terça-feira, 19 de maio de 2015

FINANÇAS - CRESCER OU MANTER O PATRIMÔNIO? EIS A QUESTÃO

   Olá, colegas. Hoje escrevo um pouco sobre finanças, afinal o nome do blog possui alusão a finanças (talvez eu tenha que mudar). Ultimamente (já alguns meses), venho escrevendo sobre temais mais abstratos. Tenho que confessar que prefiro assim. Finanças, dinheiro, economia, são assuntos interessantes, mas não são os mais instigantes para mim. O escritor do livro "A Lógica do Cisne Negro" escreve expressamente que ganhar dinheiro é uma habilidade secundária em ordem de grandeza. Taleb diz que entrou para o mercado financeiro com o intuito de ter dinheiro para literalmente dizer "foda-se" (ele diz textualmente essa palavra). Conforme o autor do famoso livro, os interesses humanos pela verdade, ciência, etc, são muito mais elevados do que interesses motivados simplesmente por aspectos financeiros. Eu concordo com ele. Por isso, Buffett, Lemann, etc, não significam muita coisa para mim do ponto de vista humano. Eles podem ser seres humanos maravilhosos, mas eu me inspiro mais em pessoas como Carl Sagan, Sérgio Viera de Mello (esse brasileiro desconhecido por quase todos), Yunnus, Gandhi, Einstein, etc.

 A habilidade de ganhar dinheiro é apenas uma habilidade derivada da nossa necessidade de sobrevivência. Para mim, a história de uma mulher que foi estuprada por 40 homens ao mesmo tempo, teve três dos seus cinco filhos assassinados, habitando um país esquecido e desolado como a República Democrática do Congo, e mesmo assim consegue sobreviver, sorrir e criar os seus outros dois filhos, é uma história muito mais extraordinária do que alguém que saiu de uma família mais humilde e construiu uma rede de padarias de sucesso, por exemplo. São histórias de sobrevivência humana, e metade da população humana, mais de 3 bilhões de seres humanos, vive com menos de dois dólares por dia, e a história dessas pessoas, a capacidade de sobrevivência, me impressiona mais do que a habilidade eventual de ganhar dinheiro num país de renda média como o Brasil. 

 Feitas as devidas digressões, foco no tema do presente artigo. Ultimamente, pelos blogs que às vezes acompanho, poucas postagens estão sendo feitas sobre temas relacionados estritamente ao mercado financeiro. Pois bem. O colega Além da Poupança escreveu um artigo sobre mais uma simulação, usando vários métodos. Como sempre a postagem foi interessante. Entretanto, ao passar pelos comentários, o que me chamou a atenção foi para uma resposta do colega do blog Di Finance (um dos blogueiros que se mantém fiel à tradição de focar em textos sobre finanças, o que é bom em minha opinião). Eu não sei dar control C e V nesse sistema operacional, mas o blogueiro dizia textualmente que finalmente tinha entendido a mensagem de Buffett sobre o mercado e que o mesmo serviria apenas para manter o patrimônio acumulado, não para multiplicá-lo, pois do contrário seria muito arriscado.  Gostaria de refletir um pouco sobre os diversos conceitos e ideias existentes na afirmação citada alhures.  Os comentários a seguir são feitos apenas com o intuito de reflexão e em maneira nenhuma constituem uma provocação, continuo acreditando que a melhor forma de evoluirmos é questionando conceitos, ideias, etc.

 Primeiramente, eu penso ser temeroso achar que, a não ser que o indivíduo em questão tenha expressamente dito, falar que entendemos o que alguma pessoa pretensamente quis dizer. Se é difícil com uma pessoa conhecida, imagina saber o que um dos maiores investidores financeiros de todos os tempos realmente pensa sobre o mercado. Isso é tarefa para um biógrafo que realmente se debruça sobre a vida do investidor em questão. Entretanto, é possível que uma pessoa realmente tenha captado o que alguma personalidade do mercado realmente pensa.

 Então, o mercado deve ser utilizado apenas para a manutenção do patrimônio? Se isso é verdade, e a pessoa acredita nisso, então a estratégia é simples. Qual o ativo, para qualquer investidor internacional, tem-se mostrado resiliente ao longo do tempo como forma de manutenção do valor? Sim, o vil metal poeticamente descrito por Shakespeare: o ouro. Há ciclos, há momentos de euforia e depressão, mas em longos períodos o ouro tende a ser uma ótima forma de manutenção do poder de compra de uma pessoa, ou seja o patrimônio é mantido. Assim, a pessoa deve apenas focar nos aportes e na taxa de poupança. Se ganha 3 mil, tentar ganhar 10 mil. Se ganha 10 mil, talvez tentar ganhar 20 mil. Se economiza 30%, talvez tentar economizar 50%. Encontrar uma forma segura e eficiente para se investir em ouro e a estratégia está montada.

