quarta-feira, 11 de junho de 2014

REFLEXÃO - VIDA, A PERGUNTA FUNDAMENTAL

                Olá amigos! Soulsurfer um pouco baleado por uma cirurgia feita na segunda-feira. Ficar de molho por alguns dias. Resolvi escrever, mas não vou me alongar muito em nenhum tópico. O pequeno artigo de hoje é sobre uma reflexão fundamental na vida de qualquer pessoa.

                Há um monge budista vietnamita chamado Thich Nhat Hanh que eu admiro bastante. Perguntaram para ele o que ele achava sobre a condição humana atual. A resposta dele foi  simples e brilhante ao mesmo tempo, e foi contada em forma de uma pequena história. Havia um homem cavalgando muito rápido sobre uma estrada. Um amigo deste homem intrigado por qual motivo o mesmo cavalgava de maneira tão rápida, perguntou para onde ele estava indo, sendo que o homem respondeu “não sei”, “pergunte ao cavalo”. Essa descrição, meus amigos, foi a mais perfeita que já vi sobre a condição humana atual.

                Você sabe onde está indo, ou está sendo conduzido de maneira inconsciente pelo cavalo (uma metáfora para a vida)? Os valores que você busca são seus, ou de alguma maneira foram aceitos acriticamente? Para responder a essa dúvida fundamental, eu criei a seguinte pergunta e exercício mental: SE EU TIVESSE APENAS MAIS TRÊS ANOS DE VIDA, A MINHA VIDA MUDARIA  COMPLETAMENTE, MUITO OU  POUCO?

                Por que razão escolheu o prazo de três anos Soul? Se o prazo fosse muito curto como um mês, parece-me claro que a vida iria modificar radicalmente, por mais satisfeita que a pessoa pudesse estar com a sua vida, afinal seria apenas mais um mês de existência. Se o prazo fosse muito longo, como 10/15 anos, uma pessoa não satisfeita com a sua vida poderia talvez continuar na mesma rotina, já que o mal morte ainda estaria localizado num futuro longínquo

             Logo, três anos não é um prazo longo, se fosse a sua vida em jogo, mas também não é um prazo curto. Portanto, assim evitam-se extremos de hedonismo radicalizado, no caso de prazos muito curtos, e imobilismo, no caso de prazos muito longos. Se a alguém fossem dados apenas mais três anos de vida, essa pessoa teria que refletir profundamente sobre os seus relacionamentos, seus objetivos, seu trabalho, enfim sua vida na totalidade.

                E você? Mudaria completamente a sua vida? Então, amigo, sua vida não está equilibrada, e quem, infelizmente, está conduzindo a sua vida é o cavalo, não você. Mudaria algumas coisas, mas no cômputo geral seguiria o rumo que tem tomado? Parabéns, isso mostra que você tem uma vida razoavelmente plena, precisando talvez de alguns ajustes apenas.  Foi ao fazer essa pergunta há alguns anos atrás que percebi que minha vida precisava de mais reflexão, e que precisava fazer ajustes para ter uma vida mais satisfeita comigo mesmo.

                Fica aqui a provocação, não esquecendo nunca que talvez daqui a três anos não estejamos vivos, e nunca é cedo demais para refletir sobre quem realmente está no controle das nossas vidas, bem como para onde nós realmente desejamos ir.

                                         Um grande homem: Thich Nhat Hanh

             Grande abraço a todos!


16 comentários:

  1. Exatamente Soul. Um diálogo que nunca me esqueço é entre o gato e Alice, no conto de Carroll: "- Que caminho sigo? / - Depende de onde vai. / - Não sei para onde desejo ir. / - Então, qualquer caminho serve".

    Quer dizer, sem objetivo, continuaremos a zanzar nossa mente, nossa vida a esmo.

    Em relação aos prazos, o cuidado é com a procrastinação. Ela derruba a conquista de nossas metas. Escrevi algo aqui: http://www.viagemlenta.com/2013/04/ciclos-e-procrastinacao.html.

    Boa recuperação Soul! Abraço!

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    1. Olá, André!
      Primeiramente, belo post o enviado por você. Tenho histórias no rio mekong, uma das mais interessantes, pelo menos para mim, foi uma viagem em um barco de madeira simples dois dias do norte da Tailândia para Luang Prabang no Laos. Chegou a fazer isso?

      Bacana o diálogo apresentado por você, o que acho legal da história contada no texto é que ela adiciona a pressa, algo que não parecia ser muito presente a décadas atrás, mas hoje é algo vital na caracterização da vida moderna.

      Obrigado pelo apoio!

      Abraço!

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    2. Olá Soul! Eu passei uns dias na ilha de Don Det, no meio do Mekong, interior do Laos. Tem um post no meu blog falando dela. Ambiente absurdo de tranquilidade! Se puder, dê uma olhadinha! Grande abraço!

