Olá, colegas. Talvez o artigo fique um pouco mais longo ou não. Falarei sobre alguns tópicos de
investimento de forma geral.
1 – NÃO HÁ VANTAGEM TRIBUTÁRIA DE NÃO PAGAR
IMPOSTO DE RENDA SOBRE DIVIDENDOS E ALUGUÉIS DE FII NO BRASIL. SERÁ MESMO?
Essa é uma das
frases que vejo repetida em alguns lugares, inclusive meu bom amigo Frugal
gosta de dizê-la quando está nervoso com o Estado Brasileiro. O raciocínio é o
seguinte: O Brasil tributa o lucro e o faturamento da empresa, fazendo que a
rentabilidade da empresa diminua. Logo a isenção tributária sobre dividendos
nada mais é do que uma maneira “esperta” do governo dar a impressão de que está
dando alguma facilidade tributária, quando na verdade isso não existe.
Primeiramente,
é bom esclarecer que a isenção de imposto de renda sobre dividendos, é o que o
termo técnico diz: uma isenção. Não é um caso de imunidade ou não incidência
por exemplo. Trocando em miúdos é uma “liberalidade” do governo não tributar a
renda de dividendos distribuídos. Tanto é assim que essa isenção vem de 1995,
instituída pela Lei 9.249:
Art. 10. Os lucros ou
dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de
janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do
imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda
do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no exterior.
Parágrafo único. No caso de quotas ou ações distribuídas em
decorrência de aumento de capital por incorporação de lucros apurados a partir
do mês de janeiro de 1996, ou de reservas constituídas com esses lucros, o
custo de aquisição será igual à parcela do lucro ou reserva capitalizado, que
corresponder ao sócio ou acionista
Portanto, essa
isenção não é um “direito adquirido” gravado em nossa constituição, é apenas
uma opção legislativa. Antes dessa lei, os dividendos distribuídos eram
tributados como qualquer rendimento.
Em segundo
lugar, nos países que tributam a distribuição de
rendimentos para os acionistas, há a tributação sobre o lucro empresarial. Não existe isso, fora exceções
estabelecidas nas legislações de cada país, de lucro empresarial não ser tributado.
Eu creio que é uma espécie de bi-tributação, mas isso não impede que a
esmagadora maioria dos países desenvolvidos, ou não, taxem o lucro já taxado a
nível empresarial quando da distribuição aos acionistas.
A taxação máxima no
Brasil sobre o Lucro é da ordem de 34% (contanto Imposto de
Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Se compararmos com a tributação de países desenvolvidos, pode-se dizer que a tributação brasileira é alta. Porém, quando se diz que a tributação sobre o lucro empresarial no Brasil é alta, quase sempre não há a referência de que no Brasil existe
um instituto jurídico chamado Juros sobre Capital Próprio. Os Juros Sobre o Capital Próprio faz com que a
alíquota real que as empresas brasileiras pagam de Imposto de Renda sobre o
lucro cair significativamente.
Ainda outra
diferença. Em alguns países, há taxação sobre a renda em nível subnacional. Os EUA são o maior exemplo disso. Estados
também tributam a renda, o Estado da Califórnia é um deles. Portanto, nos EUA
há potencialmente quatro níveis de tributação antes do lucro empresarial chegar
na conta do investidor: 1) Tributação do lucro corporativo a nível federal; 2)
Tributação do lucro corporativo a nível estadual; 3) Tributação do lucro
distribuído ao acionista a nível federal e 4) Tributação do lucro distribuído
ao acionista a nível estadual.
Essa cascata
de tributos sobre os rendimentos, é um dos motivos do conselho adotado por
quase todos planejadores financeiros americanos de somente recomendar ativos que
pagam muitos dividendos em relação ao lucro gerado (que é o caso de REITs) em
contas onde há o deferimento do pagamento do imposto de renda Nenhum analista minimamente consciente irá falar
que um REIT deve ser mantido numa conta que não é Tax-Deferred, pois isso é
simplesmente queimar dinheiro.
