quinta-feira, 19 de junho de 2014

REFLEXÃO - O BRASIL NÃO É O PAÍS DO FUTEBOL

         "A verdade é o tipo de erro sem o qual um certo tipo de vida não poderia subsistir"  Nietzche  


             Olá colegas! Uma bela copa do mundo está ocorrendo em nosso país do ponto de vista esportivo. Jogos bacanas, muito gols, e as torcidas dando um show a parte. Se a outra copa do mundo (aquela que ocorre fora dos estádios) foi um fiasco do ponto de vista da gestão, a copa do mundo esportiva está muito boa. Várias bandeiras brasileiras na rua, uma pena que as bandeiras brasileiras só entram em moda em copa do mundo, e o brasileiro mostrando que é o povo mais apaixonado por futebol, pois aqui é a terra do futebol. Será mesmo, amigos? Como o objetivo aqui sempre foi pensar sobre temas de maneira às vezes não convencional, vou refletir um pouco acerca das máximas “O Brasileiro é apaixonado por futebol como em nenhum lugar do mundo” e “Aqui é a terra do futebol”.

                Soul, é claro que o brasileiro é apaixonado por futebol! É mesmo? Então responda qual é o time que possui a maior torcida no Brasil? O mengão? O Corinthians meu? Não, é o time das pessoas que não dá a mínima para futebol. Esse resultado nem de longe é encontrado na Argentina, onde a preferência maior é sempre por um dos dois maiores times do país,  ou em países onde o futebol é muito forte. Ah, e daí? O que importa é que a maioria da população gosta de futebol, mesmo que uma parcela significativa não dê a mínima importância. É um ponto.  Então, esmiucemos um pouco mais a questão.



                Há alguns blogueiros (cito o investidor sócio, bem como o valores reais) escrevendo artigos sobre a emoção de ver um jogo de copa do mundo, a empolgação de estar no estádio, e sobre o fato que é muito mais divertido do que ver um jogo pela TV. Eles estão absolutamente certos. Como disse uma vez aqui, minha adolescência eu passei na Vila Belmiro. Eu ia a absolutamente todos os jogos. Lembro de uma vez meu pai me deixando perto do estádio, uma baita chuva, me dando o casaco dele para me proteger, e eu na arquibancada cantando e incentivando o tempo inteiro com meia dúzia de gatos pingado num jogo que não valia nada. Ou lembro-me também uma vez no Morumbi, onde eu cantava e gritava que nem um louco, e de repente empolguei milhares de santistas que começaram a cantar também. Ou quando o Santos fez o gol de empate na final do brasileiro de 2002, o gol do título, quando eu simplesmente sai rolando arquibancada abaixo de tanta emoção de ver o meu time campeão pela primeira vez em cima do maior rival. Enfim, estar ao vivo no estádio é uma emoção diferente.

                Logo, presumir-se-ia que um povo tão apaixonado por futebol como o brasileiro iria lotar sempre os estádios, correto? Não é nem de longe o que ocorre. A média de público do campeonato brasileiro é simplesmente medíocre. Não acredita? Irei colocar três links ao final, muito interessantes por sinal, onde mostra que a taxa de ocupação dos estádios brasileiros é de 30% nos jogos da primeira divisão nacional, contra uma taxa que em alguns países é superior a 90%. Além do mais, a média de público no Brasil é  muito inferior a média das principais ligas da Europa, sendo que o Brasil também perde em média de público para as segundas divisões do futebol Inglês e Alemão (não, você não leu errado, a segunda divisão lá leva mais torcida do que o nosso “Brasileirão”), Japão, EUA (mesmo sendo o futebol  o quinto esporte em audiência), China e México. Os resultados podem ser conferidos em

                Se você prestou atenção no segundo link disponibilizado, a torcida do  time brasileiro que foi mais ao estádio em 2013, o “bando de loucos”, foi a 91º torcida do mundo em comparecimento aos estádios. Sim, a nossa torcida que mais compareceu aos estádios foi a nonagésima primeira torcida no mundo. Talvez o bando não seja de tão loucos assim, principalmente se compararmos com outras torcidas do mundo.

                Ok, Soul, o Brasileiro não vai ao estádio porque o ingresso é caro. Não parece ser o caso, segundo (não conferi para saber se a fonte é fidedigna ou não) a informação que consta aqui http://dribles.com/artigos/bilhetes-futebol-mais-caros-mundo, já que os preços parecem guardar alguma correspondência com a renda per capta numa primeira análise superficial. Pode ser, Soul, mas as pessoas não vão porque há muita violência, desorganização, etc. É uma afirmação justa, e vai me remeter a outra máxima se “O Brasil é o País do futebol”, já que os dados parecem apontar nitidamente que não somos o país onde há a maior paixão do mundo pelo futebol, e não creio que isso seja necessariamente bom ou ruim é apenas um juízo de fato.

                Somos pentacampeões do mundo, é claro que somos a "pátria de chuteiras" alguém pode afirmar. Primeiramente,  quem realmente gosta de futebol tem uma paixão muito forte pelo seu clube, e não pela seleção, principalmente nas últimas décadas onde a seleção foi se distanciando cada vez mais do Brasil pelo elevado número de jogadores jogando no exterior. O clube é o que faz a pessoa que realmente gosta de futebol se emocionar e sofrer em graus elevados. Logo, na minha perspectiva, o melhor futebol do mundo teria que se manifestar no melhor campeonato de futebol do mundo, até porque a copa do mundo é um evento de quatro em quatro anos e disputado em apenas sete jogos. E como está o nosso futebol?

                O nosso futebol , jogado no Brasil, vai muito mal.  O nível técnico da principal competição nacional é baixo. O desinteresse das pessoas pelo futebol nacional é cada vez maior. Não acredita? No começo da década de 1990, eu nunca via ninguém com a camisa de uma equipe estrangeira (é verdade que o Brasil não era tão aberto, nem o futebol tão globalizado), e muito menos alguém dizendo que torcia para um clube espanhol ou inglês. Hoje, o mais comum, infelizmente, é ver crianças com camisas de agremiações estrangeiras, mesmo no futebol brasileiro existindo mais de 10 clubes com grandes torcidas. Por que isso ocorre? A resposta é simples: nós temos matéria-prima, mas não sabemos nos organizar de uma maneira eficiente.  Alguma semelhança com a questão mais geral organizacional do país? Eu acho que tem muita, na verdade acho que o futebol é um dos maiores retratos da nossa incapacidade de gestão.

                Há uns 13/14 anos atrás, numa época onde a economia do Brasil estava cambaleante, eu já discorria para meus amigos que o futebol era um teste para o Brasil, pois se nós, com tantas coisas favoráveis como torcida, grandes clubes, histórias, jogadores bons, reconhecimento internacional, não fossemos capazes de nos organizar e fazer um  futebol nacional a la NBA,  por quais motivos nós conseguiríamos nos organizar e nos destacar em áreas em que o Brasil é muito carente e tem pouca tradição como ciência e economia de ponta? 

