domingo, 5 de fevereiro de 2017

VOCÊ RACIOCINIA DE FORMA INCORRETA. PONTO. SOBRE PERUS, CISNES NEGROS E O VIÉS DE CONFIRMAÇÃO


 Olá, colegas. O tema não é novo, nem mesmo aqui neste blog, vide o artigo Viés de Confirmação : Nossa Preguiça Intelectual. Porém, é impressionante como está em todo o lugar. Está em mim mesmo, porém eu tento ao menos combater essa tendência natural humana. O impressionante é como redes sociais aprofundaram o problema, e estão fazendo que uma parcela significativa das pessoas simplesmente raciocine cada vez da pior maneira possível. Sim, o viés de confirmação, o nosso grande adversário mental em nossa vida.

 Comecemos pela frase: “Todos os Cisnes são Brancos”. É como o Nicholas Taleb inicia o seu famoso livro “A Lógica do Cisne Negro”. O que ocorre com a afirmação “Todos os Cisnes são Brancos”? Aqui, acontece algo muito interessante sobre o que entendemos como verdade. Eu não posso afirmar com certeza absoluta que a afirmação "Todos os Cisnes são Brancos" é verdadeira. Eu posso ter observado 10 mil cisnes brancos, 100 mil cisnes brancos, 1 milhão de cisnes brancos, e mesmo assim não posso dizer que a afirmação é necessariamente verdadeira.

 E por que não? Pois basta a observância de um único cisne negro para que a minha teoria com centenas de milhares de observações seja falsa. Este é um dos maiores insights que você pode ter em relação a forma de raciocinar, então prezado leitor preste atenção, pois irei repetir: UMA ÚNICA OBSERVAÇÃO PODE PROVAR QUE UMA TEORIA OU HIPÓTESE É FALSA, MILHARES DE OBSERVAÇÕES NÃO PODEM AFIRMAR QUE ELA É VERDADEIRA.

  E por que isso é importante? É importante, pois é assim que o ser humano faz ciência. Há até mesmo um grande filósofo chamado Karl Popper que elaborou os termos de uma “filosofia da ciência”, assentando o que pode ser considerado Ciência ou Não. Basicamente, para ele, uma proposição só pode ser considerada científica se ela pode ser “falseável”, ou seja demonstrada falsa.

  Como não podemos afirmar que alguma coisa é verdadeira mesmo com muitas observações, mas podemos dizer que algo é falso com uma única observação, fica evidente que a maneira mais inteligente de encarar a vida é buscar por informações que de alguma maneira mostrem que nossas convicções ou ideias são falsas.

 "Quer dizer que nunca teremos a Verdade, Soul?” Não, e essa é a diferença entre a Matemática e tudo o mais. A Matemática é o único campo do conhecimento que podemos falar sobre Verdades com V maiúsculo, e geralmente elas são chamadas de Teoremas.  Quando li um artigo do Mises Brasil onde eles chamavam uma Teoria Econômica de um Teorema, eu só pude controlar o meu riso anterior. Agora uma ramo que nem científico é como a Economia está produzindo Teoremas? Está certo então.

  Quanto mais uma teoria é colocada a prova, seja por observações seja por tentativas de “falsificá-la”, isso quer dizer que a Teoria se sustenta com mais força e pode ser uma descrição correta da realidade. Porém, nunca poder-se-á dizer com certeza que essa Teoria é verdadeira com 100% de certeza.

 Se nós pararmos para refletir um pouco sobre os parágrafos anteriores, já podemos perceber o quão sem sentido é a busca frenética das pessoas por lerem ou ouvirem algo que simplesmente reforça suas ideias prévias. É o equivalente de procurar mais cisnes brancos para provar que a afirmação “Todos os Cisnes Brancos” é verdadeira. 

 O Viés de Confirmação é a nossa tendência de procurar por “fatos”, informações, perspectivas que corroborem a nossa forma de apreender a vida e a realidade. Esse é o principal erro de julgamento, é o seu principal inimigo para tomar boas decisões na vida e para entender a realidade com mais profundidade.

  Todos nós somos afetados por esta forma de ver o mundo. A grande diferença é se nós estamos conscientes disso, e se nos esforçamos para evitar que sejamos influenciados em demasia principalmente nas grandes decisões em nossa vida.

 Está tudo muito teórico e abstrato? Bom, para mim a capacidade pensamento abstrato é A capacidade para se entender o mundo. E num mundo cada vez mais complexo, ela será A capacidade que distinguirá países que irão prosperar ou não.

  Porém, vou colocar um exemplo concreto meu envolvendo investimentos. Há dois anos, inclusive escrevi sobre isso neste espaço, eu conjecturei que a crise econômica iria fazer com que houvesse muitos bens indo a Leilão. Como não poderia ter certeza, mas eu imaginava que poderia estar, resolvi me manter líquido e não carregar posições onde eu não pudesse ter acesso ao meu dinheiro. Além do mais, como fiquei quase dois anos viajando, eu não queria me importar com análise mais sofisticados de instrumentos financeiros. 

 No final da viagem, eu comecei a me questionar se tinha sido uma decisão sábia. Poderia ter escolhido instrumentos mais ilíquidos, além do mais que nos dois anos de viagem comprei apenas um imóvel. Refleti que isso tinha me custado tranquilamente seis dígitos de custo de oportunidade, se eu considerar a diferença entre o 93% líquido de CDI que ganhei aplicando no BB e eventuais outras aplicações de características semelhantes.

 Acontece, que eu estava certo. Estão acontecendo leilões numa frequência absolutamente sem precedentes, ao menos para mim. Leilões bons que ocorriam, quando ocorriam, uma vez por ano, estão ocorrendo todos os meses. Resultado, já iniciei cinco novas compras apenas nesse período de menos de dois meses que voltei. E daqui duas semanas tem outro leilão grande. Minha rotina tem sido me exercitar, pensar na vida, e acertar juridicamente estas cinco operações. Já tive sucesso em quatro, sendo que já estão inclusive a venda ou em processo de colocar, o que foi um record para mim. Comprar, formalizar acordo, e já estar chegando na última etapa que é colocar a venda em tão pouco tempo.

 Quando estava pesquisando um imóvel potencial, eu já estava praticamente certo que valeria a tentativa até um determinado preço. Foi quando, ao pesquisar pela internet, vi um imóvel com características que poderiam ser semelhantes por um preço muito menor do que eu achava que poderia valer o imóvel objeto de pesquisas. Eu já tinha visto alguns imóveis semelhantes que estavam corroborando a minha ideia de preço, e quando vi este inferior, eu de maneira consciente-inconsciente resolvi ignorar esta informação. Sim, pura e simplesmente ignorar a informação dissonante.

 Alguns minutos depois, alguma coisa aconteceu, e eu apenas refleti comigo mesmo “Viés de Confirmação mesmo? É isso que você chama de uma boa análise?”. Eu estava procurando por cisnes brancos, quando na verdade deveria estar olhando por cisnes negros, por informações que desafiassem a minha ideia já quase que solidificada de que poderia ser um bom negócio.

 Eu, sinceramente, não lembro se a informação desse imóvel foi relevante ou não, pois nos últimos 50 dias já devo ter analisado dezenas e dezenas de imóveis, mas posso tranquilamente dizer que ligou o sinal amarelo de como nós podemos ser traídos muito facilmente, e como o Viés de Confirmação é algo que pode se apossar da gente com uma facilidade tremenda.

