terça-feira, 14 de junho de 2016

UM GUIA PRÁTICO PARA O ESTUDO DA FELICIDADE

  Olá, colegas!  A leitura é algo que me dá prazer. Eu leio desde bem cedo, hábito este instilado pelos meus pais. Com o passar do tempo a leitura se transformou em algo natural. Dê-me um bom livro, e eu não me importo de esperar 6 horas num aeroporto ou numa estação de ônibus. Quando acho uma nova linha de pesquisas, ou uma forma diferente de ver o mundo, é um verdadeiro bálsamo para a minha inteligência. Não há nada mais monótono e enfadonho do que ficar lendo algum assunto onde a sua opinião é a mesma do autor, e nada de novo foi acrescentado. 

  Sendo assim, para minha alegria eu resolvi ler com mais atenção o relatório da ONU sobre felicidade publicado em 2015 durante um voo entre Seoul e Hong Kong. Os diversos estudos feitos pela ONU sobre o tema podem ser acessados AQUI. Quantos insights. Quanta informação valiosa para nós enquanto humanos refletirmos coletivamente. É um belo trabalho com milhares de dados, centenas de pesquisas científicas citados, um grande trabalho organizado pelas Nações Unidas. Eu tenho profundo interesse sobre esse tema, aliás é um dos, junto com Cosmologia, assuntos que mais gosto.

  “Soul, Felicidade? Cada um é feliz do seu jeito. Ponto final!”. Colegas, muitos refletem assim quando o tema é análise do que faz os indivíduos felizes. Eu, com a devido respeito, acho essa uma resposta simplesmente errada, ou melhor dizendo incompleta.

A FELICIDADE DEVE SER ESTUDADA?

  Qual é o seu maior objetivo da vida, caro leitor? A esmagadora maioria muito provavelmente responderá “ser feliz e realizado enquanto humano”. Seria estranho alguém dizer que o seu maior objetivo de vida é “ter uma carteira de ações bem diversificada” ou “um carro esportivo com teto solar”. 

 Se isso é verdade, por qual motivo há centenas de livros sobre finanças pessoais, e dezenas de revistas sobre carros, mas quase ninguém fala sobre felicidade para além de platitudes e obviedades? Faz sentido para você, leitor? Temos planos minuciosos de como balancear um carteira de investimentos financeiros, mas se nos perguntarem qual é o nosso plano para ser feliz, talvez quase todos apenas coçariam as cabeças e pensariam “e é possível ter plano para a felicidade?”. Assim, temos planos sofisticados para diversos assuntos, alguns até mesmo irrelevantes, mas para o assunto mais importante da nossa vida não temos muito o que dizer.

  Essa reflexão se estende aos economistas, pelo menos para a esmagadora maioria deles. Sabe-se como calcular uma métrica como o PIB com extrema precisão. Há equações complexas modulando inúmeros aspectos econômicos. Pessoas brilhantes fazem teses e mais teses sobre o fenômeno econômico.  Isto tudo é ótimo. Entretanto, e onde entra a satisfação humana nisso? Se a qualidade do nosso ar cair, e algumas empresas surgirem para vender “ar puro engarrafado”, isso pode ter uma consequência positiva no PIB, mas nós enquanto seres humanos estaremos melhor?

  Pensem nas suas próprias vidas, prezados leitores. Será que a sua satisfação geral enquanto ser humano repousa única e exclusivamente no aumento ou decréscimo de seu patrimônio? Se a resposta for positiva, então o objetivo principal pessoal deve ser o aumento de renda e patrimônio. Se a resposta for negativa, outros objetivos devem ser sopesados. Essa não é uma resposta trivial, ela é central para entendermos o que realmente queremos para as nossas vidas.

  Do ponto de vista mais geral, a resposta também é primordial. Se o que traz bem-estar para as pessoas em geral é o aumento da suas rendas, então coletivamente uma sociedade deve-se estruturar em torno desse objetivo. Os gastos estatais também devem ser direcionados com essa finalidade. Isto não é pouca coisa. São trilhões e trilhões gastos por governos ao redor do mundo, que nada mais é do que fruto de tributos sobre a riqueza produzida por indivíduos, e só deveria fazer sentido gastos que sejam eficientes em aumentar o bem-estar geral. 

  Portanto, o estudo da felicidade é de suma importância, talvez até mais do que estudos e mais estudos sobre PIB, mercados financeiros, etc.  É tentar entender quais caminhos são mais eficazes para a geração de bem-estar subjetivo e qualidade de vida.

O QUE O RELATÓRIO DA ONU SOBRE FELICIDADE TENTA ABORDAR

  O relatório da ONU sobre felicidade do ano de 2015 (há a versão de 2016 publicada recentemente) é um documento extenso de quase 200 páginas. São diversos artigos com inúmeros temas e a citação de variados artigos científicos.  Aos poucos, tentarei trazer para o blog os diversos assuntos abordados. Entretanto, é possível dizer  que o fio central de todo o relatório é o bem-estar humano.

  “Soul, felicidade ou bem-estar humano?”, o relatório de certa maneira toma os dois termos como equivalentes. O bem-estar humano é o que nos torna pessoas felizes.  Assim, o relatório tenta abordar quais são os elementos que levam a um bem-estar maior ou menor, ou seja, a uma felicidade maior ou menor. 