                Passados esses anos, o futebol brasileiro quase não andou, e em certa medida eu acho que regrediu.  Uma emissora continua monopolizando o futebol, ao ponto de colocar jogos  às 10 da noite de uma quarta-feira, o que é algo que não faz o menor sentido. Os clubes nunca estiveram tão endividados(http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2014/05/flamengo-reduz-dividas-mas-segue-na-lideranca-entre-os-clubes-brasileiros.html ), a seleção brasileira nunca esteve tão distante do país (dos 23 convocados, 19 não jogam no Brasil, sendo que dos 4 que jogam dois são goleiros reservas e um é atacante reserva) e o interesse por futebol cada vez vai perdendo espaço seja para o futebol europeu, seja para outras atrações.  É evidente o problema de gestão.Nada mostra que essa situação irá se modificar, pois a seleção da CBF nunca ganhou tanto dinheiro em patrocínios, a seleção é a galinha de ovos de ouro dos nossos cartolas maiores, não o futebol nacional, é por isso que  os dois últimos títulos mundiais da seleção em absolutamente nada se reverteram para a melhora do nosso futebol.

                Além da questão da fraqueza cada vez maior do  futebol interno em si, o fato é que nem mesmo um futebol  bonito o Brasil apresenta dentro de campo com seus melhores jogadores, e para mim isso vem desde 1982. A grande verdade é que o Brasil ficou marcado no mundo como o país do futebol pela geração de Pelé, e pela absolutamente magnífica apresentação do Brasil na copa de 70. Tivemos uma outra bela seleção em 1982, e depois da derrota de 1986, fica claro que o Brasil deixou de apresentar um futebol diferenciado e foi cada vez mais se tornando mais uma seleção, chegando hoje em dia a ter um futebol como qualquer outro, e ouso dizer até mesmo inferior a outras escolas de futebol. Não há mais absolutamente nada de diferenciado no futebol jogado pelos jogadores brasileiros, e como poderia haver se quase todos jogadores jogam na Europa?

                Eu não dou mais tanta importância para o futebol, pois a questão de gestão realmente me frustrou bastante. Eu acho que o futebol tem o seu papel na nossa cultura, e não vejo necessariamente como “pão e circo” ou como “ópio do povo”. É claro que também pode ser isso e ser manipulado para ter essa função, mas há um grande fator de integração social. Num estádio de futebol, pelo menos na minha época, o rico, o pobre, o branco e o negro se tornavam iguais, sofrendo, gritando e se abraçando na hora do gol sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Eu, por exemplo, que quando adolescente tinha um cabelo loiro tipo do Brad Pitt, era o único loiro de uma torcida organizada que fazia parte, e sempre convivi com pessoas pobres, mulatas, negras e nunca me questionei sobre nenhuma dessas características como algo diferenciador. Talvez esse convívio com pessoas diferentes do meu estrato social, algo cada vez mais raro no Brasil o que é um grave problema para a nossa convivência no futuro em minha opinião,  foi um dos grandes fortalecedores da minha índole de não ver diferenças morais onde elas não existem baseado em algum critério de riqueza ou de posição social. Portanto, o futebol pode sim ter uma grande função de coesão social.

                Entretanto, e aqui me despeço, eu não creio que o Brasil seja atualmente o “País do Futebol”, nem mesmo creio que os brasileiros sejam os mais apaixonados. Espero, pelo menos com esses novos estádios modernos, que o futebol brasileiro possa se organizar e ser mais forte, mas eu temo que isso não irá se concretizar, pois mentalidades arraigadas são difíceis de modificar, assim como é difícil modificarmos algumas estruturas débeis nacionais, e é por isso que o Brasil não melhora do ponto de vista político, tributário, de segurança, etc. 

                Um grande abraço a todos!







49 comentários:

  1. Gostei do seu texto e concordo contigo nos pontos abordados como gestão do futebol brasileiro e a própria paixão do brasileiro pelo esporte. Nesses dois jogos no Maracanã, o que me chamou mais atenção foi a forma como os Argentinos torcem, realmente foi uma experiência única ver o Maracanã não parando um minuto de torcer e todas as cores, além da paixão dos Argentinos e não tão distante, os Chilenos deram um show nos cantos e apoio a sua seleção durante todo o jogo a sensação era que os nossos amigos da América do Sul jogavam em casa. Tenho uma sensação de que se acontecer algum jogo contra uma seleção da Argentina no Brasil, nossa torcida vai ser engolida e vejo isso porquê não sabemos torcer, se a seleção não esta indo bem a critica é feroz, a desconfiança fica generalizada e o fato de disputar uma Copa no Brasil não vai fazer diferença na hora do vamos ver contra Argentinos, Chilenos e Colombianos. Com relação a Clubes, sou Vasco e graças a péssima gestão dos últimos anos, vi meu time cair duas vezes, não sabemos vender nossos jogadores e eles são negociados a preços muito abaixo do mercado, a gestão em sim é muito fraca e isso afasta torcedores dos clubes nacionais, além de nossos campeonatos não contarem com os maiores astros internacionais. Gosto muito de esportes e sou apaixonado por Copa do Mundo e de 4 em 4 anos tento aproveitar o máximo e dessa vez minha sorte foi muito grande pelos ingressos e posso assegurar que é uma emoção muito especial, tanto que na próxima Copa do Mundo na Russia, eu vou estar lá, grande abraço e obrigado por me citar.

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    1. Olá, Fábio.
      A torcida brasileira já foi engolida pela dos mexicanos mesmo sendo 4 vezes maior. Contra argentina e chile, eu não tenho nenhuma dúvidas que não jogaríamos em casa. Eu nem quis entrar nesse assunto, mas você está coberto de razão. Além do mais, deu daquela música "Sou brasileiro com muito orgulho..." é apenas esse o repertório que conseguimos fazer?

      O Santos com muito esforço manteve o Neymar. E o que ocorreu em 2011 e 2012? Por um calendário completamente maluco, quando a seleção brasileira jogava, havia rodada do campeonato brasileiro, assim o Neymar não jogou o brasileiro de 2012 pelo Santos umas 13 partidas (ou seja 1/3 da tabela). Veja como é a organização, um time brasileiro com esforço consegue manter um atleta jogando no Brasil, uma parte considerável da mídia e da torcida diziam que ele não deveria continuar a jogar no Brasil, mas sim amadurecer na Europa para a copa do mundo (mais um sintoma claro que deixamos de ser o país do futebol), e além disso a entidade que comanda o futebol desfalca o time que faz esse esforço em partidas profissionais da equipe, fazendo que a equipe não possa se aproveitar da sua presença em campo. Esse é o estado que chegou a nossa gestão.