 Sendo assim, meus prezados leitores e amigos, você possui um adversário em sua mente para a sua própria evolução. Este opositor parece ser uma força amiga, mas não é, ela é uma das formas mais deletérias que você terá que se esforçar para superar em certa medida.

  O Viés de Confirmação vai fazer você andar com pessoas que parecem com você, ler textos de pessoas que pensam como você, e perceber o mundo da forma que você já percebe o mundo. Você vai se sentir bem, se sentir tranquilo e sua vida será mais fácil. Um mundo de certezas e pouca dúvida o aguarda.

  Para mim essa é uma vida pobre, seja do ponto de vista humano, seja do ponto de vista intelectual. Em minha opinião, isso é transformar a sua vida numa Coréia do Norte auto-imposta. Já pensou nisso? O que não é um regime totalitário senão a apresentação da realidade com apenas uma forma possível, proibindo outras formas concorrentes de explicação do mundo. 

 Compare isso com pessoas lendo apenas textos ou ouvindo pessoas que dizem exatamente o que elas já pensam como ser o correto, simplesmente ignorando outras formas de ver o mundo. É um regime de auto-censura, é a criação da sua própria Coreia do Norte intelectual. É isto que você quer para a sua vida, leitor? Eu creio que não.

 Uma vez vi num blog um comentário de um leitor dizendo assim: “O texto é brilhante, meus parabéns. Você pensa exatamente como eu penso”. (…). (…). Preciso comentar alguma coisa? A pessoa não está elogiando o autor do texto, mas a si própria. No fundo, o viés de afirmação em alguns temas nada mais é do que isso, uma forma de simplesmente ver qualidades em nós mesmos, mesmo que elas não sejam reais ou tão fortes.

  Por fim, termino este artigo com o famoso  problema da indução, ou carinhosamente chamado Turkey’s Problem pelo Taleb. Não é o Viés de Confirmação, mas de alguma maneira está conectado com ele. 

 É a História de um Peru de Thanksgiving (o feriado americano). Ele é um Peru e todo o dia é alimentado por um homem. Nos primeiros 50 dias, ele desconfia. Porém, depois de 200 dias sendo alimentado pelo Homem, ele simplesmente aceita o fato de que a vida é assim mesmo “Perus são alimentados pelos homens”. Passam 800 dias, e o Peru não poderia estar mais certo de que a vida é boa, todas as evidências apontam para isso, "vejam há 800 dias eu sou alimentado, eu tenho 800 peças de evidência que o Homem que me alimenta gosta bastante de mim e a vida é boa" pensava o Peru. A cada dia que passa o bem-estar do Peru aumenta, e ele está cada vez mais confiante. TODOS OS CISNES SÃO BRANCOS. 


  Porém no 1.001 dia, isso acontece: 


  O Peru é degolado para ser servido como ceia no famoso feriado estadunidense. Todas as 1000 peças de "evidência" não serviram para absolutamente nada. Bastou apenas uma única observação para tudo ruir. 

  Não seja o Peru, sem qualquer trocadilho, prezado leitor. Não se entregue tão facilmente para o viés de confirmação. Busque informações que mostrem que você pode estar errado, principalmente quando tiver que tomar grandes decisões.  Isso não quer dizer que deve ficar paralisado ou impotente, claro que não. Isso apenas fará com que você fique mais forte e tome decisões muito mais acertadas, principalmente quando os resultados possam ser incertos.

Sim, Cisnes Negros existem...

E o Destemido Soulsurfer não teve "medo" de encará-los de frente! (Rotorua - Nova Zelândia)



  Um abraço a todos!

58 comentários:

  1. Olá, Soul!
    O método científico utiliza muito esse raciocínio indutivista. Estamos tão envoltos com essa forma de pensar que não percebemos o seus riscos. A partir do particular, da experiência, da observação tentamos inferir uma conclusão, uma verdade. Todavia, esquece-se que não é uma conclusão definitiva, mas uma verdade parcial, incompleta, mutável, que pode ser refutada por um fato divergente. Embora difícil, é importante manter a flexibilidade nos conceitos para conviver com essa incerteza. Grande post! Abraço

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    1. Olá, Faleasco.
      Grato pelo comentário, amigo. Creio que é isso mesmo. Precisamos construir "nossas verdades", mas ter em mente que elas quase sempre serão provisórias e por isso devemos ter a flexibilidade de admitir que possamos estar errados.
      Abraço!

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  2. Retirei um viés de confirmação seu de uma resposta sua ao Frugal no post anterior: "Um, pelo meu conhecimento, não tem qualquer cidadão do seu país envolvido em qualquer ato de terrorismo individual, "
    "Não tem qualquer cidadão" :D Olha o seu cisne negro aí.

    []'s

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    1. Olá, STN!
      Bom ponto:)
      Porém, no comentário do frugal não quis realçar que Iranianos não poderiam cometer atos de terror, mas apenas que pelo meu conhecimento não existiria nenhum que estaria associado com algum ato de terror individual.
      Assim como posso falar disso de cidadãos da Islândia, por exemplo.
      Mas a sua provocação foi interessante:)
      Abraço!

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  3. Quando você desenvolveu esse post, você esperava por comentários que fossem um viés de confirmação sobre tudo que você escreveu?

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    1. Olá, colega. Não tenho dúvidas que meu cérebro ansiava ou anseia por isso. Porém, realmente aprecio comentários que vão de encontro a algum texto que produzo, desde que bem produzidos né, alguns deles já me fizeram refletir bastante.
      Abs

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    2. Soul, meu comentário foi conciso e mesmo comentários concisos podem despertar reflexões profundas.
      Procurei fazer um contraponto ao que você explicou, mostrando que nesse momento o que provavelmente você esperava era a confirmação do seu pensamento pelos comentaristas.
      E vamos ser sinceros. Quem não espera pela onfirmação ou apoio de suas idéias?
      Quem nãose sente ou se sentiu contrariado por não ter um comportamento apoiado?
      Isso tudo é humano. Embora as excessões existam (felizmente).
      As excessões costumam pagar pelas regras. Talvez voê tenham imginado ao ler meu comentário que eu seria apenas alguém desocupado tentado tirar um sarrinho do seu texto, algo tão comum na internet. Espero que você agora tenha percebido que eu sou uma excessão a essa regra, ou um cisne negro como você exemplificou.

      Saido um pouco desse assunto já lí que você pretende escrever um livro. Tenho uma sugestão simples, mas criativa: Soul Eu.

      Caso aceite a sugestão não deixe de me citar nos créditos.

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    3. Olá, colega. Não entendi como o seu primeiro comentário como um "sarrista" da internet. Eu o achei bem apropriado.
      Claro, é profundamente humano. Não há problema nenhum nisso. Porém, isso pode ser um grande erro em algumas ocasiões, principalmente quando estamos prestes a tomar uma decisão importante.

      Obrigado pela sugestão, mas eu estou longe de ser um personagem tão interessante para fazer um livro sobre mim mesmo.

      Abraço!

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  4. É perigoso levar esse raciocínio longe demais.

    Sim, é verdade que podem existir cisnes negros. Mas eles também podem não existir. É perigoso gastar muita energia procurando cisnes negros em todo lugar. Claro que depois que você já achou 1 milhão de cisnes brancos, descobrir um cisne negro seria muito melhor do que descobrir mais 1 milhão de outros cisnes brancos. Porém, chega uma hora que é preciso considerar a possibilidade de que, de fato, existam apenas cisnes brancos.

