segunda-feira, 3 de novembro de 2014

FINANÇAS - O PRINCÍPIO DA INCERTEZA E A PRECIFICAÇÃO DOS SEUS INVESTIMENTOS


            Olá, colegas! O título do artigo de hoje pode ser estranho (e é mesmo), talvez possa ser uma comparação exagerada minha, mas quando tive esse insight eu o achei interessante.

            "Ok, Soul, agora você foi longe demais! Fazer uma relação do princípio da Incerteza de Heisenberg com investimentos é meio sem pé nem cabeça! Aliás, o que é o Princípio da Incerteza?”pode estar pensando agora um valoroso leitor desse humilde blog. Sim, estimado amigo, estou fazendo um link entre física quântica e ativos financeiros!

            A física quântica é algo espetacular, assustador e inquietante. Esse ramo do conhecimento humano trouxe, e ainda traz, tantas questões profundas sobre o universo, a matéria, a nossa concepção de realidade, que saber alguns conceitos, mesmo que de forma leiga como eu sei, é algo muito bacana. Entre tantos conceitos interessantes, há o famoso, e às vezes muito mal compreendido, princípio da incerteza formulado pelo grande físico Werner Heisenseberg.

            O que é esse princípio? Há uma característica da matéria, quando estamos falando de partículas subatômicas, que é muito estranha: não se pode medir a localização de uma determinada partícula com precisão sem abrir mão de não saber nada sobre o seu momentum (velocidade). Isso é estranho. Se olharmos para um carro andando na rua, podemos medir com precisão absoluta a sua velocidade, bem como a sua localização espacial. Isso não acontece com partículas subatômicas. O que isso quer dizer? Ninguém sabe, o mundo é assim, a matéria se comporta assim nesses níveis de energia. A coisa é tão estranha que o grande Einstein morreu defendendo que isso era uma falha humana na medição, não uma propriedade da matéria. Einstein acreditava num universo ordenado,  sem qualquer espaço para incerteza. Colocar um grau de incerteza tão grande nos blocos fundadores do universo não parecia certo para a grande mente.

            Entretanto, Einstein não estava correto. A incerteza é algo inerente à matéria, e, portanto ao nosso universo. É impossível saber a posição espacial exata de uma partícula, sem abrir mão de saber sobre o seu momentum e vice-versa. Quanto mais se queira saber sobre o momentum, mas tem que se abrir mão de saber sobre a localização espacial. Há filosofia para mais de metro com essa estranha característica da matéria, mas não irei abordar nesse breve artigo.

O grande físico Heisenberg, um dos criadores da Mecânica Quântica. Esse homem é um dos responsáveis de você estar usando um celular, lendo esse texto pela internet, e tantas outras aplicações práticas.

            Paremos um pouco de pensar sobre física e pensemos um pouco sobre o mercado financeiro, os seus ativos e o trade off (essa é uma expressão muito usada em economia que significa troca) eterno entre risco x retorno.  É intuitivo pensarmos que o mercado acionário é mais arriscado do que o mercado de renda fixa. E por que é assim? A razão simples, amigos, é que os fluxos financeiros esperados são mais incertos numa empresa recém formada do que no pagamento de juros pelo Governo Americano de suas dívidas, por exemplo.

            Assim, a relação risco x retorno é uma relação eminentemente lógica. Como? Esclareço com um exemplo. Imagine que haja dois ativos com fluxos potenciais esperados de R$ 10.000,00 em três anos. Entretanto, é esperado que o ativo A forneça esse fluxo de dinheiro de maneira estável, e não se espera que haja qualquer interrupção do fluxo no período. O ativo B possui o mesmo potencial de produzir o mesmo fluxo de R$ R$ 10.000,00 em três anos (vamos, para fins de entendimento, desconsiderar o que pode acontecer a partir do quarto ano), entretanto espera-se que esse fluxo seja mais instável, sendo até mesmo possível que ele não consiga produzir o fluxo esperado. Eu pergunto aos amigos, os dois ativos deveriam ser precificados pelo mesmo valor? A resposta é obviamente não.