  Quem já leu sobre o tema felicidade, ou mesmo apenas refletiu a respeito, sabe que é normal que haja a diferenciação entre o “estar feliz” e o “ser feliz”. Uma vida feliz está mais relacionada com uma perspectiva mais densa e profunda da própria percepção de bem-estar. O “estar feliz” está mais relacionado a situações mais momentâneas de bem-estar. Eu, Soulsurfer, posso ser muito realizado com a minha vida, mas posso estar extremamente triste num determinado momento pelo falecimento de alguma pessoa próxima. Alguma outra pessoa pode ter uma percepção muito negativa sobre o seu bem-estar geral, mas estar momentaneamente feliz pela compra de uma nova casa, por exemplo.

  No relatório da ONU, é dado um peso mais significativo ao bem-estar subjetivo mais relacionado a uma avaliação da própria vida. Entretanto, o “estar feliz” também é abordado, principalmente na forma de medicão de emoções e seu impacto na satisfação geral da vida. Assim, uma renda financeira menor tem impacto em minhas emoções? Se sim, essas emoções tem impacto na minha avaliação pessoal de bem-estar com a vida de forma geral? Os resultados nesse campo são muito interessantes, mas não serão abordados nesse artigo.

 É preciso notar que o relatório da ONU não aborda quais atividades específicas levam a um maior ou menor bem-estar. Em outras palavras, não se discute se jogar video-game, pegar onda ou tocar violino, produzem resultados diversos no bem-estar individual. Nem poderia ser de outra maneira, pois os seres humanos são pessoas únicas, assim como as diversas culturas humanas são muito diferentes umas das outras. A unicidade de cada humano geralmente é levantada como barreira para os estudos sobre felicidade. Se cada um é diferente, coisas diferentes levarão ao bem-estar individual. Este argumento ignora o fato de que sim, apesar de diferenças culturais, etárias e de gênero, há certos aspectos da vida humana que são comuns a todos os seres humanos, pelo menos em relação a sua imensa maioria.

OS PARÂMETROS ANALISADOS

  Caros leitores, em minha opinião os parâmetros analisados pelo relatório são fantásticos e capturam muito bem os diversos requisitos necessários para se ter um bem-estar maior de vida. São seis os parâmetros:

A) RENDA PER CAPTA

  Sim, colegas leitores, a renda de uma pessoa é importante para a sua felicidade. Negar isso seria a negação do óbvio. Entretanto, o problema, como parece ser a norma para boa parte das pessoas, é pensar que esse fator será o único a impactar a felicidade. É essa mensagem, errônea a perigosa, que permeia quase todas as mensagens que conhecemos como o nome de propaganda estimulando cada vez mais e mais um consumo nada consciente. É o foco central de quase todos os economistas: a maximização da produtividade, do aumento do PIB, aumento da renda per capta, como se não houvesse outros aspectos tão importantes quanto.

B) LIBERDADE PARA FAZER ESCOLHAS DE VIDA

  Sim, a liberdade é importante para a felicidade. É tão essencial que algumas pessoas, como o movimento libertário por exemplo, erroneamente em minha opinião consideram que a liberdade é o bastante para uma vida plena. A liberdade aqui não é apenas a econômica, muito citada por economistas, mas sim a liberdade para fazer escolhas na vida. Logo, é a liberdade para se manifestar, para escolher quem se deseja como governante, para se relacionar amorosamente com que se quer, etc. É por isso que talvez países com grande liberdade econômica, mas pouca liberdade em outras esferas da vida produzam sociedades não tão satisfeitas com suas próprias vidas. Liberdade econômica não se traduz necessariamente em outras liberdades.

C)  PERCEÇÃO SOBRE CORRUPÇÃO

  Esse item é interessante. A nossa percepção de uma vida feliz é afetada positiva ou negativamente pela nossa percepção de corrupção seja nos governos, seja nos relacionamentos sociais do dia a dia. Sendo assim, percebermos que o Brasil, por exemplo, não tem jeito e sempre será endêmico em corrupção possui um efeito negativo profundo em nosso bem-estar. Fugir do tema não adianta. Não se importar com política não adianta também. Platão há 2.500 anos já dizia algo como  “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam". Ele estava certo.

D)  EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL

  O nome já diz tudo. Quanto mais temos a expectativa de viver vidas saudáveis, mais a nossa felicidade é influenciada positivamente. Logo, a saúde de nossa mente e corpo é fundamental para o nosso bem-estar. Se assim o é, por que há tantos alimentos que apenas fazem mal à nossa saúde, e por via de consequência à nossa sensação de bem-estar? Por qual motivo se possibilita um marketing tão agressivo direcionado a crianças para que estas consumam alimentos que irão danificar a sua saúde? Estas são apenas algumas perguntas em que a sociedade poderia refletir, levando em conta esse parâmetro de análise do bem-estar humano. 

