terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

FINANÇAS - TAXA DE POUPANÇA, RENDA, RENTABILIDADE E INVESTIMENTO

Olá, colegas!  Neste artigo, irei tratar sobre temas bem conhecidos pelos investidores, mas talvez com um enfoque um pouco diferente.  O tema hoje é razoavelmente abrangente, mas espero não me estender muito no texto.

Como se mede a “riqueza” produzida por um País? Atualmente, se mede pela métrica do PIB. Eu coloquei entre aspas, pois para mim o PIB está longe de ser um bom indicador para desenvolvimento econômico humano saudável. Se o ar de alguma cidade brasileira piorar, por exemplo,  e alguma empresa começar a vender máscaras para os habitantes dessa cidade hipotética, o PIB aumenta. Logo, para mim é um erro a procura incessante pelo crescimento do PIB a qualquer custo.  É por isso que sempre achei interessante um país como o Butão adotar o conceito de “FIB” (felicidade interna bruta).  Porém, não irei adentrar nessas questões, vou partir do pressuposto que a riqueza produzida em um país é bem capturada pelo PIB.

Qual é a riqueza “produzida” por um indivíduo? Para a esmagadora maioria das pessoas é a retribuição financeira recebida pela venda da sua força de trabalho. É a renda proveniente do salário. Há alguma outra fonte? Sim, é claro. A pessoa pode ter uma casa alugada, ou receber dividendos de um Fundo Imobiliário ou de uma ação ou até mesmo juros emprestando dinheiro para o governo. Isso é uma forma de renda que não vem do trabalho, mas sim de um capital previamente acumulado.  Chega-se, portanto as duas formas de renda que um indivíduo pode receber: do seu trabalho e do seu capital acumulado. Quanto mais capital se tem, mais a renda proveniente do capital irá ser proporcionalmente maior à renda oriunda do trabalho. Quanto menos capital se tem o inverso acontece. O livro do Piketty aborda muito bem esses conceitos.  Aliás, para além das questões ideológicas, o livro possui muita divagação interessante, e essa é uma delas. Quanto mais se sobe na escala de riqueza (os 0.1% mais ricos, por exemplo), mais a renda do capital vai se tornando preponderante.

A riqueza produzida num país também vem das mesmas fontes: renda do trabalho e renda do capital. Porém, como é possível alguém possuir capital e auferir renda do mesmo? Há basicamente duas formas: poupando ou herdando o capital de alguém. Pense em vocês mesmos queridos leitores. Como chegar a R$ 5 milhões de reais em capital acumulado? Ou se poupa ou se herda essa quantia ou uma mistura dos dois. E a poupança vem da onde? Ela só pode se originar da riqueza produzida. Assim, se alguém não é herdeiro, e não possui nenhum capital acumulado, a única forma de auferir renda é ofertando a sua força de trabalho. Se o hipotético indivíduo consegue ter uma renda de R$ 25.000,00 ao ano, duas possibilidades se abrem: consumo ou poupança.

O que seria consumir? Simples, a pessoa gasta os R$ 25.000,00. Logo, toda a sua renda foi para o consumo e nada foi poupado. Dessa maneira é impossível haver acúmulo de capital, e, por conseguinte renda proveniente do capital acumulado.  Agora, se a pessoa resolve consumir apenas 70% da sua renda, isso quer dizer que ela terá ao final de um ano R$7.500,00 em capital.  Nessa situação, e imaginando um lugar sem inflação para fins de simplificação e uma taxa de juros básica de 10%,  o nosso sujeito hipotético poderia aumentar a sua renda em R$ 750,00 (presumindo que ele receberá a taxa básica de juros), passando a receber R$ 25.750,00 por ano. Notem agora que esse indivíduo possui renda não só do trabalho, mas como também, ainda que pequena, renda do capital acumulado.

Fica claro que quanto mais a pessoa poupar, mais o estoque de capital acumulado irá crescer, e mais significativa será a parcela da remuneração de capital na renda total da pessoa.  Logo, a taxa de poupança é fundamental para pessoas sem muito patrimônio e para países pobres ou de renda média. É a única forma de se acumular patrimônio. É por isso, colegas, que a nossa taxa de poupança enquanto país (o quanto o governo, as empresas e as famílias economizam) é uma lástima. No gráfico abaixo, é possível ver como a nossa taxa é baixa. A nossa poupança caiu ainda mais em 2014, estando abaixo de 13% em relação ao PIB. Logo, em 2014 para cada R$ 100,00 produzidos, economizamos enquanto nação  menos de R$ 13,00. Você conseguiria ir longe economizando apenas 13% do que ganha? Eu acho que não. Essa taxa de poupança muito baixa diz um pouco sobre o caráter do brasileiro de preferir o consumo imediato e não o acúmulo gradual de poupança.

