Olá, colegas. Depois de dez dias bem intensos, enfim posso descansar um pouco. Como me deu vontade de escrever, publico três artigos simultâneos com temáticas bem diversas. Caso, prezado leitor, queira conferir os outros dois artigos estes são os links: Projeto Futuro: Livro sobre Leilão de Imóveis e O Surfista-Garçom que sabia (e sabe) economizar e viver
Os últimos oito dias fiz uma viagem épica entre Osh no Quirguistão e Khorog no Tajiquistão onde atualmente me encontro. Foi simplesmente incrível, indescritível. Viajei no "Roof of the World", como é conhecida a Pamir Highway, passando por montanhas de mais de sete mil metros de altura, dezenas de lagos e passagens de quase cinco mil metros de altura. Além do mais, e esse foi um ponto muito alto de todas as minhas viagens, passei alguns dias no Wakhan Valley na divisão entre Tajiquistão e Afeganistão. Ficamos, em certas ocasiões, apenas alguns metros do temido Afeganistão, tendo presenciado inclusive helicópteros militares voando em direção a este país para efetivar operações militares. O ponto alto, entretanto, foi o povo e as pessoas que encontramos pelo caminho, quase todos Muçulmanos xiitas. Nunca tive contato com xiitas, apenas com sunitas, e foi uma belíssima experiência, pesa o fato de que são Xiitas ismanitas, um setor muito mais tolerante e com uma interpretação mais suave da religião. As crianças foram algo a parte, jogar futebol com crianças Tajiks num campo cheio de pedras grandes e com uma criança montada num burro aparecendo no meio do jogo, com montanhas de 6 mil metros de altitude no território do Afeganistão logo atrás, foi algo único. Fez-me lembrar a cena do filme "A Vida Secreta de Walter Mitty", quando ele joga futebol com sherpas no Afeganistão.
Não irei fazer um relato da viagem, será apenas imagens e algumas legendas. Espero que aproveitem a beleza desse nosso mundo mostrada nas fotos.
PRIMEIRO DIA
A beleza começa a se descortinar no primeiro Pass de mais de 4200 metros de altitude
Mount Lennin (mais de 7 mil metros de altura). Há também no Tajiquistão os montes Karl Mark e Engels. Não se esqueçam que o Tajiquistão era uma república soviética
Filho de uma adorável família local que nos chamou para tomar chá e comer pão. Era a única família no local
Uma senhora sorridente. As marcas no rosto evidenciam uma vida bem dura de alguém que não deve ter nem 50 anos
A caminho do Base Camp do Peak Lennin. É uma das montanhas na casa dos 7 mil metros mais fáceis de ser escalada. Quem sabe não volto um dia em alguma expedição para o cume?
SEGUNDO DIA
Rumo à Fronteira com o Tajiquistão. Estava nevando e muito frio. A fronteira localiza-se a 4500 metros de altitude.
Primeira visão do incrivelmente belo Karakul Lake. E pensar que um dos lugares mais lindos que já fui na vida foi o Karakul lake na China (que aliás está apenas alguns centenas de quilômetros distante)
A pequena vila de centenas de pessoas de Karakul
Nossa hospedagem. Simples, mas aconchegante. Aliás, não sei por qual motivo tantas pessoas querem luxo quando viajam, não sabem o que a simplicidade oferece de beleza quando se viaja.
O museu da cidade
Ah, as crianças....
Menina saindo do colégio
TERCEIRO DIA
Amanhecer na vila de Karakul (montanhas de seis mil metros ao fundo). O lago está localizado numa altitude de 3900 metros. No inverno, chega a fazer -40.
O local é lindo
Montanhas para todos os lados
Mais crianças quirguiz. Apesar de estarmos no Tajiquistão, está é uma região de predominância da etnia Quirguiz
Que beleza de acomodação
A pequena mesquita local
Garotinha pousando para a foto
Eu passei uns bons minutos brincando de bola com essas crianças
É preciso prosseguir com a viagem
No caminho, encontrei esse simpático ciclista. Estava pedalando desde a Grécia. Chamava-se Alessandro e era Grego, mas criado na África. Contou-me diversas histórias, inclusive de que ele tinha avistado lobos perto do seu acampamento na noite anterior
Um pass de mais de 4600 metros de altitude
Sem palavras para descrever a beleza...
O centro regional de Murgab. Algo em torno de 7 mil habitantes. Um lugar extremamente desolado e longe de quase tudo.