 Porém, será que é assim que funciona? Primeiramente, nenhum doutrinador de finanças irá dizer, até porque contrário aos resultados históricos na esmagadora maioria dos países, que o mercado é uma forma apenas de manutenção do patrimônio. O próprio Buffett é a antítese dessa interpretação, pois ele é o mago da multiplicação do patrimônio sobre sua responsabilidade. Além do mais, a afirmação contesta o princípio básico de valor do dinheiro no tempo. Explico-me no próximo parágrafo.

 O motivo mais aceito sobre a existência de juros é a questão da preferência temporal. Se vou abrir mão de um consumo hoje, faz sentido que eu consuma mais amanhã, esse meu esforço de não consumir hoje deve ser recompensado, isto é remunerado. Quem já viu vídeos sobre o famoso teste do marsmallow com crianças, conseguirá entender a questão da preferência sobre o adiamento do consumo. Atualmente, devido à existência de juros nominais negativos em títulos não apenas de curta mas de longa maturação de alguns países europeus, há alguns questionamentos sobre se essa premissa em relação aos juros é correta ou não. Há textos interessantes no site do Instituto Mises Brasil sobre o assunto e eu sugiro a leitura, já que não é o foco desse artigo. Partirei da premissa que o consumo adiado deve ser recompensado, ou seja a poupança acumulada deve ser de alguma maneira remunerada.

 Se o capital acumulado deve ser remunerado, parece uma conclusão óbvia que o mercado é uma maneira natural de crescimento do patrimônio, e não apenas de manutenção do mesmo,  já que o capital acumulado, ou seja a poupança, deve ser remunerado (sobre o assunto, diversos textos do Mises e o Livro do Piketty são dois nortes para visões com perspectivas diversas sobre o tema). Se assim não  o fosse teríamos que admitir que não há a questão de preferencia temporal. Logo, se alguém possui capital acumulado, é natural que haja remuneração desse capital. Se há renda do capital e a mesma não é totalmente consumida, mas parte reinvestida, então o patrimônio deve necessariamente crescer e não apenas se manter.

 Porém, a questão principal não é nem o aspecto teórico discutido nos parágrafos acima, mas sim outra questão mais prática e tangível: o risco. Poetas escrevem de maneira muito peculiar sobre a ideia de que uma vida sem riscos não vale a pena ser vivida. Pensem, caros leitores, em algumas conquistas suas, ou histórias divertidas, e reflitam se não envolveu algum tipo de risco (nem que seja o risco de ser "ridicularizado" por outros).  Eventuais empreendedores, creio não haver muitos leitores empreendedores desse blog (acho que preferem blogs de empreendedores como o Corey e o Rover), podem responder se as eventuais histórias de sucesso não envolve certo tipo de risco. Até um guru de avaliação de ativos como o Damodaran diz em seus ótimos textos do seu blog que a partir de certo limite não se pode mais estimar muita coisa, e que uma certa dose de risco sempre estará envolvida. Logo, o risco faz parte da nossa vida. É evidente que devemos tentar mensurar os riscos que valem ou não a pena correr. Porém, uma vida mais significativa, e falo aqui num escopo muito maior do que apenas finanças, necessariamente apresentará mais riscos do que uma vida mais "acomodada".  Aliás, assumir riscos é o que leva à humanidade para frente, nos faz evoluir.

 E se o risco se materializar de forma negativa e realmente um evento ruim acontecer? Bom, se não for o risco de morte ou de ficar com alguma incapacidade física severa, eu pergunto e daí? E se for para pessoas jovens, o meu "e daí?" será ainda mais enfático. Foi abrir uma loja, não deu certo, perdeu dinheiro, levante-se de novo. Foi prestar um concurso não passou, tente de novo. "Soul, eu entendo e concordo, mas riscos financeiros do mercado não são diferentes?" alguém pode pensar. Sim, claro que são. É por isso que eu descobri uma estratégia mais confortável para mim, mexer com certos tipos de investimentos onde eu tenha mais capacidade de mensurar os riscos e retornos associados. Também acredito, e talvez tenha sido essa a mensagem, apesar de não ser a literalidade do escrito, do Di Finance, de que enriquecer facilmente, multiplicar diversas e diversas vezes o patrimônio, em pouco tempo com produtos financeiros seja uma ilusão. É verdade, também acho. Porém, uma taxa real de crescimento de "apenas" 4% aa faz com que o patrimônio em aproximadamente 36 anos  (época de uma geração) multiplique por 4. Pode parecer pouco, mas o meu pai sempre me falou isso, e hoje eu consigo entendê-lo melhor. Se a pessoa tiver dois herdeiros, eles serão duas vezes mais ricos do que a geração anterior. Isso é multiplicação do patrimônio e é como os países ricos se tornaram ricos e como muitas famílias se tornaram ricas e permanecem ricas. Se a taxa for de 6% aa, o patrimônio será 8 vezes maior, e os herdeiros 4 vezes mais ricos.  Assim, a poupança acumulada pode sim fazer uma diferença enorme para gerações futuras ou para longos períodos de tempo.