O tema é tão
sensível que muitos blogueiros americanos usam o termo GeoArbitrage para fugir
da taxação do imposto de renda estadual, mudando muitas vezes de Estado, após a
Independência Financeira, apenas para poder ter mais renda disponível.No Brasil,
ainda bem, não existe nada disso.
Antes de chegar ao fim dessa seção é necessário tratar da diferença entre tributos diretos e indiretos. A definição que qualquer aluno de uma faculdade de direito tem em suas primeiras aulas de direito tributário é que o tributo indireto é aquele que pode ser passado para outra pessoa pagar. É exatamente isso que os empresários brasileiros fazem com a alta tributação incidente sobre o faturamento.
Antes de chegar ao fim dessa seção é necessário tratar da diferença entre tributos diretos e indiretos. A definição que qualquer aluno de uma faculdade de direito tem em suas primeiras aulas de direito tributário é que o tributo indireto é aquele que pode ser passado para outra pessoa pagar. É exatamente isso que os empresários brasileiros fazem com a alta tributação incidente sobre o faturamento.
É por isso que
a carga tributária do Brasil tende a ser regressiva (quando a nossa
Constituição diz que deve ser exatamente o contrário), quando em qualquer país
mais desenvolvido a tributação tende a ser progressiva. É exatamente por esse
motivo que a tributação no país é extremamente injusta e penaliza os mais
pobres. Esse tema não é nem mesmo novo
aqui no blog, há um artigo apenas sobre isso A Inevitável Tributação Sobre a Sua Renda . Naquela época (há meros dois anos ), pensava que os conflitos sobre distribuição orçamentária
aconteceriam apenas em 8-10 anos, estava enganado, e a crise fiscal brasileira
se tornou muito mais profunda numa velocidade impressionante.
Qualquer
tributo sobre o faturamento de uma empresa é pago pelos consumidores, são
tributos indiretos que são repassados pela empresa a quem irá consumir o
produto ou serviço. Isso torna o Brasil
menos competitivo em termos internacionais? Sem sobra de dúvidas. Isso faz com
que nossos produtos sejam mais caros, em alguns casos bem mais caros, do que em
outros países? Evidentemente. Isso faz com que nossas empresas sejam menos
produtivas? Sim. Faz com que em tempos de crise a empresa tenha dificuldades de
passar todos os custos tributários para os consumidores apertando as margens?
Também.
É por isso que a reforma tributária
é tão essencial para o país. Num mundo idealizado, essa tributação simplesmente
é abaixada sensivelmente, e fica por isso mesmo. No mundo real onde pessoas
precisam fazer decisões políticas, esse não é um cenário realista, e a
tributação sobre faturamento precisa migrar para algum lugar, o único lugar
possível é para a tributação direta.
O que é
provável que aconteça no país? Um simples aumento da tributação direta, sem a
correspondente diminuição sobre a tributação indireta. Porém, voltemos ao caso
da tributação sobre os rendimentos distribuídos.
Por causa da vantagem tributária nos Juros Sobre Capital Próprio, a
alíquota efetiva que as empresas pagam de imposto sobre o lucro, ao menos as empresas
maiores que são tributadas pelo lucro real, é compatível com os números
internacionais. Além do mais, a tributação sobre o faturamento é passada para
os consumidores, o que faz com que a carga tributária seja regressiva e os
produtos mais caros no país, isso tudo faz com que a não tributação sobre os
dividendos no Brasil seja muito favorável para aqueles que investem em ações,
ou de alguma maneira são beneficiados por essa isenção.
Se para
explicar a vantagem tributária dos dividendos, foi necessária certa digressão
por alguns conceitos, a vantagem tributária de instrumentos de renda fixa e de
Fundos Imobiliários então é absurdamente evidente.
Se alguém como pessoa física aluga imóveis e
recebe R$ 150.000,00 por ano, ela será tributada em 27.5% em boa parte dos
rendimentos. Se essa mesma pessoa recebesse R$ 150.000,00 via investimento em
fundos imobiliários ela simplesmente não é tributada. Isso é uma vantagem
tributária enorme em favor dos FII. Assim, alguém pode receber R$ 5.000.000,00 anuais
em rendimentos de FII e não pagar nenhum Imposto sobre isso, e o Sr. João que
possui casas alugadas e recebe R$ 50.000,00 anuais pagar Imposto de Renda.