    O verdadeiro raciocínio do cientista é bayesiano: realmente não existem verdades absolutas, mas cada nova evidência favorável aumenta a probabilidade de que algo seja verdade. Chega uma hora que a probabilidade está tão a favor que se torna irracional continuar acreditando na hipótese contrária.

    Um estudo científico analisando um medicamento não busca verificar que 100% das pessoas são curadas com o medicamento e 0% com placebo. Na verdade, não busca nem mesmo ter certeza absoluta de que 1% a mais de pacientes serão curados pelo uso do medicamento. Basta saber que, estatisticamente falando, as evidências indiquem que em pelo menos 95% das vezes em que o experimento for repetido, o resultado seja a favor do medicamento.

    Cientistas não pensam em termos de verdades absolutas, mas também não ignoram as probabilidades.

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    1. Olá, Swissone. Grato pelo comentário, fico feliz de receber uma resposta sua, geralmente você acrescenta bastante.

      Claro, eu concordo contigo. Por isso no texto tive o cuidado de :
      "Quanto mais uma teoria é colocada a prova, seja por observações seja por tentativas de “falsificá-la”, isso quer dizer que a Teoria se sustenta com mais força e pode ser uma descrição correta da realidade. Porém, nunca poder-se-á dizer com certeza que essa Teoria é verdadeira com 100% de certeza."

      Concordo. Podemos pensar nisso sobre a gravidade, as fórmulas de aceleração uniforme, etc, etc. Há determinadas ocorrências explicáveis por nossas teorias que realmente aparentam ser a descrição verdadeira da realidade e não creio que Cientistas estejam procurando por fatos que as desmintam. Agora, se eles por ventura vierem a existir, tenho certeza que mesmo teorias bem estabelecidas podem ser revistas.

      Sobre o Estudo de Medicamentos, este não sei se é um bom exemplo. Inclusive o Taleb em seu novo livro comenta a respeito especificamente sobre esse tópico. O problema com estudos sobre medicamentos feitos antes de serem colocados no mercado, é que simplesmente não se pode saber os efeitos que um medicamento pode ter num organismo complexo como o nosso no longo prazo. Simplesmente não se pode. A segurança, ou eficácia de um medicamento, só poderá ser atestada depois, quando dezenas de anos tiverem passado, e estudos posteriores poderão ser feitos.

      "Cientistas não pensam em termos de verdades absolutas, mas também não ignoram as probabilidades." Você está correto.

      Porém, no nosso dia a dia, a esmagadora maioria das pessoas raciocina não como um cientista, mas ao contrário, às vezes acreditando em verdades absolutas, e ignorando as probabilidades.

      Abs

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    2. Não li ainda o livro do Taleb e tenho muito interesse. Entendo que ele fala de fenômenos que violam os modelos de probabilidade de forma absolutamente espetacular, a exemplo do crash de 2008.

      Sei que já se trata de fugir um pouco do assunto, mas como não consigo me furtar de uma boa discussão, coloco dois pontos:

      1. Medicamentos foram um exemplo, mas o raciocínio é o mesmo para muitas outras intervenções na medicina (cirurgias, estratégias nutricionais, etc.) e um modelo parecido é usado nas outras ciências naturais, como a agronomia. Os resultados estão aí, e o progresso da qualidade de vida do ser humano é inegável por conta disso. O ser humano está muito mais capacitado hoje para enfrentar as adversidades do mundo natural (problemas de saúde, falta de alimentos, etc.) por conta desse processo científico.

      2. No caso específico dos medicamentos, é verdade que existiram problemas pontuais com a segurança de certos medicamentos -- um caso famoso são os tratamentos de reposição de hormônio feminino para mulheres pós-menopausa. Por outro lado, existe muito medicamento cuja segurança é questionada nas primeiras fases de pesquisa, e acabam sendo impedidos de serem lançados. Não é porque alguns escapam que o processo é falho. E também não podemos fechar o olho para o imenso progresso que medicamentos testados neste modelo trouxeram para a qualidade de vida do ser humano (antibióticos, insulina para diabéticos tipo I, diversas classes de remédios para problemas cardíacos, etc.) De fato, o ensaio clínico randomizado poderia ser eleito como uma das "invenções" do século XX que mais contribui para o bem-estar humano.

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    3. Olá, colega.
      1 - Eu concordo que o progresso em algumas áreas é inegável e assombroso. Em outras, eu tenho sérias dúvidas. Medicina, por exemplo, é uma área que possui claras áreas onde evoluímos muito e melhorarmos a qualidade de vida de parcela significativa dos humanos, em outras áreas eu tenho sérias dúvidas. Porém, concordo contigo que o método científico é uma instrumento poderoso de análise da realidade.

      2 - Talvez a sua área seja médica, se for, fico lisonjeado de discutir um tema como esse com um especialista. Claro. Porém, o meu ponto não foi nem esse, e talvez eu não tenha sido claro. Peguemos o exemplo da Finasterida, muito usada para tratamento de calvície. Há uns 13 anos eu resolvi tomar, e tomei durante uns 9 meses. Mesmo que eu não refletisse a respeito, ainda bem que parei de tomar esse medicamento. Ao conversar com uma dermatologista há umas semanas, ela me disse que estão saindo novas pesquisas, agora que o uso da finasterida como tratamento de calvície já possui algumas décadas, que estão mostrando que os efeitos colaterais podem ser muito mais severos do que se imagina. Agora, se pensarmos, por qual motivo tomar um inibidor de hormônio de uso contínuo para tratar um "problema" estético? Esse foi o "pensamento inconsciente" que tive na época. Foi esse o meu ponto.
      Creio que há um exagero no uso de medicamentos, e isto pode ser extremamente perigoso. Agora, evidentemente há casos onde o uso de medicamento não só é recomendado, como necessário. E, sim, os testes clínicos aludidos por você são uma forma de testar medicamentos que vem se mostrando, dentro da limitação que temos, em muitos casos bem sucedida.

      Um abraço!

      obs: Na verdade, eu creio que uma das coisas que mais contribuiu para o nosso bem-estar e para o aumento da expectativa de vida foi o saneamento básico. Pretendo escrever um dia sobre isso.

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    4. Na verdade, sou um engenheiro que ultimamente tomou forte interesse pela área médica ao descobrir que certas coisas vão de encontro aos dogmas da área (me refiro especificamente à nutrição -- 95% ou mais do que você escutar de um médico ou nutricionista típico será o absoluto oposto do que você deve fazer, e existem estudos assim como a minha experiência pessoal para mostrar que isso, por mais absurdo que pareça, é a mais pura verdade).

      Fiquei nas analogias médicas porque acho que são mais fáceis de enxergar do que se eu começasse a falar em campos eletromagnéticos e coisas do gênero. Mas uso o mesmo pensamento bayesiano todo dia para orientar minhas vias de investigação dos problemas que encontro num equipamento que estou projetando.

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    5. Soul, aqui vai uma importante observação do Taleb no livro ANTIFRAGIL, "as explicações para os fenômenos mudam, mas os resultados não". Logo, dê valor ao empirismo.