E) SUPORTE SOCIAL

  Esse parâmetro é quase uma antítese do que muitas pessoas fazem hoje em dia. Quantas vezes leio ou escuto de que “o que importa sou eu e minha família mais próxima ”.  Além de uma visão triste de mundo, ela leva a menos felicidade. A definição dado pelo relatório a este parâmetro é a resposta dada a seguinte pergunta “Em momentos de dificuldade, você possui amigos ou parentes nos quais pode contar?”.  Para mim esse aspecto da vida é essencial para se viver bem, uma pena que é simplesmente ignorado pelas mais variadas ideologias modernas. Só se é possível contar com alguém se estabelecermos relações de confiança e cordialidade.  Imagine uma sociedade onde se pode contar com a maioria das pessoas em momentos de problema? Se você imagina que isso é uma utopia, foi exatamente esse fator que manteve os níveis de bem-estar quase inalterados em países que sofreram uma crise econômica recente severa como a Islândia e a Irlanda. Foi exatamente esse fator que potencializou a queda absurda de 30% do nível de satisfação com a vida dos Gregos durante a profunda crise econômica que os Helenos sofrearam e ainda sofrem. Este aspecto do relatório é tão interessante que irei escrever um artigo apenas sobre ele.

F) GENEROSIDADE

  Sim, ajudar os outros faz bem para a felicidade. Se assim o é, por qual motivo apenas se enobrece, hoje em dia,  comportamentos de competição e preocupação quase que exclusiva com si próprio? Não se trata de uma oposição entre ser generoso ou ser competitivo, mas reconhecer que ao não estimularmos a generosidade nas pessoas, talvez estejamos construindo uma vida aquém do seu potencial de satisfação para nós mesmos.

  Apenas por curiosidade, segue abaixo ranking dos países mais felizes do mundo:

O Brasil aparece no décimo sexto lugar. Entretanto, mais de um ponto é explicado por valores residuais, algo que não chega nem a 0.2 nos primeiros países. Tenho a impressão, e irei escrever a respeito, que o país irá despencar no relatório dos anos de 2017 e 2018.


MINHA AVALIAÇÃO DE FELICIDADE EM RELAÇÃO A MIM MESMO 

  Se eu fosse considerar os seis parâmetros avaliados pelo relatório, essas seriam as minhas considerações sobre a minha própria vida:

Renda - Não tenho do que reclamar. Sempre tive uma vida boa desde a infância. Aliás, o meu patrimônio e renda colocam-me numa posição privilegiada não só no Brasil, mas como no mundo.

Liberdade para fazer escolhas - Sinto-me livre para fazer as escolhas que bem desejo, tanto que estou numa viagem de alguns anos pelo mundo.

Percepção sobre corrupção - Esse é um dos parâmetros que mais me chateia. Fico extremamente triste com a situação do país e é um dos motivos que me faz ficar olhando de vez em quando o noticiário local. É uma das razões também, junto com a violência, a refletir sobre a possibilidade de se estabelecer em outro país.

Expectativa de vida saudável - Creio ter uma boa expectativa de vida saudável. Pretendo ainda melhorar e muito os meus hábitos alimentares e físicos.

Suporte Social - Esse item estou contente. Muitas pessoas  no Brasil têm me ajudado enquanto estou fora do país. Algumas em especial tem se mostrado muito prestativas. Além do mais, já fiquei na casa de pessoas (e tive experiências fantásticas) que conheci viajando. Melbourne, Sydney, Hobart na Tasmânia, Auckland e uma pequena vila na Nova Zelândia e por último Hong Kong.  É muito bom poder contar com a ajuda de terceiros. Como é ruim não poder contar com a ajuda de pessoas, principalmente as mais próximas, quando você precisa. Cada vez mais me convenço da necessidade de vivermos em comunidades saudáveis e colaborativas. Todos só tem a ganhar.

Generosidade - Talvez poderia fazer bem mais. Porém, não deixa de ser uma doação o tempo que redijo esses textos. Também gosto muito de ajudar pessoas que me solicitam auxílio, faço por prazer. Assim, há espaço para muita melhora, mas creio que possuo comportamentos generosos.

Sendo assim, creio que a minha avaliação de vida seria bem positiva. Sinto-me feliz com a vida que possuo e com o ser humano em que venho me transformando. 

CONCLUSÃO

  O tópico é extenso. Apenas recentemente cientistas e estudiosos estão se interessando e produzindo material sobre a felicidade humana e os fatores que a influenciam. Se a sensação de bem-estar e realização de ter vivido uma boa vida é crucial para quase todos os seres humanos, por qual motivo esse tema é secundário no debate público? Com toda certeza, esse não é um tema que comporta a resposta fácil, e de certa maneira preguiçosa, de que a felicidade é algo subjetivo e não pode ser estudada ou mensurada. É vital que nós enquanto espécie tenhamos dados sobre o que realmente traz satisfação às nossas vidas, para que não desperdicemos tempo, dinheiro e energia de forma desnecessária em atividades que não trarão melhoras significativas às nossas percepções de bem-estar.

  Eu, tendo em vista os parâmetros utilizados pelo relatório da ONU sobre felicidade, creio que vivo uma boa vida. E você prezado leitor? O que acha da sua própria vida? Concorda com os parâmetros do relatório da ONU? Gostaria de saber a sua opinião, compartilhe nos comentários.

  Grande abraço a todos!


