terça-feira, 9 de agosto de 2016

A TOLICE DE SE TORCER PELO INSUCESSO DOS JOGOS OLÍMPICOS NO BRASIL

Olá, colegas! Como estão? Por aqui tudo ótimo. Depois de alguns dias estou dormindo numa cama, com chuveiro quente e banheiro. Estou na cidade de Olgii, extremo oeste da Mongólia. A jornada até aqui foi isso mesmo: uma verdadeira jornada. A quantidade de beleza que vi nessas duas últimas duas semanas é algo indescritível. Não há palavras, muito menos de um escritor mediano como eu, para transmitir o que está sendo essa viagem.

    Entretanto, antes de dormir, e antevendo que ficarei mais duas semanas sem internet até chegar à Rússia, resolvi escrever uma breve reflexão. Eu não vi a abertura dos jogos olímpicos, o que foi uma pena, pois realmente gostaria de assistir. Aliás, eu quase não sei o que está acontecendo com o país em termos de noticiário. Hoje, tentei ler algo, mas desisti, pois era muita coisa . Aliás, “muita coisa” é um exagero, talvez seja exatamente a “mesma coisa” apenas escondida numa cacofonia de informações que serve apenas para tornar as pessoas viciadas num estágio anti-reflexivo. Porém, isso é tema para um outro artigo.

  Fui surpreendido ao receber uma mensagem de um amigo espanhol dizendo que a abertura dos jogos tinha sido muito bonita. Receoso, como muitas outras pessoas, de que algo muito ruim pudesse acontecer, fiquei aliviado ao saber que ao menos a cerimônia de abertura transcorreu de forma tranquila. E por qual motivo se preocupar com isso? Qual é a importância disso para um desempregado ou alguém que não tem acesso a um tratamento médico decente quando se está doente? A resposta sincera, e ao meu ver correta, é Nenhuma. Para alguém que padece de algum mal significativo, os jogos olímpicos, mesmo que realizados no Brasil, talvez não signifiquem nada. 

  Se assim o é, por qual motivo  eu tinha algum receio? Há algumas pessoas, umas de boa-fé outras nem tanto, que acreditam que por meio da humilhação, da expiação pública, algo defeituoso possa ser consertado. Eu costumava pensar assim para alguns tópicos, principalmente quando tinha um pouco mais de rancor no coração. Querem um exemplo prático? Eu torço para o Santos. Quando era mais jovem me importava, hoje nem tanto. Quem se lembra um pouco, o torcedor santista com certeza recorda, sabe que o Santos foi diversas vezes prejudicado por causa da Seleção Brasileira de futebol. O motivo? O calendário do futebol brasileiro é tão mal feito, que jogos oficiais da seleção muitas vezes coincidem com jogos dos times nacionais. Isso faz com que times que possuem bons jogadores sejam prejudicados quando de convocações, numa lógica de incentivo reverso difícil de entender. Lembro-me de uma Libertadores de 2005 que os dois principais jogadores do Santos não puderam jogar uma partida decisiva pelas quartas-de-final. Isso acontece na Europa? Alguém imagina o Barcelona jogando um jogo decisivo na UEFA Champions League sem o Neymar e o Messi por causa de jogos de seleção? É simplesmente impensável. Mas no Brasil acontece. 

  O sistema que gerencia o futebol nacional é tão apodrecido que coisas como essa acontecem. Assim, pensava que a derrota da seleção do Brasil iria trazer mudanças para o futebol nacional. Logo, nunca fui muito fã da seleção de futebol nacional. Uma derrota acachapante de 7x1 para a Alemanha só poderia ser a coroação de um processo que levaria a mudança do futebol brasileiro para melhor. Ora, como as coisas poderiam ser as mesmas, depois de uma humilhação pública desse porte, ainda por cima em solo nacional? 

  Fazia alguns meses que não via nenhuma notícia do Santos. Soube que há uma nova geração de talentos, não há nenhum clube do Brasil que se aproxime do Santos no quesito revelação, e que desfalcariam o Santos por causa da Seleção. Algo mudou? Não, absolutamente nada. E dificilmente irá mudar.