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    6. Olá, colega. Claro, sem sombra de dúvida. Concordo com ele que deveríamos valorizar mais as pessoas que fazem, e buscam por meio de tentativa e erro melhorar as nossas percepções sobre a realidade.
      Abs

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  5. Pois é soul porém tenho uma resalva:
    Perus são animais irracionais e não podem observar o mundo como observamos.
    O homem pelo menos no meio da sua jornada pode ver que está errado. O Peru ao contrário jamais vai perceber isso é nem no último dia pois não tem consciência.

    Hoje eu posso ter um pensamento sobre algo que julgo correto e acertado mas amanhã tudo pode mudar.

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    1. Olá, Sofrendo!
      Claro, a história do Peru é apenas uma estória, tire o Peru e coloque a Enron, por exemplo.
      Sim, sua frase é certeira. Porém, às vezes pode ser tarde demais, e isso que o "exemplo do Peru" pretende demonstrar. Precisamos estar atentos para fatos, ou situações, que possam subverter por completo a nossa vida. O conceito é muito melhor trabalhado no último livro do Taleb chamado "Antifrágil", livro que recomendo.

      Um abraço

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  6. Coincidentemente hoje mesmo eu estava revisitando o livro do Taleb O Cisne Negro... Vc tem razão. Não bastasse a tendência de acreditarmos que todos os cisnes são brancos, ainda caímos na tentação de ignorarmos as aparições de cisnes negros.

    Vc quase caiu nessa em relação ao imóvel que encontrou similar ao que iria comprar e que estava num preço mais vantajoso do que pretendia pagar... Quase... Vale a pena pensar resistir a tentação do viés de confirmação!!!

    Teorema econômico? kkkkkkkkkkk

    Abraços.

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    1. Olá, I.Risco.
      Pois é, vale sim. Se não em tudo na vida, pois seria muito cansativo, ao menos quando estamos prestes a tomar uma decisão importante.
      Abs!

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  7. Soul estou procurando aprimorar meu raciocínio lógico e tentando aplicar o método científico em quase tudo que faço (investimento, estudos, trabalho e etc.). Quais livros você recomenda para quem deseja refinar e afiar os pensamentos?

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    1. Olá, colega.
      Eu sugiro ler sobre tudo. Literatura Russa, Biologia, Investimentos, etc, etc.
      Há um ótimo site em Inglês, um dos melhores, que é dedicado a explorar como pensamos e traz centenas de livros sobre os mais variados tópicos, estou sempre pegando dicas naquele espaço.
      Chama-se Farnam Street: https://www.farnamstreetblog.com/

      Abs

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  8. O engraçado é que o Popper era amigo do Mises, tornou-se adepto da escola austríaca, e os discípulos cometem um erro desse. kk

    Bom texto, Soul. Daí que vem meu fascínio pela Matemática (sou da área). Como é bom ter certeza de algo no mundo. Abraço!

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    1. Olá, colega.
      Eram amigos? Olha só. Mises produziu, pelo pouco que sei, ótimos insights sobre como interagimos no mundo. Agora, colocar Teorema numa "teoria" econômica é um pouco demais.
      Você é Matemático? Bacana, é uma área que admiro bastante.
      Abs

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  9. Soul,

    Muito bom cara .... é . .tem uma teoria da conspiração que diz que as crises são criadas de propósito para que os ricos fiquem ainda mais ricos .. e tem uns estudos que dizem que a cada crise, aumenta o número de bilionários no mundo .. hehe ..

    Abs,

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    1. Olá, Rodolfo.
      Essas teorias...
      Porém, é inevitável que crises econômicas severas atinjam duramente quem pouco tem, e menos duramente a camada de cima da sociedade.
      Abs

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  10. Olá Soul, belo texto.
    Sempre concordo com boa maioria dos seus textos, mas há também casos em que nao concordo nada...rs!Acho isso saudável! Só sei que nada sei!
    Aproveitando o assunto, gostaria de sugerir um tema para um post. Vc poderia listar suas fontes de informacao atualmente (sites, canais do youtube, etc.) e seria interessante tb listar onde vc consulta os "contra-pontos" a essas fontes. Tenho curiosidade de saber, talvez elas nem sejam fontes online...rs!!! Nao sei se é um feeling só meu, mas tá dificil conseguir informacao mais neutra atualmente (sei q nao existe isencao, mas msm assim).

    PS: Essa sua pequena descricao dos leiloes já é suficiente pra gerar adrenalina nos investidores de plantao.... Escreve esse livro logo....haha!!!

    Abs

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    1. Olá, Rafael!
      Grato, amigo.
      Eu estou longe de ser neutro, até porque tenho certas convicções do que seja certo ou errado. Então, naturalmente, é muito difícil achar alguma fonte de informação neutra. Porém, uma informação mais imparcial não é tão difícil.
      Eu não saberia dizer, Rafael. Acho que ler "Crime e Castigo" ajuda tanto na compreensão do mundo e da realidade, como ler "Rápido e Devagar" do Kanheman, por exemplo. Creio que o que penso e sou é um processo lento e gradual que começa com a boa educação recebida dos meus pais quando era bem pequeno, passado pelas diversas experiências com a diversidade na adolescência, na minha formação numa universidade federal, nos meus dissabores, nas minhas viagens e leitura. Cada um possui o seu próprio caminho no descobrimento do mundo.
      Eu creio a The Economist uma boa fonte para se saber notícias do mundo. Lembro de ler há muitos anos uma reportagem sobre o Wahan Valley do Afeganistão, e toda a sua importância estratégica. Não sei por qual motivo, mas isso ficou na minha cabeça. E qual não foi minha alegria, quando fiz uma aventura pelo Wakhan Valley na parte do Tajiquistão e fiquei alguns metros do Afeganistão (a fronteira é um rio). Ou seja além da beleza natural que é uma coisa de louco, foi muito interessante estar num lugar sobre o qual tinha lido anos antes numa pequena reportagem da The Economist. Isso tudo é aumento de compreensão do mundo.

      obs: até estava escrevendo, estava num bom ritmo, mas dei uma parada por causa desse "agito" no mercado de leilões, que se tudo der certo vai me colocar onde pretendia estar no tocante a Independência Financeira.

      Um abraço!

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  11. Para quem é leigo e quer iniciar nos leilões, vc recomenda algum livrou ou curso para auxiliar na parte jurídica e avaliação de riscos de cada operação?

    Vc participa de leilões judiciais ou extra-judiciais? Qual é o mais recomendado para iniciantes?

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    1. Olá, colega. Eu particularmente não conheço. Pesquisei alguns na internet, e achei dois e são ministrados por advogados. Deve ser voltado apenas para a parte jurídica. Porém, eu creio que às vezes necessitamos mais de habilidades negociais, e até mesmo psicológicas. Nas últimas semanas, eu usei mais isso do que conhecimento jurídico. Um curso o advogado cobrava R$2.000,00.
      Eu prefiro leilões extra-judiciais.
      Um abraço

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    2. Você não considera que leilões extra-judiciais possuem mais riscos para o arrematante?
      Pensei que um leilão judicial seria mais seguro, pois é um ato de um juiz e por isso a reversão é mais difícil.

      Grato
      Eduardo

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    3. Olá, Eduardo.
      Alguns leilões judicias possuem muitos detalhes. Muitas coisas podem levar a anulação de um leilão judicial. Eu gastava muito tempo analisando leilões judiciais, e era cansativo e muitas vezes improdutivo.
      Leilões extra-judiciais são muito mais fáceis de se analisar.