37 comentários:

  1. Uma mente bem esclarecida não irá ficar divagando sobre felicidade, mas responder de modo específico sobre "o que é ser feliz?". Daí as razões das respostas específicas como "ter um patrimônio de XXX reais e uma bela família com 2 filhos" ou coisas do tipo.

    Quanto mais específico vc for na resposta, melhor vc estará no seu "plano". Agora, é óbvio que "felicidade" abarca vários aspectos da vida... mas a resposta que cada um dá sinaliza aquilo que é + prioritário para si, ou o que mais lhe falta no momento para que se alcance a tal "felicidade".

    Este estudo da ONU, como um instrumento para norteamento de políticas públicas, é de grande valia!

    Abraços!

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    1. Olá, Renato C.
      É um ponto interessante, e tendo a concordar. Quando chegarmos ao final das nossas vidas e alguém perguntar "sua vida valeu a pena?", a sua resposta, torcemos que assim seja, "sim, foi uma pena que valeu a pena ser vivida". Por que a vida valeu a pena ser vivida? Talvez porque tenha tido uma boa vida em comunidade, criado bem os filhos, tido uma vida profissional produtiva, etc.

      Concordamos sobre a importância do relatório para o norteamento de políticas públicas.

      Abraço!

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  2. Oi, Soul! Baita post!

    Poderia me explicar o que são aquelas barras cinzas no gráfico assim como aqueles intervalos com uma barra preta? Eu não entendi.

    Curioso, eu tinha ouvido falar que esses países escandinavos tinham altas taxas de suicídios e eu não sabia porque. Parece que era mentira então.

    Abraço!

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    1. Olá, Micro. Se você souber ler Inglês e ir no link deixado no artigo, há uma sessão de FAQ que eles respondem com precisão o que são esses parâmetros.

      A Barra preta é o intervalo de confiança. Sendo assim, há 95% de chance de diferentes amostras do bem-estar atribuído a cada país caiam naquela região. É um conceito estatístico. Como eles não entrevistaram toda a população de um país, como a amostra é menor do que o grupo investigado, se usa o conceito de intervalo de confiança. É a mesma coisa em pesquisas eleitorais, por exemplo.


      A Barra Cinza já é um pouco mais difícil de entender. Todas as barras representam um dos fatores. Porém, os pesquisadores resolveram atribuir um fator positivo a todos os países. O que eles fizeram? Eles pegaram um Estado hipotético que seria o pior do mundo em todas as métricas e chamaram de distopia (o contrário de utopia). Seria basicamente viver no inferno terreno. Um país chamado distopia em 2015 teria uma satisfação de bem-estar com a vida de apenas 2.1 (numa métrica de 0 a 10). Assim, Todas as barras de todos os países de todos os critérios representam o quanto aquele país é mais feliz do que distopia. Por exemplo, se a Barra atribuída a renda mostra que a Suíça tem 1 ponto, isso significa que a Suíça por causa da renda é 1 ponto mais feliz do que distopia.
      É como se distopia fosse uma espécie de "benchmarket". Assim, para saber o quanto um país é feliz, eles adicionam 2.1 a todos os países na barra cinzenta. Há países que as métricas medidas não batem com o bem-estar subjetivo auto-declarado de suas populações. Isso chama-se residual. Quanto maior a barra cinza, maior é o residual. Volte para o gráfico e veja que os primeiros países quase não possuem residual (a barra cinza equivale a 2.1 que é o score de distopia). O Brasil, por exemplo, possui um residual bem alto. Em suma, somos mais felizes do que deveríamos ser pelas nossas métricas.
      Espero que possa ter sido claro.

      Abraço!

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    2. Sobre Suicídios, o tema é um dos mais interessantes da filosofia. Há um conhecido filósofo que até mesmo chegou ao extremo de que a principal e maior questão filósofica é por qual motivos não nos damos um tiro na cabeça. Com isso ele estaria querendo dizer que precisamos encontrar motivos que valham a pena viver uma vida cercada de tanto sofrimento. Logo, o suicídio é algo complexo, seja do ponto de vista ético, moral e social.
      Há um capítulo muito interessante no belíssimo livro "The Tipping Point" sobre o aumento de suicídios em jovens na Micronésia nas décadas de 60 e 70, muito interessante mesmo.

      Aparentemente, os números não corroboram esse entendimento de suicídios. Pelo menos é o que consta na wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_suicide_rate)

      Suíça, por exemplo, aparece em 88 lugar. O primeiro escandinavo é a Finlândia em trigésimo terceiro lugar. No geral, os países mais felizes do mundo não tem as maiores taxas de suicídio.

      Abraço!

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  3. Legal, Soul!

    Achei interessante os critérios utilizados, pois se me perguntassem quais critérios eu mesmo utilizaria para fazer uma pesquisa parecida, pensaria em algo totalmente diferente.

    Acho que, talvez, o foco tenha sido em abordar a influência do governo dos países na felicidade das pessoas, já que, com exceção da "generosidade", todos os outros critérios possuem alguma relação com o governo. Aliás, faz todo sentido, já que a pesquisa foi feita pela ONU.

