sexta-feira, 24 de março de 2017

A VERGONHA DE ATLAS

"Dizia-se que Nat Taggart tinha enterrado a sua vida na ferrovia muitas vezes. Mas houve uma vez em que ele enterrou mais do que a vida. Precisando urgentemente de fundos, com a construção da ferrovia suspensa, ele jogou por três lances de escada abaixo um distinto cavalheiro que lhe fora oferecer empréstimos do governo. Depois ele empenhou a própria mulher num empréstimo que fez com um milionário que o odiava mas admirava a beleza de sua mulher. Repôs a dívida em tempo hábil e não perdeu o que dera como garantia. Tudo foi feito com o consentimento da esposa. Ela era uma mulher belíssima, descendente da mais nobre família de um estado sulista que havia sido deserdada pela família porque fugira para com casar com Nat Taggart quando ele era ainda apenas um pobre e jovem aventureiro." (A Revolta de Atlas, página 69, Livro 1)


UM POUCO ANTES


Nat Taggart: Boa Tarde.

Banqueiro: Boa Tarde.

Nat Taggart: O meu nome é Nat Taggart e estou aqui pois quero um empréstimo para poder construir um sistema de ferrovias que irá revolucionar os EUA e…

Banqueiro: Você é Nat Taggart?

Nat Taggart: Sim.

Banqueiro: The Nat Taggart?

Nat Taggart: Sim!

Banqueiro: Uau, você é o Nat Taggart que será o herói ancestral da heroína de um dos livros mais influentes da história de nosso país. Você será o modelo de moral, caráter e força de vontade que irá permear as mais de 1000 páginas. Você será a luz ética que sempre conduzirá a heroína Dagny Taggart nos seus percalços e lutas contra parasitas e homens de pouca ou nenhuma força moral. Você será a imagem da virtude, a virtude que um dia existiu, mas terá sido perdida por quase todos, a exceção de uns poucos iluminados, em tempos futuros.

Nat Taggart: Serei tudo isso? Dany Taggart? É parente? Qual livro?

Banqueiro: Sim, sim. Este livro, que será tão influente como a Bíblia para alguns, será escrito daqui uns 100 anos. 

Nat Taggart: Como é que? Como você pode saber?

Banqueiro dá de ombros.

Banqueiro: Sei lá, sou apenas um personagem criado, pergunte para o autor.

Nat Taggart: Como?

Banqueiro: Deixa para lá, como posso ser útil?

Nat Taggart: Bom, como ia dizendo, preciso de um empréstimo para seguir com o meu plano de construir uma ferrovia e mudar o nosso país para sempre!

Banqueiro: Sr. Nat Taggart, quanto o Sr. quer?

Nat Taggart: Dois Milhões de dólares.

Banqueiro: Isso é muito dinheiro para a nossa época. O Sr.Tem garantias para oferecer ?

Nat Taggart: Não.

Banqueiro: Agora estou lembrando. Não foi o Sr. que empurrou um distinto Sr. que ofereceu empréstimo do governo para a sua ferrovia?

Nat Taggart: Sim, fui eu.

Banqueiro: O pobre coitado não quebrou a coluna e está paralisado do pescoço para baixo?

Nat Taggart: Sim.

Banqueiro: O Sr. é o tipo de pessoa que gostamos de fazer negócios, mas não podemos oferecer essa quantidade de dinheiro sem que o Sr. possa oferecer uma garantia.

Nat Taggart: Veja, estava aqui pensando, sou casado com uma mulher lindíssima.

Banqueiro: E?

Nat Taggart: Veja, ela é uma mulher muito bonita, além de ter um corpo sensual. Além do mais, ela vem de uma família de muitas posses e tradicional do Sul.

Banqueiro: Uma daquelas famílias que explorava mão-de-obra escrava negra?

Nat Taggart: Evidentemente.

Banqueiro: São pessoas com o seu caráter moral que gostamos de negociar, Sr.Taggart. Mas, não entendi onde entra a beleza da sua esposa.