            Se dois ativos possuem fluxos máximos esperados idênticos, por qual motivo alguém iria pagar o mesmo preço pelo ativo B, já que este ativo possui um fluxo esperado mais instável? Não haveria qualquer motivo para um investidor minimamente racional pagar o mesmo preço pelos dois ativos. O ativo B deveria ser negociado com um valor menor do que o ativo A, para que se compense o risco de ter um fluxo mais instável.

            Pronto. Em apenas dois parágrafos apreendemos a existência de precificações diferentes para ativos diferentes. Portanto, amigos, há muitas pessoas que não gostam de comparar ativos. Há ainda aqueles que falam que isso é coisa de “sardinha”. Porém, a verdade é que qualquer ativo pode ser comparado. Um título soberano da Noruega pode ser comparado com um projeto de uma empresa para investir em exploração de petróleo na costa da Nigéria que por sua vez pode ser comparado com comprar uma ação da PETR4 que por sua vez pode ser comparado com comprar quotas, ou talvez o prédio inteiro, do XPCM11 (um FII alugado para Petrobrás por 10 anos).  Sim, são investimentos diversos, classes de ativos diversas, com filtros de análise diferentes, mas, além do petróleo, todos esses investimentos tem em comum alguns conceitos básicos como fluxos esperados e riscos associados e com base nesses critérios eles podem ser comparados. Se não fosse assim, como um príncipe Saudita iria fazer uma decisão de investimento de 200 milhões de dólares entre investir na Noruega, na Nigéria ou no XPCM11? É evidente que os investimentos podem sim ser comparados, e uma das formas de compará-los é pela projeção de fluxos e pelos riscos associados a estes fluxos.

            Os fluxos de pagamento a se comprar títulos soberanos da Noruega com certeza são mais certos e estáveis do que fluxos projetados de se explorar petróleo na Costa da Nigéria, um país pobre e com grave crise interna (o grupo ultra-extremista Boko Haram é do norte da Nigéria, por exemplo). Assim, parece lógico que os títulos soberanos da Noruega devem ter um retorno esperado muito menor do que o retorno de se investir para prospectar petróleo no país Africano. Na realidade, amigos, esse exemplo em nada difere do exemplo dos ativos A e B, conceitualmente o problema é idêntico.

            "Ok, Soul, isso parece claro, porém qual é a possível relação com o princípio da incerteza? Bom, aqui sou eu que estou dizendo, pois nunca vi escrito em nenhum lugar.  Porém, pensem comigo, pelo princípio da incerteza quanto mais você se sabe do momentum de uma partícula, menos se sabe sobre a sua posição espacial. Para o princípio da Incerteza com aplicação nos mercados financeiros segundo visão do Soulsurfer, quanto mais um investidor sabe sobre a segurança do fluxo de caixa menos o mesmo obterá em retorno. Assim, se uma pessoa não quer assumir riscos sobre os fluxos futuros de seus ativos, essa pessoa deverá necessariamente abrir mão de retornos potenciais. Por outro lado, quanto mais retorno potencial um investidor quiser, menos segurança nos fluxos financeiros dos seus ativos o investidor terá.

            Em mercados financeiros minimanente funcionais, essa é uma lógica que não se pode escapar. Portanto, parece claro que quanto mais previsíveis os fluxos, menos retorno potencial o ativo poderá fornecer. Portanto, a renda fixa com fluxos mais estáveis deveria ter retornos potenciais menores do que Fundos Imobiliários com seus fluxos estáveis, mas não tão certos como a renda fixa. Por seu turno, os retornos potenciais do mercado acionário deveriam ser maiores do que os Fundos Imobiliários, já que os fluxos oriundos dos lucros corporativos são muito mais instáveis do que os fluxos financeiros dos Fundos Imobiliários.