      Um abraço

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    4. Soul, se vc arrematar um imóvel num leilão, e por algum motivo ou decisão judiciária, ele tiver que ser devolvido ao ex-proprietário, vc recebe o dinheiro que pagou de volta do leiloeiro, ou do banco que vendeu o imóvel no leilão?

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    5. Via de regra sim, em alguns casos especiais em leilões judiciais não.
      Abs

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  12. Fala, Soul!

    Já discuti contigo sobre a Escola Austríaca faz um tempo, e vejo que até agora você critica algo que não tem muito conhecimento sobre.

    Sem adentrar no tom niilista do seu texto (se, como você diz, nada é verdade, logo, esta sua afirmação também não é. É uma contradição tão simples que é incrível que ainda há pessoas que acreditam nisso), gostaria de saber qual é este "teorema" semelhante aos da Matemática que a escola austríaca diz existir? Achei um tanto vago a sua crítica, parece até que criou um espantalho para se manter no seu próprio viés de confirmação.

    E sobre a minha opinião, parto de um principio oposto do seu. Acredito que há muitas verdades, mas muitas delas ainda não foram "descobertas" pelo homem, simples assim.

    No mais, seus últimos textos foram muito bons, não por que eu concordei com todos eles, mesmo porque tinha muita questão de opinião neles, mas me fizeram pensar bastante.

    Abraços

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    1. Olá, Marcelo!
      a) Veja, não critiquei absolutamente nenhum aspecto da Escola Austríaca, assim o seu comentário nesse ponto é um pouco desfocado. Apenas citei o IMB, pois é um dos únicos espaços da internet que tratam sobre economia e outros temas que aprecio. Apenas isso.

      b) Aqui, creio que você não entendeu. A palavra Teorema é reservada apenas para Teoremas Matemáticos, pois eles podem ser provados verdadeiros, sem qualquer chance de serem provados falsos. Teoremas diferem de Teorias. Não disse que eles tinham usado a palavra para se aproximar da Matemática, mas ao fazê-lo dá essa impressão. Nesse ponto é preciso precisão no uso das palavras. Agora, se a utilização da palavra Teorema foi de caso pensado, então é um erro colossal.
      Você pode observar aqui: "Mises contornou essa aparente circularidade com o seu teorema da regressão" (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=209

      c) Tom niilista? Defina-me Niilismo, meu colega Marcelo. O meu texto pode ter de tudo, mesmo um tom niilista. Você está apenas usando um jogo de palavras, e não adentrou na constatação que a Ciência já sabe muito tempo que não se pode ter certeza absoluta de nada, a não ser Teoremas Matemáticos. Isso é Filosofia da Ciência, não há nada de novo aqui. Agora, como dito no texto, e relembrado pelo colega Swissone, Teorias depois de colocadas ao teste do tempo, de evidências confirmatórias e de muitas tentativas de torná-las falsa, possuem um peso muito grande, e há uma probabilidade , maior ou menor a depender da Teoria e do caso, de explicar algum conceito ou algum aspecto da realidade.
      Não há qualquer contradição. Já que você comentou o IMB, uma das maiores fraquezas daquele espaço, é que simplesmente parece que a teoria parou no tempo. A Neurociência avança, estudos e mais estudos de psicologia comportamental avançam, e a Teoria do comportamento do homem permanece a mesma, o que não faz o menor sentido.

      d) Veja, colega. O que você entende como "verdade"? Aqui entramos num terreno bem espinhoso do ponto de vista conceitual. O que sabemos com clareza é que é simplesmente impossível sabemos como a realidade de fato é. É uma limitação inerente do método científico, e de nós mesmos humanos. O que a Ciência faz é criar modelos explicativos aproximados do que poderia ser a realidade. Se com sua frase você quis dizer que o conhecimento humano sobre a realidade aumenta, sim estou de acordo, e é por causa disso que Newton, ao falar sobre sua Teoria (ele nunca diria Teorema) da Gravitação (que é uma aproximação da realidade, a Teoria Gravitacional de Einstein é uma aproximação melhor do que a de Newton), ele disse que nada mais tinha "do que se apoiado no ombro de gigantes", ao reconhecer que o conhecimento é cumulativo, e sem a existência da ideia de outros, a descoberta dele não seria possível.

      Agrade o comentário, Marcelo.

      Um abraço!

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    2. Fala, Soul!
      Vamos la,

      a)O IMB é um espaço que divulga a EA e o Libertarianismo. Quando criticou um dos artigos la, sem entrar em detalhes, ficou meio vago o que quis dizer. Ainda mais quando o colega aí em cima disse: “O engraçado é que o Popper era amigo do Mises, tornou-se adepto da escola austríaca, e os discípulos cometem um erro desse. Kk”. Oras, o próprio Mises criticou o positivismo-empiricista de Popper, dizendo que não cabe às Ciências Economicas. Qual "erro" foi esse dos "discípulos"?

      b) E com essa sua resposta eu apenas confirmei que a sua crítica não se fundamenta: primeiro, você está muito fixado no "teorema é apenas utilizado na Matemática", sem levar em conta seu significado.
      O trabalho de Mises foi enorme justamente porque colocou a economia como uma ciência da ação humana. Baseada no axioma da ação humana, há uma série de verdades universais que podem ser deduzidas através da lógica formal. Ou você prova que o axioma de mises é falso (o que é impossível), ou você nega a própria lógica, o que é pior ainda. Não há outra opção.
      Daí, respondendo seus comentários, sim, a palavra “Teorema” na EA é utilizado de fato pensado, com o sentido que é utilizado na Matemática (da wikipedia: “um teorema é uma afirmação que pode ser provada como verdadeira, por meio de outras afirmações já demonstradas, como outros teoremas, juntamente com afirmações anteriormente aceitas, como axiomas”). Temos o axioma da ação humana, irrefutável, temos a lógica formal, temos deduções lógicas irrefutáveis. Nas palavras de Mises sobre a Ciência Economica:
      “Suas afirmativas e proposições não derivam da experiência. São, como a lógica e a matemática, apriorísticas. Não estão sujeitas a verificação ou falsificação com base na experiência e nos fatos. São tanto lógica como temporalmente anteriores a qualquer compreensão de fatos históricos. São um requisito necessário para qualquer percepção intelectual de eventos históricos.”

      Daí o uso do “teorema”.

      Além do mais, negar “verdades” (fora da Matemática) é negar, por exemplo, o conceito de causalidade. O mundo seria um caos caso alguém negasse que todo efeito possui uma causa. Daí outra “verdade absoluta” que vc nega existir.

      Uma das verdades baseadas na ação humana é que o aumento na oferta monetária não pode aumentar o padrão de vida de uma sociedade, por exemplo. Isso sempre será uma verdade.

      c) Tudo bem, niilismo foi forte. Quis apenas criticar essa ladainha de “não existem verdades”, cujos niilistas utilizam principalmente para justificar que tudo podem, que nada é errado. Essa sua afirmação é perigosa. É na ausência de uma “verdade” que temos seguidos experimentos com o socialismo, que nunca funcionará e que criará miséria sempre por onde passar.
      “Teorias depois de colocadas ao teste do tempo, de evidências confirmatórias e de muitas tentativas de torná-las falsa, possuem um peso muito grande, e há uma probabilidade , maior ou menor a depender da Teoria e do caso, de explicar algum conceito ou algum aspecto da realidade.”
      Isso é valido para o método científico, e não para Ciências Economicas.