Evidentemente, há uma distorção, e uma vantagem tributária clara.
Além disso, o
Brasil possui inúmeras isenções sobre o Imposto de Renda referente a uma série
de instrumentos de dívidas. Juros no exterior geralmente são taxados nas
alíquotas mais altas de imposto de renda. Existir instrumentos de dívida que
são isentos do pagamento de imposto de renda sobre a distribuição é uma típica “Jabuticada”
brasileira.
2 - ETFs – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Creio que
quando se fala de Exchange Trade Funds, às vezes alguns conceitos fundamentais
não são bem compreendidos. Um ETF nada
mais é do que um fundo. Um fundo de investimento possui um gestor e um
objetivo. Como no meu artigo anterior ao
falar sobre ETFs de acumulação, eu dei o exemplo de um ETF que tenta
simplesmente seguir o retorno de um mercado.
ETFs que
tentam seguir o mercado (ou fundos de índices que não são ETF mas agem da mesma
maneira) foi a invenção mais poderosa, libertadora e lucrativa para os
investidores amadores. É por isso que em minha opinião se você administra menos
de 8 dígitos (caso de 99.9% dos investidores), e pretende investir no
exterior (tendência que vem aumentando), Bogle um dos primeiros que falou em
indexação é muitas vezes mais importante do que W.Buffett.
As pessoas são
atraídas por histórias de glórias e riquezas. Assim, é natural que um
investidor como o W.B. seja tão importante no imaginário dos investidores. Uma estratégia que diz que o investidor
amador deveria se contentar com os retornos do mercado, que no longo prazo essa
estratégia muito provavelmente trará retornos razoáveis e que os objetivos
financeiros serão provavelmente alcançados, não é tão “sexy”. Na verdade, ela é
“sem graça”, chata mesmo. E por acaso histórias chatas são sedutoras no
imaginário popular tanto como histórias de sucesso retumbante (mesmo que esse
sucesso possa ser fruto apenas de desvio estatístico, ou de uma habilidade
muito superior em relação à média, ou que faz ser basicamente não-replicável para a maioria)?
Como diz o meu
outro grande amigo blogueiro Viver de Renda, basta uma simples pesquisada para constatar
que existem dezenas (talvez centenas) de estudos mostrando que a esmagadora
maioria de investidores profissionais simplesmente perde para uma estratégia de
indexação a algum índice representativo do mercado. Estou falando de investidores profissionais,
não investidores amadores que fazem isso cumulando com outra tarefa produtiva e
muitas vezes nem tendo acesso a plataforma de dados e capacidade computacional
que investidores institucionais possuem.
Com uma
estratégia simples, que pode ser executada de maneira simples e automática, um
investidor pode ter exposição a milhares de empresas a baixíssimo custo, e ter
o retorno que o mundo empresarial produtivo oferecer. Poderá liberar tempo para
surfar, estudar outros ramos do conhecimento humano, ganhar mais dinheiro em
sua atividade produtiva, cuidar melhor do seu corpo, etc, etc. Assim, a
indexação é algo libertador, e John Bogle é um homem que ajudou a vida de milhões
e milhões de pessoas. A estratégia é chata, sem glamour, mas ela é eficiente em
vários aspectos.
Há
inúmeras maneiras de se construir um ETF. O ETF pode ser Capitalization-Weighted.
Isso nada mais é do que, se for um ETF acionário, de dar mais peso às empresas que os investidores como um todo acham que são mais valiosas. Os índices acionários costumam ser cap-weighted.
Isso quer dizer que se a Apple vale 3%
do valor de mercado de todas as empresas do S&P500, um ETF que tenta
indexar o índice S&P500 vai ter 3% de ações da Apple.