  O Congresso Nacional é diariamente submetido ao escárnio público pelas mais variadas razões: corrupção, falta de inteligência dos seus membros, clientelismo da pior espécie, etc, etc. Ultimamente, o nível vem caindo a patamares impensáveis até pouco tempo atrás. Sempre nos iludimos enquanto nação que depois de um grande escândalo de corrupção, depois de um processo grande de humilhação, nosso sistema político tomará um jeito. E o que acontece? Sempre nos frustamos.

  A humilhação nem sempre é um caminho inteligente para melhorar o que quer que seja. Talvez em certos casos possa haver alguma utilidade prática interessante, como na história de uma motorista que foi obrigada por um juiz americano a usar uma placa na rua mais movimentada de uma cidade com os dizeres “Eu sou uma idiota” por ter feito uma ultrapassagem ilegal e ter colocado em risco a vida de crianças num ônibus escolar. 

  Mesmo feita a concessão do parágrafo anterior, é uma ilusão achar que alguma coisa no Brasil iria ou irá melhor com o fracasso total dos jogos olímpicos. Aliás, não há nem mesmo qualquer conexão lógica com o insucesso dos jogos e a melhora dos nossos inúmeros problemas enquanto nação. O que um fracasso provocaria é apenas mais pessimismo, desilusão e mais baixa-estima. É disso que precisamos? O que a derrota de uma judoca brasileira de origem humilde iria melhorar as nossas contas públicas? O que a eliminação precoce de nadadores brasileiros, muitos deles que provavelmente talvez não consigam viver do esporte, teria de efeito positivo num congresso nacional quase todo assolado por interesses mesquinhos? Talvez nos comentários alguém com um raciocínio sagaz possa bolar alguma hipótese factível nessa direção. 

  Quem não viaja para o exterior, ou viaja apenas para lugares extremamente turísticos como o eixo EUA-Europa, não faz a mínima ideia do que o futebol brasileiro representa. Seja na província muçulmana chinesa de Xinjiang, seja em alguma vila com 2000 habitantes no interior da Mongólia, o Brasil é associado ao futebol, e de certa maneira à alegria. Até mesmo guardas de fronteira, apesar de ser mais raro, fazem brincadeiras quando veem o passaporte brasileiro, que em algumas regiões do mundo é bem raro de se ver. Eu fui o primeiro brasileiro que centenas de pessoas conheceram. Constantemente, tive que responder que eu era ruim de futebol e que na verdade gostava de surfar. Aliás, ontem foi engraçado tentar explicar para uma família nômade de Mongóis, que provavelmente deve ter visto pouquíssimos estrangeiros em toda a sua vida, num dos lugares mais lindos e remotos do planeta terra, por meio de mímicas o que era Surfe. Foi difícil. Aliás, até mesmo a palavra Brasil é apenas uma abstração para eles, mas mesmo assim os mais velhos conseguiram associar com futebol. 

  Antigamente, isso me incomodava. “O Brasil é muito mais do que mulatas, samba e futebol!”, pensava comigo mesmo. Às vezes era até mesmo rude com pessoas que faziam essa associação. Lembro-me de uma vez na Turquia em 2006 quando um casal iraniano não acreditou que eu era brasileiro, pois eu não era negro. "Santa Ignorância deles! ". Mas, se eu perguntar para a esmagadora maioria dos brasileiros, inclusive muitos que se acham “esclarecidos”, o que sabem sobre o Irã e muito provavelmente o nível das respostas será o mesmo “Você não pode ser brasileiro, pois não é negro”. 

  Aos poucos fui percebendo que as pessoas não conhecem o Brasil. Assim como a maioria das pessoas não conhece o mundo. Um iraniano médio é tão ignorante em relação ao Brasil, assim como um brasileiro médio é em relação ao Irã. No desconhecimento que reina entre os povos, o Brasil é associado com futebol. É o nosso cartão de visita. Foi preciso tempo e amadurecimento, e muitos contatos com diversos povos, para perceber que isso não é necessariamente ruim. Sermos conhecidos pelo futebol, e indiretamente pela alegria, em nenhum momento é impeditivo de que possamos construir bons aviões e termos relações comerciais produtivas com muitos países, por exemplo.  Sermos conhecidos pelo futebol não quer dizer que a vida do Brasil deve orbitar apenas em torno desse esporte e que este tema deve sobrepujar temas mais importantes como saúde e segurança. Não, não há qualquer relação de causa e consequência. 