      A copa do mundo é um belo festival. Eu quero ir para o RJ sentir a "vibe" da final, estou tentando descolar algum espaço com amigos, pois a copa do mundo realmente é uma bela confraternização entre diferentes países, algo que não se vê tanto nas olimpíadas, pois a competição é muito pulverizada em vários jogos. Assim, a copa do mundo é única mesmo.

      Rússia em 2018 parece uma boa, ainda mais eu que quero conhecer esse país, talvez vou combinar com a travessia via o trens transiberiano (algo que quero fazer), começando na Rússia, passando pela Mongólia e chegando na China, é uma ótima ideia e vou começar a pensar a respeito.

      Abraço Fábio!

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    2. Olha eu aqui outra vez....

      Então, as afirmativas abordadas por ti, muitas delas fruto do "senso comum", foram igualmente desmistificadas por Juca Kfouri, no programa "Roda Viva" da TV Cultura da semana anterior ao começo da Copa. E, realmente, o que mais me chocou foi a verificação do público do Brasileirão ser pior que a segunda divisão de algumas ligas européias.
      Contudo, o que realmente me levou a escrever aqui, foi o questionamento do referido colunista acerca dos novos estádios e a "massa" de torcedores, uma vez que com os milhões investidos nas novas "Arenas" (não obstante destituídas de qualquer terreno arenoso) deverão implicar um aumento nos preços dos ingressos e, consequentemente, afastar os menos abastados dos estádios. Assim, pode ser o fim daquilo que você constatava na sua adolescência: "Num estádio de futebol, pelo menos na minha época, o rico, o pobre, o branco e o negro se tornavam iguais, sofrendo, gritando e se abraçando na hora do gol sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação".

      Abraço,
      Canella.

      Obs: Olha que essa ideia (agora sem "acentiu" do seu Creisson) de ver a Copa na Rússia......

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    3. Grande Canella!
      Exatamente. O Juca Kfouri (e eu vi uma parte do roda viva, pois sabe como é estava minha mãe, mulher, e é difícil ter controle da televisão nesse horário da noite) para mim é o melhor jornalista esportivo vivo no aspecto de denúncias da desorganização do futebol, tirando o fato que ele é extremamente parado e se expressa muito bem.

      Esse é o paradoxo das novas arenas. Não vou entrar aqui na questão sobre os custos, nem sobre o fato de existir ou não dinheiro público, mas os clubes brasileiros precisavam de novos estádios (pobre do meu Santos que vai ficar com a vila belmiro, um estádio cheio de histórias, mas completamente defasado).
      Porém, esses estádios custam dinheiro não só para construir, mas para se manter (é por isso que os estádios de Natal, Cuiabá, Manaus muito provavelmente serão deficitários). Eu quando estive na cidade do cabo fiquei impressionado com a beleza do estádio lá construído, mas ao conversar com moradores todos me disseram que tinha se transformado num elefante branco.
      Os estádios em centros futebolísticos mais desenvolvidos (BH, SP, RJ e RS) provavelmente serão superavitários, porém como os custos irão aumentar, o preço do ingresso terá que necessariamente aumentar.
      Isso pode sim a levar uma completa transformação do ambiente social desses estádios. Foi exatamente por este motivo que no texto eu sublinhei que na minha época havia essa miscigenação social, o que talvez possa acabar num futuro não tão distante.

      Bora tomar umas vodcas e fazer uns trekking na sibéria? Tenho certeza que até lá o dinheiro estará fluindo com mais facilidade para a sua conta bancária:)

      Abraço!

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    4. O Juca é preparado, não "parado" heheh..

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  2. Essa copa do mundo infelizmente virou a copa das manifestações.
    É perigoso até vestir a camisa da seleção e encontrar com algum imbecil pseudo ativista black-bloc. Verdadeiros terroristas travestidos como "revolucionários".

    Em tempo, não sou peixe, mas aquela pedalada do Robinho em cima do Rogério em 2002 ainda está na minha retina. rs
    Abs

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    1. Olá colega!
      Você está sentido isso? Pelo que ando lendo e vendo, o apoio a copa saiu de 40% para quase 85% nessa primeira semana de campeonato, e as manifestações estão muito pequenas.
      Olha, cada vez acho estranho esses black-blocks, há alguma coisa por trás. Os apoios as manifestações que eram de quase 70% há um ano, atualmente caiu para 40%. Logo, parece-me claro que há mais alguma coisa por trás dessa radicalização, mas não posso ter certeza.

      Ah! Aquela pedalada foi linda! hehehe
      Eu chorava copiosamente naquele dia, lembro como se fosse hoje as pessoas no estádio vindo me abraçar e pedir para que eu parasse de chorar.
      Eu resolvi torcer para o Santos no pior momento da história do time que foi a segunda metade da década de 80 até o começo dos anos 2000. Torcer para o Santos parecia ser profissão de mulher de malandro. Entretanto, perseverei e vi esse título, e depois muitos outros, e o que é melhor com um futebol espetacular, pois aquele Santos de 2010, se o Brasil fosse organizado, fosse mantido em 2011/2012 e alguns reforços trazidos iria se transformar num dos melhores times do mundo como um Barcelona.

      obs: acho que sou bom investidor, pois depois de aguentar um bear market de 15 anos torcendo para o Santos sem esmorecer, qualquer bear market nos mercados será fichinha! hehehe

      Abraço amigo!

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    2. Sim, o apoio aumenta gradativamente conforme o avanço do time no torneio, é até normal. Mas o ato praticado ontem pelos blocks foi um filme de terror, digno de skinhead inglês. E isso na Rebouças, reduto da elite paulistana.

      http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/06/protesto-do-passe-livre-termina-com-bancos-e-carros-de-luxo-depredados.html

      Também desconfio de interesses por trás disso. Onde estava a polícia nessa hora ou em qualquer outro movimento desses vândalos?

      Quanto aquela pedalada, faz alguns anos que um amigo apareceu com o poster do Robinho naquela jogada, autografado por ninguém menos que o próprio Pelé.
      O rei visitava a fábrica da Mercedes Benz em São Bernardo, esse colega trabalhava lá, e mesmo com as recomendações de como se comportar com visitas ilustres, por ser um santista roxo, dessa vez arriscou o pescoço.
      Pegou esse poster que estava colado no armário e ficou na espreita, quando o Pelé e a comitiva formada por seguranças e diretoria da empresa passavam perto do seu posto de trabalho, furou o bloqueio, e com o poster e caneta em punho, se colocou em frente ao rei, que mesmo assustado foi solícito, assinou e ainda tirou um sarro, dizendo que o legal era aquela imagem em movimento.
      Depois o colega sequer foi advertido, por ser bom funcionário ficou por isso mesmo. E ainda saiu na foto com o Pelé assinando, no jornal interno da empresa. rs

      Já o Santos depois que o Neymar saiu, perdeu o paulistão para o Ituano e deixa um ar de bear market no ar...será? Sei não heim, hehe
      Abraço





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    3. Belíssima história hein!:)
      Sim, eu vi a quebradeira. O interessante é que são grupos pequenos, e teoricamente fácil de serem controlados. Se fossem 3000 pessoas querendo quebrar tudo aí sim seria difícil de ser controlado. Enfim.