Essa tabela é até 2013, a nossa taxa de 2014 foi ainda pior. Não sabe por qual motivo a China cresce tanto? A cada duas unidades produzida eles poupam uma. Isso quer dizer que um Chinês médio poupa quase cinco vezes mais do que um brasileiro médio. O Brasil perde de lavada para os demais países em desenvolvimento. 


 A taxa de investimento de um indivíduo depende de sua taxa de poupança. Assim, se quero investir 20% do meu salário, eu preciso ter uma taxa de poupança de 20%. Logo, poupança e investimento estão umbilicalmente interligados. O mesmo raciocínio serve para países. Sem poupança não pode haver investimento, a não ser que alguém financie esse investimento, e no caso brasileiro estamos captando poupança externa para  financiar o GAP entre a nossa taxa de investimento baixa e a nossa taxa de poupança mais baixa ainda. Esse financiamento se dá por meio de déficits em transações correntes. Observem que ao longo dos últimos 60 anos o Brasil sempre poupou menos do que investiu, a não ser num breve período de tempo no primeiro mandato de LULA.

Poucas pessoas lembram, mas a Dilma nas eleições em 2010 disse que iria levar o investimento para 22,5% do PIB, ela entregou um país com menos de 18% em taxa de formação bruta do capital fixo, ou seja, um retumbante fracasso. 




Observem que  o GAP entre a taxa de poupança e taxa de investimento é financiada com poupança externa (com a exceção dos anos dourados do primeiro mandato do LULA onde tudo deu certo para o Brasil).

Portanto, os números brasileiros infelizmente não são bons. Investimos pouco e poupamos menos ainda. Entretanto, nós enquanto investidores amadores podemos sair da média brasileira e poupar muito mais, acelerando o processo de acúmulo de capital. O acúmulo de capital para indivíduos se dá pela taxa de poupança, pelo retorno do capital e pela quantidade de dinheiro investida. São esses conceitos que todos os educadores financeiros, conscientemente ou não, trabalham em seus livros, palestras, vídeos e sites.

Logo, se a pessoa puder poupar mais da sua renda (chamarei aqui pela letra S), se puder aumentar a sua renda do trabalho (chamarei aqui de R) e conseguir retornos maiores em seu capital previamente acumulado (chamarei aqui de C), ela irá maximizar os seus resultados. Portanto, se uma pessoa tem uma renda anual de R$ 50.000,00 (R), uma taxa de poupança de 30% (S) e uma rentabilidade real do capital acumulado de (10%), a pessoa pode melhorar o seu acúmulo de capital seja aumentando R, S ou C. Se o indivíduo conseguir aumentar a sue renda anual para R$ 100.000,00, a sua taxa de poupança para 40% e o seu retorno de capital para 12%, ela estará numa situação muito melhor.

Nós temos controle dessas três variáveis? Não, se entendermos como um controle absoluto. Aliás, a ideia de controle é ilusória, mas não irei filosofar nesse tópico. Entretanto, parece-me que temos algum controle sobre essas variáveis. Numa ordem ascendente de controle, eu diria que temos pouco controle em relação a C, e maiores controles sobre R e S.  Logo, basear o acúmulo do nosso capital mais pesadamente no retorno do mesmo não é conservador, pois é a variável que temos menor controle, ou alguém sabe ao certo quanto vai ter de retorno investindo no mercado acionário brasileiro nos próximos dez anos?

Além de não ser conservador ou confiável, como dito no terceiro parágrafo ao fazer menção ao livro de Piketty, a rentabilidade do capital só vai ficando expressiva, como medida da renda geral produzida, quando se vai indo para os extratos superiores de riqueza. Isso significa que apenas quando se tem muito capital a rentabilidade do mesmo vai ficando cada vez mais importante.