  Para quem viaja por certos lugares, o futebol é uma maneira de tirar sorrisos de crianças e se aproximar de pessoas. Sorte minha que posso fazer isso pelo simples fato de ser brasileiro. Entretanto, até isso aos poucos vai morrendo. Esse é um dos resultados do 7x1. Nada de grandiloquente como a melhora dos nossos dirigentes, a modernização do nosso calendário, etc. Não, apenas vamos nos tornando secundários em algo que já fomos referência. Se a tendência continuar, quando se falar Brasil na Mongólia, apenas provocará uma cara de paisagem, nada mais do que isso.

  Logo, um eventual insucesso do evento Rio 2016, apenas provocará mais imagem negativa do país no exterior, algo difícil de se recuperar, e uma sensação de que somos incapazes enquanto povo. Não irá tornar um presidente em exercício ilegítimo em legítimo, não tornará um déficit primário em superávit, não apagará as falcatruas e desmandos do partido que estava no poder há mais de 10 anos, não trará mais saneamento básico (um problema que vem de dezenas e dezenas de anos) para a população e não ajudará que boa parte dos congressistas consiga se expressar usando o idioma de forma coerente.  Estes são problemas que não guardam correlação com a organização de um evento esportivo e muito menos com a performance de atletas amadores em esportes pouco conhecidos e sem nenhum destaque em nossa sociedade. 

  Portanto, tenha a opinião que tiver sobre o Brasil e suas mazelas, não acredite que há qualquer causalidade entre fracasso e humilhação pública, principalmente no caso dos jogos, e melhora do nosso país. Não há , e é bem possível que o efeito seja contrário.  Quer a melhora do seu país? Pense criticamente sobre uma frase como “Somos todos Moro”, se você o fizer verá que é essa uma das muitas razões para o aumento, apesar da depressão econômica, para a elite do funcionalismo. O salário da minha carreira vai para mais de 30 mil. Não consegue ver a relação? Então está faltando reflexão e compreensão de como funciona o nosso país.

  Quer melhorar o seu país? Reflita se nas relações básicas do seu dia a dia você trata os outros com cordialidade e respeito, independente de sua posição e status financeiro. Há inúmeras reflexões, ações e ideias para serem feitas sobre o nosso país e seus problemas, torcer pela humilhação pública do Brasil não é a forma mais sensata e inteligente .

Paraíso? Difícil é explicar num lugar desses o que é surfe para uma família de Nômades.


  Grande abraço a todos!

39 comentários:

  1. Caro blinking Soul,

    Essa questão da imagem negativa no exterior é apenas uma consequência lógica do estado civilizatório lastimável que temos neste pedaço de terra considerado pela ONU uma nação. Um 'fracasso' das olímpiadas é apenas a confirmação de um fato; O sucesso, apenas ama anomalia. As olímpiadas não mudarão nada, apenas podem aumentar a fantasia e o ufanismo dos que se iludem e esperam soluções milagrosas caídas do céu. Torcer pela humilhação pública do Brasil não é a forma mais sensata e inteligente de mudar algo, eu concordo. É apenas uma válvula de escape para as frustrações dos impotentes.

    Foi interesante a sua citação sobre o aumento do funcionalismo público, especialmente do judiciário. Isto mostra como a sociedade é claramente dividida em um sistema de castas e de como a democracia aqui é uma farça para que o povo ignorante trabalhe mais feliz pensando que tem algo quando na verdade nem liberdade têm. Você se envergonha desse sistema de castas Soul? Você se envergonha dos seus colegas?


    Ps: Se nas suas andanças pela Mongólia você encontar pequenos seres mágicos que vivem em tocas nas planícies, mande um abraço para eles! Há muito tempo não os vejo e estou com saudade.