      Pior que acho que você tem razão. Mas a época que eu comecei a torcer equivale ao crash de 29 e o bear market de 29-33. hehehe
      Qualquer coisa dá para encarar com tranquilidade agora, além do mais agora que não dou mais tanta bola.
      Mas temo pelo meu filho que ainda não existe, pois se for santista pode vir a sofrer bastante.

      Abraço!

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  3. A falta de público aos estádios de futebol no Brasil é mais complexa do que meramente o valor dos ingressos, que nos jogos locais não são tão caros assim, como você mesmo mencionou.
    Envolve na verdade questões de transporte, segurança e educação do povo, além de estruturação de escolas e universidades públicas.
    O que você vê nos países europeus são amigos e famílias indo ao estádio, de transporte público, de forma organizada, sem violência.
    E aqui? (nos nossos campeonatos, não incluo Copa porque é outro tipo de público)... Vemos apenas marginais que se preparam para guerrear, para gerar confusão, para depredar patrimônio público, para roubar. Povo sem educação, completa ausência de segurança, dificuldades de chegada aos estádios, desorganização... Para quem ama o futebol é melhor ficar em casa!
    Certamente o país continua um celeiro de craques. A diversidade étnica contribui para tal. Ao contrário de muitos, não creio que a pobreza contribua. Dizem contribuir por ser a alternativa das pessoas a uma boa vida, mas certamente penso que aliada a erradicação da pobreza políticas públicas de incentivo ao esporte, para formação de CRAQUES E CIDADÃOS.
    Mas infelizmente nada vai mudar. Não acredito mais no futuro desse país, pois aqui o esporte favorito é tratado como o circo da política do pão e circo.
    Quanto ao alto percentual de pessoas que declaram não mais torcer por um time de coração, falo por mim : nossos craques, bons jogadores e até os medianos saem do Brasil. Restam nos clubes apenas os menos ruins... Mesmo assim ganham um salário astronômico para o padrão do país, e não se esforçam, não treinam e sentam na fama do Brasileiro de ser o "Melhor do Mundo". Eu mesmo fui ao estádio pela última vez em 1992, quando tinha apenas 17 anos, ver a final do brasileirão FLA x Botafogo. 153 mil pessoas no Maracanã. O que ocorreu? Queda do alambrado. Várias pessoas feridas. O público? Marginais que nem pensariam duas vezes em matar por matar. Continuei acompanhando o meu time do coração durante anos, mas ano a ano o time se tornava medíocre. Hoje não vejo mais. Se me perguntar, digo que sou flamenguista, mas não sei dar a escalação do time, e nem sei qual a pontuação do time no campeonato ou quem enfrentará na próxima rodada. Nesse ano vi uma partida do Fla na TV, achei o time medíocre, desanimador. Fosse uma fase apenas estaria eu apoiando, mas essa é a tônica do time há anos e anos. Aliás, os times do RJ estão mortos e não sabem ainda.
    Mas gosto de futebol, vejo os jogos da Champions League, e assisto à Copa do Mundo. Gosto muito. Por isso acho que o texto que elaborou merecia essas considerações.
    Abraços,
    Capixaba Investor

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    1. Olá Capixaba!
      Ótimas considerações, talvez até melhores do que as contidas no texto:)
      Concordo contigo. Entretanto, pegamos o exemplo do México. É um país ainda com índices violentos, principalmente do norte onde há partes do país que são off-limit. Porém, mesmo assim a média de público é maior do que o Brasil. Como explicar isso?
      A explicação para mim é que infelizmente estamos nos tornando um país violento nos pequenos atos do dia a dia. Quando passei um mês no México, fiquei maravilhado com o povo mexicano, que povo bacana. Sendo assim, eles tem problemas de violência extrema com o crime organizado, maior até do que o Brasil, problemas sociais e alta desigualdade, como o Brasil, mas parece-me que o tecido social lá está mais preservado, e o nosso está cada vez mais sendo esgarçado. Portanto, um simples ato de ir ao estádio acaba sendo uma experiência perigosa, e isso obviamente afasta o torcedor.
      Brigas entre torcidas sempre existirão, e de vez em quando num ambiente com dezenas de milhares de pessoas levadas pela emoção é natural que algum ato de violência possa aflorar.
      Porém, há limites para isso, e os organizadores e o Estado podem controlar os excessos de violência, basta ver o caso da Inglaterra depois daquele incidente que matou dezenas de pessoas na década de 80.
      O que eu vejo no futebol brasileiro é um grande espelho do que ocorre no país, infelizmente.
      Relatos como o seu são cada vez mais comum, e isso está minando o nosso futebol. A beleza da copa do mundo, de uma Champions está na festa bonita dos estádios. Ou a copa do mundo seria a mesma coisa com 20% de ocupação dos estádios? Claro que não. Uma partida de futebol vira um espetáculo de dezenas de milhares de cantos, cores e etnias.
      Nós estamos perdendo isso no Brasil a passos largos, basta ver um jogo de futebol as 22:00 (que deveria ser as 20:00, alguém que trabalha pode sair do estádio meia noite?), com um estádio com meia dúzia de gatos pingados (onde se escuta até a voz do treinador) e um futebol de segunda categoria. Isso é a receita para o fracasso.
      Valeu pela contribuição.

      Abraço!

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  4. Soul, o Brasil é comandado por uma Rede tv que faz tudo girar ao seu redor. Ela elege e detroi presidentes da República. Logo, até no futebol ela vai se meter e prejudicar todos.


    No final só sobra o marketing e a manipulação.

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    1. Olá colega!
      Eu acho que o poder da TV globo vem sendo diminuindo ano a ano, não é o mesmo que ela tinha na década de 90, por exemplo.
      Não é à toa que ela perdeu os direitos de transmissão da próxima olimpíadas, quase perdeu para essa copa do mundo, e se não fosse uma manobra absurda dos dirigentes de corinthians e flamengo, que contou com o apoio - isso é algo que não entendo até hoje, aliás entendo, mas - perderia o direito de transmissão do campeonato brasileiro.

      Porém, concordo que ela ainda possui muito poder. Porém, temos que ter cautela de levar esse discurso muito longe, pois ele é um prato cheio para quem quer regular a mídia, e eu tenho receio que esse assunto volte com força em 2015 (lembrando que foi aqui que a Argentina e a Venezuela começaram a realmente degringolar).

      Abraço!

