quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

SUA VIDA VALE MENOS DO QUE A DE UM AUSTRALIANO. SOBRE REFUGIADOS.

Olá, colegas. Eu iria escrever um texto sobre o preço da liquidez, e como um planejamento errôneo meu em relação à liquidez nos últimos dois anos me custou dezenas  de milhares de reais.  Entretanto, influenciado por mais um comentário de um leitor que escreveu de forma anônima, resolvi tratar de um tema não-financeiro.

  Eu tenho uma má notícia para a esmagadora maioria dos leitores e dos blogueiros de finanças, aliás é uma péssima notícia. Eu quando estava na belíssima Sydney fiquei na casa de uma família australiana. Conheci o sujeito, especialista em medicina chinesa, quando estava surfando em FIJI. Alguns meses depois, apareci na casa dele, e passei uma semana maravilhosa com ele, a esposa, e os dois filhos pequenos.

  A casa se encontrava num ótimo bairro e tinha um tamanho excelente. Perguntei quanto valia, e ele achava que deveria ser algo em torno de AU$ 1.8M. Só a casa dele vale mais do que qualquer patrimônio divulgado na blogosfera, talvez é maior do que todos os patrimônios juntos.  Filhos bonitos e bem educados. Um ótimo salário. É inegável que na escala humana de desenvolvimento, esta família deve estar no topo, talvez entre o 1% da população. 

  Assim, sinto informar, mas a vida dessa família tem mais importância que a vida das suas famílias leitores. Eu sinto muito mesmo em dar essa noticia.  Se alguma coisa de ruim acontecesse com eles, seria algo muito pior do que se algo de ruim acontecesse com a sua família. Eles falam inglês, são bem nutridos, moram numa casa fantástica e habitam num país de primeiro mundo. Por qual motivo a vida de sua família, prezado leitor, que mora num país periférico, cheio de assassinatos, corrupção, que "sua" a camisa para economizar algumas centenas de dólares por mês, valeria a mesma coisa que a vida dessa família? Não, não vale, desculpe mas essa é a verdade.

  Ficou irritado com esses parágrafos? Quer me xingar? Sentiu alguma coisa de ruim dentro de você ao ler isso? Parabéns, você é humano. Não concorda com o que escrevi? Acha injusto, abjeto? Pois saiba que é assim que o mundo funciona. Dependendo de quem você seja, onde tenha nascido, sua vida vale muito ou não vale muita coisa.

  Alguém acha que é possível ter paz num ambiente assim? Eu não acredito.  Enquanto realmente não entenderemos que qualquer vida humana é sagrada (e não falo aqui num sentido religioso), eu não creio ser possível controlar a manifestação da barbárie humana.

  Esse para mim é o ponto de partida para qualquer discussão minimamente séria sobre a crise de refugiados. Sim, a pergunta do colega anônimo a qual eu me referi era sobre refugiados sírios, e islamismo na Europa. A(s) pergunta(s) direcionada(s) a mim era sobre o que eu achava de todo esse estado de coisa, e se europeus e árabes lutam há séculos, não é perigosa essa “islamização" da Europa? 

  Comecemos pelo começo. Creio que terei que repetir isso muitas e muitas vezes. Árabe não é sinônimo de muçulmano. Quem diz isso já mostra que não entende quase nada do assunto. Existem centenas de milhares de árabes que não são muçulmanos, assim como a maioria dos muçulmanos não é árabe. Árabe não denota uma religião. A maior quantidade de muçulmanos está na Indonésia com seus 250 milhões de habitantes, onde uns 90% são muçulmanos sunitas e na Índia, onde uns 15-20% da População provavelmente é muçulmana. Um país é do Sudeste Asiático o outro é do Subcontinente Indiano. Não preciso nem dizer que as diferenças entre as manifestações da religião islâmica são muito diferentes nessas regiões geográficas do mundo, assim como o catolicismo das Filipinas é diferente do catolicismo Brasileiro

 Parece evidente que povos com culturas e desenvolvimentos históricos diferentes terão uma perspetiva diversa, mesmo que se trate da mesma religião. O Irã , que eu acabei de visitar , é persa (aliás não é somente persa , que representa 60% da população, mas há Turcos-Azaris, e algumas outras etnias, sim a coisa é muito mais complexa do que retratado na mídia), se você quer ofender um iraniano chame-o de árabe. 

  Portanto, ao falarmos sobre o tema, o discorrido no parágrafo antecedente é o básico do básico. Passemos para o segundo ponto. Há uma guerra horrível, sangrenta, suja e complexa ocorrendo na Síria (e no Iraque também). Sinceramente, você se importa? Hospitais destruídos, violência para além de qualquer sentido lógico, centenas de milhares de mortos, violência contra mulheres e crianças numa escala quase que incompreensível, a destruição de um país milenar com uma cultura riquíssima, e, e…, você se importa? 

  Se você não se importa com isso, por qual motivo você se importaria com um atentado terrorista que tirou a vida de algumas pessoas num país rico como a Alemanha? Se este é o caso, a única explicação possível, é que você dá mais importância a certos tipos de humanos do que outros. A vida num determinado local vale mais, talvez muito mais, do que a vida em outro lugar. 

  Isso é uma justificativa de um ato de assassinato contra civis? Evidentemente que não. Para mim a vida humana é sagrada. Nosso corpo é uma máquina fruto de um processo incrível de evolução de bilhões e bilhões de anos. É algo maravilhoso. A destruição de uma vida sem qualquer propósito é uma perda irreparável. Se você acredita em Deus, deveria achar que é um atentado contra à divindade. Por isso, sempre achei desde jovem, e agora nem se fala, uma contradição absoluta pessoas advogando a violência em nome de uma entidade que segundo definição é uma fonte absoluta e infinita de amor.

  Não é uma justificativa, não é nem mesmo um juízo de valor, mas sim a constatação de um fato. Se alguém se importa com um atentado nos EUA, e fica emocionado com a morte de algum europeu (um sentimento nobre e bonito), mas dá de ombros quando passa alguma notícia sobre Mosul, ou Aleppo ou Darfur, ou qualquer outro canto onde a maldade humana se manifesta com extrema intensidade, a única conclusão lógica é que se admite gradação de importância de vidas, e neste caso não há nenhum argumento lógico para contrapor o fato de que a adorável família australiana vale mais do que a vida de sua família.

  Prossigamos. A guerra da Síria é um fato. Por que ela está acontecendo? Por que está durando tanto? São perguntas difíceis que não tenho a pretensão de responder. Em meados de 2014, escrevi um texto sobre a ligação entre o primeiro golpe de Estado patrocinado pela CIA no Irã em 1953 e o surgimento de um grupo como o ISIS. Você pode conferir o artigo: A Infâmia, A Mentira, O Massacre e a Criação de um Monstro

  As nossas ações individuais ressonam no futuro. Todos os leitores devem compartilhar isso. Não é o mantra repetido pelos blogs de finanças? Economize, invista, e deixe os juros compostos fazerem a sua mágica no longo prazo. Assim, um ato no presente (economizar e investir) terá consequências bem a frente no futuro (a pretendida Independência Financeira anos e anos depois). As pessoas, ao menos algumas, conseguem aceitar este fato lógico da realidade.

  Entretanto, para outros aspectos da realidade, a lógica parece não fazer mais sentido para uma parcela significativa das pessoas. Os EUA deporem um primeiro ministro democraticamente eleito no Irã em 1953, governo este que poderia ser um farol para todo o mundo islâmico da região, foi um ato que provocou inúmeras consequências, a mais visível foi a revolução islâmica de 1979, que não foi nem mesmo uma revolução de cunho islâmico no início, mas este detalhe deixo para uma outra oportunidade. 

  A revolução islâmica, por seu turno, levou a um maior alinhamento dos EUA com o Iraque, que invadiu o Irã em 1980 usando armas fornecidas em grande parte pelos americanos. O Irã foi invadido, e a revolução islâmica que estava cambaleando no começo, usou a invasão do país como forma de aglutinar as pessoas e fortalecer o poder. A guerra Irã-Iraque é tão importante para os Iranianos em sua identificação nacional, que eu, depois de visitar o país, comecei a fazer um paralelo com a Grande Guerra Patriótica dos Russos. Para os russos a guerra é de 1941-1945, e eles não tratam como se fosse a segunda guerra mundial, não há nenhum monumento russo que não mostre o inicio em 1941, quando da invasão de Hitler.

  Com o surgimento de um regime hostil aos interesses dos EUA no Irã, eles apoiaram um ditador sanguinário chamado Saddam Hussein. Saddam usou armas químicas na guerra Irã-Iraque contra  Curdos-Iraquianos, ou seja, contra cidadãos do seu próprio país. Era um sujeito que usava extrema violência contra seu povo, com torturas em massa e severa repressão a qualquer dissenso político. Houve as guerras do golfo, Bush invadiu o Iraque (e colocam a culpa no Obama pela situação, só pode ser má-fé ou ignorância, ou uma mistura dos dois) baseado numa mentira (a existência de armas de destruição em massa). O Iraque colapsou. E nos escombros do país, surgiu o ISIS.

  Esse resumo a jato não serviu para tornar o texto enfadonho, mas apenas para tentar demonstrar os efeitos que certas ações podem ter no longo prazo, neste caso um golpe de estado patrocinado pela CIA há mais de 60 anos.

  Hoje, o conflito da Síria tem muitas partes, é algo quase que insolúvel. O mundo assistiu calado ao primeiro ano do conflito, onde talvez uma solução fosse mais fácil, e agora com um país destruído do ponto de vista físico e ético, fica difícil imaginar uma solução. 
  
 Aqui me encaminho para a metade final do texto e chego aos refugiados. A palavra imigrante é utilizada de maneira completamente equivocada nos dias de hoje, e ela é tratada como se fosse um sinônimo para refugiado, principalmente se as pessoas estão na Europa. Essa deturpação do uso da palavra claramente é intencional, se não para a maioria que nem percebe isso, mas ao menos para uma parte que tem claras preferências políticas.

 Refugiado é algo muito diferente de um imigrante comum. Se eu resolver mudar para a Nova Zelândia, eu serei um imigrante. Se alguém quiser ir trabalhar ilegalmente nos EUA, também será um imigrante.

  Um refugiado, por seu turno, é alguém que precisa deixar o seu país (e estou aqui apenas falando de refugiados, não de deslocados internos) por causa de guerras, extrema fome, perseguição religiosa ou política, ou qualquer situação que coloque a vida da pessoa e da sua família em grave risco.  A Europa sempre “exportou” refugiados, pois na Europa já existiram muitas guerras étnicas e religiosas, e milhões de europeus tiveram que se refugiar em outros lugares do mundo ao longo dos séculos. 

  Negar ajuda a um refugiado, ou a uma pessoa que corre risco de vida por causa de perseguições arbitrárias, é um ato em si desumano. É algo que vai contra todos os valores nos quais sociedades mais desenvolvidas se baseiam, não é algo compatível com pessoas que se auto-intitulam “pessoas de bem”.

