíquotas de IR nem são tão grandes (dei uma olhada aqui no google) como os EUA (alíquota pode chegar a 35%), mas as empresas aqui pagam um monte de outros impostos.

      É um figurão de Brasília, e adianta falar alguma coisa? O pessoal bota na cabeça que a culpa das mazelas do Brasil é do capital internacional, das elites, e alguém consegue provar o contrário? É difícil.

      Abraço!

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  3. Belo texto, Soul. Demonstrou, mais uma vez, por que conhecimento vale mais do que dinheiro.

    Abraço!

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    1. Olá!
      É bom ter dinheiro, mas realmente não precisamos de muito dele.
      Dinheiro vem um governo te toma, uma empresa fale, e um imóvel se deprecia. Entretanto, conhecimento ninguém te toma.
      Infelizmente, o Alzhemeir pode tomar o seu conhecimento, por isso que acho uma doença tão triste, mas a isso todo o ser humano está sujeito.
      Obrigado pela visita.

      Abraço!

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  4. Quantos e quais países já visitou? Em que é formado? Qual sua faixa etária?

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    1. Olá colega,
      Olha, já visitei muitos. Antes eu dava muita importância a quantos eu tinha visitado, hoje não é algo tão importante, às vezes é melhor fazer uma viagem que te deixe lembranças e grandes memórias para um único lugar, do que ter fotos de dezenas de lugares.
      Estou na faixa dos trinta e pouco, e minha formação é jurídica.

      Abraço!

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  5. Interrogatório é? rsrsrs

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    1. hehehe, pois é!
      Ainda bem que não perguntou o meu CPF ehhe
      Brincadeira.

      Abraço!

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  6. Excelente texto -soulsurfer !!! Concordo com você - no Brasil existem muitas vantagens para o investidor. Entretanto, essas vantagens só existem para poder "compensar" as desvantagens existentes: alta taxa de juros cobrados da pessoa fisica, burocracia para abrir um negocio, alta carga de impostos em geral ... Se você não criar certas facilidades, ninguém investiria no Brasil.

    O lado positivo é que com um pouco de educação e conhecimento você consegue sair do lado que sofre com as mazelas brasileiras e passar para o lado que usufrui dos benefícios ... Exemplo Simples: se você se endivida e precisa pegar um financiamento imobiliário com prazo longo (35 anos), você vai pagar aproximadamente 4x o valor do capital inicial devido aos altos juros; mas se você não tem dividas e consegue aplicar um pouco dos seus rendimentos todo mês, você pode aplicar em FII e ter um "aluguel" mensal com isenção de imposto de renda.

    Mas você só consegue essa movimentação com um pouco de estudo e força de vontade.

    Um grande abraço e parabéns pela sua excelente postagem.

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    1. Olá EP!
      Antes de mais nada, parabéns pelo belo comentário no blog do Corey.
      Sim, eu concordo. Entretanto, se a sua situação é ruim aqui, tem países em situação muito pior. O Brasil em índices de competitividade, liberdade econômica, fica numa posição muito ruim, mas é longe de ser o pior. Se considerarmos 190 países, o Brasil fica no meio.
      Entretanto, concordo contigo. Aqui não é um bom lugar para se endividar e consumir além das necessidades ou das posses. Porém, como você bem falou, podemos sair dessa ponta e aproveitar as vantagens que existe em investir por aqui.

      Abraço e obrigado pelas palavras!

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  7. O story of stuff é muito bom soulsurfer, ansioso para ver vc comentando o zeitegest
    abraços

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    1. É muito bom mesmo, a autora é demais.
      Eram assuntos que eu já pensava, mas ela conseguiu ligar tudo com perfeição.

      Olha, eu comentei um pouco num artigo meu sobre documentários. Dá uma olhadinha lá.

      Abraço!

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  8. O Brasil tem algumas vantagens interessantes para os investidores e que você abordou muito bem, tem boas empresas com grandes vantagens competitivas, boas marcas que já fazem sucesso em escala global, boas margens. Acredito que um dos maiores problemas no Brasil é cultural, nossa sociedade não é voltada para o investimento e também não é estimulada e isso faz com que nossa Bolsa seja fraca, a intervenção governamental e a politização de nossas instituições também desfavorece o desenvolvimento de nosso mercado e ao meu ver a segurança jurídica é um dos maiores diferencias em mercado desenvolvidos mas em contrapartida as margens são mais fracas para o retorno do capital.