      (cont.)

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    3. d) Entendo como “verdades”, entre outros, os exemplos que expus acima, “todo efeito tem uma causa”, ou que o aumento da oferta monetária não aumenta padrão de vida, ou que a manipulação artificial dos juros criará distorções na economia (como investimentos errôneos) e etc.
      Há verdades absolutas que os humanos já conhecem e uma estupenda maioria delas os humanos desconhecem (e provavelmente nunca irão encontrar). Não digo que por trás de tudo há uma verdade (embora não possa dizer que não há), apenas digo que existem sim alguns campos, como a matemática e a ciência econômica da escola austríaca (que, obviamente, é bastante limitada no seu “range”), cujas preposições e “teoremas” são irrefutáveis.
      Independentemente de avanços tecnológicos, essas verdades não podem ser alteradas, a não ser que o próprio ser humano mude completamente, como por exemplo, se passarmos a preferir algo amanha ao invés de hoje.
      Sobre Newton, ele não pode dizer “teorema” justamente porque a sua teoria não é uma dedução lógica de axiomas.
      Enfim, poderia te passar dois textos ótimos com um resumo sobre esse tema, mas sei que você já deve ter lido.
      Abs

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    4. Vou acrescentar alguns curiosidades paralelas ao texto.

      1) A matemática utiliza o chamado sistema axiomático. Algumas afirmações são tomadas como verdade sem prova (axiomas). A partir desses axiomas, são deduzidas outras proposições. Uma proposição considerada importante é chamada teorema.
      Bom, aí entram os chamados teoremas da incompletude de Gödel. Vou citar o primeiro teorema.
      Mas antes preciso explicar o jargão.
      Um sistema axiomático é considerado consistente se não for possível derivar um contradição, ou seja, provar que uma proposição é verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
      Um sistema axiomático é considerado completo se for possível provar todas as proposições da teoria.

      No seu primeiro teorema da incompletude, Gödel mostrou que existem sistemas axiomáticos que não podem ser completos e consistentes ao mesmo tempo. Ou seja, nesses sistemas, se a escolha de axiomas não gerar contradições, haverá afirmações que não poderão ser provadas.
      E um sistema axiomático que possui essa propriedade é a aritmética de números naturais. Algo básico da matemática.

      Abraço
      Eduardo

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    5. Outra curiosidade é o reconhecimento da limitação do método científico. Especialmente porque utilizamos ele em conjunto com o princípio da Navalha de Occam.

      Sabe-se que o universo está em expansão e que a velocidade da expansão está aumentando. Chegará um dia que a luz das galáxias distantes são chegará mais até a nossa galáxia (pois a velocidade de expansão será maior que a velocidade da luz). Se surgir alguma civilização na nossa galáxia nesse futuro distante, e se seu habitantes utilizarem o método científico, não será possível sustentar uma teoria de universo em expansão. Pois não eles não poderão ver as outras galáxias e a explicação mais simples é que só existe uma galáxia (ou só as mais próximas). No entanto, a verdade é que o universo está em expansão.

      Abraço
      Eduardo

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    6. Olá, Marcelo.

      a)Essa afirmação foi feita num comentário, não foi minha afirmação. Eu não conheço bem a vida nem de um, nem de outro.

      b) Veja, Marcelo. Vamos pela causalidade. Você está familiarizado com “entrelaçamento quântico”?, Einstein durante toda a sua vida, isso depois de todo o reconhecimento merecido, lutou contra este conceito, dizendo que estaria errado, pois a natureza não poderia funcionar assim. Acontece, ao que tudo indica, a natureza funciona de uma maneira que não é natural para nosso cérebro, ou para a forma que experimentamos a realidade. O próprio conceito de causalidade pressupõe que alguma coisa ocasione outra. Se isso é verdade, deve haver uma diferença temporal entre estes dois acontecimentos, por menor que seja a escala temporal entre eles. Acontece que com o “entrelaçamento quântico” não há diferença temporal, um fenômeno ocorre ao mesmo tempo, não importando a que distância esteja. Ou seja, nosso conceito de causalidade simplesmente não se aplica aqui. Achar que tudo é um efeito de casa e efeito não é uma explicação correta da realidade. É estranho, é esquisito, ninguém sabe ao certo porque é assim, o que isso significa, mas é assim que a realidade se comporta. Portanto, sua frase e conceito "por exemplo, o conceito de causalidade. O mundo seria um caos caso alguém negasse que todo efeito possui uma causa. Daí outra “verdade absoluta” que vc nega existir” é falsa. Além do mais, creio que você ainda não está entendo o conceito. Negar que não se pode ter certeza de algo, não causa caos algum. É como o conhecimento humano e ciência funcionam. Quanto mais fatos comprovam uma determinada teoria, mas próxima de uma descrição mais acertada da realidade essa teoria o é, porém nunca se poderá ter certeza que essa teoria é a Verdade sobre a explicação da realidade. Qual é o problema aqui?

      Colega, não irei me estender aqui. Para mim economia nem Ciência é, e você acha que além de Ciência ela produz Teoremas, ou seja verdades absolutas, pois "São, como a lógica e a matemática, apriorísticas. Não estão sujeitas a verificação ou falsificação com base na experiência e nos fatos”. O que posso dizer aqui? Isso é simplesmente errado. Isso é dizer que a praxeologia teria mais força do que a Teoria da Gravitação de Einstein. No fundo, é isso que você está dizendo. Como só li poucas páginas a respeito do tema, realmente não posso emitir uma opinião mais abalizada sobre o tema. Agora, uma vez li um livro que dizia que com o avanço de técnicas de escaneamento do cérebro, com o avanço da neurociência, filósofos ou qualquer um que se importa e estuda o comportamento humano, não olhar para isso, é simplesmente como um astrônomo não querer observar um telescópio.

      c) Veja, isso foge completamente do escopo do artigo. Em nenhum momento, o artigo dá a entender isso. O final eu não entendi, sinceramente. O Estudo da Economia produz teoremas, mas o método científico não se aplica às Ciências Econômicas. Se não se aplica, como pode chamar de Ciência?

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    7. Sobre a verdade absoluta da causalidade ver acima. Aumento do Padrão de Vida. Isso se dá com acúmulo de capital e aumento da produtividade. Correto? Correto. Isso é uma verdade absoluta, uma teorema? Para você aparentemente, sim. Isso é apenas uma proposição de como certos aspectos da realidade, o range limitado na sua definição, devem funcionar. Eu conheço bem a linha de argumentação dos artigos expostos no IMB sobre o aumento do padrão de vida. Em nenhum deles se analisa felicidade, por exemplo. “Isso é do âmbito individual”. Essa é a resposta que se encontra por lá. Ou “Isso não é assunto da Economia” essa é a outra resposta que se encontra lá. Felizmente, há inúmeros cientistas trabalhando nisso. No que nos faz feliz, o que causa bem-estar humano que parece ser o objetivo da procura por um aumento do padrão de vida. Falo isso apenas para dar um exemplo, de que a sua própria expressão “aumento do padrão de vida” pode ser analisada por diversas perspectivas, e na minha opinião, muito mais ricas em significado e conexão com a realidade do que algumas leituras da realidade que os “Teoremas" produzidos pelas “Ciências” Econômicas conseguem fornecer.
      Em tempo, aprendo muito com os artigos lá do IMB, acho alguns muito bons e instigantes. Já fiz até mesmo uma homenagem ao IMB justamente por ele me fazer combater o meu viés de confirmação. Porém, vamos com calma sobre o poder explicativo de certas teorias.