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  5. Essa questão do futebol é muito complexa e não é fácil de ser inteiramente compreendida.
    Acompanho futebol desde anos 90, ultima grande década do futebol brasileiro tecnicamente falando. Com relação ao público, o Brasil perde para vários países e se levarmos em consideração as baixíssimas médias de público dos pequenos clubes brasileiros levamos uma goleada.
    O que ainda segura a média de público em estádios são uns 20 times, tirando esses, nossa média seria muito menor. Na Inglaterra e Alemanha clubes pequenos tem torcida, no Brasil não.

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    1. Olá amigo!
      Sim, eu gosto de assuntos complexos e que possuem nuances, fazem, como diriam os americanos, nossa capacidade analítica ficar "sharpe".
      Você tem razão. Eu deixei uma estatística de fora desse artigo.
      O futebol brasileiro em quase 4.000 partidas profissionais (brasileirão em todas divisões, estaduais, participação de times brasileiros em competições internacionais) arrecadou em bilheteria menos do que 50 jogos da Champions (http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/olhar-cronico-esportivo/post/futebol-brasileiro-total-tem-menos-receita-que-50-jogos-da-champions-league.html).

      Isso é uma estatística que mostra que há muita coisa errada. O futebol do interior estava acabando há uns 10 anos, hoje em dia ele quase inexiste, tirante algumas surpresas esporádicas. Isso realmente leva a um enfraquecimento da existência de torcidas locais de times menores. Você tem razão.

      Abraço!

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  6. É claro que o nível técnico do futebol brasileiro é baixo! Por que diabos um craque brasileiro vai permanecer no Brasil se um clube europeu oferece milhões de EUROS por seu passe?!

    Se tem algo que realmente preocupa em sua abordagem é o fato de os brasileiros estarem cada vez mais carentes de lazer familiar.

    Teatro?
    Elitizado. Só há apresentações de qualidade em alguns poucos locais de bairros nobres de capitais.

    Cinema?
    Extremamente caro por conta da hipocrisia da meia entrada.

    Futebol?
    Desinteressante, influenciado por politicagem barata, inseguro.

    Outros esportes?
    Não há incentivo ou divulgação relevante pela grande mídia e governo, além de haver poucos ídolos.

    Espaços públicos? Praças?
    Quando há, estão tomados por moradores de ruas, pivetes e camelôs.

    Música?
    Péssimo momento. Os cantores e bandas apenas reciclam seus antigos sucessos. Poucos novos talentos surgindo.

    Enfim, seria ótimo se ao menos futebol oferecesse uma boa opção de lazer às famílias, com estádios estruturados para tal, com opções de lanchonetes ou até cinema. Assim, as pessoas poderiam passar o dia no local se divertindo e consumindo e não apenas vendo o jogo e brigando.

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    1. Olá Troll!
      a) Não é necessariamente verdade. Pelo aumento das cotas de televisão, os salários pagos no Brasil não são tão menores (nos grandes times). Assim, essa explicação muito utilizada no final da década de 90 e primeira metade da década passada não pode ser mais utilizada para explicar boa parte do movimento, na minha opinião. O Neymar queria jogar no Barcelona não necessariamente pelo dinheiro, mas sim por jogar os melhores espetáculos. Sendo assim, a nossa desorganização afugenta os melhores jogadores. Quem quer jogar um Santos x Botafogo para 3 mil pessoas numa quarta a noite ao invés de um jogo para 60 mil pessoas?

      b) É verdade, cinema é caro. Mas como um bom cara preocupado com meu dinheiro, eu vou ao cinema nos dias onde há promoção, podendo chegar a 30/40% do preço cheio em FDS.

      c) Isso é uma grande verdade. O Brasil está vendo um encolhimento dos espaços públicos, e isso para mim é preocupante sobre vários aspectos (tal tema merece um artigo) . O surgimento de prédios-condomínios com musculação, piscina, comércios, etc, é para mim preocupante e algo que não se vê na Europa. Estamos cada vez mais privatizando os espaços e vivendo em espaços privatizados, em ambientes assim o convívio saudável de todos com todos deixa de ser possível, e isso é perigoso.

      d) Você tem toda razão sobre música, é impressionante um país tão rico musicalmente como o nosso estar produzindo tanta porcaria. E a música de abertura, bem como o show, foi apenas um sintoma disso.

      e)Concordo também. Os esportes servem para variadas funções, e a moralidade cívica é uma delas (aliás nos jogos olímpicos da antiguidade realizados na Grécia isso era o aspecto preponderante). O esporte pode servir como forma de convívio social, afastamento das drogas, melhora de rendimento escolar. É uma pena que aparentemente nada esteja sendo feito, e nós vamos sediar daqui dois anos jogos olímpicos;

      e) Por fim, é verdade. Entretanto, isso aparentemente vai mudar com as novas arenas.

      Valeu pela contribuição Troll!

      Abraço!

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    2. Surfista, os salários milionários são apenas para uns poucos jogadores. Mesmo assim, eles logo são recrutados para os grandes clubes europeus. Concordo que estádios vazios são desestimulantes para jogadores, pois sabemos que o dinheiro não é o fator único de satisfação profissional.

      Quanto ao cinema, não se iluda: quando você paga uma meia entrada, isso é, na verdade, o preço real do ingresso. E se você, El Sábio, preocupa-se com o preço, imagina uma família de condição social inferior com 2 filhos pedindo combo de pipoca com o refrigerante explorador capitalista cancerígero? rs

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    3. Dae Troll!
      Claro, eu concordo que há concorrência forte dos clubes europeus, eu apenas não acho que ela é a única explicação, estatisticamente falaríamos que é uma variável que explica uma parte dos resultados observáveis, não a totalidade:)

      Claro, também concordo que a meia-entrada (apesar de eu ir em dias de pouco movimento, como terça-feira de noite quando há desconto, e o desconto estar mais relacionado a queda da demanda, não ao fator da meia-entrada). Hehehe, pois é, aquelas pipocas são caríssimas, e um exagero. Aquilo sim é uma exploração, algo que o custo do produto não deve ser nem de R$ 0,50. Quando ia ao cinema com o meu pai, lembro que era um pacote de pipoca do pipoqueiro, agora são verdadeiros baldes, e impressionante que eu vejo casais entrando cada um com um balde, e com algumas gorduras a mais na cintura.

      Abraço!

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  7. O futebol brasileiro está em um momento técnico ruim. "Os nossos craques estão na Europa". Que craques?
    Temos bons jogadores na Europa e é isso, tecnicamente no momento o melhor é o Neymar que ainda não considero craque, os outros são bons jogadores e alguns nem tanto assim.
    Hoje quais são os grandes finalizadores do futebol brasileiro? Quais são os grandes meias armadores do futebol brasileiro?
    Tem posições em que faltam jogadores de alto nível, isso é fato.