            “Soul, e quando um ativo com fluxos mais estáveis possui retornos esperados semelhantes ou até maiores do que ativos com fluxos mais instáveis?” Quando isso ocorre, em minha opinião, há um erro claro de precificação nos ativos.  Isso é agravado quando ativos com fluxos de caixa muito previsíveis possuem altas taxas de retorno, como no Brasil e o seu mercado de dívida com yields na casa dos dois dígitos.  Quando isso ocorre, se cria uma distorção nos investidores, de que fluxos robustos de renda podem ser obtidos sem abrir mão da segurança desses mesmos fluxos. Um mercado minimamente funcional não deveria funcionar assim, pois não há lógica. Porém, eu creio que o Brasil em certa medida apresenta essas distorções, o que é ótimo para investidores domésticos como a gente.

E você aí achando que não havia relação entre mecânica quântica e investimentos financeiros! (Fórmula do princípio da Incerteza, como a matemática pode dizer tanta coisa com poucos símbolos)

            É isso colegas, espero que tenham gostado dessa breve divagação sobre investimentos e física. Grande abraço!


26 comentários:

  1. Trade off: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trade-off

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    1. Do seu Link: "A expressão Trade off pode ser traduzida livremente como "relação de compromisso" ou "perde-e-ganha". Um trade-off se refere, geralmente, a perder uma qualidade ou aspecto de algo, mas ganhando em troca outra qualidade ou aspecto. Isso implica que uma decisão seja feita com completa compreensão tanto do lado bom, quanto do lado ruim de uma escolha em particular."

      Uma troca portanto entre duas alternativas, menos risco ou mais retorno.

      Abraço!

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    2. Não é bem isso não, mas tá valendo.

      Anom 19:16

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Soul,

    Fui lá na página do "Investidor de Risco" e reordenei a planilha dele por Yield anual. Peguei AGCX como referência que é um dos fundos, senão o melhor, com a receita mais previsivel para os próximos 8 anos. O yield anual apontado é de 8,44 %. Sabe quantos fundos estão abaixo de 8,44%? 19! E a planilha tem 100 fundos, ou seja, 19 % dos fundos listados tem yield pior que o AGCX que creio, seja o master em previsibilidade de fluxo entre todos eles. Conclusão: Existe mais fatores que impactam no jogo do que simplesmente a previsibilidade de fluxo. Parece que existe algo mais, não?

    Enfim, como sempre um ótimo post pois fêz-me pensar e fazer o levantamento acima. E deixou-me claro que o que importa não é somente a previsibilidade de receita. Existe algo mais. Logo, ler... ler... ler...

    Veja, a conclusão minha acima pode ter um enorme defeito de raciocínio, logo e como sempre, peço que faça seu contraponto. Para mim é sempre um prazer intelectual ler os seus posts e comentários.

    Grande abraço,


    Carlos

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    1. Olá, Carlos!
      Claro, colega. Esse artigo foi apenas uma tentativa lúdica de misturar dois assuntos que gosto, não é para ser levado tão a sério:)
      Porém, eu acho que pelo menos serve para nós refletirmos sobre nossas estratégias. Toda vez que quisermos previsibilidade de fluxos, estaremos de alguma maneira abrindo mão de retornos potenciais maiores. Assim, faz a gente pensar um pouco sobre a incerteza, Não há nenhum mal na incerteza, apenas precisamos saber conviver com ela.

      Sobre o ACCX, precisaria saber quais fundos estão abaixo. Pode ter muito fundo de papel com baixo yield por causa da deflação do IGP-M. Pode ter fundo de desenvolvimento.
      Porém, é bem por aí mesmo. Se você encontra um ativo com um fluxo bem previsível e pagando um yield considerável (e isso vale para FII, renda fixa, ações, etc), é um forte candidato para compor uma carteira de investimento.

      Abraço!

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  4. Soul, sem dúvida isso é muito lógico.

    O interessante seria pegarmos exemplos reais e compararmos... Façamos isso, por exemplo, com os FIIs que você tanto conhece.

    E aí vou escolher a princípio dois ativos do mesmo setor : SDIL e HGLG.