Quem talvez já
tenha lido um pouco mais, vai saber que qualquer índice cap-weighted usa, mesmo
que não seja explícito, uma estratégia de momentum. Isso é bem discutido nos
Podcasts do Meb Faber. Como o fator Momentum, ao menos nos dados históricos,
possui um retorno maior até mesmo do que o Market Beta (que seria o Equity
Premium – é o fator com o maior retorno, mais do que valor, tamanho, qualidade
e lucratividade), isso pode ser algo que impulsione os investidores em ETFs cap-weighted.
Porém, ETFs
não precisam ser cap-weighted, eles podem ser equal- weighted. Isso quer dizer
que num ETF equal-weighted das quinhentas maiores empresas dos EUA, mesmo que a
Apple corresponda a 3% do valor de mercado, o ETF terá apenas 0.2% de ações
dessa empresa (já que cada uma das 500 ações terá o mesmo peso, por isso chama-se
equal). Isso é uma estratégia ativa. Isso é dizer que o mercado está errado ao
avaliar a Apple em 3% do valor de mercado, um erro não trivial, pois significa dizer que milhões de investidores e centenas de bilhões de dólares estão alocados de maneira equivocada por um fator de 15 (a diferença entre 3% para 0.2%). É uma estratégia que pode ou não dar
certo, as pesquisas mostram que para a esmagadora maioria dos investidores essa forma de atuar no mercado não gera qualquer alpha (excesso em retorno), pelo contrário.
ETFs podem ser
alavancados e short ao mesmo tempo. Isso quer dizer eles sobem de valor se o mercado cair e
vice-versa, e a magnitude do ganho (perda) será potencializada pelo grau de
alavancagem. Existe isso Soul? Claro que existe, em mercados desenvolvidos
existe de quase tudo. Porém, a forma mais tradicional e segura de se expor ao mercado acionário, ou a de outros ativos, via ETFs é comprar aqueles que seguem uma metodologia de seguir índices cap-weighted.
A diversidade
que um ETF, ou fundo de índice, pode fornecer é gigantesca. Com três fundos (e
essa é uma estratégia usada por vários investidores lá fora) é possível ter
exposição a todo o mercado acionário global e de BONDs americanos, por exemplo. Com a
simples compra de três ETFs pode-se ter a diversificação de milhares de
empresas e centenas (milhares) de papéis de dívida.
Para quem quer
comprar ETFs sediados na Irlanda que não pagam dividendos, um ETF como o IWDA
cumulado com o EIMI dá a exposição ao investidor em mais de três mil empresas
ao redor do mundo. É isso que você leu, três mil empresas.
Mas, os ETFs
não podem cair de preço? E como fica quando muitos investidores querem sair do
fundo, isso não impacta o preço das cotas e das ações subjacentes? Eu li um
comentário nesse sentido.
Colegas, tudo
pode cair de preço nessa vida, um fundo que indexa um índice de capitalização
de mercado vai cair de preço se os ativos subjacentes desvalorizarem. Assim
como o patrimônio de alguém que possui 20 ações irá diminuir se essas ações
caírem de preço. Isso é quase que uma lógica circular.
ETFs não são
fundos de investimento como um fundo de investimento em ações da Petrobras, por
exemplo. Não há a necessidade do gestor de um fundo de ETF vender ações no
mercado para poder fazer frente aos pedidos de resgate. Aliás, um investidor que não possua dezenas ou centenas de milhões de dólares não será nem mesmo autorizado a fazer resgates de cotas de ETF.
Como explicado
no meu artigo anterior, ETFs possuem NAV. Se há uma demanda muito forte para a
venda de ETFs, por exemplo, o valor de mercado do ETF pode se dissociar do NAV. Quando isso
ocorre, ao menos em mercados líquidos, os agentes autorizados entram em cena no
mecanismo de criação e resgate de cotas de ETF. Não saber como os agentes
autorizados criam e resgatam quotas de ETF e como isso faz com que preço da
quota do ETF fique em linha com o NAV do fundo (que nada mais é do que o preço
das ações negociadas) é desconhecer o básico sobre ETFs.
Ainda irei
escrever sobre o tema, mas agentes autorizados (que nada mais são do que
arbitradores profissionais) fazem com que o preço da cota do ETF não se
distancie do NAV, e isso não tem nenhum custo para os investidores no ETF em
si.