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    1. Olá, colega!
      Claro, tendo a concordar. Entretanto, troque a palavra de craques por melhores jogadores, e o efeito será o mesmo.
      Além do mais, se não temos um futebol interno forte, o Brasil não terá mais uma escola de jogo, sempre irá depender do arroubo técnico o do surgimento de alguma geração acima da média que será devidamente "doutrinada" na Europa.
      E em tempo, eu não entendo muito de futebol, se formos discutir sobre nomes atuais, esquemas táticos, eu provavelmente ficarei "boiando".
      Abraço!

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  8. O país do futebol sempre foi e sempre será a Inglaterra. Dizer que o Brasil é o país do futebol é apenas uma forma de fazer marketing e tentar mostrar que a República das bananas é boa em alguma coisa.

    Quer dizer, minto, em uma coisa a Banânia é boa. Agronegócio. Mas isso é outro papo.

    Abraços.

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    1. Olá IL!
      Hoje, creio que esse condão penderia mais para Alemanha. A média de público deles é algo absurdo como 60 mil pessoas. Imagina se no Brasil todo jogo tivesse uma média de 60 mil pessoas, o espetáculo que não seria?

      Não gosto muito desse termo pejorativo "Banânia", creio que o nosso país possui muitas facetas boas, como já deixei consignado em outro artigo meu.

      Abraço!

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    2. Fala surfer,

      Pois é, me desculpe se você não gosta, mas o Brasil infelizmente não é um país sério. Como disse no primeiro comentário, a única coisa boa daqui, que competimos de igual para igual com o mundo, e em alguns casos até batemos os EUA, é o agronegócio.

      O resto? Melhor nem comentar, rs.

      Abraços.

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    3. Isso é verdade, nosso agronegócio é bem competitivo mesmo (apesar de termos algumas questão não tão bem resolvidas de desmatamento).
      Pois é amigo. Mas, eu concordo contigo que em muitas coisas parece que não somos um país sério.

      Abraço!

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  9. Soulsurfer, seu blog tem um compilado excelente sobre FII igual o Tetzner, não entendo bem, comprei o meu primeiro esse mês, e como bom imbecil que sou, agora surgiu uma dúvida.
    Um FII se sustenta sem novas emissões? Além do não crescimento, qual vai ser o comportamento desse FII no decorrer do tempo?
    Valeu!

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    1. O. Sardinha,
      Não existem imbecis, muito menos se você quer aprender. A dúvida é o motor do crescimento.

      Sobre sua pergunta, eu sugiro ler a minha extensa série sobre FII que acha que aclara muitas dúvidas sobre FII. Entretanto, vou deixar a minha visão sobre a sua pergunta.

      Os FII no Brasil não se alavacam para comprar imóveis (o BRCR faz algo parecido, mas é diferente). Geralmente eles emitem quotas pegam o dinheiro e compra. Ou seja, você como quotista é dono de um imóvel quitado (vamos supor que o fundo tenha apenas um imóvel).

      Assim, toda dinâmica desse fundo irá se aparentar muito com um imóvel comercial para alugar ou uma kitinete. Imagine que você tenha uma kitinete para alugar e recebe R$ 1.000,00 por mês. Esse fluxo de dinheiro tende a preservar o valor real, pois será reajustado pelo IGP-M.
      Entretanto, você quer crescer e comprar mais um kitinete. O que pode fazer? Você pode financiar (pedir dinheiro emprestado, se alavancar) ou você pode não usar esses R$ 1.000,00 para fins de consumo, mas sim para poupança para poder comprar outra kitinete.
      Se você fosse um FII, você poderia ainda emitir quotas para ter dinheiro para comprar a segunda kitinete.

      Os FII não se alavacam, e por lei eles são obrigados a distribuir 95% do resultado operacional, o que não permite que a renda gerada seja destinada para poupança para reinvestimento. Assim, sobra apenas emissão.
      Logo, para um FII brasileiro crescer apenas diluindo os quotistas e fazendo novas emissões.

      Se o FII não fizer emissão? Então, a administração com os 5% que sobra, terá que fazer caixa e ser competente na administração do imóvel para que ele possa ser competitivo no médio prazo e manter a possibilidade de sempre gerar fluxo de caixa. Porém, imóveis, ao contrário de terrenos, tendem a se desvalorizar e a necessitar de reformas maiores depois de algumas dezenas de anos. Por isso, sempre vai ser necessário o investidor de tempos em tempos (isso falo de alguns anos, não toda hora), fazer alguns ajustes na carteira ou optar por fundos com uma gestão mais ativa.

      Espero ter respondido.

      Abraço!

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    2. Obrigado mesmo pela explanação, Soulsurfer!
      Vou tirar o fds para ler toda a série.
      Me tira outra dúvida, tirando inúmeros fatores e variáveis que envolvem os imóveis, mas vamos supor que essa taxa anual de juros se mantenha, o valor das cotas tendem a ter pouca variação tb, +ou- igual o IGP, correto?
      Valeu

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    3. Não entendi a sua pergunta, colega.
      A taxa anual de juros está se referindo a SELIC e o seu efeito na cota?
      Esta falando dos yields dos fundos, e o comportamento da cota no médio prazo?Ou está falando do comportamento dos yields e sua relação com inflação?

      Abraço!

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    4. Sim, era SELIC x cota. Mas li aqui mesmo e no Tetzner algo a respeito, tranquilo.
      Cara, seu blog é muito bom! Destrincha legal os FIIs.
      Abraço

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    5. Obrigado, colega.
      Se persistir alguma dúvida e eu puder ajudar, só perguntar.

      Abraço!

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  10. Soul, confesso que nao assiti e nem assistirei nenhum jogo PAO E CIRCO. Os brasileiros falaram dos gastos dos estadios etc. Mas dia de jogo do Brasil, a indústria precisa liberar o povo, o comércio libera o povo, idem universidades, escola. Enfim, todos param. O brasil pára. O povo é hipócrita, mediocre. Os feriados custam 45 bilhões de reais ao país. Portanto o povo nao quer trabalhar e estudar menos ainda.Atualmente a copa e as religiões fazem uma dupla perfeita para o ópio nacional. O povo nao tem nem metda no cu para cagar, mas quer oba oba, saude ,educação, carro novo, etc e tal. Quase ninguem quer trabalhar, vc pode ir nas cidades industriais ou no campo, em todo lugar, necessitam de pessoas para trabalhar, e no entanto, milhões recebem esmola bolsa familia (bolsa voto). O povo é campeão em corrupção. Durante os 6 anos que fui professor universitário ( 3 anos em instituição particular e 3 anos em instituição federal) verifiquei que o brasil nao vai mudar tao rapido, teoricamente deveria ser a maior concentração de cérebros por metro quadrado, mas nao deixa de ser um jogo de interesses e vaidades. No brasil são assassinados 50 mil brasileiros por ano devido a violência e corrupção do próprio sistema judiciário. E o Deus nacional chama-se Neimar (Meimerd...) que sonegou dinheiro ao transferir-se para o barsabosta. Desculpe o desabafo mas cansei de escrever. Grande abraço!