      "Sabe-se que o universo está em expansão e que a velocidade da expansão está aumentando. Chegará um dia que a luz das galáxias distantes são chegará mais até a nossa galáxia (pois a velocidade de expansão será maior que a velocidade da luz). Se surgir alguma civilização na nossa galáxia nesse futuro distante, e se seu habitantes utilizarem o método científico, não será possível sustentar uma teoria de universo em expansão. Pois não eles não poderão ver as outras galáxias e a explicação mais simples é que só existe uma galáxia (ou só as mais próximas). No entanto, a verdade é que o universo está em expansão.”

      Colega, atualmente há galáxias, em relação a nós, expandindo-se em velocidades superiores a da Luz. Tirando as galáxias muito próximas, sim você está correto, e essa é a Teoria mais aceita hoje em dia sobre o futuro do universo: o grande vazio. Além, se a expansão do universo continuar acelerando, talvez esse seja um dos maiores enigmas da Física Contemporânea sobre o que está causando essa aceleração (é tão misterioso que resolveram dar o nome de Energia Escura), nada mais existirá, nenhuma civilização, nenhum planeta, nenhum átomo e até mesmo núcleos atômicos seriam separados. As conjecturas sobre o que uma civilização poderia pensar ou não, é muita ficção. Não podemos nem saber se eles pensariam a realidade como pensamos. Você está antropomorfizando o Universo, e eventuais outras formas vidas que possa existir, o que é um erro em minha opinião.

      Abraço e grato pelos comentários!

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    8. Marcelo, baixe suas armas, rapaz. Sem radicalismos bobos.

      1) E pra responder sua pergunta, o erro foi falar em teorema. Acho que você já sacou. De resto, a teoria austríaca é muito bem embasada, a ponto de um dos maiores nomes da metodologia científica ter se convertido a ela. Basta consultar o Google. Não discordei daquilo.

      Abraço!

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    9. Voltei!

      b) “Achar que tudo é um efeito de casa e efeito não é uma explicação correta da realidade.“
      Opa, eu nunca disse que TUDO tem uma relação de causalidade, isso seria um absurdo. Disse que todo efeito tem uma causa (por definição), o que é muito diferente. Daí vem seu outro ponto:
      “Negar que não se pode ter certeza de algo, não causa caos algum.”. Se você não tivesse certeza de muitos efeitos causados por suas ações – isso é, se esses efeitos fossem aleatórios - você não agiria nunca.

      “Agora, uma vez li um livro que dizia que com o avanço de técnicas de escaneamento do cérebro, com o avanço da neurociência, filósofos ou qualquer um que se importa e estuda o comportamento humano, não olhar para isso, é simplesmente como um astrônomo não querer observar um telescópio.”

      Isso é irrelevante pra discussão. O “por que” do ser humano pensar/agir dessa forma nunca foi escopo da EA. Pareço até um evangélico batendo o pé aqui, mas críticas infundadas para uma ciência séria não dá. A Ciência Economica da EA apenas fala que o humano age para sair de uma situação menos confortável para uma mais confortável (posição essa totalmente subjetiva e individual), e discute as implicações lógicas e dedutivas deste axioma. Tudo além disso é matéria para outras ciências e estudos.

      “Para mim economia nem Ciência é (...) Isso é simplesmente errado. Isso é dizer que a praxeologia teria mais força do que a Teoria da Gravitação de Einstein. “

      Soul, não fez sentido algum essa frase. Ainda mais vindo de você, que é adepto ao “não sabemos quase nada, a modernidade está desvendando novos horizontes” e ao mesmo tempo diz que a economia não pode ser uma ciência. Oras, ciência no sentido “ciências físicas” não pode mesmo, e é justamente por isso que o método cientifico (limitadíssimo e bem pontuado pelo Eduardo acima) não tem vez na economia. E é justamente por isso que Mises foi importante (mesmo que não tenham dado muito valor), para reconhecer essa diferença.

      Veja que ele combateu, além do marxismo, as ideias do keynesianismo e sua econometria, isso é, a aplicação do método cientifico na economia, assim ele diferenciou a praxeologia das ciências físicas, o que se mostrou lógico e irrefutável (mais uma vez, dentro dos limites que se propõe a discutir). Isso foi um avanço que você se recusa a aceitar ou entender.

      Sobre a praxeologia ter mais força que a teoria da gravidade, não entendi absolutamente nada. São ciências diferentes, a teoria da gravidade não é uma dedução lógica de um axioma. Você está comparando uma pizza com um fusca.

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    10. c) “O Estudo da Economia produz teoremas, mas o método científico não se aplica às Ciências Econômicas. Se não se aplica, como pode chamar de Ciência?”

      Oras, mas essa é simplesmente A teoria da escola austríaca e o motivo de toda essa discussão. Os austríacos abominam o método cientifico aplicado à economia justamente por existirem certas “leis” (verdades) que não podem ser negadas pela experiência. Volto ao exemplo da experimentação do socialismo, que nunca dará certo, mas que insistem, por desonestidade ou fé, em aplica-lo no mundo.
      Você está encucado com Ciência = método cientifico, o que te impede de entender o que a EA propõe.

      “Sobre a verdade absoluta da causalidade ver acima. Aumento do Padrão de Vida.(...) Eu conheço bem a linha de argumentação dos artigos expostos no IMB sobre o aumento do padrão de vida. Em nenhum deles se analisa felicidade, por exemplo.”

      Obvio que não se analisa, pois a EA se mantem a expor leis econômicas sem juízo de valor. Ela sequer diz se aumento de padrão de vida é melhor ou pior, ela apenas diz que o aumento da oferta monetária nunca aumentará o padrão de vida. E é só isso. Quem deve procurar o que é melhor pra si, como você mesmo citou, é o individuo.

      Já o libertarianismo sim, este faz julgamento de valor, mas mesmo assim apenas estipula uma só “lei”, o principio da não agressão. Não quer acumular riquezas? Não acumule, mas também não roube a propriedade dos outros, pois isso é imoral.

      “Falo isso apenas para dar um exemplo, de que a sua própria expressão “aumento do padrão de vida” pode ser analisada por diversas perspectivas, e na minha opinião, muito mais ricas em significado e conexão com a realidade do que algumas leituras da realidade que os “Teoremas" produzidos pelas “Ciências” Econômicas conseguem fornecer.”

      Oras, ainda bem, e isso nunca foi escopo da Praxeologia, que apenas diz: “Quer aumentar o padrão de vida (isso é, quer ter mais bens disponíveis)? Ok, então NÃO faça isso”.

      Bom, não queria me estender, mas é isso.

      Abraços

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    11. Olá, colega.
      b) Estamos nos afastando muito do tópico originário do artigo. Todo efeito possui uma causa. Então explique quando se mede o spin de um determinado elétron entrelaçado, há uma mudança instantânea em outro elétron no outro lado do universo. O que está causando o que? E como pode haver uma causa gerando um efeito de maneira instantânea? Na sua resposta, isso foi ignorado. Eu não sou físico, gosto de ler de maneira leiga. Não faço a mínima ideia de porque o Universo é assim, apenas pontuei que a sua afirmação não pode ser considerada verdadeira para a explicação da realidade em seu nível mais fundamental.
      Colega, estávamos falando sobre realidade. Aí você passa para paralisia se não tivéssemos certeza. Com toda vênia, isso não faz sentido. Eu não tenho certeza que irei chegar aos 80 anos, isso é uma probabilidade, isso não quer dizer que não posso me preocupar com o meu futuro financeiro se chegar aos 80, mesmo que isso não seja uma certeza. O que foi tratado no texto não tem absolutamente nada a ver com isso.