Nat Taggart: Olha, ela é muito bonita, prendada. Faz tudo que eu mando, se eu disser pula, ela pula, se eu disser se ofereça como garantia para um empréstimo bancário, ela se oferece.

Banqueiro: Ainda bem que não inventaram o feminismo na nossa época hein? hahaha!

Nat Taggart: hahaha!

Banqueiro: Mas Sr.Taggart, pelo que estou entendendo, você quer oferecer a sua mulher como garantia para um empréstimo bancário?

Nat Taggart: Quero sim.

Banqueiro: O Sr. não sabia que desde os primórdios do direito romano, há muitos e muitos séculos, a mudança das garantia para uma dívida das pessoas para o patrimônio dos devedores foi um dos grandes avanços da humanidade? Antigamente, antes dos romanos, era comum as pessoas se tornarem escravas por dívidas não pagas. Hoje em dia, esse tipo de coisa além de ser ilegal, causa um certo asco as pessoas normais.


Nat Taggart: Eu sei disso. Mas, eu sou um homem determinado a mudar o nosso mundo. Minha força de vontade é maior do que quase todos os homens somados. Minha força moral é tão grande, que talvez nem Alexandre poderia se comparar. E, veja, ela é muito bonita.

Banqueiro: Sr. Taggart, obviamente o Sr. é uma pessoa de força moral. Esse banco não se importa se você quase assassinou e deixou uma pessoa paralisada para sempre, pois não concordou com a oferta de negócios dele. Também não nos importamos sobre o que o Sr. acredita sobre a escravidão de outros seres humanos baseado apenas na sua cor de pele. Aliás, isso não mostra nada sobre o seu caráter. Agora, não podemos aceitar a sua mulher como garantia. Seria ilegal, não que não fazemos coisas ilegais, e também como classificaríamos a sua mulher nos nossos livros? Desculpe, mas não poderemos conceder o empréstimo.


UM POUCO DEPOIS


Nat Taggart: Mulher, o empréstimo bancário me foi negado. Tentei oferecer você como garantia, mas eles não aceitaram.

Mulher: Você fez o quê?

Nat Taggart: Fui a um banco e tentei oferecer você como garantia, mas eles não aceitaram.

Mulher: Você está louco? Me dar como garantia? Como assim?

Nat Taggart: Mulher, eu sou uma força moral e ética. Irei colocar a minha empresa para bilhar e mudar esse país, e você me pergunta coisas de pouca importância como dar a minha própria mulher como garantia de um empréstimo. Tenha Paciência.

Mulher: Que péssima ideia foi largar a minha vida confortável lá no sul com a minha família nobre e tradicional. 

Nat Taggart: Tenho uma ideia. Tem um sujeito que me odeia. Eu também não gosto dele. Ele é feio, barrigudo, possui aquela doença que faz a pessoa suar sem parar. Diz-se também que ele não é muito bom com higiene. Porém, eu sei que ele aprecia a sua beleza. Sei também que ele possui muito dinheiro. Vou pedir empréstimo para ele e oferecer  você como garantia.

Mulher: Você quer me oferecer em garantia para uma pessoa tão repugnante, que ainda por cima odeia você. Você vai me arriscar a me tornar uma escrava sexual?

Nat Taggart: Sim. E escute. Daqui a 100 anos irão escrever um livro fabuloso. Foi o que ouvi. Eu serei a fonte moral histórica que irá impulsionar uma jovem destemida a lutar contra as pessoas sem falta de caráter. O fio condutor da obra será as relações livres e consentidas. Sendo assim, você irá dizer que aceita ser dada como garantia para um empréstimo, pois com a sua aquiescência tudo parecerá melhor.

Mulher: Mas isso é ridículo. Se este livro realmente vier a existir, como as pessoas não irão perceber que você ofereceu a sua própria mulher para pegar um empréstimo, não para salvar a vida de um filho em risco de vida por uma doença, por exemplo, mas para aplicar num investimento arriscado que pode dar certo, como pode dar errado. E se der errado, eu vou ser uma escrava sexual de um sujeito que odeia você. Ou seja, poderei ter trocado uma nobre e honrada família escravocrata sulista para virar uma escrava sexual de um homem que não desejo.