  Portanto, em minha opinião, os mercados não são instrumentos apenas de manutenção do patrimônio. Além do mais, riscos não são para ser evitados a todo custo. Riscos desnecessários talvez, não qualquer tipo de risco. A vida fica muito mais colorida quando nos arriscamos. Falando em risco, amanhã vou de skydive a mais de 15.000 pés, risco desnecessário? Eu acho que não, penso que será uma experiência fantástica.


Será que vale a pena correr riscos? Será que o maior risco de pessoas que possuem o mínimo existencial assegurado não é levar uma vida abaixo, em alguns casos bem abaixo, do seu potencial? 

Abraço a todos!

domingo, 17 de maio de 2015

O NASCER DO SOL, AS ESTRELAS E A LÁGRIMA

   Olá a todos. Neste artigo, escrevo sobre uma experiência muito bacana. Existiram muitas outras, porém vou escrever apenas sobre uma hoje. Não creio que o texto será longo.

   Após mais uma jornada de carro fabulosa em uma via magnífica, propus a Sra. Soulsurfer sermos os primeiros humanos no hemisfério sul ao ver o sol nascer no dia 17 de maio de 2015. Ela, como sempre, disse "Por que não?". Assim, encaminhamos-nos para  Te Araroa. Já era de noite quando chegamos e a questão de sempre - onde vamos dormir essa noite? - surgiu. Aliás, esse é um dos aspectos diferentes de uma longa jornada, atos básicos como dormir, comer, etc, deixam de ser rotineiros e se transformam em novas experiências quase todos os dias. Decidimos, já que o lugar mais ao leste ficava num antigo Farol a 20km acessível por uma estrada de chão batido, ficarmos o mais perto possível do local.

  Dirigir de noite numa estrada de terra onde só tinha espaço para um carro com o oceano a menos de um metro de distância foi uma experiência e tanto. Com sorte encontramos um local para dormir. Se fosse no Brasil, com certeza eu não dormiria naquele lugar, pois seria muito arriscado, neste aspecto é muito bom viajar em um país seguro. Entretanto, mesmo assim, a Sra. Soulsurfer ficou um pouco preocupada, eu a acalmei e disse que não haveria nenhum problema e seria uma grande noite. Exploramos um pouco o local, comemos alguma coisa e fomos dormir, pois teríamos que acordar bem cedo para ver o nascer-do-sol.

   Nunca dormi com um visual como o que eu vi deitado na cama da campervan. Abrirmos as cortinas e como crianças ficamos contemplando o céu absurdamente estrelado. A parte "leitosa" da via láctea estava sublime, assim como as dezenas de milhares de estrelas visíveis. Olhando para o alto com a cabeça no travesseiro cercado por toda aquela beleza estampada num céu sem  nenhuma luz artificial por perto fez me entrar num estado de devaneio.

  Todas aquelas estrelas com centenas de milhões, muitas delas com bilhões de anos, e de repente senti que minha vida tem uma existência muito curta. Ao pensar que há centenas de bilhões de estrelas em centenas de bilhões de galáxias talvez em centenas de bilhões de universos (acaso a teoria do multiverso seja correta, atualmente ela está mais para ficção científica), um ar de insignificância percorreu o meu ser.  Insignificância não é a palavra correta, pois eu acredito que toda vida humana é significativa. Creio que o termo correto seja pequenez.

 Sou feliz? Fui e estou sendo um bom filho para o meu Pai e para a minha Mãe? E as pessoas queridas que por ventura eu tenha cometido algum erro e as magoado? Sou um bom companheiro para a minha mulher? Estou levando uma vida significativa? Estou ajudando outras pessoas a terem vidas mais significativas? Todas estas, e muitas outras, questões percorreram a minha cabeça de maneira quase que instantânea. Senti saudades do meu pai e mãe e lamentei o fato de nos últimos 16 anos ter morado tão longe deles. Pensei no meu Pai com quase 80 anos e minha mãe com mais de 70 anos. Será que vou ter filhos? Será que eles vão pode ser um norte para os meus filhos como eles foram para mim? Será que eu seria um bom Pai?