    Estou aqui a refletir: esta mesma pesquisa, se feita por sociólogos ou psicólogos, poderia levantar outros diversos parâmetros pelos quais se poderiam medir a felicidade e o bem-estar, e que também fariam sentido.

    Na minha opinião, no fim das contas, a felicidade é um sentimento absolutamente individual e interior que, apesar de influenciado pelo ambiente externo, consistirá invariavelmente em uma postura do indivíduo para com a vida. Alguns, independente de onde e quão bem estiverem, sempre optarão pelo remorso, pela amargura, pelo ódio e demais sentimentos destrutivos. Outros, e espero estar incluso neles, farão justamente o contrário.

    Boa reflexão. Obrigado por compartilhar!

    Abraços.

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    1. Olá P.Milionário,
      Eu creio que o time de pesquisadores é formado por uma gama bem ampla de profissionais. No mesmo relatório, há um artigo sobre os efeitos da felicidade em nosso cérebro, ou a neurociência da felicidade. Além do mais, ela é baseada no estudo de vários acadêmicos, como do psicológo Daniel Kahneman ganhador do "nobel" de economia.

      Não tenho a menor dúvida de que a felicidade é algo que só pode ser gestado dentro do indivíduo. Como cada indivíduo encara as dificuldades da vida, muito provavelmente fará ele ter uma sensação de bem-estar maior ou menor. Agora, tudo leva a crer que a renda, a genorosidade, a liberdade de fazer escolhas, etc, levam a condições objetivas de maior felicidade por parte dos indivíduos.

      Abraço amigo!

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  4. É um belo texto e um belo tema. Aguardo a continuação.

    Em relação à ânsia de se buscar continuamente um crescimento do PIB, considera o tema da economia estacionária relevante para os países do topo do gráfico colocado no artigo? Acho que o tema da renda mínima posto na Suíça - e, por enquanto, fracassado - reforça essa sensação.

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    1. Risco é Tempero, essa é uma grande pergunta.
      Por qual motivo um país como a Suécia e a Dinamarca, com populações estáveis e ricas, devem ser obcecadas com crescimento? Ora, se os parâmetros da ONU estão corretos, então o foco primordial deles deve ser outro. E isso é difícil de algumas ideologias e pessoas entenderem.
      Muito provavelmente, eles ainda continuaram crescendo, pois países com algo bem-estar subjetivo tendem a ter populações altamente produtivas.
      Eu creio que eles devem procurar formar Estados Eficientes, com sistemas de gastos que sejam possível de manutenção no longo prazo, e uma população saudável e educada. Com saúde e educação, e uma sociedade rica que permita uma ampla gama de liberdade de escolha, os indivíduos podem chegar a patamares muito altos, em minha opinião.

      Abraço, colega!

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  5. Interessante como os nórdicos taxados de frios são felizes.

    Interessante ter Costa Rica tão em destaque.

    Interessante estar o Brasil tão próximo dos EUA.

    Pensei que Butão figurasse entre os mais felizes.

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    1. Olá, Guardião!
      Se você notar a parte cinza do código de barras, vai ver que o Brasil, México e Costa Rica possuem um tamanho maior do que os outros países. Há algum detalhamento técnico da razão disso, mas quanto maior a barra, mais o bem-estar da população é maior do que o modelo explica. Logo, há algo nos Brasileiros e Mexicanos que os fazem mais felizes, apesar das outras métricas apontarem para um grau menor de felicidade "explicável".

      Costa Rica é um país maravilhoso. O lema lá é "Pura Vida". É tão bom que já pensei em comprar terra e abrir uma pousada de Surf na frente de alguma praia com altas ondas (e acredite, tem altas ondas lá).

      Abraço!

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  6. Soul, permita-me fazer uma crítica.

    Tenho percebido nos posts recentes sempre uma tentativa de se opor ao que pessoal de finanças está buscando. Neste aqui, você fez ressalvas na parte sobre a renda e na parte da liberdade, 2 dos 6 fatores mais importantes para o bem-estar, segundo o estudo. É natural que as pessoas priorizem mais algum ou alguns dos 6 fatores durante a vida e, se leem o seu blog, estão no momento à procura dos 2 supracitados provavelmente. Para o pessoal que está começando a buscá-los, não vejo como encorajador alguns comentários seus que soam mais uma implicância. Obviamente, entendo sua preocupação ao alertar sobre comportamentos que levam ao egoísmo. Porém, isso poderia vir de outra forma. Por exemplo, nos blogs gringos de finanças, é comum eles separarem mensalmente uma quantia para caridade e/ou também participarem pessoalmente dela, o que poderia ajudar inclusive nos fatores quinto e sexto. Sinto um pouco falta disso nos blogs brasileiros, apenas vi uma vez no blog do Corey (para fazer justiça).

    Como você já atingiu o ápice nos 2 primeiros fatores, está mais atento aos outros. Normal. Mas aqui você acaba sendo, me perdoe, egoísta de forma involuntária, porque a maioria dos leitores do blog não está tão confortável quanto você nesses primeiros fatores. É como colocar os seus óculos de grau diferente nos olhos de outro indivíduo.

    Sobre liberdades, claro que todas são importantes (e a liberdade econômica também é, sei que você não disse o contrário). Como o Brasil sofre mais desta e somos brasileiros, ela é o foco das discussões. Se estivéssemos na China, seria outra.