 “Mas, o influxo de pessoas não é muito grande ? A Europa irá sucumbir!”. Os países europeus tem todo o direito de fechar suas fronteiras. A Hungria ergueu inúmeras barreiras, e há relatos que o tratamento de refugiados é o pior possível, o que não deixa de ser curioso para um país que  que sofreu com o nazismo e depois com o stalinismo (culminando na forte repressão soviética de 1954). Ninguém é obrigado a ter compaixão pelos outros. Ninguém é obrigado a gostar dos outros. Logo, é claro que os Europeus podem simplesmente “lavar as mãos”.

  Agora, ao fazer isso, fica difícil sustentar as próprias bases das democracias européias. Negar ajuda a pessoas desesperadas, deixar que corpos de crianças apareçam boiando à beira de praias européias, não me parece ser compatível com os ideias europeus. 

  Não vou nem falar de refugiados crianças, pois a negação de ajuda a crianças é simplesmente um ato cruel, mas de adultos. Sim, é um enorme problema. De logística, de infiltração de terroristas, de pressão nos serviços sociais. Agora, imaginem a pressão que não está sendo na Turquia, Líbano e Jordânia com milhões de refugiados Sírios. A Turquia está sendo arrastada para o redemoinho. Há anos falo que se a Turquia (um país lindo, ainda secular e extremamente importante) de alguma maneira se tornar instável de forma muito aguda, a segurança da Europa estará completamente comprometida. Alguém fala sobre isso na imprensa ou nos textos apaixonados, mas quase todos sem muito substrato? 

  Sinceramente, depois de tanto viajar, eu nunca conheci um povo que denegrisse o seu país (o único, e felizmente são poucas pessoas, foi o brasileiro). A pessoa pode estar desapontada com as oportunidades de emprego, pode estar fugindo de um conflito, mas a esmagadora maioria das pessoas se sente conectada com a terra onde nasceu. Quase todos refugiados muito provavelmente apenas querem estar nos seus países, não querem necessariamente viver em outro local. Assim, a mitigação do problema passa pela tentativa de solucionar o complexo conflito na Síria. Como isso pode ser feito, eu não tenho a menor ideia.


  Quando estava no aeroporto de Istambul esperando a minha conexão para o Brasil, conversei alguns minutos com uma inglesa que vivia na Turquia e trabalhava para a Oxfam na área de refugiados. Como gosto bastante da Oxfam, aproveitei a oportunidade para elogiar o trabalho da organização, e perguntar com mais profundidade a situação dos milhões de refugiados na Turquia e como isso estaria pressionando a própria estabilidade da Turquia, e também questionei o papel da Europa em relação aos refugiados. Ela apenas , em relação a esta última pergunta, fez uma cara de desanimada e disse que sentia vergonha do que a Europa estava fazendo. 

 Não é um problema fácil, não há soluções simples, há um risco acentuado de ocorrer ainda mais ataques terroristas (porém creio que isso pode ocorrer com ou sem refugiados). Eu não tenho respostas para tudo isso. O que posso apenas dizer é que espero que a Europa, e o mundo desenvolvido como um todo, possa se manter fiel às tradições humanistas do pós segunda guerra mundial e não sucumba ao  puro xenofobismo, pois os lugares que esse tipo de conduta pode levar são sombrios, e a Europa sabe muito bem disso.


O texto está ficando grande e percebi que toquei apenas de forma indireta no tema “islamização” que foi o tópico da pergunta do colega anônimo. Deixarei para uma outra oportunidade para discorrer sobre esse tema.

Se isso é uma resposta normal a essa crise, é porque há algo profundamente errado conosco. Esses não são os valores que acredito serem compatíveis com uma sociedade que preza a dignidade humana.


  Um grande abraço a todos!



73 comentários:

  1. E ai PF, a maioria do pessoal defende a Europa e as vezes não conhece o outro lado da moeda.

    Se gosta de noticias adiciona meu blog na sua lista:

    http://fofocarioonline.blogspot.com.br/

    Abraço.

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  2. Para mim, o argumento central do texto não faz sentido.
    Talvez agumas poucas pessoas dêem mais importância a um atentado na Europa por valorizarem o europeu mais do que, por exemplo, sírios. Muitas outras, porém dão mais importância ao fato por inúmeros outros motivos não relacionados ao valor de uma pessoa: proximidade, afinidade ou inflência cultural, conhecimento mínimo sobre o lugar, o povo e seus costumes (garanto que 90% da população brasileira não saberia sequer apontar a síria em um mapa), inusitado do fato (um atentado na Europa ainda me surpreende, apesar de estar se tornando comum. Um maluco atirando em uma universidade dos EUA ou um traficante executando um inocente no Rio de Janeiro são fatos que, infelizmente, nos habituamos a enxergar como corriqueiros), medo de algo parecido acontecer com ela, exploração da mídia, etc.
    Não estou dizendo que sua afirmacao esteja incorreta, mas sim que o silogismo usado para prová-lá é falso.
    Abraço

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    1. Olá, colega. Você tem toda razão que questões de afinidades culturais, proximidade geográfica, etc, podem ter um peso maior em nosso sentimento. Isso é verdade e bem evidenciado em estudos sobre o nosso cérebro.

      Agora, você realmente pensa que apenas isso explica? Não há dúvidas também que atos terroristas possuem um apelo emocional muito maior do que se eu falar que esse dia mais de 30 mil crianças irão morrer no mundo de desnutrição e doenças tratáveis. Porém, em minha opinião é claro, isso está longe de explicar a gradação de importância que infelizmente é dado a vidas humanas.

      Enquanto a vida de um civil sírio tentando escapar de Aleppo não for tão importante para a comunidade internacional como a vida de um australiano, eu sinceramente vejo poucas chances de um mundo equilibrado e pacífico. Talvez isso realmente seja impossível, talvez os seus adendos sejam uma parte da explicação para o fato disso não ser possível, mas se isso é verdade, não podemos esperar que atos de barbárie não irão continuar.

      Abraço!

      obs: o título do texto é obviamente apenas uma provocação para que possamos refletir. Eu não considero que nenhuma vida seja intrinsicamente mais importante do que outra, conforme dito no próprio texto.

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  3. Soul,

    Ixi esse assunto é de uma complexidade .... espero que achem maneiras pra parar essas coisas de ambos os lados ... mas .. sei la .. nao tenho tanta fé assim na humanidade ....

    A gente tem uma serie de pessoas aqui no Brasil que gostam de opinar falando que tem que acolher os refugiados, mas quando veem haitiano, boliviano nas ruas do Brasil, já querem falar mal ... muita coisa tem q mudar ....

    Abs,

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    1. Olá, Rodolfo.
      Pois é. Refugiados (no caso boliviano seriam imigrantes mesmos em busca de uma vida melhor) não são uma visão agradável. A própria existência de refugiados advém de alguma coisa não agradável. Não serão pessoas bem nutridas, bem vestidas, sorridentes. Provavelmente, serão o oposto disso. Entretanto, na esmagadora maioria dos casos, os refugiados apenas querem uma oportunidade para iniciarem uma nova vida, e muito provavelmente não medirão esforços se eventualmente alguma oportunidade lhes for dada.

      Abraço!

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  4. Cara, com sua visão de mundo e sua capacidade de escrever de forma clara, você pode escrever sobre qualquer coisa e será um sucesso!
    Leio seus posts com alegria, sabendo que vou enriquecer minha forma de pensar!

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    1. Olá, Eric.
      Fico feliz que goste dos meus textos, sei que você acompanha faz um certo tempo e de vez em quando coloca alguns comentários.
      Obrigado!
      Abs

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    2. Erick, aproveitando a preguiça de uma véspera de Natal para dizer que faço minhas as suas palavras hehe

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  5. Lamento ter perdido meu tempo lendo um texto como esse. Da próxima vez, coloque uma pequena introdução antes, de forma a evitar que as pessoas se enganem e percam seu tempo. Aliás, pouco me importa quem morre na Síria ou na Europa, eu me preocupo em ganhar o máximo de dinheiro possível pra conseguir minha IF. Quem sabe no dia em que eu tiver a minha IF e tiver dinheiro sobrando pra viajar por todo o mundo como voce eu comece a ter preocupações humanistas e filosóficas como ti, hahahaha?

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    1. Olá, funcinha.
      É quem sabe, é o que desejo para você.
      Abs

      obs: a próxima vez leia com mais atenção o título de um texto. Seria um artigo sobre refugiados. Se o tema não interessa a você, bastaria olhar o título do artigo, e convenhamos não é uma atividade hermenêutica das mais difíceis, não é mesmo?

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    2. É bom saber o que acontece no mundo.

      Informação nunca é demais funcinha.

      Qual sua idade/faixa etária soul? Abraço.

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    3. Olá, colega. Tenho 36 anos. O tempo vai passando, há pouco tempo e eu era um garoto de 14-15 anos que pensava apenas em jogar xadrez e estava começando a surfar, com fartos cabelos loiros e sem muita preocupação. Logo, a vida é tão curta, que realmente devemos parar de nos preocuparmos com coisas tão pequenas.

      Abraço!

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  6. A propósito, você sabe mensurar quanto vale o sofrimento de uma família despejada de um imóvel que vai a leilão?

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    1. Olá, funcinha. É difícil alguém mensurar o sofrimento de outra pessoa, pois obviamente o sofrimento é algo pessoal. O que podemos tentar fazer é imaginar como seria estar no local de uma pessoa que esteja sofrendo. Isso é possível, e um bom exercício.

      O texto era sobre refugiados, e você trouxe à baila leilões. Pelo tom de sua pergunta, imagino que tenha alguma solução melhor para quando há inadimplemento de uma financiamento bancário ou a necessidade de pagar uma dívida que o devedor se recusa a quitar judicialmente.

      Eu, creio que os economistas, a comunidade jurídica, os mutuários, os devedores, somos todos ouvidos. Ilumine-nos.

      Abs

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  7. Olá Soul,

    Ótimo resumo histórico. Tem sido desastroso esse intervencionismo americano no Oriente Médio. Virou uma bola de neve imparável.

    Gostaria de fazer algumas ponderações.

    Existe uma enorme diferença entre os refugiados da segunda guerra e os de agora. Os atuais estão sendo usados como cavalo de tróia para a infiltração de terroristas no continente europeu e na América do Norte. Claro que não são todos, mas no meio dessa gente sofrida estão muitos terroristas treinados e prontos para agir.

    Já imaginou se lhe pedissem para acolher um grupo de pessoas na sua casa, sendo que um deles seria um serial killer? Seria melhor recusar o grupo inteiro para sua própria segurança, não é mesmo?

    Os italianos e japoneses que chegaram ao Brasil e outros países fugindo da segunda guerra não vieram explodir bombas ou atropelar as pessoas usando caminhões. Vieram trabalhar, muitos na lavoura. Também não lembro dos japoneses querendo impor budismo ou qualquer outra cultura no Brasil em cima do que já existia aqui. Vieram apenas para somar.