Portanto, as sugestões de educadores financeiros famosos não são despiciendas: foque em formas de ganhar mais dinheiro com a sua força de trabalho e seja frugal pelo menos em alguns aspectos da sua vida para poder gerar taxas de poupança maiores, não seja obcecado com rentabilidades de capital, a não ser que já se tenha um capital acumulado razoável.  Dois exemplos hipotéticos:

a)      Capital acumulado = R$ 100.000,0
R = R$300.000,00 anuais
S= 50%
C =8%

b)      Capital acumulado = R$ 100.000,0
R = R$100.000,00 anuais
S= 30%
C =12%

Em qual das duas posições você gostaria de estar? Parece evidente que na primeira, mesmo tendo um retorno substancialmente menor (4%) do que na situação “b” .  É por isso que um pequeno empreendedor pode ter muito mais capital acumulado do que alguém que entenda de finanças e viva o dia a dia do mercado freneticamente. É simples, a renda e a capacidade de aporte serão tão maiores, que qualquer rentabilidade a mais de alguém que dedica horas e horas aos mercados será mais do que contrabalanceada. É por isso que um bom amigo meu com idade parecida e que deve saber bem menos de finanças do que eu, não que eu saiba muito, possui capital acumulado de dezenas de milhões de reais. Ele se arriscou, empreendeu, deu certo, e tanto faz se a rentabilidade real dele será menor do que a minha.

Portanto, colegas e leitores, a rentabilidade é algo a ser perseguido, evidentemente, mas ela está longe de explicar a diferença de acúmulo de patrimônios, principalmente para jovens e patrimônios pequenos. A parte financeira acaba aqui, mas prossigo mais um pouco com uma reflexão mais pessoal.

Como dito alhures, quanto mais capital acumulado se tem, mais a renda do capital vai se tornando mais importante do que a renda do trabalho. Logo, para uma pessoa com R$ 10.000.000,00 faz diferença receber 2% a mais, muita diferença. Porém, eu indago, se alguém possui R$ 10.000.000,00 irá fazer tanta diferença para se ter uma boa vida ganhar 5 ou 7% de retornos reais? Com 5% a pessoa poderá ter como renda de capital R$500.000,00, quantia mais do que suficiente para se morar bem, viver bem, viajar para onde quiser, ajudar outras pessoas necessitadas e ainda, caso queira, reinvestir parte da renda para fazer o bolo crescer ainda mais. Faria sentido uma pessoa nessa situação perder horas e horas lendo relatórios, dedicando-se ao mercado no dia a dia, para ganhar 2/3% a mais?

É claro que é uma questão bem particular, para mim não faz muito sentido, para outros pode fazer, mas eu desconfio que a maioria opte por aproveitar mais algo que sempre diminui e nunca aumenta: a nossa quantidade de tempo vivo com saúde no planeta terra. “Poxa, Soul, 10M? Tá de brincadeira que eu vou chegar numa quantia dessas!”. É verdade, a esmagadora maioria não chegará nem perto. Coloquei apenas um valor para que o argumento fosse mais forte. Cada um, conhecendo a si próprio, poderá estabelecer algo que seja mais factível e viável para o seu contexto atual. Porém, parece-me claro que o investidor deve procurar escolher bons ativos, tentar obter retornos reais protegendo o seu capital acumulado da inflação, mas ter uma ótica excessiva em rentabilidade, principalmente  com patrimônios pequenos, não parece ser um bom negócio.

Abraço a todos!


28 comentários:

  1. Parabéns pelo Blog e pelo texto.
    Excelentes reflexões podem ser feitas a partir de cada parágrafo.
    Abraço
    Fábio

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  2. Valeu Soul,

    O aprendizado custa muito caro. comecei a ter uma boa renda de salário há 5 anos atrás. nos primeiros 2, 3 anos fiz loucuras na bolsa tentando multiplicar o mirrado capital. resultado fui a bancarrota e desde então estou me recuperando.

    Se tivesse focado em acumular e deixado de lado a parte de valorização eu estaria muito bem hoje em dia. graças a deus estou me recuperando devagar e iniciando novamente a bola de neve.

    a sensação de crescimento milimétrico do capital não é muito agradável, mas é reconfortante. acho que tenho que melhorar minha força de trabalho para aumentar meus aportes. você bem que podia dar algumas ideias de renda extra ai.

    abraço!

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    1. Olá, Julinho.
      O bom de ir a bancarrota com capital mirrado é que não é tão difícil se recuperar, principalmente se é jovem.
      Fico contente que esteja formando a sua bola de neve, espero que o faça de uma maneira mais tranquila.
      Ideias de renda extra? Hum, empreender é uma. No Brasil que há uma distorção absurda, apesar de não ser uma renda extra, é concurso público. Enfim, creio que há várias maneiras da pessoa melhorar a sua renda, quase todas passam por uma maior qualificação e estudo.