 Como não tinha resposta para quase nenhuma das questões, resolvi olhar de novo para as estrelas. Será que foi uma estrela cadente que eu vi rapidamente passando no meio do céu estrelado? Não sei o que eu vi, mas uma lágrima escorria no meu olho esquerdo. Foi pensar na minha família? Nos meus erros? No rumo da minha vida? Ou foi simplesmente a beleza de tudo aquilo que eu estava vivenciando naquele momento presente tão intenso? Não saberia responder. Viro-me para o lado e resolvo observar as estrelas apenas pela janela lateral do carro. Estou cansado. Aos poucos vou me entregando ao impulso de fechar os olhos, resisto, pois quero experimentar por mais um tempo toda aquela sensação. Será que foi outra estrela cadente que observei? Ao fim, meus olhos não resistem e adormeço. Uma noite memorável. Mal sabia que a minha próxima manhã também seria inesquecível, pois seria abençoado com um nascer do sol maravilhoso, tendo o privilégio de ser um dos primeiros seres humanos a ver o sol nascer no hemisfério sul, sentando no topo de um morro ao lado de um antigo farol numa terra com ar de selvagem e inexplorada tendo como companheira uma mulher maravilhosa.  Só tenho a agradecer a bênção de estar vivo e poder vivenciar momentos tão especiais como os descritos.

 6 horas da manhã. Muito frio, muito vento, mas depois de uma noite sublime é hora de levantar âncora.
 Espetacular! Bem-vindo sol!
 Grande companheira de viagem e de vida....
 A estradinha mais maneira que eu dirigi. De noite foi demais fazer esse percurso, de dia foi fabuloso.
Se não bastasse uma noite maravilhosa, um nascer do sol especial ainda tive o prazer de ver um pôr-do-sol espetacular como esse na charmosa cidade de Whakatane.

Um grande abraço a todos!


quinta-feira, 14 de maio de 2015

SOBRE O ANONIMATO

     Olá, colegas. Hoje escrevo sobre um tema muito recorrente nos dias atuais de intensa atividade virtual. O anonimato não é novo na história humana, mas talvez a internet tenha potencializado a possibilidade de pessoas ficarem anônimas. O anonimato é ruim per si?

   É completamente compreensível nós humanos gostarmos de ser anônimos em algumas ocasiões. Em Veneza, ficaram célebres os bailes de máscaras, onde no anonimato as pessoas podiam realizar alguns atos que provavelmente não o fariam se estivessem expostas a todas as regras sociais e morais que se deve respeitar quando se vive no dia a dia de uma sociedade. Quem não gostaria de poder espiar o vestiário feminino sem ser  notado (ou o masculino no caso de mulheres ou de pessoas com preferência sexual pelo mesmo gênero)? O BBB da globo nada mais é do que isso, a satisfação de um impulso humano de olhar a vida de outras pessoas sem ser identificado. Assim, o nosso impulso pelo anonimato possui razões profundas no nosso ser. Nada demais até aqui.

  O anonimato também pode ser a única forma de expressão segura para uma pessoa. Como denunciar  uma pessoa violenta sem se expor demasiadamente? Pelo anonimato. É por isso que os nossos disques-denúncias, sobre certas circunstâncias, aceitam denúncias anônimas (não sei como está a questão jurisprudencial a respeito, confesso). Além do mais, num país onde haja cerceamento de liberdade de expressão, talvez a única forma de expressar certas ideias seja de forma anônima. Assim, o anonimato é um impulso humano compreensível, bem como em certas circunstâncias parece ser a única forma de expressão ou de relatar um fato.

   Entretanto, exercer a liberdade de expressão pelo anonimato é a exceção, não a regra. A nossa Constituição Federal, documento legal que todo cidadão deveria ter noções mínimas, diz no art.5 (talvez um dos artigos mais importantes do nosso ordenamento jurídico), inciso IV que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato". Assim sendo, parece claro que o anonimato é a exceção em nossa ordem constitucional. A razão é clara, colegas. Um regime democrático pressupõe liberdade de manifestação. Porém, para que um regime democrático não se transforme em caos social, é implícito que contrabalançando a liberdade de expressão haja a obrigação de não se ofender, denegrir, difamar, caluniar, outras pessoas. E como se consegue fazer isso? Evitando-se o anonimato.

  Assim, eu sou livre para expressar as minhas opiniões, mas eu devo saber que há repercussões sociais e legais acaso eu de alguma maneira ofenda alguma outra pessoa. Para que isso ocorra, é imprescindível a identificação do emissor de uma determinada manifestação de pensamento. Focamos muito nos nossos direitos, no caso a liberdade de expressão, mas pouco nos deveres correlatos, a obrigatoriedade de não usar a liberdade de expressão para ofensas, difamações, calúnias de outros membros da sociedade. Não há sociedade, e democracia, saudável sem um equilíbrio entre direito e dever.

 Logo, se uma pessoa quiser ofender outra, ela deve estar consciente que pode ser responsabilizada por isso (nem que seja socialmente). O anonimato, entretanto, desequilibra a balança entre direito e dever. Se uma pessoa pode emitir uma opinião e não ser identificada, o que vai impedir que a mesma abuse do seu direito e utilize a manifestação de pensamento para ofender, denegrir? A pessoa não será identificável, assim ela não poderá ser responsabilizada, seja legalmente, seja socialmente.