    Por outro lado, os islâmicos querem impor sua cultura, a Sharia, etc, na Europa. Ao invés de se adaptarem ao país, querem que o país se adeque a eles. Não tem cabimento.

    Outra, por que eles são não acolhidos na Arábia Saudita ou nos Emirados Árabes? São países ricos que têm uma cultura muito mais parecida com a deles. Só que os sauditas não querem ninguém lá. Não é irônico a religião do amor não acolher seus semelhantes?

    Ainda no quesito imigração, tem um e-mail vazado nos wikileaks no chamado "podesta files" que é a verdade nua e crua sobre os diversos grupos de imigrantes existentes no mundo.

    Está aqui: https://wikileaks.org/podesta-emails/emailid/1637

    Abçs!

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    1. Olá, I.I. Grato pelas ponderações. Vamos por partes:
      a) Claro que há diferenças entre os refugiados de um conflito mundial que teve início há quase 80 anos, e um conflito localizado num país periférico. Porém, isso não afasta o conceito de refugiados, que são pessoas que estão fugindo de perseguições arbitrárias nos seus países de origem. Sobre este prisma, não há qualquer diferença;

      b) Veja, eu acredito muito em fatos e na apresentação corretas dos números, acredito que você também. Você usa a expressão "claro que não são todos" para indicar que não são todos os refugiados que seriam terroristas potenciais. Isso representaria o que, 70-80% dos refugiados. Veja a pergunta para mim é crucial para entendermos o problema. Se eu disse que há muitos estupros no Brasil, mas falar que "claro não são todos os homens que são estupradores em potencial", provavelmente muitas pessoas vão reclamar e dizer que "ei, é claro que não, talvez nem 0.1% dos 100 milhões de homens no Brasil, - o que daria algo em torno de 100 mil potencial estupradores- são estupradores". Quero acreditar que nem você, nem ninguém, pense que 20-30% dos homens (o que não significa a maioria) dos homens no Brasil são estupradores.

      c) Pois bem. Eu li que em 2015 o número de refugiados que procuraram asilo em toda Europa foi da ordem de 1M. Se pegarmos a sua frase de que uma parcela significativa de refugiados são terroristas em potencial, estaríamos falando do que 10-15%? Você acredita que há 150 mil terroristas em potencial na Europa? O Estado Islâmico no auge, conforme algumas agências de inteligência, deveria ter algo em torno de 30 a 40 mil combatentes na Síria e Iraque. Então, podemos ver que o número não fecha.
      0.1% dos refugiados então? Isso daria 1.000 terroristas em potencial. Parece-me ainda muito alto, mas talvez possa ser.
      d) Você consegue perceber a diferença no discurso? De "é claro que uma grande parte não é terrorista" para um discurso de "ah, talvez 0.1% dos refugiados possam ter inclinação a praticar atos de terror?". Aliás, a mídia faz isso com tudo, e é uma forma fácil e eficaz de manipular opiniões e esconder a complexidade dos fatos.

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    2. II,

      Perfeito, rs.

      Mesmo sem ter lido o seu comentário, o meu, que acabou de ser publicado, toca EXATAMENTE nessa questão dos outros países da região.

      Abraços!

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    3. d) É claro que há um problema. É claro que há problemas de adaptação. Nós vivemos num mundo com muitos problemas. Cabe aos humanos ignorá-los ou enfrentá-los.
      No próprio texto, eu disse que não há qualquer solução fácil. Soluções mais fáceis existiram anos atrás, se tivéssemos prestado mais atenção ao problema.
      Agora, o problema tomou dimensões enormes, e só tende a piorar, principalmente com a instabilidade generalizada de alguns países do norte da África, que fazem quase que uma fronteira marítima com a Europa.

      e) A provação no texto é para refletirmos quanto realmente valoramos uma vida humana. A vida de um sudanês tem o mesmo valor de um dinarmarquês? Por que sim e por que não?
      Você tocou no ponto: pressionar a Arábia Saudita. Estou de pleno acordo contigo, o mundo deveria pressionar este país. Quase ninguém sabe, mas há uma guerra atroz também acontecendo no Yemen, com tropas sauditas inclusive, e isso é apenas mais um ponto de tensão para o mundo em geral e Europa em particular.
      A solução dessa crise, se é que seja possível, passa necessariamente pelo fim do conflito na Síria, mas a coisa escalou para um grau de violência tão grande lá, que fica difícil imaginar milhões de pessoas voltando em segurança para lá, sem que sofram qualquer tipo de represália. É complexo, é sujo, não é bonito, mas é a situação em que o mundo se encontra.

      f) Os governantes possui um "dever fiduciário" para com seu povo em relação a segurança de suas fronteiras, bem como de sua população em relação a ataques estrangeiros. Você está correto. Assim, evidentemente os países precisam se preocupar com a sua segurança interna, e o fluxo muito grande de refugiados, muitos deles não querendo se adaptar às tradições locais, pode ser um imenso problema. Tudo isso é verdade.
      Porém, na sua ponderação não observei nem um caminho para uma possível solução. Como eu disse no texto, pode-se fechar as fronteiras, construir muros, agir com intolerância e violência contra refugiados, tudo isso é possível. A pergunta que deixei no texto é se isso é compatível com os valores humanistas da Europa, principalmente do pós-guerra. Será que países podem se sustentar quando eles agem contra os seus valores fundamentais de respeito à dignidade humana? Eu acredito que não.

      h) Eu li uma parte do link que você mandou. Que os judeus são um povo organizado, eficiente e próspero, não há qualquer dúvida. Quando estava na Mongólia, viajei por uns 10 dias com uma dupla de Israelense, ambos tinham acabado de servir o exército. Tive a oportunidade de fazer várias perguntas. Eu , particularmente, tenho grande admiração por um povo que consegue chegar num índice de desenvolvimento humano tão grande como os judeus, tendo como país um lugar no deserto, cercado por vizinhos hostis.
      Logo, o e-mail não é nenhuma novidade para mim.
      Boa parte dos países onde a religião islâmica predomina são países pobres, com ditaturas fortes - muitas delas apoiadas e em certa medida financiadas por países ocidentais. Não me parece que se pode esperar um dinamismo intelectual e financeiro em países assim.

      Agora, o que me chama atenção é que a gente se refere a Brasileiros e Mexicanos, como Brasileiros e Mexicanos. Não nos auto-referimos como católicos. Ora, então por que raios as pessoas se referem a etnias e nacionalidades por meio da religião, quando se trata de muçulmanos? Mais uma vez é um debate distorcido.

      Abraço Rafael!

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    4. Olá Soul, novamente.

      Algumas questões:

      A situação na Síria é de responsabilidade dos alemães?

      O cuidado com os refugiados é de responsabilidade dos alemães?

      Eu acho que não.

      Veja. Alemães estão sendo mortos e mulheres violentadas por gente que chegou como refugiado. O compromisso do governo alemão é com quem?

      Isso vale pra França, Suécia, etc e todos que recebem refugiados.

      Não vejo muita diferença em haver 0,1%, 1% ou 10% de terroristas infiltrados. Difícil calcular. De qualquer forma, eles existem e estão fazendo estrago.

      Acho imprópria a comparação com estuprador no Brasil, porque 99% dos terroristas vÊm de um grupo bem específico. Estrangeiros e islâmicos.

      O wikileak fala muito dos judeus, mas queria chamar a atenção para esse tipo de imigrante que está chegando na Europa. Esses trechos:

      "the vast majority of working-age Muslims in Euroweenieland are not only jobless, but also structurally unemployable (completely lacking in all marketable skills)."

      "63 percent of preschool immigrant children (often 4th generation!) in Berlin’s Kreuzberg district speak little or no German and are theoretically inadmissible to an elementary school"

      Não é possível resolver todos os problemas do mundo, mas os governos europeus estão sendo coniventes e deixando seu povo à mercê do terrorismo.

      Se não houvesse terrorismo causado por pessoas vindas dessa região do planeta, seria até mais plausível aceitar esses refugiados, mesmo com todos os problemas vindos disso.

      Abçs!

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    5. I.I., não amigo, não! Claro que não é responsabilidade dos alemães. Talvez possamos discutir se devemos alguma coisa os outros, como um filósofo chamado Peter Singer que possui vários livros sobre Ética Prática gosta de refletir.

      Deixando isso de lado, não e isso foi abordado no texto. Nós não somos obrigados a ter compaixão e a ser generosos. Em nenhum momento eu disse isso. Apenas, e esse é o principal ponto da reflexão, é se fechar a porta para pessoas que fogem de um massacre, é algo compatível ou não com os valores que a maioria das sociedades européias se baseiam.

      O outro ponto é se não fazer nada, não agravaria apenas mais ainda o problema no futuro. No Brasil se construíram muitos muros, mas nem por isso a violência deixou de avançar em todas as classes sociais.

      A comparação, caro I.I., foi apenas para realçar que os números importam e muito. 10% é muito diferente de 0.1%. Se eu disser que existe um número muito grande de brasileiros que pensa que a volta dos Militares ao comando do Executivo é uma boa solução é uma coisa. Se eu disser que esse "grande número" representa 0.1% da população é outra coisa. A mídia, o marketing, e grandes argumentadores sabem muito bem disso. Quis apenas chamar atenção para esse fato, a distorção de números com o intuito de se forçar uma conclusão.


      Veja, e aqui não é nenhuma crítica I.I., percebe-se que uma parte gigantesca do mundo é desconhecida para você. Não tenho a menor dúvida que jovens vindo da Síria, em sua boa maioria, não terão nem de perto habilidades valorizadas pelo mercado, se comparadas com um Alemão Jovem. Assim, como um Cambodiano médio em nada se compararia com um Dinarmarquês médio se fôssemos analisar a possibilidade de criação de valor para o mercado de um e outro. Um foi bem nutrido (o que faz uma diferença absurda no desenvolvimento a posteriori), o outro provavelmente não. O outro foi bem instruído, o outro provavelmente não.
      São coisas incomparáveis. Assim, o e-mail apenas reconhece o que é óbvio e patente: jovens são condenados à pobreza e a estagnação simplesmente por fatores alheios à sua vontade.
      Eu já tive a oportunidade de conversar com filhos de muçulmanos argelinos que possuem bons serviços na França. Não me pareceram em nada diferente, no quesito trabalho, dos inúmeros franceses com os quais já convivi.

      Eu concordo que o mundo possui muitos problemas. Mas veja que estamos falando de uma crise humanitária de grandes proporções. Não estamos falando que o Iraniano médio tem que trabalhar um monte para ter uma vida mais ou menos. Ou que há tráfico humano de países pobres para países ricos. Esses todos são problemas, e é difícil solucionar todos eles. Estamos falando de uma crise humanitária com consequências graves, onde centenas de milhares de pessoas estão sendo perseguidas e massacradas.