      Abraço!

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  3. Perfeito o texto. Aliás eu falo isso há séculos. Por isso vejo que um tal ranking de rentabilidade preconizado por um soldadinho metido a besta não vale de nada. O negócio é o aporte. O negócio é tentar ganhar mais e mais e gastar menos e menos

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    1. Olá, colega.
      Eu creio que a rentabilidade é um bom indicativo para saber se o investidor está indo bem ou não. É bom para aprender com eventuais erros e calibrar a estratégia.
      Porém, para patrimônios não tão expressivos (menos de oito dígitos), a grande verdade é que a força vai vir mais do aporte e da taxa de poupança.
      Abraço.

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    2. Já sou da opinião que basta um patrimônio de 6 dígitos para que se sinta a força da rentabilidade.

      Importante não confundir rentabilidade com provento.

      Abraço!

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    3. É verdade LL, se compararmos com a renda média brasileira, um patrimônio de seis dígitos já pode gerar uma boa renda de capital. Porém, se a diferença de salários for muito grande, esse é o tipo de patrimônio que não vai fazer tanta diferença para o acúmulo de capital, como no exemplo hipotético que dei.
      Porém, realmente, para a realidade do Brasil e do mundo, já é um belo patrimônio.
      Abraço!

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    4. Seis digitos? Por exemplo, 300.000 é um patrimonio confortavel? Ah, vá!

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    5. Olá, colega.
      Aqueles que possuem PL de aproximadamente R$2,1M são basicamente a elite financeira do mundo, estando no percentil dos 1% mais ricos do mundo inteiro (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/01/150119_mais_ricos_lk).
      Logo, creio que deve ter interpretado erroneamente, pois em nenhum momento disse que era confortável, além do que precisaria saber o que você entende por confortável. Apenas fiz o aparte (pois a minha primeira manifestação falei de PL razoavelmente grandes) depois do colega LL dizer que um patrimônio de seis dígitos já se pode sentir a "força" da rentabilidade. Num mundo miserável como o nosso, e num país tão desigual, não se pode dizer que quem possui R$ 300.000,00 não tenha um PL razoável para a média nacional e mundial.

      Abraço!

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    6. O valor de poupança médio do brasileiro ao se aposentar é de R$50.000,00. Basicamente, o acumulado pelo FGTS.

      O valor esnobado por você é, pasme, 5 vezes maior que a média.

      Volto a repetir: não confundam rentabilidade com provento.

      Abraço!

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  4. Excelente texto como sempre, sempre estou lendo, quando não comento é porque não tenho nada a acrescentar, rs.

    A este texto acrescentaria uma quarta variável a ser mensurada V (tempo de vida bem vivida). Então teríamos 4 variáveis:

    R, S, C e V.

    As variáveis R e C, em determinado momento, são inversamente proporcionais. O que isto quer dizer, para se alcançar uma boa rentabilidade dos seus investimentos a pessoa gastará tempo de vida, estudando, mas é temporário.

    A relação entre a variável R e V é a mais perigosa, vemos muitos casos de pessoas que trabalham muito no intuito de aumentar R, e assim perdem muito de V. Trabalhar muito nem é o problema, a questão pior é quando a pessoa não gosta do seu trabalho. Há casos em que a pessoa ama o trabalho, então R se confunde com V, e deixam se ser inversamente ligados.

    Portanto, nem sempre devemos procurar o aumento de R, e sim fazer com que R não seja inversamente ligada a V.

    Sobre S, as pessoas geralmente pensam que para ter um bom V terão que consumir muito. Confundem felicidade com posse e consumo. Carro do ano, shows caros, comidas caras, etc. Penso que podemos ter um bom V sem precisar diminuir o S, basta dar valor para as pequenas coisas da vida.

    Abraço!

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    1. Olá, UB.
      Sempre bom tê-lo por aqui. Vi em sua última postagem que se desentendeu com o Márcio, uma pena.
      Eu concordo plenamente. Não quis dar tanto subjetivismo, apesar de tê-lo feito nos últimos parágrafos.
      A variável que você denominou "V" para mim é a mais importante e isso é muito peculiar. Ao longo dos anos, e não foi um processo rápido, eu fui me libertando de alguns modelos mentais. Por exemplo, na área em que eu trabalho há muito poder e ego envolvido. Até um determinado momento da vida, eu era atraído por ter posições de poder. Depois de passar por alguns meses atribulados, eu vi que isso para mim não fazia nenhum sentido, e que eram outras coisas que aumentavam o meu grau de satisfação, ou a variável "V", e a busca pelo poder, legítimo ou não, não era uma delas. Logo, todos devemos realmente refletir profundamente sobre isso. Uma das coisas que mais gosto de onde moro é que parece que estou numa comunidade pequena, onde as pessoas se cumprimentam, são amigas uma das outras. Perder isso, seria perder qualidade de vida. Mesmo relações virtuais mais equilibradas aumentam o meu "V".