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    1. Olá, colega.
      Claro, é um válvula de escape. Há boas válvulas de escape, como surfar quando se está estressado, e outras não muito sábias, como usar drogas para fugir dos problemas.
      Não creio que o ufanismo irá aumentar em caso de eventual sucesso, há muito tempo que o Brasileiro não se orgulha de muita coisa do país e com fortes doses de razão. Fico contente que mais uma vez você concorda com o texto, já que é um dos leitores mais assíduos do espaço.

      A farça (sic) da democracia brasileira é um assunto interessante. Depende de como conceituamos democracia. Evidentemente, um Estado Democrático forte não se faz apenas com eleições populares sem vícios. Assim sendo, estamos muito distantes de nações consolidadas, se um dia chegaremos lá é algo que apenas a próxima geração poderá responder. Entretanto, não creio que isso seja suficiente para dizer que a democracia no Brasil é uma farsa.

      Há muitas coisas que acontecem no Brasil que causam vergonha, o abismo salarial dentro do próprio serviço público talvez possa ser um deles. Não são todos Moro? Não são todos favoráveis ao MP cada vez mais poderoso? A consequência direta é que esses setores do serviço púbico terão cada vez mais e mais poder de barganha para benefício próprio, e isso automaticamente reflete em outras áreas estratégias do serviço público. Se você tem essa consciência, parabéns está um passo a frente de muitas pessoas.

      obs: pode deixar, que é bem possível que eu encontre mesmo.

      Abs

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    2. Caro wise Soul, me desculpe pela "farça". Estava um tanto emocionado quando escrevi, algo muito raro. Realmente, esse oba-oba de "todos somos Moro" e coisas similares demonstra a debilidade das pessoas enquanto cidadãos. Essa eterna procura por heróis é um dos piores ranços que existem por aqui, e só serve para alimentar aproveitadores de todos os tipos.

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  2. Você tocou nuns três temas diferentes num só post.
    Com relação aos estrangeiros terem uma imagaem rasa e muitas caricata do Brasil, fato que as vezes incomoda os brasileiros, penso que na maior parte do mundo é assim.
    A maioria do povo brasileiro mal conhece o Brasil, tem visões rasas e caracatas de outras cidades, estados e de seus respectivos moradores, visões essa que muitas vezes chegam a ser ridículas.
    Se de modo geral o brasileiro não conhece o Brasil, não de deveria ter tanta estranheza quando um estrangeiro demonstra ignorância sobre nós e o Brasil.
    Com relação ao esporte, mais especificamente o futebol (no caso do Brasil) servir como um embaixador do país, já lí relatos de outras pessoas parecidos com o que você citou.
    O esporte nos mostra para o mundo, mas essa mostra é limitada. Nem todo brasileiro gosta de samba e futebol, como nem todo argentino de tango, entre outros. O esporte é só pra chamar a atenção, pra conhecer mais é preciso pesuisar ou visitar o local que desperta seu interesse.
    O Brasil apesar de seus problemas é um grande país, não apenas um país grande, temos potencialidades em diversas areas (coisa para poucos)e isso deve ser valorizado. Primeiramente pelos próprios brasileiros.

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    1. Olá, colega.
      Estou de acordo com seus dois primeiros parágrafos, e foi isso que tentei passar com o texto. Porém, para além dessa constatação mais evidente, o fato é que o Brasileiro ou o Brasil é conhecido por algumas caricaturas (como macacos andando nas cidades, como retratado por um episódio de Simpsons) e por algumas coisas verdadeiras (como futebol e samba).

      Também concordo com seu terceiro parágrafo. Evidentemente, um país é maior do que um esporte ou uma dança. Se refletirmos um pouco mais profundamente, nossa visão sobre a realidade sempre será limitada. Nós só conseguimos ver um espectro muito pequeno da radiação eletromagnética, assim o que "vemos" no universo é apenas uma fração dele. Entretanto, com esforço e dedicação, como destacado por você, podemos ampliar nossa visão sobre uma cidade, um país ou sobre o universo.
      Eu também não gosto de samba. Não gosto mais tanto assim de futebol hoje em dia. Minha companheira não suporta futebol e não gosta de samba. Isso, entretanto, não é impedimento para que nós reconhecermos que tanto o futebol e o samba possuem um papel importante na identificação do nosso país no mundo e que isso não é necessariamente um mal em si.