    Enfim, muito bom post. Abraço!

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    1. Olá, colega. Grato pelo comentário e pelos insights.
      Se eu passei a impressão de implicância ou um certo "egoísmo", fico decepcionado com o meu texto, pois não foi essa a intenção.
      Sobre a implicância, eu entendo o seu ponto de vista, colega. Entretanto, tanto renda como liberdade são o foco de quase todos os locais que falam sobre dinheiro, acho sempre interessante fazer um contraponto a temas que são considerados como "certos por evidência lógica". Não seria nem o problema do egoísmo de per si, é o simples fato de que comportamentos voltados apenas à renda e à liberdade não conduzem necessariamente a uma vida plena.

      Sobre caridade, é verdade. Entretanto, entendo generosidade como algo muito mais profundo e abrangente do que simplesmente a doação de dinheiro. Quando estava no Brasil, gostava de fazer doações para "Médicos Sem Fronteiras", uma das organizações que mais admiro.

      Sobre os leitores não estarem tão confortáveis sobre os dois primeiros tópicos, eu entendo perfeitamente. Entretanto, não creio que seja uma escolha de "isso ou aquilo", e essa é a mensagem do texto. Pode-se buscar uma maior renda, uma maior capacidade de se fazer escolhas, alimentando-se bem e sendo mais cordial com as pessoas de sua comunidade. Não é uma relação de oposição, na minha opinião é uma relação de soma.

      Sobre o Brasil e a China, discordo levemente. Você está correto de modo geral, mas o que vejo em alguns locais é simplesmente igualar liberdade econômica à liberdade política, por exemplo. Algo que não considero, assim como você, verdadeiro.

      Abraço!

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    2. Pelo contrário, seu texto foi muito bom. Escrevi um post só sobre os detalhes. Desculpe pela ausência de termos melhores. Egoísmo foi péssimo. Implicância um pouco mais adequado. rs

      Bom, percebi que você captou meu ponto. Esse era o objetivo. E, claro, como você disse, não se trata de escolher uma coisa ou outra. Todas formam o ideal. Afinal, as 6 são importantes.

      No geral, concordo contigo. Abraço!

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  7. Passado mais de ano que não visito este espaço, entro aqui e novamente me deparo com um texto ssssuuupppper longo. Bah, teu poder de síntese é uma merda hein ?!

    Não sou preguiçoso para ler, mas seus textos são cansativos então se você tivesse tido na escolha desenvolvido a síntese, com certeza hoje estaria fazendo posts mais condensados e de igual entendimento.

    boa noite.

    Poney

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    1. Olá, Poney.
      Já estou fazendo artigos mais condenados, sobre este tema eu poderia ter feito um artigo o dobro do tamanho.
      Admiro a simplicidade, mas não o simplismo.
      No mais, agradeço a sua visita depois de um ano. Espero que tenha gostado do texto.
      Abraço

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    2. Esse Poney infelizmente não tem a mesma inteligência necessária para captar os insights fornecidos aqui que os nobres irmão equinos possuem...pobre Poney.

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    3. Haja paciencia ...

      Soul, seus textos sao tao bons que separo um horario para ler com calma.

      Tambem escrevo muito, e este foi mais um belo post, nao ligue para criticas sem fundamento.

      Abraco

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    4. Olá, VC! Não me incomodo não:)
      Grato pelas palavras.
      Abraço!

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    5. Faz parte da minha rotina diária, abrir seu blog e ver se escreveste algo novo. Normalmente só leio e acabo não comentando nada, mas depois desse comentário extremamente infeliz não podia deixar de escrever aqui.

      Soul, seu blog é referência e eu procuro e tento achar outras fontes com textos tão bons quanto os seus porém não encontro em lugar nenhum.

      Teus textos geram vontade de aprender, de viajar, de ser mais culto, de ser mais inteligente, tiram o leitor da zona de conforto!

      Te agradeço por cada minuto dedicado a esse blog e espero que continue escrevendo por aqui por muitos anos pois o conhecimento que espalha nesse espaço é de valor imensurável. Te desejo tudo de bom Soul e continue relatando cada pensamento seu com o máximo de palavras possíveis, assim talvez consigamos aprender cada vez um pouco mais.

      De textos breves e sem valor nenhum a internet está cheia, a própria blogosfera de finanças é exemplo disso.

      Um grande abraço, Gabriel Bernardi Sgorla!

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    6. Olá, Gabriel!
      Sua mensagem me deixou quase que encabulado.
      Fico bem feliz que goste dos meus textos e que isso possa ser uma força motora para o seu crescimento.
      Tenho inúmeras fraquezas, como boa parte dos seres humanos. Não pretendo ser o arauto do conhecimento, mas de alguma maneira pode ajudar as pessoas, e a mim mesmo, a refletir com mais densidade sobre algumas coisas e com isso talvez servir como estímulo para nos tornamos seres humanos melhores.

      Abraço!

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  8. Opa Soul, sempre bom ler mais um post seu.