3 - DIVIDENDOS NO BRASIL SIM, NO
EXTERIOR É UMA PÉSSIMA IDEIA PARA BRASILEIROS
Como há uma
vantagem tributária evidente para os acionistas na distribuição de dividendos
no Brasil, é claro que uma estratégia focada em dividendos no Brasil pode ser
uma ótima forma de investimento.
Porém, no
exterior não é assim. Como há pesada tributação de dividendos quase todos (talvez todos) analistas sérios dizem para investidores americanos
(no caso dos investidores locais) não possuírem instrumentos que distribuem
muito dividendo em contas que não posterguem o pagamento de imposto. A razão é
clara: a mordida do imposto possui um impacto enorme na rentabilidade acumulada
ao longo dos anos.
Esse é o caso
de investidores brasileiros em ativos americanos. O imposto é de 30% (e se for
um fundo ou ativos que possuem renda internacional, a alíquota real pode chegar
a quase 40% para o investidor brasileiro). Ou seja, não faz sentido do ponto de
vista da racionalidade tributária possuir ativos sediados nos EUA que paguem
altos dividendos sendo um não-residente americano.
Se alguém quer
se aprofundar sobre o tema, sugiro a leitura desse Paper e desse artigo Irrelevance Of Dividends.
Não é por
outro motivo que o W.Buffett não distribui dividendos na empresa que ele
comanda, pois é simplesmente uma atitude que não é tributariamente eficiente.
Não é por outro motivo também que as empresas americanas aumentaram nos últimos
10-15 anos o nível de recompra de ações (chamadas de BuyBacks), pois é
tributariamente muito mais eficiente e inteligente aplicar , em benefício dos
investidores, o lucro corporativo em forma de recompra de ações do que
simplesmente distribuir para os acionistas. Apenas por curiosidade, há diversos ETFs que focam em empresas que realizam buybacks em intensidades maiores do que o mercado como um todo.
Como o
tratamento de dividendos é favorecido no Brasil, não dá para entender porque os
ETFs pátrios não distribuem dividendos.
Aqui, uma estratégia deveria ser o contrário de uma estratégia do
exterior, ETFs de distribuição seriam muito mais eficazes do ponto de vista
tributário do que ETFs de acumulação, como é o caso dos ETFs brasileiros.
O artigo ficou realmente muito grande, e vou
parando por aqui.
Um abraço a
todos!
Ótimo texto. Fiquei bastante abismado com a falta de conhecimento e correspondência com a realidade que li em outro blog sobre etf, principalmente nos comentários.
ResponderExcluirOlá, colega.
ExcluirGrato.
Abs
Olá, Soul Surfer!
ResponderExcluirSobre a carga tributária nos investimentos no Brasil, concordo com o que você disse. Ao começar a pesquisar sobre investimentos no exterior me dei conta das vantagens tributárias de se investir em renda variável aqui. Então o que causa espanto é pensar porque poucas pessoas o fazem.
Sobre a carga tributária das empresas, eu só posso dizer : empreenda e depois me conte... Olha, a vida de pequeno e médio empresário não é fácil no Brasil. Todo dia aparece uma nova taxa para pagar e não pense que dá para ir repassando para o consumidor. Comecei a empreender aos 21 anos, não me arrependo, mas se estivesse começando hoje, escolheria outro caminho. Se as coisas não mudarem, ainda verei o dia em que ninguém mais vai ter coragem de abrir uma empresa no país e de empregar alguém. Só teremos as grandes empresas que existem em simbiose com o governo da ocasião.
Vejo tanta gente esclarecida mostrando que se taxa pouco a renda no Brasil, e se esquecendo de como se taxa o consumo, que não vai demorar para termos ambas: alta taxação de renda e de consumo. E já reparou que mesmo com essa realidade o brasileiro continua a ser muito consumista e a não guardar dinheiro? Imagina se a taxação fosse alta para renda e baixa para o consumo.
Abraços
Olá, colega.