      Por fim, concordo mais uma vez. O único problema que frusta muitas pessoas é que toda essa potencialidade parece permanecer latente, fica a impressão de que há algo mais profundo que faz com que não saíamos da mesmice.

      Abraço!

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  3. Grande Soul ...

    concordo contigo. Agora que já nos roubaram mesmo ..que tudo dê certo .. mas . .muita calma nessa hora .. uma coisa é torcer contra. .outra coisa é esperar por milagres ..

    por ex... construções feitas pela odebrecht? rs... sabe que a qualidade não estaria aquelas coisas né ... etc....

    Mas espero q dê tudo certo... na medida do que for possível ... e q os atletas consigam ir bem pq tb nao tem culpa...

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    1. Olá, Rodolfo.
      Como numa situação onde uma construtora que coloca dinheiro na conta de vários políticos e partidos ao mesmo tempo e depois se relaciona com o poder público pode sair algo de bom?
      Evidentemente, que a promiscuidade é total e vai continuar, talvez por meios mais elaborados.
      Solução? Bem simples e não necessitamos de arroubos histriônicos como muitos gostam de fazer.
      Basta, como no Japão, de proibir uma empresa que doa dinheiro para partidos políticos de contratar com o poder público. No Japão, se não me engano, houve um baita problema pois uma empresa tinha doado para a campanha do primeiro ministro a quantia de R$11 mil reais (sim, você não leu errado) de uma forma indireta. Não havia qualquer acusação de corrupção, mas o simples fato que é inadmissível, para padrões japoneses, de que uma empresa que de alguma maneira coloque dinheiro no sistema político, venha de alguma forma se beneficiar de contratos feitos com entes públicos.

      Na última campanha para presidente, as construtoras colocaram dinheiro em TODOS os principais candidatos: Marina, Aécio e Dilma. Se isso não é sinal da falência do sistema, eu não sei mais o que poderia ser.

      No mais, concordo com suas ponderações.

      Abraço!

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    2. Eu tinha ouvido uma notícia desse tipo na CBN, acho que no ano passado (ou no início desse ano?). Pelo que me lembro, o cara tinha renunciado ao cargo ou se declarado impedido para o negócio que ele estava tratando. Outro mundo!

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  4. Caro colega,

    Acho que é um equívoco pensar que o brasileiro torce pelo insucesso dos jogos.
    Na verdade, de uma maneira geral, o brasileiro não está nem perdendo o seu tempo fazendo isso. Ele simplesmente está ignorando o evento, simples assim.
    E isso é facilmente comprovado com o esvaziamento do público nos jogos.
    Ao meu ver, essa é uma forma inteligente de protesto e prova que a população está ficando um pouco mais esperta do que se pensa.

    Viva as redes sociais!

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    1. Olá, colega.
      Esta é uma hipótese factível. Como não estou aí não posso saber o "clima". Se esta é uma forma de protesto, também concordo que é muito mais inteligente e eficaz.
      Abs

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    2. Isso é uma baita de uma mentira. Moro ao lado das competições, inclusive fui e vou a várias delas e o que eu vejo é muitos brasileiros apoiando e dando suporte, tanto aos atletas, quanto aos jogos. O problema de assentos vazios é algo que se repete há muito tempo nas Olímpiadas e não está sendo exclusividade do Brasil.

      As cadeiras vazias são culpa única e exclusivamente do COI. O COI destina cerca de 20%, senão me engano, dos ingressos para os comitês nacionais. Então o que as pessoas que ganham esses ingressos fazem? Vão aos esportes de sua preferência e tentam vender o restante. Senão conseguir vender? Não tem problema, o que vier é lucro, já que não pagaram pelo mesmo.