      O mundo precisa dar uma resposta a isso. Os países europeus precisam manter suas populações seguras. Tudo isso é verdadeiro, uma coisa não exclui a outra. Agora, controlar ataques terroristas praticados por um indivíduo é praticamente impossível, seja com refugiados ou não.

      Abraço!

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  8. Grande Soul,

    Seja bem-vindo de volta à blogosfera financeira! Minhas considerações sobre o seu artigo:

    1) A respeito do Brasil, é um "país" escroto, um dos piores do mundo, e você sabe muito bem disso. Portanto, como não existe praticamente nada que preste aqui, tem que esculhambar mesmo!

    2) Sobre os "refugiados", a situação é complexa, porém, eu tenho certeza que você não deixa qualquer um entrar no seu apartamento, correto?

    Logo, essa política de abrir as fronteiras para qualquer um entrar é nada mais nada menos do que loucura! Para a dona Merkel e seus burocratas estatais nada muda, afinal, os políticos vivem em outro mundo, com várias regalias...

    O que eu acho engraçado, contudo, é que ali pertinho da Síria temos a Turquia, o próprio Irã, Israel, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, que são países da região que estão em situação melhor que ela.

    Todas essas nações tem uma cultura extremamente parecida com a deles, senão for igual. Porém, os "refugiados" querem ir para a Alemanha, afinal, quem não quer receber casa, comida, roupa lavada, aula de alemão, etc?

    Nunca esqueço-me de uma matéria da Globo sobre o assunto, e o repórter, ao questionar uma "refugiada" sobre o assunto, foi clara e objetiva:

    "I love Germany."

    Não preciso falar mais nada...

    Abraços!

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    1. Olá, I.L.. Primeiramente, agradeço as palavras de incentivo.

      1) I.L., I.L., ..., você adora bater na mesma tecla. O Brasil está longe de ser um dos piores do mundo, e a sua insistência neste ponto, apenas mostra o seu desconhecimento do mundo.

      2) "O que eu acho engraçado, contudo, é que ali pertinho da Síria temos a Turquia, o próprio Irã, Israel, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, que são países da região que estão em situação melhor que ela.

      Todas essas nações tem uma cultura extremamente parecida com a deles, senão for igual. "

      I.L., I.L,... Acho que você não leu o texto em sua integralidade. Foi citado especificamente o caso da Turquia, este país abriga mais de 1M de refugiados, colocando grande pressão, num país que acabou de sofrer uma tentativa de golpe. Engraçado, talvez pelo não conhecimento da área, você não ter citado o Líbano e a Jordânia que estão recebendo mais de 1M de refugiados, mesmo sendo países minúsculos.

      Uma cultura igual da Síria com o Irã e Israel? I.L., não, não são nem remotamente parecidos. Israel já possui os seus imensos problemas de segurança, e não sei se você sabe mas existem milhões de árabes-muçulmanos que vivem dentro do Estado de Israel. O Irão é persa e xiita, em quase nada se assemelhando com a Síria.

      Sobre os demais países citados, eu creio que deveria sim haver uma pressão muito maior da comunidade internacional, principalmente na Arábia Saudita.

      Não, eu não sou obrigado a abrir o meu apartamento. Mas creio que é uma situação completamente distinta, e a analogia não se sustenta. Há uma diferença atroz entre a humanidade tentar solucionar um problema que atinge milhões de pessoas, e o seu exemplo. Aliás, não creio nem mesmo que sejam comparáveis.

      Sabe o que vai acontecer se o mundo desenvolvido der as costas para esse problema? O problema no futuro irá voltar ainda com mais força, pode ter certeza. Foi exatamente o que aconteceu com o Afeganistão, depois dos EUA armarem Osama Bin Laden (sim, isso aconteceu colega) para lutarem contra os soviéticos. Depois disso, o Afeganistão foi abandonado a sua própria sorte, e sabemos bem o que aconteceu alguns anos depois.

      E sobre a sua última frase, essa linha de argumentação não tem o menor sentido. Ué, você quer emigrar para os EUA ou Sudão? É evidente que país fugindo de um país em pedaços querem o melhor para os seus filhos, logo isso é apenas uma escolha racional.

      Abraço!



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    2. Número de refugiados por país:

      "as of April 2016 (the latest published data), there were 7,096 Syrian citizens in Russia, compared to 2.7 million Syrians in Turkey, 1 million in Lebanon, 655,000 in Jordan, 300,000 in Germany and 100,000 in Sweden, according to United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR) data."

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    3. Bom, trazer os números I.I. São muito maiores na Turquia do que imaginava. São muito grandes nos países vizinhos Líbano e Jordânia. São bem grandes na Alemanha e Suécia. O número de 1M que citei, deve ter sido de pessoas que tentaram refúgio na Europa.

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    4. "Portanto, como não existe praticamente nada que preste aqui, tem que esculhambar mesmo!"

      Quanta revolta, desespero e frustração na cabeça do nosso colega. Fico triste por ele.

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    5. Pois é... e viram como a Turquia está ficando cada vez pior, mais e mais violenta.

      Sinceramente, creio que os Sírios deveriam lutar sua própria guerra, incluindo mulheres, crianças e idosos, sim... pois o Estado Islâmico conta com pessoas nessas categorias também... e os Sírios vão fugir? Deixar o país para os terroristas?

      Uma vez fazendo uma prova li o seguinte texto: https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/21982

      Que é muito interessante e fala do envolvimento dos civis nas guerras, resumidamente diz que no início não havia ataques a essas pessoas "não" envolvidas, citando inclusive que: "Contam que famílias inteiras da sociedade de Washington pegaram suas cestas para piquenique e foram, de carruagem, assistir à primeira
      batalha da Guerra Civil americana, em Richmond, e não tiveram baixas".

      Ora... para mim é hipócrita, uma guerra sempre é de todos. Se não houver interesses opostos não há guerra. Tenho certeza que se um lado democrático, laico, honesto, com boas ideia e ótima administração vencer o conflito e transformar o país nos EUA do Oriente Médio esses refugiados vão ficar doidos para volar, ora... então que apoiem e lutem por esse lado, sejam os Assadistas, Isisistas ou Rebeldes... não há país bom e livre sem guerra...

      Imagine se os federados nos EUA tivessem corrido, ainda haveria escravidão! Imagine se os Aliados tivessem fugido, hitler dominaria o mundo! etc O mesmo ocorreria se o povo parasse de produzir alimentos, armas, fêmeas para animar os combatentes para que a guerra continuasse...

      A Síria é uma merda pois tem um povo de merda, devem ser os brasileiros do oriente médio... não há meio termo ou são maus-caráteres ou são bananas... pois uma coisa é fato... quem causa todo esse sofrimento é gente de lá tb.

      E só para arrematar... aquele país sempre foi um lixo, tanto que é governado por ditador a décadas, IDH péssimo etc, mesmo assim os Sírios tiveram coragem que colocar filhos no mundo e esses filhos mais filhos, então é óbvio... se tem crianças sofrendo naquele inferno é que seus pais e mães são sádicos, pervertidos, inconsequentes... verdadeiros animais que curtem uma trepação irresponsável... e digo mais, não é só desde 2011 que há abusos por lá "A Síria esteve sob uma lei de emergência entre 1963 e 2011, o que efetivamente suspendeu a maioria das proteções constitucionais de seus cidadãos, além de seu sistema de governo ser amplamente considerado como autoritário"...

      Ora o lugar é um caos, quem nasceu por lá se lascou e a culpa PRINCIPAL, quase exclusive, é do papai transão e da mamãe vagaba... Essa perspectiva parece cruel, mas é real.... se a criança tinha 3 anos em 2015, os genitores estavam carcando já com o caos máximo instalado.

      Enfim, para terminar eu coloco o seguinte, enquanto a satisfação de vaginas e pênis tiver prioridade sobre causas mais nobres, como a própria compaixão humana pelo seu filho que ainda não nasceu, essas tragédias acontecerão e mais, pode ter certeza que muitos soldados do IE estão lá por causa dessa putaria generalizada e excludente que causa frustração sexual e insanidade... sobretudo no homem... é sempre assim, os ataques de atiradores (escolas/cinemas) em países desenvolvidos normalmente tem esse mesmo mote: FRUSTRAÇÃO SEXUAL, algo que pode transformar um pacato cidadão no mais vil e cruel animal... eu sei do que estou falando.

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    6. Soul,

      Respeito a sua opinião, mas discordo da mesma. A proposito, deixo apenas mais uma (de tantas) notícias que retratam o seu Brasil maravilhoso:

      http://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/departamento-de-justica-dos-eua-ve-maior-caso-de-suborno-da-historia.html

      Isso acontece em nações civilizadas, desenvolvidas e de primeiro mundo? Não precisa nem responder...

      E os EUA, o melhor país do mundo na minha opinião, como sempre, colocando ordem na casa.

      GOD BLESS AMERICA!

      Abraços.

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    7. I.L., não caia nesse erro meu amigo. Em nenhum momento, o Brasil foi retratado como um lugar maravilhoso. O Brasil, como qualquer lugar do mundo, possui os seus defeitos e qualidades.
      Não crie espantalhos, essa é a forma de não se discutir nada, de manter uma visão estreita de mundo e simplesmente perpetuar-se em ideias que talvez não sejam corretas.

      Abraço também colega

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  9. Soul, seu texto foi muito bom.

    Infelizmente, na blogosfera, algumas pessoas acreditam nas bobagens escritas pelo Rodrigo Constantino e acham que são pobres vítimas da classe média, exploradas por um governo comunista e blablabla.

    Os meios de comunicação, principalmente, Globo e Veja destruíram o pouco bom senso que havia neste país. Antes alguém tinha medo de falar tanta bobagem, agora tudo mudou, estão orgulhosos de não saberem nada e se acharem os maiorais.

    A Europa tem dinheiro hoje porque roubou muito no mundo todo. Séculos e séculos de pilhagens e escravidão fizeram o Velho Mundo encher o bolso.

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    1. Olá, colega. Não há menor dúvida que a Europa, ao menos parte dos atuais países, explorou e causou muito mal ao redor do mundo.
      Entretanto, não creio que a riqueza da Europa possa ser explicada apenas por isso.
      Creio que um aumento da produtividade, um acúmulo gradual de capital, mercados relativamente livres, um ambiente de liberdade, uma certa proteção social, foram os ingredientes para que a Europa chegasse onde chegou. Também não podemos esquecer, que a Europa possui uma história milenar.

      Rodrigo Costantino é um péssimo escritor. No máximo poderia ter um blog amador como muitos outros possuem. Inacreditável que ele conseguiu escrever na VEJA por tanto tempo.

      Abraço!

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    2. Além de discordar da questão da Europa como o Soul, também discordo de que o governo não me explora e de que o país não tenha tendências socialistas (como explicar partidos de extreme esquerda com representação no congresso, sendo considerado algo natural?). De resto... ok

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  10. Soul, já leu sobre a Política Natalista de Getúlio Vargas? Por causa desse ditador, temos um país com gente desvalorizada, com salários aviltados. A grande massa vive na lama porque as autoridades fizeram besteira.