Nat Taggart: Mulher, pelo que ouvi, o livro terá mais de 1000 páginas. Essa parte será apenas um curto parágrafo. Ninguém vai nem perceber. Além do mais estará no meio de várias páginas que tecem elogios ao firme caráter da minha pessoa, pode acreditar que ninguém irá perceber esse fato.

Mulher: E daí? Se você não pagar, eu vou me dar mal, não que a minha vida contigo seja das melhores.

Nat Taggart: Está decidido. Para fins de posteridade, eu preciso do seu livre consentimento. “Mulher, irei oferecer você como garantia de um empréstimo que pedirei para um homem odioso. Acaso eu não pague, você irá se transformar numa escrava sexual dele. Você aceita essa condição?”

Mulher: É para a posteridade?

Nat Taggart: Sim.

Mulher: Ok, eu aceito, afinal eu sou de uma família nobre e honrada do sul.


O EMPRÉSTIMO


Emprestador: Está aqui os seus dois milhões de dólares. O prazo do empréstimo é de seis meses e os juros são de 10% ao ano.

Nat Taggart: Mas esses juros são extorsivos!

Emprestador: Se é para emprestar por menos, eu empresto para o governo. 

Nat Taggart: Vocês parasitas improdutivos! Emprestar para o governo, ao invés de pessoas produtivas e com caráter moral elevado como eu.

Emprestador: Taggart, não me leve a mal não. É questão de risco x retorno, prêmio de risco, não é nada pessoal, apenas uma decisão financeira racional. Basta perguntar para os investidores de Tesouro Direto.

Nat Taggart: Tesouro o quê?

Emprestador: Esquece. Se o empréstimo não for pago em seis meses, a sua belíssima e suculenta esposa será a minha escrava sexual para sempre. Ela terá que fazer tudo o que desejar, quando eu desejar e como eu desejar.

Nat Taggart: Ok.

Emprestador: Eu disse tudo, tudo mesmo.

Nat Taggart: Ok, apenas me dê o dinheiro.

Emprestador: Eu odeio você. Você não gosta de mim. Sou um homem não atraente fisicamente. Você não tem nenhum peso na consciência de dar a sua bela esposa como garantia de um empréstimo arriscado? 

Nat Taggart: Não, claro que não. Primeiramente, porque ela  livremente aceitou esse fato. Em segundo lugar, porque sou um homem virtuoso que servirá de bússola moral no futuro quando o mundo terá se tornado um lugar de homens apáticos, mal-intencionados e sem força de caráter. E por fim, vai dar certo, irei pagar esse empréstimo.

Emprestador: Seis meses Taggart, seis meses.


UM CISNE NEGRO APARECE E O ATO SE ENCERRA


Nat Taggart: Mulher, se prepare pois irei entregá-la para honrar o contrato.

Mulher: O quê!!! O quê???

Nat Taggart: É isso que você ouviu. Não consegui pagar o empréstimo.

Mulher: Mas você não é a força moral, a salvação ética do futuro, o espírito daquilo que um homem de bem deve aspirar a ser?

Nat Taggart: É claro que sou. Mas, ocorreram problemas imprevisíveis. Sabe, a gente pensava que existia apenas cisnes brancos. Ora bolas, quem já viu um cisne negro?Porém, lendo o jornal parece que num lugar chamado Austrália avistaram cisnes negros. Agora estão usando essa expressão “Cisnes Negros” para eventos inesperados e imprevisíveis.

Mulher: Mas que raio de explicação é essa!

Nat Taggart: É, estava tudo indo conforme o planejado na ferrovia. Mas aconteceu um imprevisto fora das minhas análises, o fluxo de caixa que tinha previsto não se materializou, e não consegui pagar a dívida. Vamos, prepare-se, não esqueça as suas roupas íntimas.