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    3. "Isso é uma baita de uma mentira. Moro ao lado das competições, inclusive fui e vou a várias delas e o que eu vejo é muitos brasileiros apoiando e dando suporte, tanto aos atletas, quanto aos jogos".
      Quer dizer que a cidade do Rio de Janeiro agora é espelho do que acontece em todo o Brasil, "ótimo argumento".
      "O problema de assentos vazios é algo que se repete há muito tempo nas Olimpíadas e não está sendo exclusividade do Brasil."
      E o que isso significa, esperteza?
      "As cadeiras vazias são culpa única e exclusivamente do COI. O COI destina cerca de 20%, senão me engano, dos ingressos para os comitês nacionais. Então o que as pessoas que ganham esses ingressos fazem? Vão aos esportes de sua preferência e tentam vender o restante. Senão conseguir vender? Não tem problema, o que vier é lucro, já que não pagaram pelo mesmo."
      Você mesmo diz que as pessoas que recebem os ingressos de graça não conseguem revendê-los mesmo por um preço muito mais baixo. Nossa, que demanda louca é essa então?
      Você imagina se isso acontecesse num show do Coldplay?
      Não só essas pessoas teriam vendido todos os ingressos recebidos de graça como provavelmente conseguiriam vender acima do preço estabelecido pela organização.

      Como faz falta pessoas que usem da razão e da lógica nesse pais.


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  5. Eu não torço nem contra nem a favor do sucesso brasileiro. Eu realmente desisti do Brasil.
    Eu sou servidor público, não ganho 30 mil, mas ganho um bom salário.
    Eu sou educado, cortês, não furo fila, tento tratar todo mundo bem, independente de condição social.
    Tento ser o melhor que posso, mesmo vivendo em meio ao caos que é esse país. Eu não acompanho mais a um bom tempo o noticiário político e vou anular meu voto nas próximas eleições. Estou acompanhando as olimpíadas por que gosto de esportes e já acompanho de qualquer forma. Mas se o Brasil irá bem ou mal não me interessa.

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    1. Olá, colega. Veja, não entendi se o sucesso na sua primeira linha está relacionado aos jogos ou ao país como um todo. Se for em relação ao Brasil, eu sempre torcerei pelo seu sucesso, pois isso irá significar que a vida de milhões de pessoas irá melhorar. Assim como eu torço para o sucesso da Somália enquanto país ou dos EUA. Em relação a isso, não sou indiferente.

      Também gostaria de acompanhar mais de perto, porque também gosto de ver esportes "alternativos". Entretanto, também não é algo que me modificará se o Brasil ganhar medalhas ou não. Mas se é para torcer, eu torço sim pelos atletas de modalidades mais desconhecidas. Sei como é difícil ser atleta de alto nível num esporte sem qualquer espécie de apoio.
      Entretanto, o texto foi mais na direção de uma ideia estranha de algumas pessoas que a humilhação, não nas competições pois eu realmente acredito que a competição no esporte é bem diferente da competição no comércio, mas na organização em si traria algum benefício para o país em geral e suas vidas em especial. É uma ideia estranha, por isso resolvi escrever a respeito.

      Abs

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    2. Me referi aos jogos. Eu sempre torço pelo bem da humanidade. Agora, não tenho mais esperança de que o Brasil evolua e se desenvolva. E não me refiro somente a desenvolvimento econômico, que é essencial, mas também em relação à educação e caráter do povão.
      Eu sempre torço para que as coisas melhorem. Mesmo quando o PT, que eu detesto (detesto a esquerda como um todo), estava no poder, eu torcia para que os bons projetos dessem certo.

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    3. Anonimo

      Concordo com seu texto, exceto o ponto que declara voto nulo.

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    4. O amigo aí se dizendo servidor público deveria ser o último a desisitir do Brasil e o primeiro a tentar fazer alguma coisa por ele. Se não, que faça como eu e vá embora, ou faça como o Soul que se esforça para tentar fazer uma autocrítica. Embora o Soul faça parte da casta, ao menos ele reconhece os problemas e não finge que é um predestinado que merece um salário gigantesco só por ser quem é.

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    5. Colegas,
      O Brasil é complexo. Seja pelo tamanho de seu território, seja pela diferença abissal entre as regiões, seja por um monte de coisas. A maioria dos que aqui comentam são pessoas minimamente esclarecidas a respeito de muitos assuntos, principalmente financeiros. O desgosto com o país é grande, eu sei, também me sinto assim em muitos aspectos, mesmo tendo uma vida confortável. Mas, e aqui é um grande "mas", não reconhecer as diversas virtudes que existem no Brasil é um erro. O que o Brasil vai ser daqui 50 anos é difícil de dizer, não será uma Noruega em termos de renda per capta, mas não podemos dizer que não vai ser melhor.