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    1. Olá Rk!
      Foi professor universitário numa federal? Nossa, que bacana! Qual é a sua área?
      Olha, colega, eu tendo a concordar com muitas das coisas que você disse. Outras eu acho que possuem algumas nuances. Entretanto, no geral, eu acredito que estamos passando por algumas crises no Brasil.
      É importante fazermos essa catarse e expormos todas as nossas decepções , principalmente porque apenas assim talvez o país possa ir mudando, nem que seja aos poucos.
      Também sou e fui um crítico de como os gastos se materializaram no país, bem como a forma como foi administrada a condução pretérita ao evento.
      Porém, é inegável que o evento esportivo em si é de uma grande beleza e emoção.
      Quem sou eu para dizer o que é certo ou errado sobre a percepção alheia, porém nós somos humanos, ou "demasiadamente humanos" como diria nietzche. Boa parte da população gosta de festa, de fofoca, de notícias triviais, e isso é geral entre os humanos. Platão idealizou uma república governada por filósofos, mas não é isso que a maioria quer. Portanto, temos que saber conviver com isso, faz parte.
      Sim, a transferência do Neymar, e a forma como foi feita, foi uma grande decepção para mim.
      Grato pela visita e pelo comentário!

      Abraço!

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    2. Bacana, não é para qualquer um dar aula em faculdade.

      Abraço!

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  11. Fala, soul!

    Gostei do artigo, é bem por aí mesmo. Acho que não só no futebol, mas no esporte com um todo, estamos anos-luz atrás de muitos países, infelizmente.

    Mas o layout novo eu não curti! rsrsrsrs

    []s!

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    1. Dae Marcio!
      Pois é, estou querendo dar uma melhorada em algumas coisas, deixar mais organizado, mas acho que estou só piorando..hehehe

      Abraço!

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    2. Uma coisa q vc pode fazer é cortar o início do texto, q nem no meu blog. Assim já dá uma boa melhorada.
      No lado direito do botão de inserir vídeo, tem um papel cortado com a tag "Inserir expansão de postagem".

      Daí só mostra o texto até ali. Acho que fica melhor usando assim.

      []s!

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  12. fiz um banner bolado: http://37.media.tumblr.com/049e89778aa5def0ae37c8f7f8570a2c/tumblr_n7kxhdeDYE1tx4nv3o1_250.png

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  13. Olá Soul,
    Estava meio sumido pois a vida anda bem corrida após a mudança. Ando viajando bastante também.
    Sobre os comentários acho que ainda um ponto não foi devidamente considerado. Se vc fosse um jogador de futebol e ganhasse algumas centenas de milhares de reais por mês e tivesse a opção de ter exatamente o mesmo salário no Brasil ou em um país desenvolvido, qual escolheria? Ficar no Brasil, obviamente apresenta algumas vantagens: proximidade com a família e amigos, sua cultura e língua. Mas acho que as mesmas praticamente terminam por aí. Para resumir mencionarei apenas sobre o que considero a principal vantagem para um brasileiro de se viver na Europa: a segurança. Se vc tivesse muitos milhões iria preferir viver no Brasil, onde os seus familiares podem ser sequestrados, não poderia usufruir dos seus bens de luxo e teria que montar um esquema de segurança para os seus familiares mais próximos; ou iria para a Europa, podendo levar seus familiares mais próximos e no dia a dia, nada disso seria uma preocupação?!

    Mudando um pouco o tópico ando refletindo bastante sobre o que foi mencionado pelo colega acadêmico rk. O brasileiro de maneira geral é pouquíssimo identificado com o seu próprio trabalho. Muitos fazem o mínimo que "precisam" fazer para receber o salário no final do mês. E se importam mais com isso do que realmente desempenharem um bom trabalho, e ter essa gratifação pessoal de saber que está ajudando toda a sociedade desempenhando o seu trabalho da melhor maneira possível (seja o trabalho que for). Acho que é muito difícil para qualquer brasileiro entender o que é uma cultura orientada ao trabalho (pelo menos eu me refiro dessa maneira a países como a Inglaterra e Alemanha) sem ter tido a experiência de morar no exterior. É algo intrinsicamente distinto do que temos por aqui e tem milhares de implicações. O brasileiro é um ser muito social e se preocupa muito mais com sua vida social do que os europeus por exemplo. Eu tenho reletido em quanta atenção e criatividade que o brasileiro usa para diversos outros fins, que em outros países, as pessoas usariam para refletir sobre a sua atuação profissional e como melhorá-la. Não sei se consegui me fazer claro e talvez só consiga me entender quem já chegou a conclusões similares (pois estamos tratando de paradigmas bem diferentes).
    Deixa eu parar aqui que já escrevi demais. Só para fechar pude ir num jogo da copa aqui no nordeste e foi muito bacana a experiência. A Arena Pernambuco ficou linda!! A minha maior decepção até agora foi com o que fizeram com o grande Nicolélis, um absurdo. Tristeza e decepção maior que essa só se a Argentina ganhar a Copa na nossa casa rsrs.
    Grande abraço
    Green Future

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    1. Grande Green!
      Como estão as coisas aí no novo destino?

      Sobre a questão da segurança, os salários e a comparação Brasil x Europa, sim é um fator a ser pesado, com certeza. Inclusive, foi um dos grandes motivos do Robinho ter saído brigado do Santos em 2005, ele forçou a barra, mas a sua mãe tinha sido sequestrada em 2004. Você tem razão, a segurança é um tema central para a melhora da nossa qualidade de vida.

      Olha, Green, eu entendo perfeitamente, e vi isso a perfeição no Japão, bem mais do que em países europeus, por exemplo.
      Porém, eu acho que cada país possui a sua história, a sua forma de ver a vida, e isso é que torna o mundo maravilhoso. A forma de ver o mundo dos japoneses é bem bacana, mas isso não invalida a forma de ver o mundo dos latinos.
      Eu não acho que haja inerentemente algo que nos leve ao atraso, ou um descompromisso natural com a ineficiência, por exemplo.
      O Brasil é um país sem qualquer conflito étnico ou religioso. Bem ou mal, nós recebemos bem estrangeiros (algo que não acontece muito bem em outros países, o Japão no século XVIII, antes da restauração Meiji, por exemplo, era completamente avesso a presença de qualquer estrangeiro no solo sagrado japonês), e nós éramos (apesar de estarmos perdendo isso, infelizmente) alegres.
      Não é por outro motivo que um sociólogo europeu (o de masi) diz que a forma de ver e compartilhar a vida pode ser um modelo para o mundo.
      Os nossos problemas de educação, violência, ineficiência, não são insolúveis. São difíceis, mas não impossíveis de ser melhorados.
      Somos uma sociedade extremamente desigual, um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, ou seja, a nossa herança não é boa. Por outro lado, somos um país onde houve uma extensa miscigenação racial e cultural, algo meio que inédito no mundo, e fez o grande Darci Ribeiro escrever a clássica obra "O Povo Brasileiro". Logo, por esse prisma, o Brasil possui uma boa herança.
      O nosso país é isso, complexo. Talvez mais complexo do que a gente, apenas a Índia.