Garotinhas que brincaram com a gente
O leitor desse espaço talvez se lembre do monte Muztagh Ata (mais de 7500 metros de altura). Escrevi um artigo sobre ele no mês de junho, enquanto estava na China. Não é que ele é visível da vila de Murgab no Tajiquistão. Quando percebi que estava olhando o Muztagh Ata não acreditei. Depois de vários meses e milhares e milhares de quilômetros viajados, estava encarando a mesma mo intanha, mas do outro lado. Incrível!
Quando estava retornando para a Home Stay, essa lua gigante apareceu. Foi a maior lua que já vi na minha vida, e a foto não faz justiça. Ver a maior lua da minha vida nascer do lado do Muztagh Ata foi algo indescritível.
QUARTO DIA
Dia de Hiking entre dois vales, subindo um Pass de quase 5 mil metros de altitude. Se nunca andou horas e horas em alta altitude, é difícil explicar como a falta de oxigênio afeta o seu desempenho físico
O motorista apenas nos disse para seguir o rio, quando víssemos neve era para seguir à esquerda, quando chegássemos no Pass era para virar a direita. A subida foi extremamente difícil, levando a Sra. Soulsurfer quase à exaustão
Porém, enquanto subíamos, a vista era incrível
Momentos finais antes de chegarmos no Pass. O rapaz de azul é um rapaz de Malta. Um casal de Malta nos fez companhia em nossa viagem. Pessoas incríveis e sensacionais, transformaram a nossa viagem em algo muito mais divertido e prazeroso. Espero revê-los no Brasil, onde serão meus hóspedes de honra, ou em Malta
Passado o Pass, o outro vale se descortinou. A descida não foi nada fácil, pois havia muitas rochas soltas. O hiking foi de 19km, e isso é muito para um dia, levando-se em conta a alta altitude. Foram quase 9 horas andando.
Estes foram apenas os quatro primeiros dias, os últimos quatro foram ainda mais sensacionais. Num próximo artigo, trago imagens da segunda parte da aventura.
Um grande abraço a todos!
Fantásticas fotos, Soul!
ResponderExcluirE achei interessante os rostos vermelhos das pessoas, bem diferente e demonstra certa saúde (embora as condições de vida não sejam abastadas, principalmente em acesso à saúde hospitalar).
Muito interessante sua jornada.
Abraço e boa sorte nos projetos!
Olá, colega.
ExcluirRealmente, esses últimos 10 dias foram incríveis.
Olha, as pessoas tem que ser fortes. Imagina viver num local desolado que pode fazer -60 graus no inverno (nós passamos numa vila dessa no quinto dia)? Eles são pobres, tem pouco capital acumulado, mas são muito fortes. Imagina no Afeganistão que é mais montanhoso ainda. Quando você olha o Afeganistão, apenas um comentário veio na minha cabeça "é impossível ganhar uma guerra aqui". Potência após potência parece que se esquecem disso.
Obrigado pelas palavras! Um abraço também!
Condições que chegam a ser extremas. Mas me parece que o povo é feliz, que vivem com calma (aquela coisa de que o tempo "demora" a passar num lugar distante de indicadores de tempo, como as metrópoles, que os têm). Uma vida próxima à natureza, em família e com simplicidade.
ExcluirEspero um dia, aliás, vou projetar uma jornada dessas, talvez não tão longa, mas um mochilão que passe por esses países da Ásia. Talvez quem saiba isso seja uma comemoração pela futura e almejada IF? =)
Até a próxima postagem e mais uma vez um abraço e uma boa viagem!
Show de bola essa viagem, e essas fotos.
ResponderExcluirQual era a alimentação nesse local tão distante Soul? Tinha frutas e verduras? Abraço!
Olá, Frugal!
ExcluirA alimentação me surpreendeu positivamente. Estava esperando algo como o que eu encontrei em regiões mais remotas da Mongólia (muita carne, acompanhado de mais carne), mas até que comemos alguns vegetais, pães, massa, e carne. Frutas compramos antes de sair de Osh (uma cidade de 3000 mil anos e 300 mil habitantes). Como a viagem foi de menos de 10 dias, maças, que são deliciosas nessa região do mundo, conseguiram durar.
Abraço!
Boas,
ResponderExcluirNossaaa que viagem. Fala sério. Muito bom. Recentemente fui "picado" por esse bichinho da viagem hahaha
Abraço :D