    Digamos que não tenha nenhum dos dois e queira entrar na logística. Qual comprar? Pois bem, quais variáveis temos que levar em conta :

    1) SDIL hoje tem RMG a vencer e o HGLG não - qual a renda real que o SDIL projeta?
    2) Vejamos a atual relação de yield que os dois têm;
    3) Como estamos de vacância?
    4) Como estão os contratos? Quantos porcento da área estarão sujeitas e renegociação e em quanto tempo com o fim dos contratos? Como anda a saúde das empresas que hoje locam as áreas? A empresa possui interesse em manter espaço para logística ou ela vem se organizando para assumir ela própria essa responsabilidade?
    5) Aquela área continuará favorável como ponto para logística ao longo dos anos?
    6) Quem administra possui um bom histórico no gerenciamento de vacancias e fechamento de bons contratos?

    Portanto, embora lógico, veja que em um mesmo setor a análise é muito complexa, muito mais que simplesmente ver que para um preço de venda x e com um pagamento mensal de y teremos um yield z.

    Seria isso? Concorda com a afirmação? Há certamente ainda mais coisas a serem questionadas, quais seriam as principais, já que não conseguiríamos esgotar as inúmeras possibilidades?

    E mais : qual peso teríamos que dar de importância para cada uma dessas variáveis? Haveria "fórmula mágica" a se criar a partir de tantas variáveis e pesos distintos?

    Gostei do artigo, me fez viajar em muitos aspectos da precificação, e jogando especialmente na comparação de FIIs acho que é um tema ainda a se desenvolver.

    Abraços!

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    1. Olá, Guardião!
      Sim, claro. Diríamos que essa compreensão seria o primeiro passo.
      É claro que investir na costa da Nigéria ou comprar o prédio do XPCM tem inúmeros filtros, análises diferentes e especialistas diferentes.
      Não tenho a menor dúvida. Até mesmo entre ativos simples de analisar como os dois fundos que você citou, já aparecem várias facetas.
      Porém, o artigo não tratou das ferramentas para se analisar os investimentos, até porque não tenho cabedal teórico ou prático para fazer isso.
      Tratou de algo muito mais fundamental, a incerteza que está presente em nossa vida, também está presente nos mercados financeiros. Assim, se soubermos aceitar isso, conseguiremos lidar melhor com as nossas decisões financeiras.

      A descoberta da fórmula mágica é o sonho de 10 em cada 10 quants de Wall Street. Será que existe? Há um livro inteiro dedicado a isso "The Quest for Alpha". Aliás, há muitos outros livros sobre o tema.
      Eu não tenho a mínima ideia. Porém, se essa fórmula não existir, quanto mais certeza quisermos, menos retorno potencial teremos.
      A nossa vida não é assim? Nossas grandes conquistas não surgem quando encaramos de frente o incerto, o desconhecido?

      Sobre os fundos:
      Já acabou a RMG do SDIL. A renda virá na faixa de R$0,72, passando para R$0,75 no começo do ano com 4,5% de vacância (renda potencial de R$0,78/0,79). Todas as outras perguntas são extremamente pertinentes. Ao respondê-las possivelmente chegaremos ao fundo que tem condições de fornecer fluxos mais estáveis, assim esse fundo deveria ser negociado a yields mais baixos. Se isso não ocorre, há um erro de precificação. Talvez não tão simples de ser detectado pois temos diversas variáveis como bem apontado por você, mas não deixa de ser um erro.

      Obrigado pela visita, Guardião! Bom saber que está mais ativo.

      Abraço!

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    2. Muito bom Soul.

      Apenas queria fazer um adendo : certamente você tem muito mais conhecimento que muita gente que trabalha nessa área como consultor. O "problema" é que pessoas muito inteligentes como você e estudadas, são sempre exigentes em demasia, e por isso não crê no quanto sabe. É como Sócrates afirmou, quanto mais o indivíduos aprofunda (desde que seja também inteligente, isso faltou o Sócrates sinalizar), mais ele verá que tem a saber. Porém isso não pode trazer a impressão de desconhecimento, que porém vem agregado à auto-exigência de pessoas de um nível intelecto-cultural superior.

      Mais uma vez parabéns pelo artigo aqui exposto, e talvez um dia você aceite fazer uma experiência apenas consigo próprio, sem pretensões de publicar, mas explorando esse universo comparativo de fundos, usando essas inúmeras variáveis. Tenho certeza que o enriqueceria ainda mais em conhecimento, já que desafiara a mente, e não tenho a menor dúvida que ficará bom e ganharemos todos nós com mais um brinde de um excelente texto.