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  2. Meu amigo, sem querer desmerecer seu blog que é excelente e sua visão da vida que é sem sobra de dúvidas diferenciada, mas apenas para pontuar algo. Você possui uma situação privilegiada dentre aqueles que já são privilegiados. É uma pessoa jovem, saudável, de bom berço (ao que se claramente percebe) e cujo trabalho não é nada desgastante permitindo-o acessar e contribuir enormemente para o blog do Tetzner quase diariamente, isso quando não está pelo mundo viajando. Meu ponto é que para situações semelhantes a visão da vida é distinta e a visão filosófica de raiz é mais próxima da realidade vivenciada. Já o vi declarar que viveria bem com uma renda passiva mensal de 5000 reais, e que mais do que isso é luxo ou necessidade. Mas sua realidade é outra, e isso soa como um contra-senso. Oras, seja patrimônio próprio ou que virá a ser herdado por você, sua renda passiva ultrapassará, se já não o faz, e em muito esse corte de 5000 reais. Assim filosofar e pensar soa mais belo, visto que seu gasto pode girar próximo a isso para viver feliz, mas se precisar de mais tem de onde tirar sem qualquer estresse. Já vi leitores de seu blog reclamando do fim da filosofia no Brasil, porém se esquecem que há outras prioridades aos miseráveis, prioridades essas não supridas pelos governos atuais ou passados, é bom que se diga. É bobagem a filosofia? Não, certamente não. Há prioridades neste momento? Sim, com absoluta certeza sim. Um pobre filosofar e um rico filosofar levam a distintas sensações, conclusões e certezas, não acha? Por fim, continue seu excelente blog, mas apenas tente eventualmente enxergar suas declarações aos olhos dos desprovidos e desassistidos, e veja se não parecerão em alguns momentos palavras ao vento, que não fazem sentido para aquela população decrépita.

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    1. Amigo, anônimo, permita-me responder em tópicos a sua bela contribuição.
      a) Sim, eu tenho plena consciência que faço parte de uma minoria. O ótimo blog do Mansueto Almeida já escreveu sobre isso http://mansueto.wordpress.com/2013/12/29/nos-somos-a-elite/. Você tem razão. Entretanto, creio que boa parte dos que aqui se manifestam ou se interessam por finanças, se pensarmos em população humana (onde metade das pessoas vivem com menos de dois dólares) também de certa forma fazem parte de uma minoria, e foi nesse sentido o meu post sobre o Brasil;

      b) Concordo plenamente contigo, que uma pessoa premida pelas necessidades básicas não terá tempo para "filosofar" ou seja lá que nome possamos dar para o ato de questionar a realidade. Acho que procurei deixar isso expresso no meu último post sobre dinheiro. Entretanto, uma pessoa que tenha suas necessidades mínimas atendidas, mesmo que não esteja numa situação tão confortável do ponto de vista financeiro, tem todas as condições de refletir sobre a vida e sobre o quer da vida.

      c) Eu creio que não ter dito que uma quantia acima de R$ 5.000,00 mensais seria luxo. Falei especificamente do meu caso, que ainda não possuo filhos e sou eu e minha companheira. Com essa quantia creio que se possa viver razoavelmente bem. Veja, esse é o meu "hedge", a minha margem de segurança. Gosto de algum conforto e de acesso a certas coisas, mas para o meu bem-estar e minha felicidade realmente não preciso de muito mais do que isso. Logo, mesmo que minha capacidade de geração de caixa seja muito superior a essa quantia, eu me "protejo" de qualquer grave crise sistêmica, pois não veria qualquer problema em "diminuir" (coloco entre aspas, pois eu não entendo necessariamente como diminuir") o padrão de consumo.

      d) Claro, entendo perfeitamente. A miséria humana é profunda, também procurei deixar isso claro no meu último post. Quando eu retornei da minha primeira viagem a Ásia, eu tinha acabado de comprar um bom apartamento à vista. Eu me senti mal, depois de ver tanta miséria (principalmente no Camboja, onde há milhares de pessoas desfiguradas pelas minas terrestres), pois eu não entendia por qual motivo eu iria morar num belo lugar, enquanto centenas de milhões de pessoas tinham tão pouco. Apesar de sempre ter sido estudioso, e ter aproveitado as chances oferecidas pelos meus pais, não me parecia justo toda aquele estado de coisas. Porém, o que se pode fazer? Eu coloquei para mim que iria tentar ao menos ser uma boa pessoa. Além do mais, uma vez um amigo meu que hoje é um brilhante advogado e ganha muito mais do que eu, disse no começo da nossa faculdade que ele admirava muito mais as pessoas que davam valor para aquilo que recebiam sem "esforço", pois aquilo que as pessoas conseguem por esforço evidentemente é valorizado.

      e) Por fim, achei a sua mensagem muito boa e ponderada. Continue comentando. Apenas não acho que as pessoas que olham os meus posts sejam desprovidos ou desassistidos, basta ver o nível da sua própria mensagem, que revela alguém com belo domínio não só da língua, bem como na forma de se expressar.