      Portanto, realmente a pessoa tem que sopesar o que irá fazer para aumentar a sua renda (variável "R"), e se isso vai ou não valer a pena. Procurar algo que se goste de fazer, como muito bem salientado por você, é o melhor caminho.

      Sobre a variável "S", sem sombras de dúvida. Porém, creio que esse conceito é bem fundamentado em quase todos os blogueiros. Olha, uma das coisas que gosto de fazer é comer fora, então realmente gasto nesse item. Devemos achar o equilíbrio entre consumo e poupança. Porém, quanto mais consumirmos da nossa renda, menos capital acumulado teremos. A vida é equilíbrio, os ecossistemas naturais funcionam assim, se não me engano esse é o conceito de homeostase.

      Abraço!

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    2. A variável "V" não cabe na fórmula. E só é a mais importante para aqueles que tem uma boa herança como garantia, como é o caso do SS

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    3. Hum, se você diz que não cabe, está certo então:)
      Creio que deveria ser a mais importante, desde que obviamente passado um mínimo existencial (como a maioria dos leitores desse espaço já passaram, ao contrário de parcela significativa da humanidade), independente de herança, falta de herança, idade, credo e religião.
      Abraço e bom "V" para você!

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    4. Tá faltando "V" na vida do Anom aí, rs...

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  5. Sô, este ato é normal mesmo?
    http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/25/desembargador-intima-juiz-do-caso-eike-e-manda-devolver-carros-apreendidos.htm

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    1. UB, é uma vergonha. Eu estou assustado com o que o Judiciário e o MP estão fazendo nos últimos meses. Não sei se lembra, mas escrevi um artigo sobre o auxílio-moradia concedido ao MP e ao Judiciário. A situação de lá para cá piorou, a defensoria da União já se deu esse benefício, e os Tribunais de Conta estão para aprovar. O TJ-MT aprovou um auxílio-transporte de, pasme, R$ 3.300,00 por juiz no mínimo. Assim, um juiz vai ganhar dois auxílios (moradia e transporte) de quase R$ 8.000,00 sem incidência de IR, fora o subsídio normal.
      Talvez estejamos criando uma panela de pressão que pode estourar a qualquer momento.

      Sobre o caso desse juiz, apenas reforça que no Brasil é difícil separar o público do privado. Isso para mim é caso de improbidade administrativa, o ato cometido pelo juiz.

      Abraço!

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    2. Vergonhoso mesmo. Obrigado pela explicação.
      abraço!

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  6. Olá, Surfer.

    concordo plenamente com o post.

    Se durante anos e anos focarmos em investimentos que gerem renda sem ter como ponto principal a rentabilidade (não estou dizendo que ela não é importante) e se possível abrirmos um negócio que gere um bom fluxo de caixa sem nos preocuparmos em demasia com o retorno do investimento, penso que a consequência mais provável é termos futuramente uma qualidade de vida bem melhor e que se sustente.

    Bons investimentos

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    1. Olá, G65!
      Grato pelo comentário.
      Pois é, o meu pai sempre me dizia isso na adolescência, e eu não entendia bem para ser sincero. Ele sempre falava, olha se o patrimônio crescer com uma taxa de 5% real, e a pessoa tiver dois filhos, quer dizer que no período de uma geração cada filho será duas vezes mais rico do que a geração anterior. Hoje consigo perceber isso claramente, um certo comprometimento com outras gerações e o poder forte de juros compostos e acúmulo de patrimônio durante muitos longos períodos.
      Se eu juntar meu pai e mãe, por exemplo, estou falando de uns 75 anos de taxa de poupança e juros sobre juros. Com isso, eles conseguiram uma vida melhor para eles, e possibilitarão uma vida ainda melhor para os descendentes, é o que pretendo fazer com meus filhos quando tiver.

      Abraço!