Mulher: Nat! Você não me ama? Não fará nada?

Nat Taggart: É claro que a amo, mais do que tudo. Porém, contrato é contrato. Pacta Sunt Servanda. 

Mulher: Mas isso é um absurdo! Vou virar uma escrava sexual de um homem que possui apenas lascívia em relação a mim por causa de um empréstimo que você fez num projeto que era arriscado. Isso não é justo!

Nat Taggart: Mulher, não seja leviana. Não se comporte como os parasitas do futuro. Homens e Mulheres sem força moral e ética e que vivem às custas de homens honrados como eu. Você consentiu, você disse sim para que eu a oferecesse como garantia. Fizemos uma transação livre e consentida. Não há nada de errado.

Mulher: Mas como isso pode ser certo? Não podemos usar como argumento o caso belamente retratado por Shakespeare no livro “O Mercador de Veneza” quando o juiz de uma forma astuta consegue reverter uma situação parecida com a nossa, fazendo com que o judeu Shylock não pudesse executar a macabra garantia?

Nat Taggart: Quem é Shakespeare?

Mulher: Um dos maiores escritores de comédias, dramas e peças teatrais da história da humanidade. Um homem que de forma brilhante desnudou  as angústias mais profundas dos seres humanos.

Nat Taggart: Teatro? Está de Brincadeira. É por causa de bobagens como essa que daqui 150 anos, o mundo estará virado de cabeça para baixo. Mulher, pare de falar sobre bobagens, o que importa são as ferrovias! E apresse-se, pois o emprestador já está nas portas com uma ordem judicial para a entrega de coisa certa, coisa certa nesse caso é você. Não posso fazer nada.


Mulher: Mas não é assim que o livro acontece, Nat! No Livro você paga o empréstimo!



Burro: É deu ruim, Any Rand.

29 comentários:

  1. O livro "a revolta de atlas" é bom mesmo?

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  2. Lembrei de vc

    http://www.folha1.com.br/_conteudo/2010/09/blogs/cartasnamanga/1202768-texto-espetacular-o-principio-90-10-stephen-covey.html

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    1. Olá, Guardião. Bacana, grato pelo link.
      O Buda histórico já dizia algo semelhante há mais de 2500 anos.
      Um bom fds para você amigo!

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  3. Claro. Homens virtuosos são aqueles que enriquecem à custa dos impostos pagos pelos pobres, difamam os tomadores de riscos e, sem a pele em risco e entediados por serem ricos graças a lobbies estatais (não por produzir algo que a população queira diretamente), desconhecem o mérito e se julgam os baluartes da moral e da consciência social. Clap! Clap!

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    1. Hum! Acho que tomar riscos é essencial, sejam financeiros, sejam emocionais, e até mesmo sociais.
      Tomar risco penhorando a mulher, hum, não sei não hein.
      Aquele abraço!

      obs: Tente penhorar a sua e veja o que acontece e depois volte aqui para contar, não se esqueça hein!

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  4. Não lembro desse trecho! Vou ver!

    Obs: penhorar a mulher... que ideia! (mode ironic)

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    1. Pois é que ideia! Quando eu li, a primeira coisa que imaginei, e se desse errado o empréstimo?

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  5. Penhorar a sogra nenhum emprestador aceita né? Kkkk

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  6. Rapaz, se virar moda esse negócio..rssss

    Tá arrebentando, Soul. Daqui a pouco teremos mais um autor de livros no Brasil. Força na Literatura.

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  7. O que aconteceu ? Você parece mais agressivo que o habitual nas ultimas publicações. Desejo melhoras! Abraços! Ps gostava do seu estilo ponderado e analítico.

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    1. Agressivo? Hum...
      Pode apontar onde está a agressividade?
      Abs!

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    2. Não sou a pessoa que escreveu logo acima, mas ao ler às respostas dadas aos comentários abaixo, percebo que você está mesmo bastante ácido.
      Só deixo claro que não o recrimino por isto.
      Mas que o pH diminuiu, diminuiu...