      Abs




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  6. Irã não é aquele lugar que nascem fanáticos que depois viram homens bomba?

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    1. Não, colega.
      Quase todos os grupos terroristas mais violentos são sunitas. O Irã é xiita. Se há um país "responsável" por esse grupos é a Arábia Saudita, não o Irã. O engraçado é que quase ninguém fala da A.Suadita, numa omissão justificável para leigos no assunto, mas não para veículos de mídia minimamente sério. Desconfio que o fato dos árabes deterem uma parcela significativa de dinheiro nos EUA (li uma notícia que ameaçaram vender quase 1 trilhão de dólares em ativos, acaso os EUA tente tornar alguma autoridade da arábia saudita ré por acusações envolvendo o 11 de setembro) seja um dos principais motivos de tanta desinformação.

      Abs

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  7. Soul,

    Respeito a sua opinião, porém, discordo dela.

    Copa do Mundo, Olimpíadas, e quaisquer outros eventos parecidos, NÃO podem ser realizados em países de terceiro mundo.

    Eu não preciso nem ressaltar o tanto de dinheiro que os políticos, os dirigentes do COI, COB, e os empreiteiros corruptos levaram e estão levando com esse evento, não é?

    Levando isso em conta, e pelo fato de eu não gostar do Brasil, estou torcendo contra o país SIM!

    Mas nem precisa... A maioria de nossos atletas são absolutamente medíocres e estão lá apenas para receber dinheiro do governo e fazer turismo.

    Não é a toa que passamos vergonha sempre que participamos dessas competições.

    GO USA!

    Abraços.

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    1. Olá, IL!
      Concordo que estes são eventos para países ricos, ou para uma China que realmente precisa se mostrar para o mundo como um país de ponta.
      Agora, não seja tão duro com nossos atletas amadores. Muitos fazem um esforço incrível para poder competir em algo tão especial como são os jogos Olímpicos. Estes deveriam ter o nosso apoio, não o nosso desprezo.
      Abraço!

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  8. Soul, muito bom texto. Mas infelizmente para quem mora no Rio de Janeiro e vê as obras inacabadas da Odebrecht, a ponte assassina do prefeito Eduardo Paes, que matou 5 pessoas, a bagunça no trânsito não dá para pensar nos estrangeiros, apenas temos muita raiva de malandros e ladrões que nos roubam e ainda querem espírito olímpico.

    Já começam também a aparecer reportagens sobres os ganhos obtidos pelos amigos dos senhores Carlos Artur Nuzman e Eduardo Paes, respectivamente, Presidente do COI e Prefeito do Rio.

    É triste que a incompetência das autoridades acabe produzindo derrotas como o 7X1. Mas não dá para ficar feliz sendo roubado.

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    1. Olá, colega. O caso específico da ciclovia que caiu no Rio foi algo que me assustou. Quando políticos começarem a ser responsabilizadas criminalmente por descalabros como estes, talvez possamos começar a ver um sinal de melhoria.

      Com certeza, não. Talvez apenas valha a pena concentrarmos-nos objetivamente nos problemas, e mirarmos nossas atenções ao que realmente importa.

      Abraço

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  9. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/08/rio-2016-confirma-que-pedra-atingiu-onibus-de-jornalistas.html

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  10. Soul, quem ganha pouco e nunca poderá viajar ao exterior, não está tãooooo preocupado com o que pensam sobre nosso país na Mongólia, no Irã....

    As pessoas que sofrem para pagar as contas e aportar um pouco que seja não estão entusiasmadas para aplaudir uma festa das empreiteiras corruptoras e das autoridades desonestas.

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    1. Olá, colega. Claro, nem foi esse o meu ponto. Quando falei desses países, foi apenas para dizer como o nosso futebol é, ou ao menos era, um cartão de visita para os lugares mais inusitados, do ponto de vista de um brasileiro.

      Um abraço!

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  11. Soul, a Odebrecht ganhou muito ouro com esta olimpíada de mau gosto.

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    1. Isso é verdade. Se duvidar, há barras de ouro bem guardaras em algum cofre subterrâneo na Suíça.