ExcluirQue vivemos num manicômio tributário é inegável. Contudo, a maior dificuldade tende a ser para empresas médias. As pequenas empresas no Brasil possuem um tratamento tributário muitas vezes não tão deletério. Até mesmo pessoas sérias como o Mansueto Almeida muitas vezes se posicionavam de certa medida contra o Simples Nacional, que é uma renúncia fiscal que não se sustentava na comparação com padrões internacionais: https://mansueto.wordpress.com/2015/09/03/o-simples-complexo/
Agora, o sistema tributário brasileiro é complexo, e isso precisa mudar. Como você bem disse na sua experiência de empreendedor que era sempre "uma nova taxa para pagar". Uma reforma tributária serviria exatamente para isso.
"Vejo tanta gente esclarecida mostrando que se taxa pouco a renda no Brasil, e se esquecendo de como se taxa o consumo, que não vai demorar para termos ambas: alta taxação de renda e de consumo. E já reparou que mesmo com essa realidade o brasileiro continua a ser muito consumista e a não guardar dinheiro? Imagina se a taxação fosse alta para renda e baixa para o consumo."
É verdade, colega. Por isso devotei alguns parágrafos do texto sobre isso. O ideal seria a diminuição da tributação sobre o consumo, e só. O possível, ao menos na situação de curto-médio prazo do Brasil, é a diminuição da tributação sobre o consumo e aumento sobre patrimônio e renda. O provável é o aumento da tributação sobre a renda e patrimônio e manutenção do mesmo grau de tributação sobre o consumo e produção.
Sobre um aumento do consumo e diminuição da poupança com a inversão das tributações, é possível que isso poderia ocorrer, mas ao menos a carga seria mais justa, e as pessoas teriam acesso a mais bens de consumo.
Um abraço
poxa, não tenho nem o que comentar. É tanta coisa que preciso estudar e digerir bastante.
ResponderExcluirOlá, Sr. Bufunfa, valeu amigo.
ExcluirAi o Viver de Dividendos quando ver este seu post vai ficar super chatiado...tadinho, a casa dele vai cair quando descobrir que tá recebendo dividendos gringos pra nada !
ResponderExcluirPoney
Colega, o Viver de Dividendos é um empresário que aparentemente tem sucesso no que faz. Muito provavelmente, ele irá atingir os objetivos financeiros dele, e creio que ele produz informação boa.
ExcluirAbs
É bom tributar logo pra você e outros pararem de encher o saco com isso, como se o benevolente governo estivesse nos dando uma enorme vantagem. Haverá uma reprecificação no mercado, mais um caso de insegurança jurídica e menor distribuição com o tempo, o que não levará a uma maior arrecadação (como se mais dinheiro pro governo gerir fosse algo bom, risos, ainda que entenda você gostar disso). LCI e LCA perdem atratividade de uma vez ao virarem meros CDB. A conta do mercado sempre será a mesma: taxa de juros reais líquida - fluxo de caixa real líquido. Se a coisa ficar muito ruim, tiram o dinheiro daqui, e os pobres, bem, serão mais uma vez vítimas das consequências não intencionais das boas intenções.
ResponderExcluirOs problemas do Brasil vão continuar de qualquer forma. Mas você e outros terão a sua suposta justiça e pararão de apontar o dedo pros outros.
Quer resolver mesmo as injustiças tributárias? Corte imposto sobre consumo, diminua os gastos do governo, pare de tributar a renda de quem ganha tão pouco, pare com a transferência de renda da população para funcionários públicos. O resto é autoengano pseudomoral.
Infelizmente parece que o único jeito aqui de destruir o parasita é fazendo o hospedeiro morrer. Chegaremos lá em breve.
Colega,
Excluir"É bom tributar logo pra você e outros pararem de encher o saco com isso, como se o benevolente governo estivesse nos dando uma enorme vantagem"
Recomendo interpretação de texto.
"Haverá uma reprecificação no mercado, mais um caso de insegurança jurídica e menor distribuição com o tempo, o que não levará a uma maior arrecadação (como se mais dinheiro pro governo gerir fosse algo bom, risos, ainda que entenda você gostar disso)."