  Infelizmente, o anonimato muitas vezes é utilizado com fins destrutivos. A Internet potencializou o anonimato, mas ele sempre esteve presente. O problema com o anonimato é que ele pode destruir ambientes. Assim, uma pessoal mal-intencionada pode dizer o que bem entende, sem qualquer possibilidade de responsabilização. Como é possível criar um ambiente salubre assim? Quantas pessoas já não sofreram com anonimato em seu ambiente de trabalho, ou na faculdade, ou na escola? Quando uma pessoa ofende, calunia ou denigre alguém de forma anônima, isso apenas mostra uma fraqueza de caráter.  Eu não consigo entender esse tipo de comportamento, pois é tão distante do que o meu Pai e Mãe ensinaram sobre o que é ser um Homem correto. Portanto, foi um grande choque para mim quando eu descobri na minha vida adulta que esse tipo de comportamento não só existe, como ele é disseminado em diversas esferas da nossa vida, no nosso trabalho principalmente.

  Eu no início sofria muito com isso, pois eu não entendia como as pessoas não tinha retidão de encarar de frente umas as outras. Porém, a vida não é muitas vezes o que gostaríamos que ela fosse. Tive que aprender a conviver com isso da melhor forma possível. Minha experiência aqui no blog com alguns anônimos raivosos, apesar de ser uma experiência sem grande impacto na minha vida, apenas me fez refletir mais sobre alguns conceitos. Para mim parece claro que uma boa sociedade, comunidade, não pode existir simplesmente na premissa da atribuição de direitos sem que haja responsabilização pela transgressão de certos limites - sim, é o que aprendemos na teoria na primeira fase do curso de direito. O outro fato é que poucos, ou às vezes apenas um, elementos, quando não há limites e responsabilizações claras, podem desestabilizar uma comunidade para pior. Esse é um dos motivos da minha opinião de achar que o anarcocapitalismo é apenas uma ideia sem qualquer sustentação na prática.

 Assim sendo, o anonimato pode sim transformar ambientes virtuais, e até mesmo ambientes reais, em lugares muito piores para se conviver com os outros. Eu, particularmente, não vejo qualquer problema em ouvir ou ler críticas sobre opiniões minhas ou sobre mim mesmo. Faz parte. Às vezes pode até mesmo fazer nós evoluirmos, como tentei mostrar de uma maneira um pouco diferente e mais "científica" no meu artigo sobre as duas formas de pensamento com que o nosso cérebro opera. Entretanto, há uma grande diferença entre uma crítica de uma pessoa identificável (que obviamente, se for prudente, não irá ofender ou caluniar à toa, pois deveria saber que há responsabilização até mesmo criminal a depender da gravidade da ofensa) de uma crítica destrutiva e raivosa de uma pessoa que não se identifica.

  Portanto, esse espaço permanece aberto para qualquer tipo de comentário e crítica. Até mesmo ofensas, como muitas vezes aqui foram feitas. Entretanto, comentários apenas ofensivos serão apenas liberados se a pessoal se identificar. Toda pessoa pode dizer o que bem entender, porém deve estar ciente que não há apenas o direito, há o outro lado da moeda do dever. Provavelmente comentários apenas ofensivos não existirão, pois pela minha experiência, o anonimato como forma de ofender outras pessoas geralmente é acompanhado de covardia.  Também não acho que a internet seja tão diferente. Creio que uma pessoa que usa o anonimato fácil da internet para ofender, não seja tão diferente na vida "real". Provavelmente essa pessoa apenas vai ser mais cautelosa, mas no íntimo não vejo grandes transformações de personalidade de um ambiente para o outro. Minha mãe adora repetir que a minha Avó sempre falava que "o sol é o melhor desinfetante", e ela estava absolutamente correta. Numa sociedade, a melhor forma de lidarmos com a corrupção, com comportamentos danosos para a comunidade, é com transparência, ou seja muita luz do sol.

 É isso amigos, não foi um artigo dos mais divertidos e interessantes, mas para mim foi importante ter escrito. Para descontrair, algumas paisagens sublimes...


Terra do Arco-Íris

 Hotel cinco estrelas. Preço  = 0
 Desse jeito dá gosto dirigir não?
Soulsurfer sem palavras para descrever tanta beleza...

  Abraço a todos!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

OS ENCONTROS FUGAZES DE UM VIAJANTE

    Olá colegas, here I am. Muitos acontecimentos e histórias nesse último mês. O acesso à internet, apesar de alguns lugares ser difícil conseguir se conectar à rede mundial de computadores, não é tão difícil como pensei que iria ser. Sendo assim, escrever nesse blog talvez seja uma forma de manter as memórias mais vivas.

    Hoje, resolvi escrever sobre os encontros fugazes que temos na vida. Eles são temporários, mas nem por isso deixam de ter significado. O bacana de se estar fora da sua rotina, numa grande viagem por exemplo, é que esses encontros são inúmeros, ao contrário de quando estamos apenas seguindo com as nossas vidas rotineiras. Cada dia numa viagem é diferente, e como não deveria deixar de ser as pessoas com que nos relacionamos também são diferentes. É difícil encontrar a mesma pessoa vários dias seguidos.