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  12. Caro Soul,

    Concordo em gênero, número e grau. Na minha opinião, as pessoas que torcem pelo incusesso dos outros são pessoas pobres de espirito. Sei disso pois infelizmente tenho um exemplo muito próximo desse tipo de pensamento.

    A população em geral vive uma vida miserável. E não digo isso em termos financeiros, mas sim em termos espirituais. As pessoas não são felizes com o que tem, não são felizes com o que fazem e não tem capacidade de agradecer pelas coisas que possuem. Isso se reflete num comportamento negativo em geral, num desejo de que as coisas deem errado para os outros. Essas pessoas vivem vidas miseráveis, e querem ver outros tão mal quanto elas.

    Eu acompanho seu blog esporadicamente, mas não é o primeiro post que me surpreendo com a maneira com que vc vê as coisas. É sempre algo positivo, feliz. Vc vive uma vida feliz e isso se reflete nos pensamentos que escreve aqui. Eu acompanhava muito um outro blogueiro famoso, mas a quantidade de negativismo e pessoas negativas na página dele me afastaram de lá. Eu acredito muito na lei da atração, e tenho certeza que quanto mais energia positiva emanarmos, mais recebemos coisas boas e vice-versa.

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    1. Olá, Igor.
      Grato pelas suas palavras e comentários. Sim, eu acho que tudo, ou pelo menos quase tudo, é um estado mental.
      Procurar se esforçar para ver o lado positivo de certas ocasiões não tão auspiciosas, não quer dizer que devemos fechar os olhos ou ser omissos com o que esteja por ventura errado. Isso é um erro que muitas pessoas cometem e as fazem terem uma postura muito negativa em relação à vida e às pessoas.
      Fico feliz que acompanhe meu blog, mesmo que esporadicamente, e espero que continue frequentando o espaço nem que seja de vez em quando.

      Um abraço!

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  13. Apesar de alguns contra tempos, acho que a olimpíada está indo bem. A abertura foi fantástica, gostei até da Anitta rs....abraço e Boa Viagem Soul...

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  14. Fala Soul! Estive no RIo pras Olimpíadas e tá tudo bem, todo mundo feliz e curtindo. Os assentos vazios é normal em qualquer olimpíadas, muita gente falta, o COI distribui muitos ingressos pras delegações e o pessoal falta. Eu fui ver o judô, estava tudo vendido pelo site mas tinha uns 65% de publico apenas. Eu mesmo faltei dois dias devido a ir pra outros lugares no Rio. Todo mundo torcendo pelos nossos atletas. Vi a medalha de ouro da Rafaela Silva no judô. Pena que na semana nublou e choveu dois dias no RJ.

    EUA e China dominando os olympics como sempre. Phelps levou muito ouro.
    Aproveite a viagem! Grande abraço!

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    1. Olá, Frugal!
      Poxa, que bacana! Aproveite a experiência única de assistir modalidades numa competição como as olimpíadas. Aproveite a sua estada no Rio!
      Abraço!

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  15. Sei que o seu blog não é de turismo, mas sugiro que você escreva um post falando do que você achou dos lugares que conheceu.
    Quem comparação que você faz desses lugares em relação ao Brasil etc.

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    1. Olá, colega. Grato pela sugestão. Pretendo escrever um ou mais livros quando voltar ao país. Há alguns artigos meus sobre diversas viagens pelo site, quando mudar de plataforma creio que será mais fácil a visualização deles.
      Abraço!

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  16. Pois é Soul, também acho que temos que receber bem e dar o melhor, se não fosse para ser assim , que o Brasil nem tivesse se candidatado como país sede do evento em 2009. Apesar de alguns acidentes pontuais , até que não estamos passando vergonha. O mais impressionante, para mim nessas olimpíadas, entre muitas coisas, é o carisma que a seleção feminina de futebol, que está fazendo mais sucesso do que a masculina, a ponto de um menininho riscar o nome de Neymar e escrever o de Marta na camisa 10 da seleção.

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    1. Olá, colega. Isso é extremamente saudável e mais um alerta para os que dirigem o futebol brasileiro. Eu vi a foto e achei bem interessante.
      Um abraço!

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