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    1. É verdade, Fábio.
      Enquanto aqui um pouco mais de 0,3% da população investe na bolsa, nos EUA e países desenvolvidos são mais de 50%.
      Entretanto, o Brasil e seus veículos de investimento podem vir a se consolidar muito mais daqui uns 30 anos (o que deveria ser o horizonte de investimento de pessoas de nossa idade). Logo, talvez podemos estar aproveitando esse período de transição, onde essas "vantagens" com certeza não existiriam se o mercado fosse maior e mais consolidado.

      Abraço!

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  9. Fala Soul.

    Fico impressionado como você já foi pra todo lugar do mundo, é bem legal. Isto depois que vi seu comentário da India lá no FI.

    Tenho uma dúvida, sempre que comento de mochilões, o pessoal diz pra mim que meio que o meu tempo de fazer isto já passou, afinal, agora já era não sou mais um garoto e tenho que pensar em coisas mais importantes como carreira e etc.

    Ja ouvi este conselho de mais de uma pessoa, quando eu digo que tenho vontade de viajar assim em mochilão, me dizem que isto é para jovens e que não tenho idade para isto.

    Penso sobre este conselho do pessoal e realmente faz muito sentido. Hoje tenho um ótimo emprego que me paga algo em torno de 7 a 8 K mensais com ótima qualidade de vida.

    Abandonar um emprego destes o qual estou muito satisfeito para viajar realmente não me parece algo maduro, e se encaixa nos conselhos que me dão.

    Ao mesmo tempo tenho vontade de viajar, bem como você fez, meio sem destino, conhecer pessoas e culturas, sei lá.

    Gostaria de saber com quantos anos você fez seus mochilões e se você acha que realmente tem esse lance de idade de objetivos na vida.

    Eu tenho entre 25 e 30 anos e não fiz muita coisa na vida (em relação a viagens) pois eu realmente acabei me ocupando muito estudando demais para conseguir o salário que comentei, que eu julgo ser o de uma pessoa de sucesso.

    Bom é isto, só queria uma opinião ae e trocar uam idéia.

    Valeu, Abraço!

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    1. Vc ainda não viveu. Ainda há tempo. Conhecer diferentes culturas é viver várias vidas.

      O fato é que o descontentamento não possui limites. Sempre ansiaremos por mais até não ter mais nada, muito menos tempo, nosso bem mais precioso.

      666

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    2. Fala amigo, sou o anonimo de cima, o original...

      Concordo, que se eu for ficar esperando o momento certo, sei lá, estabilidade ou alguma coisa não farei nada nunca.

      A propria independencia financeira é um sonho que nem creio ser possivel. Eu acredito sim ser possivel DIMINUIR o ritmo do trabalho, mas viver 100% de proventos e dividendos não é uma realidade para as pessoas comuns no Brasil, entretanto, também não posso jogar tudo para o alto que levei anos de estudo e dedicação e acumulação de patrimonio atrás apenas de experiência.

      Eu realmente não tenho uma opinião sobre este assunto.

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    3. Anônimo da pergunta (assina aí um codinome sem se identificar, aí fica mais fácil lembrar em outras postagens),
      Vou responder em tópicos:

      a) Primeiramente, não acho que o valor do salário seja o parâmetro que vamos ver quem obteve ou não sucesso na vida. Acho que isso é uma ótica distorcida, e o vídeo que eu coloquei acima toca um pouco superficialmente nesse assunto. Agora, estar satisfeito com o trabalho, como você colocou acima, é sim um sinal de sucesso. Assim, colocando o meu exemplo, eu seria uma pessoa de mais "sucesso" se fosse olhar apenas o quanto ganho mensalmente pela minha atividade, mas eu creio que você é a pessoa de mais "sucesso", pois está satisfeito com o que faz, provavelmente porque é algo que traz alguma espécie de sentido e significação;

      b) Isso não tem idade, não. Pelo contrário. O que eu vejo de "mochileiro" com mais idade. Veja, mochilar para mim é uma atitude, não a forma de que se faz (não precisa nem mesmo ter uma mochila). É a vontade de conhecer coisas novas, não ter medo de encarar alguns desafios, e ter uma mente aberta para os imprevistos. Isso você pode fazer a qualquer idade na sua vida. Aliás, creio que é uma boa forma de encarar a vida.

