segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

SEJA FLEXÍVEL, SEU BEM ESTAR E FELICIDADE DEPENDEM DISSO.


                Proponho um pequeno exercício para você prezado leitor (acabei de fazê-lo antes de sentar para escrever este artigo): antes de continuar a leitura, coloque os pés próximos um do outro, respire fundo e tente tocar as mãos no chão sem dobrar as pernas.  Faça esse favor a você mesmo antes de prosseguir.

                Fez? Muitos não devem ter feito. Eu também sou assim quando leio algo que me pede para fazer alguma atividade de forma ativa, apesar de geralmente ser de grande valia fazer o que o autor do texto pede.  Alguns devem ter feito (assim espero). Como foi? Tocou o chão com os dedos? Com a mão completa (meus parabéns!)? Quase chegou lá? Parou na metade do caminho?

                Qual o ponto de tanto falatório, Soul?” Flexibilidade, amigo. Seja flexível. Começa-se pela flexibilidade mais básica: a do nosso corpo. Se você num simples exercício de flexibilidade para tocar o chão empaca no meio do caminho por desconforto, é porque a situação está ruim, muito ruim. Você pode estar acertando a mão na escolha dos fundos imobiliários corretos, saindo com mulheres estonteantes, com um belo carro, mas a verdade é que está faltando a você um dos atributos mais básicos de uma vida saudável: flexibilidade corporal.

Não sei o portfólio desse senhor, mas que a sua saúde é melhor do que a saúde da esmagadora maioria dos idosos brasileiros não tenho muitas dúvidas

                Quando o meu corpo está mais flexível, minha qualidade de vida aumenta. Quando o meu corpo está menos flexível, minha qualidade de vida diminui. Simples assim.  O corpo é a primeira manifestação da flexibilidade que podemos ter em nossas vidas.  Quer saber as vantagens para a sua vida de ter um corpo mais maleável? Basta se tornar mais flexível. Apenas experimentando no próprio corpo os dois estados de  baixa flexibilidade e maior flexibilidade para saber como o simples ato de tocar a mão no chão no exercício proposto aumenta a qualidade de vida. Mas, até que ponto a flexibilidade, ou o seu conceito, é importante para além do seu corpo físico?


 "Um Bamboo que se dobra é mais forte do que um carvalho que resiste"
                
      Às vezes recebo alguns e-mails perguntando sobre como eu pude ter a certeza para abandonar um cargo tão bem remunerado e “declarar” minha independência financeira. Há várias respostas, mas uma importante é a flexibilidade em relação ao meu padrão de vida. Na verdade, vai até um pouco além do conceito de flexibilidade.

Será este meu futuro depois da minha decisão de alguns meses atrás? Escrevo um livro que dá certo, isso me anima a me tornar um investidor anjo, também dá certo. Monto um fundo de investimento, dá super certo. Aqui, discutindo planos de negócios no meu jato particular com associados (fonte : www.emirates-executivo.com)




Ou, será que é este? Escrevo um livro, não dá certo. Muitas despesas inesperadas acontecem. O governo brasileiro quebra. Tudo quebra. O patrimônio no exterior desaparece. Tudo dá errado. Tenho que limpar banheiros para sobreviver. (fonte  http://www.redeemingriches.com/2010/10/22/pay-off-debt/)

               
                Provavelmente, eu não chegue nem numa situação, nem na outra.  Porém, se a minha satisfação pessoal com minha vida for derivada apenas de quão mais próximo eu estiver da primeira situação, provavelmente estaria adotando uma postura mais inflexível e semeando o caminho para uma vida mais insatisfeita. “Ah, quer dizer que você limparia um banheiro se fosse preciso, e você largou uma posição ´privilegiada´ para isso? Só pode estar louco!” Sim, limparia sem problemas nenhum, se as circunstâncias da minha vida levassem a isso.

                Você está jantando num restaurante chique. A comida é deliciosa e veio servida na temperatura certa. O Garçom é simpático e profissional. A vista deslumbrante. A companhia interessante, agradável e inteligente. Ninguém fuma perto de você. A temperatura é agradabilíssima. A música ambiente perfeita. Você se sente feliz e satisfeito.


 Sim, agora posso ser feliz (fonte https://www.kivotosmykonos.com/pt/)

                A vida em algumas ocasiões apresentar-se-á assim para você. Existem pessoas que consegue apenas extrair satisfação e bem-estar quando tudo está, conforme os critérios da própria pessoa, "perfeito".  Eu conheço uma pessoa extremamente próxima que é assim. Tenho certeza que os leitores conhecem alguém ou quiçá alguns podem até ser assim.  Entretanto, na maioria das vezes a vida não se apresenta de uma maneira tão, diríamos, "perfeita".  

             Quase sempre algo, ou muitas outras coisas, não funcionam do jeito que talvez mais nos convenha.  A comida não veio na melhor temperatura. O Garçom foi simpático, mas demorou em atender. O Garçom foi rápido, mas não foi simpático. O Garçom foi rápido e simpático, mas estava com um cheiro estranho. O Garçom foi rápido, simpático, perfumado, mas tropeçou e derrubou vinho em sua camisa de U$ 500,00. Acho que o ponto ficou claro. A satisfação que você vai retirar do jantar vai depender quase que única e exclusivamente de sua flexibilidade de aceitar o que as condições da realidade concretamente apresentam.  Talvez a boa companhia seja o mais importante, sendo o resto secundário para a sua satisfação. Talvez no caso do jantar a inflexibilidade devesse ser apenas em relação a uma boa companhia.

                Se você quer que o dinheiro lhe traga níveis maiores de liberdade para buscar seja lá o que faça mais sentido para você enquanto ser humano, seja flexível.  Se sua satisfação depender de hotéis e jantares de luxo, padrões mais “sofisticados” de gastos, etc, etc, além de ser mais difícil ter uma vida marcada por maiores momentos de bem-estar, será matematicamente mais custoso juntar um patrimônio que possa gerar um determinado fluxo de caixa para atender essas “necessidades”.  Não há certo ou errado em padrões de consumo (na maioria dos casos).  Há apenas mais satisfação ou menos satisfação. Porém, um ponto é cristalino: quanto mais flexível você for, há uma tendência muito maior de extrair bem-estar de situações que aparentemente seriam desconfortáveis ou não prazerosas.

                Para ser mais flexível com o corpo é preciso (Tcharammmm) alongar-se com uma maior freqüência. Para ser mais flexível com nossos hábitos é preciso refletir com mais freqüência sobre como reagimos quando alguma coisa ou alguém nos contraria.  Desejo uma vida de mais flexibilidade a vocês prezados leitores.

Soulsurfer, numa pequena vila no norte da Tailândia. Estava chovendo, a comida custou menos de U$1,00, o estabelecimento não era nenhum "michelan cinco estrelas", receita para a insatisfação, correto? Não,  pelo contrário, estava bem satisfeito com tudo, principalmente com a comida e a companhia (e com o estabelecimento propriamente dito que era a casa de uma senhora simpática e sorridente).

           Um Abraço a todos!