    Isso serve para a situação do mundo hoje.

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    1. Olá, colega. Não conheço. Você poderia resumir o que é, e por qual motivo isso contribuiu para o aviltamento de salários e desvalorização de pessoas. Geralmente, nossos baixos salários são explicados pela baixa produtividade do trabalhador brasileiro.

      Abraço!

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    2. Países usam política natalista para produzir exército de reserva de mão de obra, uma forma bem canalha de manter os salários baixos. O resultado é que vemos uma cultura nas classes mais baixas de hiperprivilegiar a mulheres, até as meninas, que têm muitos filhos. Isso dificulta qualquer casal sair de uma favela, buscar educação e melhores salários.

      Também como incentivo à natalidade, havia a questão de o Norte e o Centro Oeste do país estarem desabitados, isso preocupa os militares até hoje.

      Quanto mais gente disposta a aceitar um salário mínimo de fome, menor a chance de se haver aumento real desse salário.

      Como alguns dos resultados vemos famílias enormes sem nenhuma estrutura. Isso foi culpa das elites políticas e econômicas.

      Lembrando que os EUA importaram pobres do México, os Franceses, pobres da Espanha, a Alemanha, pobres da Turquia, Portugal etc. Os grandes industriais pressionam os políticos para haver mais gente se humilhando por salários ridículos.

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  11. Fala Soul,

    Excelente texto, aprendi bastante.

    Eu também não sou defensor ferrenho do Brasil, mas nunca falei mal do meu país, principalmente com estrangeiros.

    Nos países que visitei (olha só, eu dizendo isto) vi muito nacionalismo.

    Não entendo realmente esta paixão em falar mal do Brasil, tudo bem, não é uma “Brastemp”, mas não é tão ruim assim.

    Até mesmo esta nova onda da blogosfera de que investir no Brasil não vale, tem que investir no exterior, eu não entendo. Motivo? Muitos enriqueceram aqui e continuam enriquecendo, mas a onda agora é dizer que somos ou seremos uma nova Venezuela e por isto não vale investir aqui.

    Eu sinceramente, não tenho opinião formada sobre refugiados. Nas últimas férias, vi muita gente vindo do Haiti pra cá, e na fila do aeroporto notei vários brasileiros criticando, era tipo 70% falando mal, incluindo comentários racistas, dizendo assim “esta gente vai pro Brasil pra roubar nossos empregos”.

    É assim a vida ...

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    1. Olá, VC!
      Como está meu amigo? Mais tranquilo com o emprego?

      - Não é uma nova onda, é que é um assunto novo em que poucas pessoas dominam. Não tenho a menor dúvida que se pode enriquecer no Brasil, seja investindo, ou principalmente empreendendo. O foco nem é esse. O foco é ter acesso a um mundo de produtos financeiros, diversificando o risco , participando do crescimento do mundo e fugindo do risco de estar apenas concentrado no Brasil. Para mim começou a fazer muito sentido, mas não é uma obrigação, apenas uma cautela.


      - Pois é, assim que reagimos. Uma pena.


      Abraço!

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  12. Parabéns novamente, Soul! Acho muito importante que esse assunto seja discutido, sob diversas óticas. Infelizmente, na maioria dos blogs só vejo comentários baseados na ignorância e em soluções simplistas, quando se trata desse assunto. Por favor, continue escrevendo sobre essa questão!

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    1. Olá, Lux. Realmente é um tema espinhoso que mexe com muitas coisas. Pessoas ficam emocionais. Esse é o verdadeiro politicamente incorreto, e é por isso que algumas pessoas se ofendem tão fácil.
      Porém, há outras que trazem argumentos equilibrados, como alguns colegas já o fizeram neste artigo.
      Grato pela visita e comentário.
      Abraço!

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  13. Olá, Soul.


    Bom, esse é um tema complicado... Vejo que você apelou ao bom senso, que é o que todos devemos fazer - ah, se as pessoas se pautassem mais pelo bom senso, muitas besteiras seriam evitadas. Entretanto, a situação é mais complexa que ter compaixão com o lado sofredor (pessoas atingidas pela guerra).

    Muitas organizações e grupos islâmicos têm planos quanto à islamização do ocidente, não é de hoje, há várias declarações e ações em pró disso. E temos, do lado ocidental, vários grupos progressistas que apregoam o multiculturalismo como política de estado, ou seja, que os países ocidentais não sejam mais simplesmente só dos nativos, mas de outros. E isso tem implicações mais profundas, como mudanças culturais - no sentido antropológico, o da forma de viver - e direitos de uma sociedade. Esses grupos trabalham ativamente há décadas, sendo que com o fortalecimento da União Européia em meados dos anos 2000 e com o fortalecimento dos EUA à causa - principalmente na gestão Obama - isso foi se acentuando. Chega-se ao absurdo de existir políticos que proclamam que "os seus países não lhes pertencem mais, mas, sim, aos muçulmanos, e que isso é bom".

    Aí você junta as duas pontas, do lado muçulmano há tentativas de "colonização"; do europeu, lobby pró islamização. Sem contar os pensamentos sorrateiros de transformar refugiados e imigrantes em cidadãos europeus. Isso simplesmente assusta a qualquer um que seja europeu e tenha o mínimo de conhecimento histórico das lutas islã-ocidente.

    Se formos perceber essa situação antes mesmo da chegada dos refugiados, a Europa estava cedendo ao aumento islâmico em suas próprias terras. Um casal muçulmano chega a ter vários e vários filhos contra um ou nenhum de um casal europeu, isso só faz aumentar o número de muçulmanos, a longo prazo; ainda mais que, além da reprodução, chegavam/chega mais e mais pessoas vindas do Oriente Médio. E outra etapa dessa islamização que é bem visível é o ganho de direitos dos muçulmanos em detrimento dos direitos nativos, e isso é feito baseado no politicamente correto. Chegavam/chegam a proclamar a laicidade para proibir referências cristãs – latentes na história europeia – só porque “ofendiam” a outros povos – os novos europeus – que tinham outras religiões. Nada mais que ferir sua própria cultura para abraçar a cultura do outro, e isso a troco de quê?

    Independente do que acontecerá, uma coisa é certa, a Europa é bem mais muçulmana que há algumas décadas, e isso é nada bom...

    Sobre a questão do EI, há uma forte influência de Obama e UE, sim. Tudo frutos das disputas globais entre russos e ocidentais. É que a Rússia, detentora das reservas de gás e petróleo que fornecem energia à Europa, e por ter certo monopólio da situação, aumentava os preços dessas commodities em épocas de inverno, o que irritava os europeus. Até que países da Europa resolveram abastecer-se por outros canais, a fim de quebrar o monopólio dos russos, e uma das soluções foi a criação de um gasoduto que partia dos países árabes até a Turquia, e desse último para a Europa. Só que essa tubulação passava pela Síria, do ditador Assad, que apoiada pela Rússia não deixou que esse meio de energia passasse por seu território. Solução para os países que queriam a realização do projeto do gasoduto, derrubar mais uma “ditadura para pôr uma democracia”; e isso feito através do treinamento e financiamento de rebeldes – que se mostraram ser bem piores que qualquer grupo na face da terra e subservientes a ninguém.

    No final das contas, não passa de estados fazendo suas besteiras pela briga de poder.

    A solução para essa crise de refugiados é uma só, acabar com a guerra e realocar os imigrantes.


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    1. Olá, colega.
      a) Eu, sinceramente, não sei o que há de verdade e mito em afirmações como ditas por você : "os seus países não lhes pertencem mais, mas, sim, aos muçulmanos, e que isso é bom". Veja, evidentemente, isso é um absurdo sobre qualquer perspectiva. Acho difícil que algum político, muito mais de peso, em algum lugar na Europa tenha dito isso, pois não faria muito sentido. Porém, você poderia indicar alguma fonte.
      b) A presença de Muçulmanos é uma constante na Europa há séculos, não há nada de novo nisso. Agora, é fato que algumas comunidades muçulmanas tendem a ser muito centradas em si mesmos e em sua religiosidade. Algo que não se é mais presente na Europa, ou até mesmo no Brasil. Se eu gosto disso? Eu não gosto muito de religiões institucionalizadas, mas elas existem, e precisamos conviver da melhor maneira com pessoas que às vezes limitam a sua visão de mundo por causa de dogmas religiosos.
      c) A população muçulmana na União Européia é ainda muito diminuta, olhei rapidamente aqui, e representa menos de 4%. Isso em qualquer país seria considerado uma minoria bem pequena.
      d) A natalidade de uma mulher não sobe ou cai por sua religião, mas sim por outros fatores. Isso é muito bem documentado na literatura sobre o tema. Empoderamento da mulher, quedas na mortalidade infantil, maior grau de educação de jovens adolescentes, etc. Um dos case de maior sucesso de diminuição de natalidade é o Irã entre o final da década de 80 e o começo da década de 00. Então, uma das soluções é de alguma maneira fazer com o que o papel da mulheres em comunidades muçulmanas seja maior.
      d) Há tantos interesses no conflito da Síria, que é bem capaz que o gaseoduto seja mais um dos interesses de pano de fundo. Porém, foi a invasão no Iraque, não a construção de um gaseoduto, que jogou aquela região do mundo no caos.
      e) Sobre a compaixão, é difícil de comentar. Eu acho que é o que mantém nós humanos unidos, é algo de extrema importância, e que deveria ser preservado, principalmente em grandes catástrofes humanitárias.
      f) Por fim, o Islamismo em muitos lugares do mundo, e eu já disse isso repetidas vezes aqui no Blog, não passou por um movimento de reforma e contra-reforma, como o cristianismo. Infelizmente, isso não ocorreu. Em alguns lugares do mundo, em nome do Islã se praticam atos violentos contra mulheres, por exemplo, sendo alguns até mesmo assassinos. Nada disso é bom para o mundo, e nada disso é bom para o desenvolvimento da humanidade. Porém, é assim que é o mundo, e precisamos aceitar esse fato.
      Que os países europeus se preocupem com a sua segurança, deveria ser prioridade dos seus governantes. Porém, repito mais uma vez na mesma linha da minha resposta ao I.Internacional, o mundo precisa achar uma solução para a crise dos refugiados.
      Oxalá, o conflito da Síria possa acabar, e os quase 4.5 milhões de refugiados que estão na Turquia, Jordânia e Líbano possam retornar para o seu país e tentar reconstruir suas vidas. Enquanto isso não ocorre, o mundo precisa achar uma solução. Essa é a minha visão.

      Agradeço o comentário, amigo. Significa que você leu o texto e se deu o trabalho de fazer essas diversas ponderações. Por isso, agradeço.

      Abraço!

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    2. As pessoas continuam confundindo muito a ficção com a realidade. Deve ser resquicio do livro Submissão. A França tem uma política de laicização controversa, mas sem dúvida nenhuma não proibiu crucifixos para agradar mulçumanos.