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  8. Que coisa mais feia isso, colega.
    Quem escreveu isso tem certeza que leu o livro?

    No livro (A Revolta de Atlas, página 69, livro 1) está escrito: "Sussurravam muitas histórias a seu respeito. Dizia-se....."

    Para quem sabe interpretar um texto e para quem leu realmente o livro, sabe que esta parte do livro fala da inveja que as pessoas têm sobre o sucesso alheio e como elas inventam "histórias" para denegrir essas pessoas altamente produtivas e competentes.
    Algo parecido com esse textão inventado aí em cima.
    Inveja pura!

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    1. Não, colega.
      O parágrafo que você cita é expresso ao dizer que dentre as histórias que sussurravam, estava uma que se dizia que ele teria assassinado um político.
      No outro parágrafo, o citado no texto, o dizia-se referia-se a ele ter enterrado a sua vida na ferrovia. A partir daí o texto é claro que se está aduzindo a um evento que ocorreu.
      Usa se o passado "jogou" não "teria jogado" como o "teria assassinado" do parágrafo anterior. Usa-se "empenhou" não "teria empenhado".
      Isso é apenas português dos mais básicos. Agora, eu li em português, não no original em Inglês, pode ser que a tradução tenha sido feito de forma incompleta, quem sabe.

      Colega, o livro é uma ficção, por isso não passa de uma invenção, como o texto. É isso que se diz com textos ficcionais.
      Sim, são personagens ficcionais, não, eles não existiram.
      Quando alguém tiver inveja de um personagem ficcional, vixe, é hora de parar e refletir muito sobre a vida.

      Um abs!

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    2. Então o cara lê um livro já com ranço, procurando apenas uma coisa pra criticar a direita, e essa coisa em quase 100 páginas é baseada num erro de tradução?

      Já foi um 'isentão' mais sutil. Vamos pegar umas ondas. Bom começo de final de semana pra você.

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    3. Colega, o que te deixa tão brabo com um simples texto ficcional?
      Não, não. Não interprete errado como o colega lá em cima. Não disse que houve um erro de tradução, disse que a única explicação para que a interpretação do anônimo fizesse sentido é se tivesse existido um erro de tradução (algo improvável nesse caso).
      Surfar é um ótimo conselho, amigo! Grato

      obs: apenas não entendi se dar a mulher como garantia de um empréstimo é uma pauta de uma ideologia que se denomina de "direita". Você poderia dar maiores explicações sobre isso?

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  9. Isso tudo aqui está parecendo "a revolta do funça".

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    1. Ótimo tema! Quem sabe não venha a escrever no futuro a respeito.
      Abs

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  10. Hahaha e eu estou curtindo esses seus últimos textos.
    Você deve gastar um tempão nisso hahaha

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    1. Não, até que não! hahaha. Calculo que o tempo que você despendeu lendo os últimos textos, é o tempo que quase consigo escrever um! hahaha
      E fico contente que tenha gostado dos últimos textos!
      Abs!

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  11. Grande Soul! Como eu pude passar batido dessa sua postagem?
    Só vi agora!
    Já li A Revolta de Atlas, livro notável em minha vida pessoal.
    Estao querendo gravar um seriado com 13 episodios de 1h cada contando o livro como uma minisérie.

    Vc já leu The Fountainhead? Da mesma autora.
    Ela é demais.

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    1. Olá, colega! Como? Estou lendo um livro chamado "O Gorila Invisível" (era um experimento que conhecia há muito tempo, e quando vi que os cientistas do experimento original tinham escrito um livro a respeito, resolvi adquirir), e ficaria surpreendido com o que os cientistas chamam de a "ilusão da atenção".

      Pretendo ler a "Nascente" também.

      Um abs!

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  12. Grande Soul.

    Ayn Rand era russa, viveu até os 24 anos na Rússia pelo que me lembro, então é tempo o bastante para ela ser 100% russa.