      Sim, eu comentei sobre o Nicolélis, fiquei chateado também, pois acho que ele é um grande brasileiro, um cara que poderia estar apenas nos grandes centros de pesquisa, fazendo fama, mas não, está aqui no Brasil, lutando para termos um país melhor, fazendo um belíssimo trabalho no nordeste, e com certeza influenciando positivamente a vida de centenas, talvez milhares, de jovens.

      Abraço!

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  14. Fala Soul, realmente temos que pesar o lado bom e o lado ruim de termos nascido na terra brasilis. Como bem citas, temos vários aspectos bem positivos. Essa falta de real segregação aqui é muito bacana. Um amigo meu estava me dizendo como é impressionante nos EUA, onde brancos e negros são muito segregados, aqui isso não acontece. Convivemos com essa grande diversidade de etnias e credos religiosos numa boa, e realmente é algo a se valorizar bastante.
    Eu já tinha vindo ao nordeste várias vezes, mas morando aqui é impressionante o quão ruim é a infraestrutura das cidades, principalmente em termos da qualidade das estradas, ruas e calçadas (estas últimas inexistentes em muitos lugares). Mesmo em bairros de classes mais abastadas a qualidade das ruas secundárias são péssimas. Mas por outro lado o povo é muito mais amigável e acolhedor que no Sul, esse é um aspecto muito positivo. O legal tb que terei muitas praias para conhecer na região. Ainda não tive tempo para fazer isso mas pretendo fazê-lo em breve. Já tive minha primeira aula de surfe mas ainda não comprei minha prancha. Vi que levarei um bom tempo até poder me divertir legal. Mas o lado do exercício físico me cativa bastante tb, enquanto não aprendo direito pelo menos estarei trabalhando bem o aeróbico.
    Grande abraço meu amigo e realmente espero que venhas visitar uma hora. Os finais de semana são bem tranquilos para mim. Abraço!!
    Green Future

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    1. Pode deixar que irei com maior prazer:)
      Surf é um esporte difícil. Porém, há um momento em que uma pessoa pode ser pega pelo "vírus do surf", é algo difícil de explicar. Vai ser um momento em que você vai sentir um prazer inexplicável no ato de surfar. É claro que não acontece com todos, mas se acontece, a pessoa continua surfista por muito e muitos anos.
      É demais, Green, é um exercício para a mente, para a alma e para o corpo tudo ao mesmo tempo, e o contato com a natureza, e às vezes é possível surfar em praias lindíssimas, é algo fantástico.
      Sim, rico e pobre nordeste. Minhas origens, parte delas, são nordestinas, e eu sei bem o que você está falando.

      Abraço!

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  15. Soul, não acho que os pontos abordados sejam suficientes para apontar o país como sendo do futebol ou não. Público no estadio ou outros pontos citados eu acho que são mais relacionados à cultura do povo que pelo gosto pelo futebol. Neste país falta o básico para a maiorida da população, portanto sendo o futebol a coisa mais importantes dentre as menos importantes, acaba ficando para segundo plano quando se trata da população ou o torcedor gastar ser dinheiro.
    Acho que somos o país do futebol sim, pois aqui todas as crianças jogam bola e fabricamos novos çraques todos os anos. Imagina se não fossemos o país do futebol?

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    1. Olá, amigo!
      Eu também adoro a frase de que "o futebol é a coisa mais importante dentre as coisas sem importância", apenas não lembro quem disse.
      Veja, o Brasil possui uma relação forte com futebol, traduzindo-se na formação de vários "craques", pois temos que lembrar que somos uma população de quase 200 milhões, a Holanda (não conferi) deve ter apenas 10 milhões. Logo, eu acho muito mais fantástico um país como a Holanda manter uma regularidade de bons times do que o Brasil, por exemplo.
      A precaridade das nossas condições poderia ser uma justificativa, mas se assim o fosse eu acho que um país como o México também deveria ter médias bem menores, e não é o que ocorre.
      Por fim, eu acho que a primeira tabela, o número de pessoas que não liga para futebol, bem instrutivo. Falo tranquilamente, quando tive na Turquia, eu fiquei impressionado como eles gostavam de futebol, senti uma paixão muito mais forte.
      Veja, isso não quer dizer nada, até porque uma paixão exacerbada por algo que deve ser apenas entretenimento não sei se necessariamente é algo bom, mas é o que eu observei quando estive em alguns países, um sentimento muito mais forte em relação ao futebol do que aqui.

      Isso falamos da relação da torcida, mas ser o "país do futebol" sempre esteve associado à qualidade do jogo, algo que o Brasil há décadas perdeu internamente, bem como em sua seleção, que a rigor não representa o futebol brasileiro, já que 85% joga fora.

      Acho que o futebol será sempre importante, e boa parte dos brasileiros terá carinho por ele. Porém, se continuarmos nos organizando precariamente, mesmo com novos estádios, continuaremos com médias baixas e futebol sofrível (a nível interno).

      Abraço!

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    2. podemos não ser os mais fanáticos e nem os melhores torcedores, mas aqui ainda é o país do futebol. Não concordo com sua maneira de classificação, Quem seria então o país do futebol segundo sua teoria?
      []s!

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    3. Hum, não saberia dizer. Eu acho que o centro do futebol se deslocou. Se não somos os mais apaixonados, se não temos o melhor futebol, por qual motivos ainda seríamos o país do futebol?
      Porém, você tem razão que o futebol ainda tem uma importância muito grande no país. Antes de uma crítica, talvez seja um alerta para que possamos modernizar o nosso futebol e reconquistar o lugar que um dia já foi nosso.
      Claro, posso estar errado ou estar simplificando, foi apenas uma forma de trazer à baila alguns assuntos talvez não tão comentados.

      Abraço amigo!

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    4. concordo que não somos os mais apaixonados e não temos o melhor futebol, pelo menos não em nossos campeonatos, por outro lado na minha opinião, ainda somos a maior fábrica de bons jogadores (que vão para a Europa por uma questão econômica). Talvez ainda sejamos o país do futebol pelo fato de ser o esporte mais popular, mas deve servir de alerta que se continuar como está, estamos correndo risco de perder este posto.
      Como eu falei acima, público nos estádios é um problema cultural, em que as pessoas (famílias) não tem o hábito de considerar a ida ao estádio como uma forma de passar o dia (como um parque, um circo). Fatores que contribuem para isso são falta de segurança, pouca atratividade (estádios ruims e qualidade do espetáculo) e o fato de no Brasil o futebol ser um esporte considerado masculino.
      []s!

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    5. Agora, concordo plenamente com suas observações!

      Abraço!

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