      c) Colega, "abandonar o emprego"? Não, ainda mais você que é satisfeito com o que faz, e possui objetivos muito nobres e importantes como fazer uma carreira, possuir família (você não o disse expressamente, mas assumo que seja um objetivo), etc. Ainda bem que os trabalhadores no Brasil possuem 30 dias de férias pelo menos, se realmente quer viajar um pouco, utilize esses dias. O bom de fazer viagens também é que se sai um pouco da rotina (aliás bastante), e talvez isso seja importante para você voltar ao trabalho ainda mais motivado e produtivo;

      d) Eu viajei muito na adolescência, pois eu jogava xadrez semi-profissionalmente, e ia jogar mundiais na Europa e torneios em vários lugares. Isso me deu um pequeno vislumbre do que era viajar. Depois disso, após um amigo contar a experiência dele, eu comecei a viajar lá pelos 26 anos com os períodos de férias que eu tinha.

      É isso colega.

      Abraço!

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    4. Fala Soul. Sou o Anonimo Original (Este é meu codinome agora, kk)

      É que não tenho muita noção deste lance de viagens e 30 dias sempre me pareceram pouco para alguém que entra nessa de conhecer e andar por aí.

      Outra coisa que me faz não ter muita noção é que nunca tirei férias, na verdade esta ano foi a primeira.

      Eu sempre pulei de emprego em emprego então nunca consegui ficar 2 anos para pegar as férias, só nesse ultimo emprego que eu me acomodei mesmo por estar satisfeito.

      Não vivi nada mesmo kkk.

      Mas, agora matando curiosidades, como é a metodologia, tipo você faz tudo de forma convencional com agentes de viagem ou simplesmente compra uma passagem de avião, chegando lá procura um hotel e vai andando e procurando?

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    5. Beleza, Anonimo Original:)
      É 30 dias não é muito, mas também não é pouco. Se é isso que se tem, é com isso que tem se satisfazer.
      Garanto que você irá ter ótimas experiências com 30 dias ou menos.

      Não, primeiro porque se eu falar que eu quero ir para Filipinas, um agente de viagens não vai ter a mínima ideia do que te oferecer. Além do mais, pacotes de viagem são bem mais caros, e fazem nos perder o elemento da surpresa.
      É mais ou menos como eu faço. A primeira cidade, que geralmente costuma ser uma cidade grande, é bom ter alguma coisa reservado.Depois vou reservando um dia antes, isso permite que se tenha boa flexibilidade no que quer fazer, e possa mudar de planos.
      Hoje com internet é tão fácil fazer as coisas, que não precisa ter receio, é só comprar a passagem e ir.

      Abraço!

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    6. Legal cara, vou pesquisar durante este ano inteiro, acabei de voltar de férias, então tenho o ano inteiro mesmo.

      Vou ver como as pessoas fazem e até tentar trocar idéia.

      Eu acho que com agente de viagens não tem jeito mesmo, eu tenho muita, mas muita vontade mesmo de ir pra Kiev e conseguir dar uma passada em Chernobyl. É meio maluco né? Mas tenho a maior vontade de fazer este turismo.

      Não se encontra nos vidros de uma agencia de viagem no shopping.

      Outra coisa, quando chega lá você faz as coisas de bonde mesmo? A pé?, Aluga carro como é?

      É que sou meio burrão e bicho do mato, então minha unica referencia é o Brasil e a de um gringo no Brasil, e ele se ferraria muito com segurança, assalto se ele fosse fazer isso.

      Você aluga carro e taxi?

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    7. Olha, vai depender para onde você vai.
      Eu não recomendaria alugar um carro na Índia, por exemplo. Geralmente é transporte público mesmo.
      Eu entendo. O Brasil atualmente é bem violento. Em diversos países muito mais pobres do que o Brasil você se sente muito mais seguro.