    Pessoalmente há mais de 10 anos que não gosto da ONU nem das pessoas que estão na ONU, nem dos seus relatórios, nem das suas políticas (principalmente em saúde que é minha área) e nem mais nada. Criei um bloqueio filosófico com a ONU, então nem leio mais nada (e olha que já quis trabalhar lá).

    Lhe digo com muita tranquilidade que se eu tivesse o dinheiro (que eu acho que você tem) eu tranquilamente não moraria mais no Brasil. Na minha cabeça é uma aposta de risco morar aqui tendo patrimônio muito grande, não somente em relação à violência e à corrupção mas seria minha forma de votar (votar com os pés - como se diz) me mudando para o exterior. Há algum tempo basicamente não compartilho de nenhum valor social ou cultural da maioria dos brasileiros e não me sinto bem aqui, é uma coisa bem profunda mesmo. O que agrada a todo mundo não me agrada, eu gosto de organização, previsão, educação, respeito e por último liberdade. Eu adoraria morar na NZ, Israel, Holanda, Australia, Suiça, EUA (alguns estados como Texas, Flórida ou Hawaii) ou quem sabe até mesmo no Chile. Eu não tenho filhos, mas no futuro quando os tiver, adoraria imensamente criá-los bem longe daqui, espero que seja possível. E não é questão de "ódio" do Brasil, é que apenas sinto que não dá mais. É igual a fim de namoro com gente chata.

    Essa pra mim é uma questão básica da MINHA felicidade. Não me sinto feliz num país onde minha alma não pertence.

    Grande abraço Soul

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    1. Entendo perfeitamente o que você diz, o problema é que o traveling Soul tem uma conduta intelectual estranha. Dá a impressão que ele reconhece tudo isso mas acha que os brasileiros em geral são obrigados a gostar de viver nessa sociedade disfuncional e, de alguma forma, tem o poder de mudar tudo isso, esquecendo de como é a pirâmide socical (sistema de castas) do país. Me parece que ele acredita que do dia pra noite todo mundo pode se tornar uma criatura cordial e transformar o país num lugar melhor. O problema todo é que o happy Soul é "feliz demais e issoo afasta da relaidade das ruas, da realidade da maioria das pessoas que tem de dar duro pra sobreviver. Ele pode continuar viajando pelo resto da vida por todos os lugares miseráveis deste mundo mas parece que nunca vai entender isso.

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    2. Olá frugal!
      Entendo. Veja o artigo em referência foi uma brevíssima introdução ao trabalho feito por estudiosos sobre a Felicidade. O fato de ser da ONU, ou não, nesse caso específico é indiferente, em minha opinião. O importante é a reflexão a respeito.
      Sobre a ONU em si, ela nada mais é do que o reflexo dos seus Estados Membros. As pessoas querem mais do que a ONU, dentro da conjuntura atual, pode oferecer. E sim, a ONU é muito importante, principalmente em diversas missões de paz ao redor do mundo (há várias em cantos esquecidos da África, por exemplo).

      Sobre o Brasil em si, eu creio que você deve seguir o seu "coração". Se não se sente nem um pouco confortável, você deve procurar maneiras de ir para algum outro lugar do mundo. Apenas aconselharia que não deixe que isso estrague o seu bem-estar. Temos que aceitar a nossa condição presente, e fazer planos para mudá-la se assim acharmos necessário. Entretanto, não podemos deixar que a situação presente nos arraste para depressão, violência ou alguma forma de sentimento que só traz malefícios para nós mesmos.

      Espero que consiga achar um lugar onde encontre paz e serenidade para bem viver, colega.

      Um grande abraço!

      obs: desculpe a demora em responder, estou de volta na China e às vezes é difícil ter acesso a Internet

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    3. Colega,
      Em primeiro lugar, cada um escolhe o seu caminho. Esse artigo com uma breve introdução sobre os estudos da felicidade apenas reforça isso. Não é uma questão de eu querer ou deixar de querer algo. Em segundo lugar, não há qualquer dissociação entre "batalhar" na vida e ser cordial. Aliás, é até imprescindível que pessoas mais pobres tenham comunidades fortes, só assim elas tem mais chance de sobreviver às intempéries da vida. Deve ser por isso que apesar de serem pobres, algumas comunidades são fortes e com bom nível de bem-esta subjetivo. Terceiro, você está longe de ser uma pessoa com tremendas dificuldades financeiras. Tal observação advém do fato de estar acessando internet, e além do mais um blog primordialmente voltado para finanças. Por fim, em vários artigos você tenta se confrontar, quase sempre com argumentos estapafúrdios, e com um vernáculo, para dizer o mínimo, não muito bom.
      Reflita. Vale mesmo a pena? O que da sua vida melhora com essas condutas? Fica a reflexão.
      Abs

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  9. Soul, seu blog é fantástico, ,um modelo e um exemplo para aqueles que valorizam os esportes e a vida saudável. Estou me planejando para tirar uma licença sem vencimentos e poder curtir a praia todo dia.

    Infelizmente, alguns só pensam em carrões e mais símbolos de status, por isso acabam criticando quem não pensa assim. Só sonham com mais dinheiro por conta do consumismo.

    Seus textos são bons e suas atitudes, corretas. Continue com os textos do jeito que estão.

    Melhor ser humanista e positivo como você do que ser
    rancoroso e maluco.