    Além de fazer História e Filosofia pela Universidade de San Petersburg ela viveu e cresceu na Rússia pré revolução de 1917, são dados biográficos que não devem ser ignorados, toda a formação e evolução do crescimento do pensamento comunista ela viveu na pele, além de é claro, o ápice que foi o ano de 1917 e mais 6 anos após ele.

    Claro que cada livro tem um pouco da biografia do autor. Talvez aos olhos de hoje ela esteja sendo injusta com os membros do governo, mas, e olhando para a época dela? O que os "homens públicos fizeram"?

    Tenho muitos familiares que trabalham pro governo, inclusive meu irmão mais velho, o qual me espelhei durante muitos anos na minha vida como exemplo de pessoa e caráter, você tem que avaliar a evolução da pessoa e de como o trabalho para o governo a transforma, existem as pessoas boas de coração no serviço público com certeza assim como no privado, a maioria sendo nos de cargos com baixos salários. Quando vamos subindo as escalas de hierarquia e gestão a coisa se transforma, e não estamos falando apenas de um poder, estamos falando dos três poderes. É totalmente impressionante como o poder corrompe e desvirtualiza a função, veja o caso de vários presidentes de tribunais, desembargadores, ministros do STF, que fazem dos seus cargos apenas um balcão de negócios quando deveriam proteger a sociedade.

    Sei de casos MUITO DE PERTO de gestores públicos na saúde, que ganham comissões em todos os contratos, secretários de saúde municipais e estaduais... Soul, isso é quase a regra. Conheci um sec de saúde que a primeira pergunta na cabeça dele antes de contratar um simples serviço de manutenção de aparelho era : Qual empresa eu devo escolher que vai me pagar uma propina maior? Essas e outras coisas, e as pessoas sabem.

    Já dizia o Buda: "Tudo se sabe".

    Enfim, voltando à Ayn Rand, todos os devidos descontos deveriam ser dados e levados em consideração.

    Grande abraço!

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    1. Grande, Frugal!
      Sem dúvidas, conheço um pouco o passado da Any Rand, sim. Como ela é sempre muito citada por pessoas, resolvi começar a ler os seus escritos.
      Não tenho a menor dúvida, que ela levou o passado dela para os seus escritos. O que é o passado de uma pessoa se não as experiências pelas quais alguém passou? E o que é uma pessoa senão a soma de suas experiências?
      Logo, é natural, que ela trouxesse uma "energia" muito forte nos seus escritos contra a interferência estatal. Ora, a mulher sofreu com um dos Estados mais totalitários que existiu no último século. Logo, você tem toda razão.

      Não irei aqui discutir sobre a qualidade e corrupção em órgãos públicos, principalmente no Brasil. Já conversamos a respeito, e concordamos que o Estado no Brasil precisa ser urgentemente desidratado.

      Eu acho que sim. Uma mulher que consegue, depois de sofrer na adolescência e juventude, se firmar num outro país, e ser uma intelectual influente num mundo, dos intelectuais, onde naquela época as mulheres eram escassas, só pode ser vista como uma vitoriosa.

      Agora, isso não nos impede que possamos ver algumas "coisas" que talvez passem despercebidas. Já adianto que a obra "A Revolta de Atlas", ao menos na minha opinião, do ponto de vista literário está longe de ser uma grande obra. Jamais é possível comparar essa obra com grandes obras de Tolstoi, Machado de Assis, Cervantes, etc. Algumas personagens criadas possuem uma complexidade psicológica da espessura de uma folha de papel, e isso é um indicativo de que se está diante de uma obra literária de expressão menor.
      Agora, o conto moral que ela tenta passar, é uma outra história. Pode ser muito forte para algumas pessoas, ao ponto de influenciar fortemente as suas vidas, como fez com a sua.

      Um abraço!

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  13. Isso mesmo colega, o livro A revolta de Atlas é vergonhoso. Moralemente correto mesmo é ser servidor público e viver a custa do dinheiro dos outros.
    Viva o governo!
    Viva os impostos!
    Viva o salário de 30K mensais!

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