      Não creio que seja um bom momento para se ir a Ucrânia:) Mas, a empresas que fazem passeios em Chernobyl. Entretanto, a permanência é breve e restrita a algumas áreas devido à radiação que ainda é forte.

      Abraço!

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  10. Soul,

    Por acaso você sabe como funciona a tributação para investidores que moram fora do Brasil ?
    Por exemplo, moro no Canadá e invisto aqui no Brasil. Como funciona as taxas e tributações ?

    Uta!

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    1. Olá Estagiário!
      A primeira coisa a saber numa situação dessas é saber se os países possuem acordo para prevenir a bi-tributação.
      No caso do Brasil, por exemplo, o país tributa de forma diferenciada os investidores estrangeiros, desde que o país de domicílio cumpra algumas exigências, uma delas é tributar a renda em mais de 20%.
      No seu caso, você seria tributado aqui no Brasil com as alíquotas diferenciadas, caso o Canadá preencha as exigências mínimas, e pagará eventual diferença a maior no Canadá se aqui a sua aplicação foi isenta ou paga com tributação a menor.

      Entretanto, estude mais a fundo, pois eu realmente não domino a matéria não, e posso estar falando bobagem.

      Abraço!

      obs: http://www.fiscosoft.com.br/a/39zp/a-tributacao-dos-investidores-estrangeiros-no-brasil-walter-douglas-stuber

      aqui diz alguma coisa a respeito

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  11. soulsurfer,

    Vendo este post eu me convenço que não existe almoço grátis mesmo, pois todas estas "vantagens" que temos no Brasil servem apenas para compensar a terrível situação que vivemos no país.

    Além dos problemas de educação, transporte, saúde, segurança (violência), burocrácia, etc, ainda temos uma carga tributária que estupra nossos trabalhadores, consumidores e empresas.

    Seria muito melhor viver na Suécia ou, pra citar um que você falou, na Austrália, que não tem estas "vantagens" nos investimentos mas por outro lado ter muitas outras a favor.

    Abraços,

    ecoinc

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  12. EI,
    Claro, eu compreendo. Entretanto, nós olhamos apenas a "parte de cima" do mundo, e não "a parte de baixo" que em números é muito, mais muito mais numerosa do que a primeira.
    Concordo plenamente, aliás os países nórdicos e Australia/Nova Zelândia são os países onde eu olho, quando quero falar de padrão de vida desejável (incluiria, depois de conhecer, talvez o Japão).

    Concordo também que nossa carga tributária é alta. Entretanto, o fato da carga tributária ser alta, apenas reforça o quão inusual é ter essas "vantagens" aqui no Brasil, pois se a carga tributária não está vindo da renda e patrimônio ( e no Brasil, ao contrário dos países ricos, o grosso da tributação está no consumo), ela está vindo de outro lugar, e sim está vindo dos trabalhadores e consumidores.

    Por fim, falamos do nosso país, mas estamos longe de passar por uma guerra civil como Síria, Ucrânia, ou ter um país extremamente miserável como Índia ou Nigéria. Todos os países citados (a Índia é um colosso) são países importantes para as suas regiões.

    Entretanto, como você, eu trocaria todas essas "vantagens" por um país mais equilibrado socialmente, com certeza.

    Abraço!

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  13. Soul, pelo visto tu anda bem otimista, olhando as coisas pelo lado bom! hehehe
    Que bom :)

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    1. Dae Gaucho!
      Olha, creio que devemos tentar sempre olhar os diversos aspectos de uma determinada situação.
      Pessimismo e otimismo exagerados costumam ser equivocados. Entretanto, é bom viver sendo um pouco mais otimista do que pessimista, não concorda?

      Abraço!

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  14. Fala Surfista, tudo bem?

    Estou lendo o livro Investidor Inteligente, e acabei de ler uma passagem que se aplica muito bem ao assunto desse seu post, que inclusive eu já fiz uso, mas nunca tinha visto como vantagem....

    Todos aqui sabem do IR sobre venda de ações quando ultrapasado 20k de venda no mês (ou qq daytrade).... e também sabem que todo prejuizo pode ser carregado mês a mês e abatido do seu saldo a pagar....