   A primeira questão sobre esses encontros fugazes é que eles são rápidos. Entretanto, uma pessoa que você conhece num dia pode ser o companheiro de uma grande experiência que você teve e que manterá consigo para o resto da vida. Sendo assim, por mais estranho que possa parecer à primeira vista, uma pessoa desconhecida com que você travou um breve contato pode ficar marcada na sua vida por muito tempo. Desconfio que isso tem explicação científica. Se eu tivesse que "chutar" uma diria que o nosso cérebro tende a reter por muito mais tempo experiências que de alguma maneira nos marcaram do que alguma atividade comum que se faça todo dia. Assim, uma pessoa que compartilha uma grande experiência contigo, nem que seja por alguns momentos, pode de alguma maneira ficar em sua memória por muito tempo. Logo, apesar de curta duração no tempo, esses encontros podem deixar marcas, sejam elas boas ou não.

   A segunda coisa que eu notaria é que esses encontros reforçam em mim alguns conceitos pregados pelo Buda Histórico. Não irei falar aqui sobre as quatro grandes verdades (que  são bem simples e lógicas), mas para Buda a razão do sofrimento humano está em não reconhecer, ou reconhecer e não aceitar, a transitoriedade de tudo. Logo, nós sofremos, pois não aceitamos que a nossa juventude um dia se esvai. Sofremos porque queremos que o encontro com aquela mulher estonteante dure para sempre. Sofremos porque os nossos pais faleceram ou um dia não estarão mais entre nós. Conforme o Buda Histórico, reconhecermos que o mundo é transitório, que as coisa são transitórias (a vida, nossa saúde, a saúde daqueles que amamos, a juventude,etc) é o primeiro passo para tentarmos livrar-nos do sofrimento. "Ok, Soul, mas qual é o ponto?". Como esses encontros são fugazes e muitas vezes únicos, temos, pelo menos eu, um instinto natural de alguma forma querer prolongá-los no tempo, e com isso de alguma forma se deixa escapar a beleza que é estar complemente no presente. Assim, quando se tem muito desses encontros, se é obrigado a refletir que é uma ilusão querer prolongar esses momentos, pois a vida não funciona assim. O melhor a se fazer é aproveitar com toda a força o momento presente. Quando se consegue isso, e às vezes reconheço que é difícil, tudo fica mais fácil e o momento ganha ainda mais significado.

  Tive diversos desses encontros nas últimas semanas. É muito bacana conhecer pessoas e vidas diversas. Como o casal da Malásia que conheci numa Hot Springs. Depois de várias horas dirigindo, chegamos numa cidadezinha linda no meio das montanhas com um complexo de piscinas quentes. Nossa, como foi bom. Numa das piscinas resolvi falar a célebre fase que uso para me aproximar de japoneses "Ninhon-go hanasemaska" - você fala japonês - e a pessoa, que parecia muito japonês, respondeu que "eu não falo japonês". Isso foi o bastante para iniciarmos uma conversa, e ele dizer que gostou das churrascarias do Brasil. Eles viviam em Malaka (eu lembrava que era uma região da Malásia de colonização portuguesa, o que é muito interessante pois eles criaram uma dialeto próprio com algumas palavras em português). Falamos sobre economia, falei sobre a Petrobrás e perguntei como era a estatal Malaia de Petróleo, ele falou que era a mesma coisa, com nomeações políticas, suspeitas de desvio, etc. Foi uma conversa de 40 minutos muito interessante.

  O meu "você fala japonês" funcionou com um casal muito simpático de japoneses que encontrei numa trilha num parque para além de belo (é um um lugar muito especial). Falei algumas frases em japonês, e eles ficaram surpreendidos, e acabamos almoçando juntos numa mesa à beira de um lago lindíssimo. Ela trabalhava como cuidadora de idosos, ele trabalhava numa empresa de material esportivo para montanhistas. Brinquei com ele que iria revistar a mochila dele e se encontrasse algum item da North Face (para quem não sabe é a coca-cola das roupas de esporte para frio. Na bem da verdade, a Top mesmo do mercado é a Mammut, mas quase não é conhecida no Brasil) iria dizer ao chefe dele, e ele caiu na gargalhada. Falamos como Lamen do Japão era delicioso, assim como o sushi de esteira por Hyakuen (100 ienes - atualmente menos de 1 dólar), e eles falaram que sentiam saudade do Japão.  Depois de almoçarmos algumas sementes e sanduíches, fomos para o nosso caminho, eles para o deles. Alguns minutos depois, na trilha de volta, comecei a conversar com um rapaz. Americano, morava em San Francisco e trabalhava no Vale do Silício. Perguntei se ele era mais um dos gênios que adora fazer aventuras esportivas. Ele respondeu que existiam pessoas bem mais inteligentes do que ele por lá, que ele trabalhava com robótica e provavelmente iria trabalhar na Tesla. Perguntei como era a atmosfera do Vale do Silício, se era tão empolgante como parece ser. Ele respondeu que sim, que é uma reunião absurda de talentos e ideias inovativas. Entretanto, ele me disse que parecia que o grosso das pessoas queria apenas abrir uma empresa e vender para alguma gigante num acordo tipo whatsapp da vida (ele pensava que tinha sido por 10Bi que esse app tinha sido comprado pelo facebook, quando falei que tinha sido 19bi, ele falou "no way"). Quando ele disse isso, eu falei que não era muito diferente de algumas bolhas que aconteceram durante a história nos últimos 300 anos, ele respondeu que não tinha a menor dúvida que havia uma bolha ali. Se ele está certo ou não eu não sei, mas é algo para se pensar.