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    1. Olá, colega.
      Grato pelo comentário. Pode deixar que irei continuar sim. Espero sempre estar melhorando.
      Abraço!

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  10. Adorei os parâmetros!!Dá para fazer uma boa análise mesmo ! Acredito que felicidade é uma evolução, e que cada um é responsável pela própria, é algo muito importante e muito sério para entregarmos na mão do governo, dos filhos, do marido, do chefe. A partir do momento que você assume sua vida tudo começa a ficar mais simples!! Aguardo outros textos sobre o tema, achei que o Butão iria aparecer na lista.

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    1. Olá, Paula. Gostei da parte em que fala sobre a necessidade de não entregarmos a felicidade na mão de filhos, marido, etc. Vejo muitas mulheres procurarem a satisfação única e exclusivamente nos filhos. Creio que isso é um erro.
      No mais, agradeço o comentário.

      Abraço!

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  11. Grande Soul ... em busca da felicidade então? rs ..

    pior não é por ar engarrafado pra vender .. pior é ter doido pagando uma nota pra comprar .. rs ...

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    1. Sempre né amigo:)
      Pois é, mas vai que um dia a gente precise comprar por necessidade.
      Abs

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  12. Soulsurfer, seu artigo é muito bom e como você escreveu ao final "E você prezado leitor? O que acha da sua própria vida? Concorda com os parâmetros do relatório da ONU? Gostaria de saber a sua opinião", então resolvi arriscar a emitir a minha por aqui.

    Penso que falta aos parâmetros da ONU uma relação com a natureza, com o meio ambiente. Uma bela paisagem melhora o humor enquanto que o contrário pode trazer medo e outros sentimentos ruins. Um país que não preserva seu meio ambiente estará condenando seu povo a infelicidade ainda que antes a riqueza venha à porta por causa da exploração desenfreada dos recursos naturais. Infelizmente o conceito econômico avalia que uma árvore derrubada é melhor do que deixá-la em pé. Um rio morto por esgoto gera (ou advém de) um PIB enorme, enquanto que um rio em seu estado natural não gera PIB algum. No entanto, provavelmente uma pessoa que acorde e veja um rio em esgotos à sua porta tenha menos motivos para sorrir do que alguém que ao acordar veja uma bela mata preservada.

    Em outro ponto, avalio que exista algo conflitante entre as medidas "percepção sobre corrupção" e "suporte social" na medida em que as pessoas utilizam o suporte social como trampolim para atos de corrupção. A negociata por cargos de confiança entre os correligionários é aviltante e revoltante. Porém entendo o conceito da ONU e concordo plenamente com os dois tópicos: perceber honestidade nas pessoas em geral e principalmente nos governantes, além de ter uma gama de amigos prontos a ajudá-lo nas horas difíceis é sim um bom motivo para se sentir feliz.

    Não sei se fui objetivo e claro no que você questionou, mas sinto-me feliz em participar. Grato.

    Fábio

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    1. Olá, Fábio! Grato pela mensagem e desculpe pela demora em responder.
      Apenas sobre o suporte social, não é bem relacionado com políticas de assistência social. Não sei se foi essa sua intenção, mas foi o que compreendi do seu texto. É mais relacionado se você pode contar com outras pessoas em momentos de dificuldade, não necessariamente uma ajuda governamental.

      Sobre a sua reflexão em relação ao meio meio-ambiente concordo plenamente.

      Abraço!

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  13. Grande Soul, quase um mês sem postar, espero estar tudo bem com voce ae na China, comecei a me preocupar com sua segurança pessoal aí nessa viagem, não sei por que (pow o cara sumiu, será que aconteceu algo?). De vez em quando dá um sinal de vida aqui nos coments. A gente sabe que é dificil o acesso à net aí mas seria legal você dar um alow mesmo que sem postar nada.

    Abraço!!

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    1. Estou vivo!:) Grato pela mensagem e preocupação! Abraço!

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  14. Pois é Soul , é muito ruim não poder contar com pessoas próximas,eu é que sei, tenho 2 irmãos, meu pai tem câncer e hipertiroidismo e minha minha mãe tem problemas na coluna e depressão sazonal, e eu estou sozinha para tentar resolver tudo.

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  15. Olá Soul Surfer, parabéns pelo post, que apesar de longo, percorremos com leveza e ansiedade pelo próximo parágrafo. Infelizmente atualmente as pessoas não levam em consideração muito dos conceitos abordados aqui, Dinheiro? ah o dinheiro está praticamente acima de tudo para a maioria. é importane? claro!, mas não e tudo. Liberdade? há uma alienação incrível, onde as pessoas tomam decisões baseadas em indicações, em marketing, em influencias externas e acham que estão sendo livres para escolher. Consumo excesso, simplesmente para se sentir bem e seguir a maioria, compra o que não precisam, com dinheiro que não tem, para agradar quem não gosta, pra provar que estar feliz.

    Admiro muitos aqueles que simplesmente não estão nem aí para o que os outros acham dele, e vivem conforme o que lhe traz felicidades. se comprar carros, joias, roupas traz, ótimo, mas não simplesmente comprar pelo fato de seguir a maioria e ser aceito pela "sociedade".

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