      E se daqui a 50 anos realmente os mulçumanos forem maioria, serão maioria. Simples assim. É democracia. Vai esterilizar mulheres mulçumanas a força?

      Bom lembrar também que movimentos missionários de evangelização atuam tanto em paises mulçumanos como africanos não-mulçumanos

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    3. Soul,

      Sou o anon que escreveu esse comentário o qual respondeste (e não sou o anon abaixo, do dia 21 e às 17:00 Hs).

      Infelizmente não me lembro do vídeo que falava sobre isso, a única coisa que lembro, além da mensagem, era que a deputada que proferiu tais palavras era uma sueca.

      Quanto à reprodução de mulheres muçulmanas, não é questão de desinformação ou falta de conhecimento sobre o assunto. É, na verdade, cultural. É que os homens e mulheres muçulmanos acreditam que devem espalhar seus frutos o máximo possível, coisa arraigada nos pensamentos deles. O caso do Irã é interessante, mas foge à regra, é que é um país tão típico que muitas das políticas e culturas deles não são atreladas ao islamismo (apesar de o país ser completamente muçulmano). Não sei se tem a ver com o fato de não serem árabes e, com isso, tentarem imprimir uma cultura diferente da dos vizinhos (assim como ocorre no Cazaquistão e em outros países muçulmanos que possuem culturas diferentes da dos muçulmanos árabes) ou se a questão de serem xiitas os influencia em algo. Mas é um ponto fora da curva. O que se tem percebido na Europa é a miscigenação exagerada de filhos por parte de "casais" muçulmanos.

      Obviamente que a invasão do Iraque desestabilizou a região, mas a criação do gasoduto foi o principal responsável pela destruição da Síria.

      Enfim, esperemos que haja um mundo que possa ser consertado após todas essas guerras e conflitos. Não sei como ficará a região, mas acredito que falta vontade política para resolver essa guerra - os EUA e UE batem na tecla de que Assad deve renunciar, e a Rússia, não. Se todos os países se unissem para acabar de vez com o EI, provavelmente esse conflito já teria terminado.

      Ah, uma coisa interessante é o trabalho que a Rússia fez para "detectar" potenciais terroristas. O exército russo preparou uma equipe para "interrogar" refugiados que saíam das cidades a serem evacuadas, das respostas eles identificavam perfis de possíveis terroristas, então já os prendiam... Pode não ser algo tão eficiente - e tenho lá minhas dúvidas se a identificação era mesmo a de terrorista ou se era de inimigos de Assad -, mas é um passo no combate ao terrorismo, coisa que a UE não fez, ao deixar entrar mais de um milhão de refugiados, pelas fronteiras, sem os examinar.

      Abraço!

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  14. Soul, lamento que tenha interpretado mal minha pergunta no post anterior.
    Apenas coloquei uma visão tal qual deveria ser a do europeu. Estão abrindo a guarda aos inimigos seculares. Inimigos sem escrúpulos, que usam o inegável drama dos refugiados (e por favor, não distorça as intenções do que disse em prol do irritante discursinho politicamente correto) para adentrar a Europa e fazer o que fizeram nessa semana na Alemanha.
    Ora, vc pode não concordar, é seu direito, mas como ajudar sem expor a cultura e segurança dos cidadãos europeus.
    Cordiais saudações, de quem discorda na opinião, mas respeita seu direito de expor sem censurar publicamente com frases de efeito.

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    1. Olá, colega. Peço escusas se acredita que interpretei erroneamente a sua questão. Aliás, acho que não dei nem muito azo a nenhuma interpretação, apenas coloquei os seus questionamentos.
      Como dito por você, a exposição de ideias é algo muito bem-vindo, a censura, seja com frases de efeito ou não, não é bem-vinda (a não é claro que passe de limites e redunde em simples agressão).

      Veja colega, "discursinho do politicamente correto" é a única frase de efeito que consegui visualizar. Acho que o texto produzido possui muitos insights e eventuais pontos de crítica, para ficarmos nessas frases, colega.
      É uma questão de percepção. Se há um discurso "politicamente correto" é este de simplificar algo extremamente complexo, e pintar um quadro de malvados x bonzinhos. Bush fez isso (lembra-se do eixo do mal), e levou a região ao caos. Ataques vis contra comediantes (como no caso da França), ou contra civis (no caso de Nice e de Berlim) são ataques contra a humanidade. Ataques de drones americanos nos mais variados países, algo que não é nem mesmo reportado, matando civis também são atos terroristas e vis.

      Ou comecemos a amadurecer os debates, para que eventuais saídas possam ser pensadas e colocadas em prática, ou não se sairá do lugar, com tendências de piorar. A globalização, meu caro, é para todos os lados. É no trânsito de iphones, de dinheiro, de ideias nefastas, de pessoas. O mundo hoje é um mundo diferente do que há 20 anos. Não aceitar esse fato, apenas trará decepção.

      Abraço!

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  15. Soul,
    Com todo o respeito e admiração pelos seus textos e feitos. , pergunto.:
    Você demostra sentimentos humanistas aos distantes mas nunca mostrou verdadeiramente ajuda aos próximos,já fez algo relevante que ajudasse a população mais carente ao seu redor.? Abs

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    1. Colega, toda vez que produzo um texto sobre isso, provoco inúmeras reações. Acredito que este deve ser o politicamente incorreto, pois muitas pessoas ficam realmente incomodadas, não que seja o seu caso.

      Veja, não sei se você fez uma afirmação ou uma pergunta. Você diz "Você demostra sentimentos humanistas aos distantes mas nunca mostrou verdadeiramente ajuda aos próximos" - uma afirmação, para depois "já fez algo relevante que ajudasse a população mais carente ao seu redor.?" - uma pergunta.

      É um paradoxo.

      Deixando isso de lado, e assumindo que foi uma pergunta. Se você for um pouco versado em argumentação, saberá que este é um argumento ad-hominem. Estes são os piores tipos de argumento possível. Espero que perceba que você deslocou a conversa do tema para quem escreveu sobre o tema.


      Os impactos que temos na vida de outras pessoas são de inúmeras formas. Alguém pode ter impactado minha vida por ter me dado um sorriso, ou por ter sido rude em determinada situação. Alguém pode ajudar positivamente com uma palavra de conforto, ou de iluminação. Alguém pode trazer alívio ao sofrimento de crianças com câncer, ou pode participar de uma indústria que produz produtos que causam câncer. Portanto, não sei quais ordens de impacto você quer que eu fale nos meus quase 20 anos de existência entre adolescente e jovem, e nem sei se eu conseguiria responder.

      Há uma grande miopia, e essa miopia foi muito bem capturada por Patch Adams em sua entrevista ao programa roda viva em 2007. Ele que é um sujeito brilhante, e dedicou boa parte da sua vida ao fazer o bem para pessoas em estado críticos, disse algo maravilhoso: "Eu não vejo qualquer diferença entre ser cordial a um homem de negócios no elevador, ou levar alegria para uma criança com câncer terminal. Para mim são experiências idênticas".

      Se você entendeu essa resposta, também irá entender a minha.

      Abraço!

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  16. A guerra faz parte da evolução, o sofrimento é triste? Depende! Quando é em vc ou em alguém por quem tem empatia é horrível. Se é no boi, no peru, no frango que vão encher sua barriga no natal, melhor ignorar, mas na verdade é bom... muito bom (tirando o fator hipocrisia, claro).

    É esse relativismo que percorre a humanidade, os europeus tiveram muita abundância por muito tempo, seus desejos eram satisfeitos... assim ficava mais fácil ser bonzinho... agora a crise aperta e a vinda dos imigrantes (milhões já foram recebidos) trouxe competição pelos bens escassos e ameaça ao modo de vida (terrorismo cada vez mais frequente, e é inegável que os refugiados querem impor seu modo de vida e não se adaptar) e tudo isso justamente em momento de crise econômica.

    Deixando a hipocrisia de lado, eu quero mesmo que aceitem o máximo possível de imigrantes na Europa, e que a islamização fique cada vez mais pujante com terrorismos e conflitos internos. Por quê?

    Porque é bom pra mim e para as pessoas que mais amo e no fundo (lembre-se do "sem hipocrisia ali em cima") é o que importa.
    Se a Europa virar um pandemônio os preços do que vendemos (produtos agrícolas e minérios) subirá bastante, o que vai melhorar bem a nossa vida e pouco disso atingirá o Brasil, já que estamos longe e tem os EUA no meio com o Trump no comando, como escudão...

    Putz, é triste ver crianças morrendo, pessoas sendo torturadas, queimadas vivas, tendo suas casas e vidas destruídas, sim é muito triste... é horrível. Porém isso acontece todo dia em nosso país e digo mais, aqui é um dos lugares do mundo onde isso mais acontece, já estamos na merda, literalmente.

    Pessoalmente eu trabalho no MPF junto com os heróis da lava jato, entretanto a verdade aqui é que servidor (os escravos., eu junto) trabalha muito e procurador quase não trabalha, ficam só dando entrevista e aparecendo de bonitos/salvadores, mas o trabalho tem que andar, então o assédio moral come solto... é foda, quando mais de 80% dos colegas tem problemas mentais por causa do trabalho, é difícil achar que isso é normal... eu mesmo passei por períodos bemmm difíceis... mas sou o peru de natal que tem que ser sacrificado para que eles tenham vidas ociosas de reis.

    Nos microfones eles defendem os direitos humanos, na prática isso é para terem boa imagem e justificar o subsídio, depois de ver essa verdade nua e crua, comecei a colocar as coisas sob perspectiva e percebi que meu padrão de vida também depende de desgraça alheia (infelizmente), vc tb meu caro... pensa que ficar mais de um ano viajando sem trabalhar é ganha ganha (pode ser, mas normalmente não é!), tem gari (só exemplo) se lascando para que isso ocorra...

    Para finalizar, não tenho dúvidas que as vidas desses australianos valem mais que a de um brasileiro, assim como a sua que ganha centenas de milhares de reais vale mais que a minha, e que a do neymar vale mais que a sua e a minha juntas. Entretanto isso é no geral, se mudar a perspectiva (para mamãe) pode mudar também... e se tivessem que decidir as nossas mamães não pensariam nem 1 segundo antes de decidir pela nossa vida sobre a a 100 neymares, 10 mil messis e 500 aviões cheios de jogadores de futebol... porém os torcedores e as "fãs" não pensam assim... (e as vezes para pegar a copolito gostosa o piloto vai fazer loucuras, mesmo arriscar a própria vida e de outros para ganhar mais grana e ser valorizado, só supondo... hehe).

    Temos um valor, em resumo é isso, não há como negar, seja pelo dinheiro, pelo carisma ou pelo parentesco e muitas vezes a vida de alguns seres humanos é o combustível que mover ferraris, banquetes, orgias, viagens de outros.

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    1. Olá, colega. Sua mensagem possui pontos interessantes, mas creio que foi um longo e honesto desabafo.
      Você abordou tantos tópicos no seu comentário, que não é possível falar sobre todos. Discorrei brevemente sobre alguns.