  Num outro dia, acampando num lugar belíssimo (algo que nunca vi, no mesmo lugar cliffs, praia selvagem, rio, floresta), a senhorita Soulsurfer estava fazendo a janta no nosso fogãozinho quando um casal de suíços entrou no pequeno abrigo. Começamos a conversar, ofereci um pouco de brigadeiro (aparentemente não gostaram, é incrível como os estrangeiros não gostam tanto do nosso brigadeiro) e falamos um pouco sobre a Suíça. Ela trabalhava decorando ambientes com flores para um hotel 5 estrelas. A minha mulher perguntou-afirmou que ela deveria ser feliz no trabalho, ela respondeu que sim. Sempre imaginei que quem trabalha com flores tem uma vida mais tranquila. Isso sempre vem a minha cabeça quando penso como a Holanda e os Holandeses são maneiros. Também pudera, um país onde os principais itens de exportação são flores e queijo só pode criar um ambiente bom. Se não me engano há uma cidade em São Paulo chamada Holambra que é especializada em flores. Ele era eletricista, disse que tinha uma boa vida, mas os imóveis eram caros demais. Encontramos com eles mais uma vez em outra cidade e foi bem legal.

  Falando em preço de imóveis, dormi num mesmo quarto de quatro jovens suecos num albergue. Fiquei impressionado com a sagacidade e a cultura dos rapazes no auge dos seus 20-21 anos. Falavam com fluidez não apenas o Inglês, mas sobre diversos temas. Um deles estava lendo o ótimo livro "Freaknomics" - o qual recomendo a todos. Falamos sobre diversas coisas, mas o mais interessante foi quando perguntei sobre o estado de bem-estar social Sueco e qual era visão de jovens como eles a respeito (algo que já tentei fazer no site Mises Brasil, mas lá é difícil ter algumas conversas pois o clima é muito radicalizado). Foi muito interessante. Eles divergiram entre si, falaram que algumas coisas tem que mudar, mas no geral, com exceção de um, gostariam que se mantivesse uma certa rede de proteção social razoavelmente ampla. Perguntei sobre o preço dos imóveis, como eu sempre faço se a conversa tem algum viés econômico, e eles me disseram que nos últimos anos tinham subido muito e era impensável jovens como eles comprarem um imóvel. Efeito dos juros baixos por um período muito prolongado? Das diversas injeções de dinheiro? Eu creio que sim. Realmente, quando o spread dos títulos high yields (tema já tratado nesse blog) chega a níveis históricos baixíssimos, pode-se ter de alguma maneira afetado profundamente a nossa percepção de precificação de ativos pelo mundo. Não tem sentido a Suíça pagar juros negativos, não apenas reais, mas nominais, num título de 15 anos. Não faz o menor sentido. Logo, é muito possível sim que essa injeção de dinheiro extraordinária, sem ter causado inflação, possa sim ter causado inúmeras bolhas nos ativos ao redor do mundo e a extensão disso tudo pode ser muito difícil de se saber. Talvez seja por isso que os imóveis na Suécia e Suíça estejam tão caros. Entretanto, pode ser que haja outra explicação mais prosaica, vai saber.

  Na cozinha de um camperark, conhecemos uma brasileira. Ela tinha um namorado da Nova Zelândia . O namorado dela, Darryl, era muito gente fina. Fizemos um passeio juntos. Ele me falou como adorou a comida brasileira e sobre algumas peculiaridades da vida na Nova Zelândia. Ela falou sobre a vida dela, como ela iria agora tentar a vida num outro país. Acabamos nos encontrando numa outra cidade e resolvemos ir ao cinema. Tinha sido um dia que tinha feito uma trilha de 18Km de 4-5horas apenas de subida e uma ida ao cinema foi muito bom. O cinema era demais. Sentavam-se em poltronas de avião e tinha até mesmo um sofá para se sentar. Podia-se beber vinho na sala. O filme foi excepcional "Woman in Gold" e o melhor de tudo é que  o filme teve pausa no meio, e se vende um cookie caseiro maravilhosamente gostoso. Que cookie gostoso, penso nele sempre agora quando quero comer algum doce. Talvez reencontremos o casal mais para frente na viagem, quem sabe. Foram uma ótima companhia.