    Então o camarada sabendo dessa regra, pode considerar a venda no prejuizo em determinado mês simplesmente para reduzir a sua aliquota e reduzindo o IR, recomprando possivelmente até melhor no mês seguinte.....

    Não seria isso um belo de um free lunch?

    Abraço
    Marley

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    1. Olá, Marley!
      Pelo que entendi você tem um ativo comprado (vou colocar números para ficar mais fácil), você comprou um ativo com PM de R$ 100,00, vendeu por R$90,00 (fica prejuízo de 10,00) e pode abater. Você diz daí que ele pode recomprar "possivelmente até melhor no mês seguinte" (não vou me ater essa informação que é bem perigosa), não entendi bem aqui.

      Se você comprar o ativo no próximo mês por R$100,00, sua situação é a mesma com um prejuízo de R$10,00.
      Se você recomprar por R$90,00, e vender por R$100,00, a sua situação será a mesma, só que terá pago mais comissões (e todo o risco de ficar girando patrimônio).
      Se comprar por R$80,00, o seu PM cai, e você potencialmente tem que pagar mais IR se voltar a R$100,00.

      Portanto, não entendi muito bem a sua colocação, Marley.

      Abraço!

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    2. Olá Soul,

      Acho que essa regra é usada a favor se a pessoa já ultrapassou o limite dos 20k e no ultimo dia do mês ele quer reduzir a base de calculo do IR. Desta forma ele realiza prejuizo de um ativo na proporção que zera o lucro. Virou o mês ele recompra. Pode acontecer de subir muito, mas claro que o cara não fará isso com papéis muito voláteis. Não vamos usar PM porque a legislação usa valores absolutos.

      Exemplo: Vendeu 21k com lucro de 1k. Escolhe um ativo onde o prejuizo total seja 1K e vende. Desta forma ele não paga o IR agora.

      Recomprando o mesmo papel no dia seguinte, ele está comprando mais barato que na primeira compra, o que incorrerá em mais IR, então você está certo ao dizer que após a recompra, quando ele se desfazer do papel definitivamente, possivelmente ele terá que pagar o IR. Portanto, ele estará, no minimo, adiando o pagamento do IR.

      Mas veja, se ele usar isso de forma sistemática, respeitando os limites de 20k, ele ainda tem a possibilidade de fazer a segunda venda no lucro sem recolher IR, aplicando a mesma estratégia com outro papel vendido no prejuizo.

      Ainda há situações que tornam isso impraticavel, como por exemplo, numa venda de 21k, o lucro é de 15k..... pra zerar o IR, ele precisa ter em carteira papeis dando prejuizo de 15k no total.

      De fato existente os custos, mas ainda são menores que o IR. E melhor se aplica ao perfil de investidor mais ativo em bolsa.

      Abraço!


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    3. Compreendi. Obrigado, colega!
      Entretanto, tem que ser papeis com pouco lucro de IR e ele tem que desfazer posições que temporariamente podem estar no prejuízo, mas que podem ter boas perspectivas de retorno. Não sei, achei muito gira-gira de patrimônio para vantagens que podem ser pequenas e custos que podem ser altos.

      Abraço!

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  15. Olá, Marley!
    Pelo que entendi você tem um ativo comprado (vou colocar números para ficar mais fácil), você comprou um ativo com PM de R$ 100,00, vendeu por R$90,00 (fica prejuízo de 10,00) e pode abater. Você diz daí que ele pode recomprar "possivelmente até melhor no mês seguinte" (não vou me ater essa informação que é bem perigosa), não entendi bem aqui.

    Se você comprar o ativo no próximo mês por R$100,00, sua situação é a mesma com um prejuízo de R$10,00.
    Se você recomprar por R$90,00, e vender por R$100,00, a sua situação será a mesma, só que terá pago mais comissões (e todo o risco de ficar girando patrimônio).
    Se comprar por R$80,00, o seu PM cai, e você potencialmente tem que pagar mais IR se voltar a R$100,00.

    Portanto, não entendi muito bem a sua colocação, Marley.

    Abraço!

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