      Veja, colega, foi você que trouxe a EA para tudo isso, eu apenas disse que o uso de Teorema não é apropriado e é errôneo. Você agora diz que o método científico é falho, mas a Ciência Econômica defendida por uma escola de pensamento econômico é imune a isso, pois ela é apriorística e produz Teoremas. Foi nesse sentido que citei que a Teoria da Gravitação de Einstein, como forma de entendermos a realidade, é mais fraca do que a Ciência Econômica da EA. Uma baseada no método científico, a outra baseada em verdades apriorísticas. Foi apenas por isso que trouxe o Einstein na discussão.

      Bom, segundo duas palavras o escopo é o estudo "que o humano age para sair de uma situação menos confortável para uma mais confortável”. Certo, concordo que parece ser muito lógico, e de certa forma concordo. Porém, responda-me o ser humano age para sair de uma situação A mais desconfortável para uma situação B menos desconfortável de forma racional? Irracional? Consciente ou Inconsciente? É isto que parece que você, e muitos, não querem raciocinar. A Neurociência vem trazendo inúmeras respostas, junto com a psicologia comportamental, sobre este assunto. Não olhar para estes estudos é simplesmente sem sentido.

      O seu ponto foi entendido, colega. Não vou aqui estender os elogios aos diversos insights interessantes sobre a economia e a realidade proporcionados pela EA e popularizados no Brasil pelo IMB. Não sou expert no assunto, e posso estar enganado. Talvez existam “Leis" verdades absolutas sobre o comportamento humano. Talvez elas se aplicasse aos nossos ancestrais como o Homo Sapiens, talvez elas se aplicasse a nós mesmos há 200 mil anos já como Homo Sapiens Sapiens. Talvez elas continuarão se aplicando daqui 10 mil anos, se ainda existirmos como espécie. Para mim essa forma de pensar é simplesmente errônea, mas eu posso estar enganado.

      Um abraço amigo!

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    12. b)Soul, não estamos discutindo física quântica aqui. Aliás, não sei o que isso mudaria na nossa conversa. Estamos falando de ciência economica, não de partículas invisiveis que mal conhecemos e que não se comportam de uma maneira "lógica".

      "Porém, responda-me o ser humano age para sair de uma situação A mais desconfortável para uma situação B menos desconfortável de forma racional? Irracional? Consciente ou Inconsciente? É isto que parece que você, e muitos, não querem raciocinar."
      Oras, mas porque eu (e muitos) iria querer raciocinar sobre isso? De modo algum, os "por quês" dessas perguntas mudam algo que estamos falando. Cada individuo tem seus valores subjetivos. Se querem pesquisar o porquê de uma pessoa preferir brigadeiro para ter prazer e outra preferir riscar o braço com estilete, que pesquisem, isso não altera absolutamente nada do que falamos.
      O que posso adiantar, e é o que eu acredito, é que o humano age racionalmente, isso é, ele acha que a ação dele será uma escolha que levará a um fim pretendido. Não entremos no detalhe de doentes mentais. Se chegou ao fim ou não, são outros quinhentos. o porque dele escolher este meio, também são outros quinhentos.

      "Talvez existam “Leis" verdades absolutas sobre o comportamento humano."
      Leis economicas absolutas, como "recursos são escassos". O comportamento humano tem algumas proposições lógicas, que também são imutáveis, pelo menos enquanto formos humanos. Inclusive, sem esse comportamento (de querer ter mais "conforto", seja la o que isso signifique para um individuo), a humanidade não teria se desenvolvido desta maneira (sem juizo de valor).

      Por fim, não acho que tenha desviado tanto, afinal, ainda estamos falando sobre a "ausencia de verdades" e sobre ciência, assuntos abordados no seu texto.

      Essas discussões contigo são sempre bastante interessantes. Se tiver por São Paulo algum dia, da um toque, adoraria tomar um chopp contigo e discutir sobre isso e muitas outras coisas, Soul!

      Grande Abraço

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    13. Esqueci de responder o Anônimo do "baixar as armas" acima. Cara, relaxa que eu to bem tranquilo! Só não entendi mesmo a discordância dos "pupilos" do Mises. Achei que ficou vago.

      E Teorema, como tentei explicar acima, teve seu motivo para ser (corretamente) usado.

      Abraços

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    14. Valeu, Marcelo! Agradeço a conversa!
      Estou querendo conhecer os colegas leitores desse espaço. Como devo viajar por algumas cidades por causa das operações imobiliárias quero ver se faço isso.
      Seria um prazer conversar contigo.
      Abs

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  13. "Você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade".
    Ayn Rand

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  14. Na real é meio assim...
    Vc faz 1000 coisas uteis e uma cagada.. pronto vc não é bom.. Vc 1000 cagadas e uma coisa boa, e continua não sendo bom.. Talvez tudo uma questão de interpretação ou resposta individual

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    Respostas
    1. Olá, colega. É verdade. Às vezes somos julgados muito severamente pelos nossos erros, mesmo que tenhamos acertado na maioria das vezes. É a vida.
      Abraço!

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  15. Soul, quais são os principais pontos e riscos que devemos analisar para um leilão de imóveis? Vc usa algum guia para isso?

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    Respostas
    1. Olá, colega. Num momento oportuno, irei abordar isso.
      Abs

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  16. Soul fale mais dos leilões que vc participa. Racional, riscos, precificacao...

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  17. O texto é brilhante, meus parabéns. Você pensa exatamente como eu penso!

    Só uma observação: Pare de ficar citando Einstein nos seus comentários, você acaba criando uma falácia de autoridade citando o nome dele. O fato de muitas pessoas corroborarem as idéias dele não significa que o que ele disse é verdade absoluta. Você só está olhando para os cisnes brancos do Einstein, mas nem imagina que possa existir um cisne negro, rsrsrsr.

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    Respostas
    1. Olá, César.
      Eu tenho respeito e admiração por Eistein. Além de uma das pessoas que revolucionou noções tão elementares como tempo e espaço (imagine revolucionar algo tão intuitivo para seres humanos como isso), ele foi um grande humanista. Assim, com a devida vênia, sempre que tiver oportunidade citarei o nome deste grande Homem. Agora, você tem razão, em se preocupar com argumento de autoridade. Nunca cito o nome de ninguém como forma de argumento de autoridade, ou porque o que uma pessoa que admiro está falando necessariamente a "verdade" transitória sobre um determinado assunto. Seja Einstein, Ghandi, quem for, essa pessoa foi, será e é apenas um ser humano, sujeito as mesmas falhas que qualquer outra pessoa.
      O maior erro de Einstein, no plano de suas ideias, era a constante cosmológica. Incrivelmente, a ideia dele vem sendo ressuscitada depois que descobriram que o Universo Estaria se expandindo de forma acelerada a partir de 10 bilhões de anos atrás.

      Um abraço!

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  18. Excelente reflexão, que possamos duvidar mais de nossas verdades, ainda mais em tempos de viés de confirmação e pós-verdade.

    abs

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