    Há poucos dias foram três encontros diferentes no mesmo dia. O primeiro foi com um casal, ele da República Tcheca - não lembro o nome, ela, Martina, da Eslováquia (sim, os dois antigos países da Tchechosláquia). Os dois estavam há dois anos longe de casa. Viveram um bom tempo em Sydney. Ambos muito simpáticos. Contamos diversas histórias, demos gargalhadas. No final, o Tcheco nos ajudou um monte com equipamentos de informática e como mexer num computador Apple. O cara foi muito simpático e prestativo e sem ele ainda estaria batendo cabeça com coisas simples. O bacana da história é que eles iriam voltar em poucas semanas. Quando eles voltassem, as duas famílias iam se conhecer pela primeira vez. Além do mais, iria ser aniversário de 50 anos das duas mães, uma irmã da Martina ia ter bebês quase que no mesmo dia em que eles iam voltar, ou seja a festa vai ser grande. Falei "Uau, vai ser a maior festa da Bratislava hein!". Horas depois, conheci um Dinamarquês. Falamos um pouco sobre os locais em que já tínhamos visitado. Em um lugar específico, uma geleira muito bonita, ele disse que tinha ocorrido um terremoto enquanto ele fazia a trilha. Eu falei que não acreditava, pois tinha feito a mesma trilha dias antes. Ele contou como tudo balançou e as pedras enormes começaram a despencar. Deve ter sido uma experiência aterradora. Ao falarmos sobre a escala do terremoto, perguntei se ele sabia que era uma escala logarítmica, ele disse que sim, pois era físico. Falei que era uma escala de 10, ele discordou, consultamos o google e realmente é de 10. A partir daí começamos a falar sobre física, principalmente sobre String Theory (teoria das supercordas). Ele me disse que achava a explicação simples, mas a modelagem matemática era extremamente complexa e não parecia correta. Concordei com ele, e parecia que sempre que surgia um problema a teoria simplesmente acrescentava mais uma dimensão (a primeira série de teorias eram com 10 dimensões, agora se usa 11 dimensões), o que não deixava de parecer que era um arranjo puramente matemático sem relação com a realidade física. Porém, falei para ele como  me encantava o intelecto humano elaborar explicações tão elaboradas e complexas para fenômenos tão complexos.  Por fim, conheci outro dinamarquês. Era fotógrafo e estava viajando para fotografar. Extremamente simpático. Contou-me como conheceu a ex-mulher numa estação de trem e se apaixonou imediatamente. Falei "Opa, isso está me lembrando aquela trilogia muito bacana do "Antes da meia-noite", ele apenas respondeu "Exatamente". Ele tem um site de fotografia que ainda não olhei com mais detalhe thephotoguy.dk.


   Quando falava sobre experiências inesquecíveis, conheci dois americanos ao fazer Bungy. Um trabalhava como modelo e o outro eram bartender. Estava há meses viajando, e tinham surfado mais de 50 lugares diferentes. Os dois eram muito bacanas. Eles dormiam na mesma cama improvisada dentro de uma campervan que eles compararam (não, não eram gays). Depois de vivenciar uma sensação absurdamente diferente, resolvemos tomar uma cerveja. Por sorte tínhamos comprado uma caixa da deliciosa blue moon um dia antes. A Sra. Soulsurfer fez um lanchinho improvisado, e um deles, o Nick, estava me mostrando um livro de surf sobre todos os picos para surfar no país. Eu, sem querer, derrubei um molho gorduroso no livro e fiquei sem jeito. Ele olhou para mim, e disse "sem problemas, veja..." e pegou a camisa dele e limpou o livro e completou fazendo uma cara de louco "cara, eu vivo num carro há meses, você acha que eu me importo com isso", eu apenas disse "you are THE man bro", pois numa viagem longa a primeira coisa que se perde é a frescura e o apego com certas coisas. Espero reencontrá-lo em FIJI para quem sabe pegarmos altas ondas, se não acontecer, sem problemas, pois a experiência que vivenciamos juntos já foi inesquecível.

    Tiveram muitos outros encontros, isso em apenas poucas semanas. Só posso ser grato por ter encontrado tantas pessoas diferentes, em locais tão especiais. É isso meus amigos, numa outra postagem talvez fale mais da minha viagem em si e de alguns lugares.

 Apenas um pequeno passo.....
Mais uma trilha sensacional (já devo ter andado uns 150km) com uma paisagem incrível. Um ótimo lugar para se pensar na vida e na grandiosidade do nosso mundo.


Abraço a todos!