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  7. SS,

    Seu texto fundamentou bem as conclusões a que cheguei de forma empírica recentemente: para quem está começando ou recomeçando e tem patrimônio pequeno, mais vale a taxa de poupança do que rentabilidade.

    E como disse o Julinho de Madalena: se eu tivesse focado em acúmulo de capital desde o início, minha situação hoje seria muito diferente! Não que isto sirva para algo que não seja motivar a não cometer o mesmo erro novamente no futuro! ;)

    A variável que o Uó acrescentou complementou bem o seu raciocínio, pena que poucos pensem assim como nós em relação a importância desta variável V. Até por ser um bem muito perecível e impossível de repor.

    Um abraço!!

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    1. Olá, Investidor Casado!
      É, depois de algum tempo, eu consegui correlacionar essa variáveis (que são simples) de uma maneira mais objetiva dentro da minha cabeça.
      Com certeza, e isso faz estratégias de investimento serem diferentes.
      Ora, se uma pessoa for frugal e solteira, e conseguir viver bem com rendimentos proveniente de um patrimônio de R$500.000,00, por exemplo, ela vai ter uma estratégia bem diferente de uma pessoa que quer uma renda passiva de R$ 200.000,00 por ano. Objetivos completamente diversos e estratégias também, inclusive em relação ao trabalho, já que isso vai estar diretamente ligado à variável "V".

      Abração!

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  8. Fala Soul

    Ótimo texto. Sempre aquela coisa de sempre "o melhor investimento que vc pode fazer é poupar".


    Abs

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  9. Soul,

    fiz uma enquete no meu último texto, gostaria que vc participasse, se quiser é claro!

    Um abraço!

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  10. Estou maravilhado com o conteúdo de alto nível que você proporciona gratuitamente aqui, soul. Cheguei aqui no seu blog hoje, através de um comentário seu no blog do Rover (outro mestre).

    Gostei muito desse texto em particular, pois é um pensamento tão simples, mas que a maioria da população brasileira não tem a mínima noção. Eu tbm era um desses que ficava maluco lendo sobre altas taxas de rentabilidade, trades, forex, etc... Com o passar do tempo, eu me dei conta que essa tal "rentabilidade" que eu tanto procuro, só vai me fazer diferença no dia em que eu tiver um capital acumulado respeitável (na minha visão, 6 dígitos). Sou jovem, tenho 20 anos, e eu estava me perdendo no caminho. Eu não estava investindo na minha força de trabalho, sacou ? É somente através dela que eu poderei acumular capital, visto que eu não possuo heranças. O foco total da minha vida hoje, precisa ser voltado a alcançar uma remuneração que me proporcione "aportes suculentos", hahahahaha.

    Isso é algo que muitos não entendem mesmo. Estabeleci uma meta na minha vida, que enquanto eu ganhar pouco, não vou me preocupar com rentabilidade da forma que eu me preocupava, e sim me preocupar em aumentar minha remuneração, e poupar. Poxa, tenho amigos que ganham na faixa de 1.5k e ficam se matando, esquentando a cabeça com ações, bolsa de valores, consórcios.... É isso que eles não conseguem enxergar. Eles podem ser os investidores mais sábios, inteligentes, mais bem preparados do mundo, mas eles nunca irão sair do lugar se continuarem com,essa remuneração mensal. Se eles me pedissem um conselho, eu diria a eles para colocarem o seu dinheiro na poupança, e investirem neles mesmo, e não esquentarem a cabeça com rentabilidade até construírem um capital bacana.

    Buscar aumentar a sua remuneração 20% ao ano, e poupar no mínimo metade do que se ganha. Se a pessoa levar uma vida frugal, não vejo empecilhos pra se alcançar a tão sonhada liberdade financeira.

    Nada tem mais poder que os juros compostos.

    Mudando de assunto totalmente, é impressionante como a internet nos proporciona um conhecimento valioso e GRATUITO. Eu andei pensando esses dias, a gente não paga por absolutamente NADA na web. É muito raro de se encontrar conteúdo pago. Antigamente eu não tinha essa visão, mas hoje eu percebo o quão enriquecedor/benéfico isso é. Fico pensando como era antigamente. As pessoas precisavam comprar livros para se ter acesso a um tipo de conteúdo, e hoje eu tenho acesso com 3 cliques, surreal. Temos o conhecimento na palma das nossas mão, só não aprende quem não quer.

    Um forte abraço de seu mais novo leitor/fã. Que tudo de bom, e melhor aconteça na sua vida, e com sua família.

    Muleque Diferenciado

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