      - Não acredito que você realmente queira o sofrimento de pessoas. Mas isso é uma questão de você com você mesmo. Você deve gostar de blogs de finanças, e deve ler muitos bons artigos de economia (recomendo aqui o IMB), sabe que essa sua inferência, em minha opinião, sobre um eventual improvável colapso europeu, isso em nada ajudaria o Brasil, ou melhor dizendo, talvez pudesse ajudar algumas partes (no caso indicado por você exportadores de commodities) e prejudicar tantos outros. No final, o mundo iria ficar mais pobre, e o Brasil também.

      - Eu conheço bem sobre assédio moral e autoridades. Imagino o que você talvez passe. Isso foi outra coisa impensada, baseado em argumentos fracos, que está levando a um arranjo institucional onde o MP e o Judiciário estão ficando quase incontroláveis.

      - Eu não entendi qual é a relação entre um Gari e minha viagem, e ainda mais entre o sofrimento de um Gari e uma viagem. Eu tentei, mas sinceramente não consegui. Talvez você possa explicar. Se for porque o gari paga direta e indiretamente tributos para o pagamento de juros da dívida pública federal, nem credor do TD eu sou.
      Agora, se você quer realçar que há pessoas que nascem com mais ou menos oportunidades, enquanto a isso não tenho a menor dúvida, e já escrevi diversas vezes por aqui.

      - Claro, isso já foi comentado por outro colega: razões de proximidade, afinidade emocional, cultural, etc, vão fazer que tenhamos mais apego emocional a determinados tipo de pessoas, culminando com o amor máximo que é o de Mãe. Porém, não foi sobre isso que o texto tratou. E sim, sobre a gradação de vidas humanas, simplesmente pelo fato de umas serem consideradas descartáveis e outras não.

      - Eu tenho uma visão mais otimista da coisa, creio que juntos os seres humanos foram e são capazes de fazer coisas extraordinárias. E sim, é possível tratar outros com mais respeito e consideração.


      Abraço colega!

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    2. Ao anônimo inicial:

      1) Não confundir valor de mercado com valor humano. Neymar tem mais valor de mercado que qualquer um de nós e tem valor humano igual.
      2) Eu acho que ele não referiu a credores do governo, mas ainda assim que bom que ainda tem gente disposta a emprestar pro país, já que este não consegue pagar as despesas só com o que arrecada. Pois é, investidores fazem a conta fechar pra que os garis, bombeiros, policiais e outros consigam receber pelo seu trabalho. Se não houvesse investidores, o que você acha que aconteceria? Claro, a dívida vai rolando, vai aumentando. E isso preocupa os próprios credores. Afinal, quer emprestado e não quer ter ônus? Já que o Soul falou do Mises, indico o artigo: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2532

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  17. Compreendo perfeitamente, mas só acho que seria mais efetivo e menos contraditório , vez ou outra uma foto na cruz vermelha ou na comunidade carente ao seu redor, entre as muitas de paisagens.
    Mesmo assim, admiro e compartilho seus textos, como o do carro o patrão do brasileiro.Toda vez que um amigo fala em trocar de carro, só por vaidade,eu compartilho esse texto. Abs

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    1. Sinceramente, eu adoraria. Quase fui a um campo de refugiados entre a fronteira do Camboja e a Tailândia. Infelizmente, minhas habilidades são de pouca valia num campo de refugiados. Agora, se tivesse habilidades como médico, provavelmente iria trabalhar, nem que fosse por um período, para o médico sem fronteiras.

      Agora, creio que há inúmeras maneiras de se conectar com o próximo e ajudá-lo. Assim como a Cruz Vermelha ou o Médico Sem Fronteiras fazem um trabalho excepcional ajudando pessoas, não podemos dizer que um mecânico que faz um bom trabalho de forma honesta também não ajude pessoas. Isso é também do Patch Adams, onde quer você esteja, ou o que você faz, você pode escolher que tipo de indivíduo e cidadão você quer ser.

      Não sou um exemplo a ser seguido, e nunca procurei sê-lo, sou um humano com muitas contradições, virtudes e defeitos.

      Abraço!

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  18. Soul, já o Zygmunt Bauman, ele afirma que os europeus foram ajudados pelos americanos após a Segunda Guerra para que houvesse um exército de reserva contra a antiga URSS em caso de guerra.

    Os pobres, em toda a história, em todos os sistemas políticos foram mão de obra barata e buchas de canhão na época das guerras.

    Parace que infelizmente ainda vai haver muito problema no mundo por causa da Síria.

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  19. A maior parte da humanidade nunca teve época mágica de paz, alegria e felicidade contínuas. Guerras, sofrimento, pobreza e doenças foram muito mais comuns.


    Devemos lembrar que o Fundamentalismo Islâmico foi uma invenção europeia. O Kaiser da Alemanha, na época da 1ª Guerrra Mundial queria prejudicar o Império Britânico. Depois os Americanos quiseram prejudicar a URSS, vide o apoio ao Bin Laden.
    Os europeus sofrem hoje por causa de seus próprios erros do passado.

    Hoje sofremos mais com as desgraças do mundo todo, não se passa um dia sem uma tragédia ou uma grande denúncia de corrupção, algo comentado aqui por ser capaz de diminuir muito o bem estar.

    Por isso prefiro não ver mais tv. Não tenho condições de ver tanta desgraça. Posso ajudar mais a humanidade se estiver longe da mídia manipuladora.

    Pessoas pobres perto da gente podem ser ajudadas, podemos dar um livro para uma criança carente, podemos contratar um sem teto para um pequeno serviço. Essas atitudes diminuem um pouco o sofrimento do mundo.

    Parabéns pelo blog.

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    1. Olá, colega. É melhor coisa que você faz de diminuir, ou eliminar por completo a TV. É algo que entrou na vida das pessoas de uma maneira tão intensa e faz um mal danado.
      O mundo nunca teve uma "época mágica de paz", mas apesar disso a violência do mundo vem diminuindo com o passar do tempo. Algumas coisas vamos evoluindo do ponto de vista das relações. Há 150 anos atrás, uma cadeira e um negro possuíam o mesmo status jurídico: eram considerados coisas possíveis de terem um dono. Veja como evoluímos nesta questão neste século e meio.

      Obrigado pelo comentário.

      Abraço!

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  20. Fala Sô, vários assuntos polêmicos, tanto no seu texto quanto nos comentários dos colegas, tantas posições de concordância e também de divergências, que evito até entrar em um debate mais caloroso. Porém, vou me atrever a explorar uma frase do seu texto, esta aqui: "qualquer vida humana é sagrada".

    Entendo que o sagrado da sua colocação tem a ver com inviolável, ou seja, qualquer vida deve ser preservada, protegida, resguardada.

    Porém, até onde vai o limite entre o sagrado da vida alheia e o sagrado da vida que nos rodeia? Isto é, imagine uma situação hipotética em que uma pai vê seu filho prestes a ser levado por um assaltante aramado, na cadeirinha do seu carro, e num rápido momento ele percebe que o assaltante deixou sua arma cair e o pai portanto pode pegar a arma e disparar contra o assaltante para evitar uma tragédia maior com o seu filho.

    Não sei se este exemplo ficou bom, mas estou só tentando expor uma situação onde a vida do filho é "mais sagrada" do que a vida do assaltante, ou seja, estamos aqui lidando com um conceito relativo.

    Acho que estamos muito mais próximos do reino animal do que de uma irmandade. Isto é, o que importa mesmo é a sobrevivência da nossa tribo, do nosso rebanho. Os demais são sim sagrados, desde que não pisem no nosso calo.

    Acho que não tem solução, como Hobbes já disse: o homem é o lobo do homem.

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    1. Olá, Alexandre.
      Se você perguntar para qualquer líder religioso, ou espiritual, se a violência pode ser admitira, se sim, por qual motivo, é certo que eles vão responder que sim para o caso de legítima defesa. Aliás, eu já vi um documentário que fizeram essa pergunta para dezenas de religiosos e líderes espirituais de diversas religiões e a resposta de todos foi essa: a violência é admitida num caso de legítima defesa.

      O seu exemplo se trata de um típico caso de legítima defesa. Você entendeu corretamente o sentido da palavra sagrada utilizada no texto: a inviolabilidade da vida humana. A destruição da vida humana de maneira despropositada, sem qualquer sentido, e sem ser um caso de legítima defesa, é algo condenável, em minha opinião.

      Nós não estamos próximos do reino animal, nós fazemos parte do reino animal. Nós nada somos do que uma espécie entre tantas outras. Entretanto, e até mesmo Dawkins (famoso Dawkins muito citado pelo livro "O Gene Egoísta", e muitas vezes não compreendido) falava que sim, temos evidentemente tendências que estão nos nossos genes e são frutos da evolução, mas isso não quer dizer que não podemos transcender alguns aspectos da nossa biologia na construção de uma determina ética.

      Abraço!

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  21. Eu acho que a situação na Síria já passou dos limites do absurdo há muito tempo. Consegui mais alguns amigos para virarem doadores permanentes de MSF. Também aumentei a minha mensalidade.

    O que me intriga é a Arábia Saudita e outros países mais abastados do Oriente Médio,o silêncio deles, e a negativa em receber refugiados. Se são da mesma religião, mesma fé comum, mesma língua (imagino), pq não amparam seus irmãos muçulmanos?

    Não vi se alguém perguntou isso, mas eu vim direto comentar. Tenho dois amigos que são sauditas e moram lá, eles disseram que o governo de lá não quer uma viva alma síria entrando lá como refugiado, disseram que lá "já tem gente demais". Um país riquíssimo, dententor de 1/3 da NYSE + Petroleo ad aeternum + receitas brutais do turismo de Meca enfim.

    A população cristã da Síria já foi brutalmente assassinada nos útlimos 3 anos, nessas horas não sei nem sobraram muitos pra contar a história. É genocídio por cima de genocídio ali. E também os cristãos da Nigéria que são pouco ou nada lembrados.

    2017 estou achando que vai ser pior.

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    1. Pois é, Frugal. O Silêncio do mundo em relação a Arábia Saudita é ensurdecedor. É por causa do dinheiro saudita que irriga um monte de coisa no mundo atualmente?
      A população cristã da Síria sempre foi protegida pelo Assad, que não deixa de ser um ditador, mas que ao menos mantinha o país de certa forma estável, e com proteção a minorias religiosas, dentre eles os cristãos.

      Sim, a situação dos cristãos do norte da Nigéria não é nada fácil.

      Enfim, com Trump, eu não me surpreenderia se a coisa piorar mesmo.

      Abraço!

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    2. Oi, Soul!
      Muito bom o seu texto! Nem sempre concordo com tudo, mas me faz pensar. Eu mesmo, não há muito tempo, achava que o oriente médio inteiro era todo composto por "islãmicos malucos" que querem se explodir. De uns tempos para cá, minha visão mudou (sua analogia entre católicos mexicanos e brasileiros
      e perfeita).