      Grande abraço!

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    2. Soulsurfer, é impressionante o quão sábio soam suas palavras apesar da tenra idade que aparentas ter. Ganhastes em definitivo toda a minha admiração; em verdade lhe digo que fiz um comentário com uma leve pitada provocativa, foi proposital, verdadeira mas em absoluto ofensiva, por isso não me entenda mal. E fostes não apenas brilhante em tua resposta, como ponderado e fino, inclusive concordando com os óbvios pontos não contestáveis e rebatendo de forma coesa aqueles que possuíam fracas bases de sustentação. Quero dizer que concordo com a necessidade de, após contemplarmos as necessidades básicas fisiológicas, termos a mente em constante exercício, caso contrário seremos escravizados pelo sistema massacrante que pode nos enclausurar em verdadeiras castas. Parabéns pelo blog e em especial pela visão madura que tens de questões mundiais além das mazelas financeiras. Abraços, "Capixaba Investor"

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    3. Obrigado, colega!
      Ainda quero conhecer a sua terra, dizem que a capital é bonita:)
      Não vejo nenhum mal em ser provocado, desde que a pessoa também aceite provocação. Se a provocação é feita com cordialidade então, creio que é essencial. Obrigado pelas gentis palavras e grato pela contribuição. Espero ver mais comentários seus!

      Abraço!

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    4. Sim, tal qual a sua cidade, nossa capital é uma ilha e muito bonita. Creio ue há aqui muito a explorar e conhecer.
      O ES é um pequeno estado, mas com riqueza cultural interessante. Belo litoral, uma cidade turística praiana há 45 km da capital, chamada Guarapari. Montanhas que pedem comidas requintadas, regadas a bons vinhos e excelentes pousadas além de vista extasiante em Pedra Azul (80 km da capital). Cidades interioranas únicas, de colonização pomerana, povo e língua preservados e não mais existentes no mundo, enfim coisas diversas e todas próximas uma das outras que para uma pessoa de rica cultura e faro de explorador seriam perfeitas. Abraços, "Capixaba Investor"

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    5. Pareceu-me bem bacana.
      Já ouvi boas coisas sobre o ES. Gosto muito de cidades pequenas, principalmente quando elas tem o seu "charme" próprio. Valeu pelas dicas.
      Abraço colega!

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  3. É Soul... estou deixando o cavalo me levar, pois se tivesse três anos de vida mudaria muita coisa.

    Já havia pensado nisso, mas a coisa é um pouco mais complexa, na minha forma de entender.

    Aproveito o bom momento profissional e a juventude para dar aquele "sprint". E vejo como obrigação futura dos pais prover educação completa até o ensino superior à prole, portanto não penso em reduzir o ritmo puxado que tenho.

    Talvez repensar mais nos finais de semana e feriados!

    Abraços!

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    1. Olá Guardião!
      Claro. Veja até os modelos científicos são aproximações da realidade, são apenas formas de tentar compreender algo, nem que seja de maneira aproximada.
      Logo, é evidente que minha provocação é apenas uma aproximação, não capta a complexidade da questão em toda a sua extensão.
      Porém, veja que a reflexão não é para que não tenhamos prazos de longo prazo, mas sim para que os nossos esforços e nossos planos de longo prazo sejam mais condizentes com aquilo que achamos que faz mais sentido para o nosso bem-estar.

      Abraço guardião!

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  4. Soul:

    Após retornar de férias e de um exílio da internet, tive a grata satisfação de me deparar com este seu belo post.

    Que bom que descobri seu blog. Reflexões sobre viagens, finanças e transcendentalidade de alto nível.

    "Cara" um sincero parabéns do fundo do coração e saiba que pessoas como você fazem renascer nas outras a esperança de um Brasil melhor. Boa recuperação da cirurgia.

    Forte abraço,
    Jeca

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    1. Obrigado, Jeca.
      Estou me recuperando bem. Há muitas pessoas aqui na internet, e pelas ruas, que nos incentivam a fazer não só um país melhor, mas como um mundo melhor.
      Valeu pelo comentário.

      Abraço!

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  5. Pra onde você está indo?

    Não sei, pergunte ao PT

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    1. Então ferrou... Vamos todos pro buraco!

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    2. O pessoal tá que tá:)
      Realmente, se a gente for depender única e exclusivamente de uma agremiação partidária brasileira para definir nosso futuro, aí realmente o caminho é escuro.

      Abraço!

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