Interpretação de texto colega. Do meu texto: "Num mundo idealizado, essa tributação simplesmente é abaixada sensivelmente, e fica por isso mesmo. No mundo real onde pessoas precisam fazer decisões políticas, esse não é um cenário realista, e a tributação sobre faturamento precisa migrar para algum lugar, o único lugar possível é para a tributação direta."
Não tenho a menor dúvida que iria haver uma nova reprecificação dos ativos.
"Os problemas do Brasil vão continuar de qualquer forma. Mas você e outros terão a sua suposta justiça e pararão de apontar o dedo pros outros. "
Interpretação de texto, colega.
"Quer resolver mesmo as injustiças tributárias? Corte imposto sobre consumo, diminua os gastos do governo, pare de tributar a renda de quem ganha tão pouco, pare com a transferência de renda da população para funcionários públicos. O resto é autoengano pseudomoral."
Já consta no texto, colega. Você, eu, e a torcida do Flamengo sabemos disso. Isso não é novidade para ninguém. Porém, entre o que queremos e que pode ser feito no país, vai uma distância enorme. Basta ver o atual governo que é blindado de tudo que é forma de assessores com malas de dinheiro, nem assim consegue passar reformas anêmicas. Mas, fico satisfeito que você concorda com o que foi escrito no texto (e foi bem tangencial no texto).
Abs!
Brasileiro achar que e pouco imposto sobre a renda e o fim da picada.
ResponderExcluirPost com algumas ideias bem interessantes, para se pensar sobre assunto
ResponderExcluirAbraço e bons investimentos
Valeu, colega.
ExcluirAbs
Soul
ResponderExcluirVc comentou q não é eficiente um brasileiro investir em ações americanas e pagar 30% de dividendos. Porém, vale destacar q se fosse um americano fazendo isso ele poderia estar pagando algo em torno de 22% de imposto. Portanto, não há tanta diferença assim.
Este é o preço entre escolher as suas próprias ações ou aceitar uma cesta delas q apenas segue índice tendo coisa boa e ruim aí dentro.
Colega,
ExcluirA diferença é que um americano pode comprar ativos que pagam muito dividendos em contas tax-deferred, e é o que eles fazem.
Ter esse tipo de instrumento pagando uma alíquota de 30% não é tributariamente eficiente, longe disso.
Agora, se sou brasileiro, quero escolher REITs e empresas de dividendos, estou consciente de que não é uma estratégia tributária eficiente, mas mesmo assim acho que é uma boa estratégia, ok, vá em frente.
Isso vale tanto para escolher ações como ETFs americanos de REITs por exemplo. Se um brasileiro comprar um ETF como VNQ ou VNQI de REITs, será triburariamente ineficiente também.
São dois assuntos aqui: o que é mais eficiente do ponto de vista tributário, e se vale a pena escolher ações ou REITs individuais aplicando lá fora, não são temas que se confundem.
Um abs!
Bom dia, Soul.
ResponderExcluirComo está sua carteira no momento?
Imagino que a maior porcentagem esteja nos imoveis, mas seria interessante saber como você distribui seus investimentos e como pretende distribuir nos próximos meses.
Um abraço.
Olá, colega. Sim, é verdade.
ExcluirEstou ilíquido, e a liquidez só começa a aumentar no final do ano. Pretendo me manter líquido quando a liquidez começar a aumentar.
Abs
Soul, seu conhecimento sobre ETF é um presente para nos! :)
ResponderExcluirPergunta, se os ETFs aqui pagam IR na venda, não seria mais vantajoso comprar ações do ibov diretamente e na aposentadoria vender menos de 20k por mês?
Abraços
Olá, Jairo.
ExcluirSim, aqui há uma vantagem tributária clara em ter ações de forma individual. A isenção na venda até 20k é uma delas, mas a isenção na distribuição de dividendos é ainda mais importante.
Um abraço!
Caro Soul,
ResponderExcluirVc já publicou a lista dos ETFs na Irlanda em que vc ja investiu ?
Obrigado,
Lucas
Olá, amigo. Ainda não.
ExcluirMas o meu portfólio de ações core deve ser IWDA + EIMI. Bem básico, mas creio que eficiente.
Um abs