      Uma dica de leitura que eu deixo aqui é a HQ "O Árabe do Futuro". De forma muito divertida, ele mostra muito sobre a cultura islãmica, principalmente da Síria e do Libano. É divertidíssimo! O autor e personagem principal das HQ's é filho de uma francesa e de um sírio e passou a infância vivendo entre a França, Líbia e Síria. http://www.universohq.com/reviews/o-arabe-do-futuro-uma-juventude-no-oriente-medio-1978-1984/

      Apesar disso, hoje, se eu pudesse viajar, não iria para a Europa e nem para o Oriente médio, com medo de atentados terroristas. Mas eu moro no Rio de Janeiro, provavelmente eu tenho muito mais chances de ser morto por aqui. Contradições, eu sei...

      Quanto ao Trump, o que você acha que ele pode fazer para piorar a situação na região? Já vi tanta mentira sobre ele que não sei mais no que posso acreditar a seu respeito.

      Abraço.

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    3. Micro, obrigado colega.

      Grato pela indicação, vou dar uma olhada.

      Bom, do que a Síria, você está muito melhor no Rio de Janeiro, muito melhor mesmo. Do que em relação ao Líbano, eu não saberia dizer.
      O índice de assassinatos por 100 mil habitantes no Irã é de 3. A média do mundo é de 6. E países muito desenvolvidos é de 1. Há casos como Nova Zelândia e Japão que é de 0,1. No Brasil, é de quase 30. Por aí, podemos analisar sobre a probabilidade de ser morto.

      Há muitos lugares para se viajar. A Europa é demais. Não tenha medo de atentados terroristas. São trágicos, mas são fatalidades com probabilidade de letalidade talvez parecida com morrer num desastre aéreo, provavelmente se você pega estrada, ainda mais no Brasil que morrem 50 mil pessoas por ano em acidentes, a probabilidade de fatalidade é muitas vezes maior (mas muitas mesmo) do que falecer num atentado.


      O Trump? Diz-se mentira sobre o Trump, por seu turno o Trump mentiu até mais do que a Dilma na eleição, ou seja é uma mentirada para todos os lados.
      Ele pode fazer muitas coisas. Ele pode fazer o acordo com o Irã afundar. Ele pode acirrar ainda mais as tensões com os palestinos, o que ele já fez ao nomear um embaixador muito linha dura para Israel, que quer até mesmo mudar a embaixada do EUA em Israel para Jerusalém, algo que é nitidamente um ato de provação.
      Ele pode exacerbar ainda mais o conflito na Síria. Ele pode fazer muitas coisas.
      E olha que só estou falando dessa região do mundo.


      Abraço!

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    4. Talvez nos últimos 20 anos somados a chance de ser assassinado ou morrer em um acidente de trânsito no Brasil seja em muito superior à da Síria, mesmo incluindo 5 anos de guerra. Seria justo todos os brasileiros terem direito a pedir refúgio na Oceania, Europa e EUA ou o que vale é o impacto de uma "guerra" e não a violência propriamente dita?

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  22. Sempre bom ver outros pontos de vistas, recomendo o último artigo do Portinho: https://blogdoportinho.wordpress.com/

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    1. É verdade, colega.
      Acho que o autor coloca um ponto de vista válido, mas no desenrolar do texto fica um pouco confuso.
      A perda da legitimidade dos EUA é anterior ao governo OBAMA. Quem iniciou uma guerra baseado numa mentira foi o governo BUSH. Quem mergulhou o Iraque num caos, o qual a Síria foi puxada depois, foi o governo BUSH. Quem autorizou o uso de tortura, submissão incondicional foi o governo BUSH. Foi neste governo também que os americanos deixaram acontecer a infame prisão ABU GHRAIB. Lembra-se das fotos? Você que acha que tudo isso não minou a legitimidade dos EUA de ser a "polícia do mundo". Aliás, essa foi a resposta do PUTIN quando questionado pelos EUA quando da anexação da Crimeia "mas que moral os EUA têm depois do Iraque?". Portanto, nesse aspecto, no meu entendimento, a visão do autor é completamente equivocada.

      Além do mais, depois de fazer uma defesa da necessidade do mundo possuir os EUA como guardião de valores democráticos pelo mundo, algo que nunca foi a função primordial dos americanos no pós II Guerra (Irã, Laos, Camboja, Vietnã, Nicaragua, El Salvador, Guatemala, etc que o digam) quando perguntado nos comentários se os EUA deveriam intervir na Síria militarmente, o autor diz que não é isso que ele está dizendo. Daí realmente eu não entendi qual era o ponto do texto.

      A Síria é o que está mais em destaque, talvez pela crise de refugiados que chegou an Europa. Ou seja o mundo desenvolvido está sendo diretamente afetado. Há crise em Darfur, inclusive com limpeza étnica, há crise na República Democrática do Congo, há crise no norte da Nigéria, há crise no Oeste Africano. O autor cita que os franceses se indignam "apenas apagando a luz da Torre Eiffel" (numa tentativa de mostrar quão omissa as potências européias estão no combate ao terror), esquecendo-se que a França se tornou alvo de ataques pelas suas inúmeras operações militares, quase que de forma sozinha, contra grupos islâmicos radicais no oeste da África, principalmente em Mali.
      Há massacres ocorrendo no Yemen, com a complacência de quase todos (foi interessante ver uma tv iraniana falando apenas sobre isso e a cumplicidade da Inglaterra com a ditadura daquele país), mas não está tão em evidência como Aleppo. A guerra Síria já tem quase seis anos, os massacres não começaram há algumas semanas. Interessante também que o texto não fala nada sobre Mosul. Ora, está ocorrendo uma batalha sangrenta lá, com o pretexto de combate ao EI (o mesmo da Rússia em Aleppo) e com o apoio dos EUA. Parece-me double standard.

      O interessante também é falar sobre padrão civilizatório do EUA (e ocidente) e de um lado colocar Putin, Qaddafi, etc. Eu não consigo entender isso. De um lado se coloca um país (EUA) de outro se coloca um político de outro país. O que isso quer dizer? Que os russos não são tão civilizados como os americanos? Quem pensa isso com certeza nunca colocou os pés na Rússia.

      A Rússia possui regiões autônomas muçulmanas com problemas sérios de conflito. O mundo conhece mais a Chechenia, porém atualmente o Daguestão é uma região ainda mais sensível. Assim, é do interesse da segurança nacional da Rússia, que não faz fronteira com a Síria, mas está muito perto da mesma, o combate ao terrorismo. Ao contrário dos EUA no Iraque, por exemplo, não havia qualquer razão de segurança interna para a invasão de 2003.

      O mundo mudou, a década de 90 e começo de 00 onde os EUA era a superpotência única está ficando para trás. O texto tenta trazer um tempo que não existe mais. O poder regional da Rússia veio para ficar, e o poder internacional da China também, quer queiramos aceitar ou não.

      Abraço e grato pela referência.

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    2. Soul, o Portinho é um ótimo professor de finanças, autor de 3 livros fantásticos sobre mercado de ações e educação financeira. Além de ter bom gosto musical e tocar covers do Santana.

      No entanto, ele é mais uma vítima do direitismo que assola o mundo desde a vitória do Obama. Milhões de mentiiras da Direita são repetidas todos os dias e algumas pessoas inteligentes acabam acreditando.


      Como analista político ele é um desastre completo. Um horror.

      Os livros dele de finanças são uma maravilha. Mas os posts do Portinho sobre política são sofríveis.

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    3. Colega, eu comprei um livro do portinho.
      Um dos melhores educadores financeiros, dos mais famosos ao menos, sem dúvida.
      Eu não conheço os textos deles sobre outros temas, vou até adicioná-lo. Acho que ele escreve bem, e é sempre bom ver diferentes matizes de posicionamento.
      Neste específico, creio que a noção de geopolítica dele foi um pouco distorcida. Ele mesmo no começo do texto diz que não entraria em detalhes de geopolítica, mas naquela região se você não conhece os detalhes, a chance é que provavelmente apenas irá repetir chavões gerais que não necessariamente são verdadeiros.

      Abraço

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    4. Soul, não sei se você tem facebook, se tiver e quiser, dê uma olhada no facebook do Portinho, ele explica melhor alguns dos pontos que você abordou (Bush etc) quando foi perguntado. Depois de lê-lo lá, ficou mais claro pra mim o que ele quis dizer.

      Com Obama, os EUA deixaram de ser (ainda não completamente, ainda bem) o guardião dos valores ocidentais (não leia isso aqui com algum ranço), isso não necessariamente tem a ver com a questão de não ser mais polícia do mundo - é apenas um das consequências, mas sim que diminuíram sua participação em pautas importantes civilizatórias, estar na categoria topo do ranking dos países de maior liberdade econômica etc, ou seja, um outrora grande player relegando valores importantes - direitos humanos, inclusive - deixando um vácuo e um mundo mais perigoso. Agora a Rússia manda e desmanda no Oriente Médio com a complacência da ONU (uma das coisas que os EUA afinaram) e "nenhum pio, tá tudo certo com o mundo".

      https://www.facebook.com/pauloportinhoRJ/?fref=nf

      Abraço!

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    5. Olá, colega. Primeiramente, um feliz natal para você e sua família.
      Li as respostas do FB, e sinceramente foi uma versão piorada do texto, não vi absolutamente nada sendo explicado lá.

      Cite, colega, quais pautas civilizatórias os EUA diminuíram a sua participação com o governo OBAMA, estou realmente curioso para saber qual era a efetiva participação dos EUA na proteção e guarida dos direitos humanos no período anterior a 2008.

      Sobre a liberdade econômica, segue gráfico que plotei http://www.heritage.org/index/visualize. Realmente desde 2008, houve, segundo este index, um leve declínio na liberdade econômica em torno de 5% (se comparado com administrações anteriores).

      Onde a Rússia manda e desmanda no Oriente Médio? A Rússia manda no Iraque? Na Jordânia? Está interferindo no Yemen? Não, colega, a realidade é muito mais vasta e complexa do que isso.

      As pessoas esquecem que a ONU é formada por países. E o CS é formado por cinco membros permanentes. Há dois dias foi votada uma resolução importante, condenando os novos assentamentos em territórios de um possível Estado Palestino. Ora, para melhorar a situação daquela região, a criação de dois Estados onde ambos possuam capital em Jerusalém é requisito essencial. Uma condenação mais dura a Israel era sempre barrada pelos EUA. Fico feliz que isso tenha mudado. Provavelmente, com TRUMP teremos uma guinada que só trará ainda mais instabilidade, raiva e ódio na região, vamos aguardar.

      Abraço!

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  23. Um excelente artigo sobre geopolitica;

    http://www.zerohedge.com/news/2016-12-22/russia-did-it-last-stand-neoconservatism

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    1. Olá, colega. Gostei do artigo, grato por compartilhar.
      Abrçao!

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  24. Soul, se eu tivre metade da sua paciência e sabedoria para esse ano de 2017, já fico satisfeito...

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