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    3. Olá, Guardião.
      Obrigado pelas palavras. Eu acho sinceramente que meus conhecimentos são limitados, porém suficientes para tocar as minhas finanças pessoais.
      A ideia é interessante mesmo, ficaria bem bacana comparar diversos fundos tendo esses enfoques em mente. Quem sabe eu não tente fazer.

      Um grande abraço amigo!

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  5. A Petrobras está numa caixa com a dilma conectada a uma partícula ... a PetroBrás está morta ou viva? Kkkkk

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    1. Hehehe Boa sacada com o famoso paradoxo do gato de shorodinger:)
      Abraço!

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  6. Permita me fazer um elogio. Teu blog é o melhor da blogosfera. .

    Que insight misturar princípio da incerteza com a dificuldade de prever o fluxo de ativos financeiros ... muito bom mesmo ...

    Por isso, acho que de certa forma temos que aceitar que não poderemos saber tudo e que estamos sujeitos a erros na escolha dos ativos. Não podemos ficar paralisados e acabar não tomando nenhuma decisão

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    1. Olá, colega.
      Grato. Sim, estou começando a reler o livro "rápido e devagar" do Kahneman e creio que um dos artigos mais famosos que ele escreveu chama-se "Tomada de decisões sobre incerteza".
      Sim, estaremos sempre sujeito a erros de análise, sobre incerteza. Precisamos aprender a conviver com isso. Eu vejo como a incerteza é mal vista, mal compreendida pelas pessoas. Como as pessoas ficam tensas frente à incerteza.
      Nunca é fácil tomar decisões sobre cenários de incerteza, mas temos que ao menos tentar melhorar essa habilidade em nós mesmos.

      Abraço!

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  7. Legal a relação, Soul! Curti!

    Acho engraçado quem tem gente que aind critica a precificação.

    O grande desafio está em "prever" os tais fluxos gerados pelos ativos. Este é o cerne da questão. (como fazer isso).

    []s!

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    1. Olá, Márcio!
      É, exatamente. Daí entram os "experts" em diversas áreas. A habilidade para analisar um título soberano com certeza não é a mesma para analisar um projeto para investimento em exploração de petróleo num país instável Africano (que além de análises econômicas, necessita de muita análise política). Porém, nas premissas básicas os dois investimentos podem ser comparados.

      Abraço!

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    2. "...eu realmente não sei se vale a pena investir tanto tempo e esforço para ficar lendo documentos empresarias de 50 páginas."

      "Eu estou preferindo ler livros sobre ciência ou literatura ou me dedicar mais a negócios diretos mais lucrativos."

      "O nosso ativo mais valioso é o tempo com saúde que temos nessa terra. Eu li muito mesmo sobre finanças nesses últimos 30 meses, mas sinto que a coisa é muito mais complicada do que achamos se quiser analisar mais profundamente a complexidade do mercado financeiro.
      Assim, não há grandes ganhos, grandes vantagens em se conhecer muito e conhecer razoavelmente bem alguma coisa.
      Geralmente as pessoas que conhecem muito mesmo, vão ganhar dinheiro no mercado administrando o dinheiro dos outros, esse sim um verdadeiro filão."

      Essas são as palavras no nobre colega Soulsurfer no blog do Guardião do Mobral. Isso é ouro para quem acha que vai ler meia dúzia de meios livros e sair precificando tudo. Acho extremamente válido estudar e traçar um plano racional para os investimentos pessoais. Porém, a pessoa precisa ter humildade para reconhecer que tudo isso não é garantia de um desempenho melhor do que o cara que apenas compra BOVA11 cegamente todos os meses. Inclusive, investir no índice de forma passiva é uma estratégia que pode ser adotada após o estudo de dezenas de livros e conclusão de que superar o índice é extremamente difícil.

      Penso que se o cara vai partir para precificar, isso é uma atividade que exige muitos anos de estudo e tende a se tornar algo profissional, como uma segunda atividade. Se for para fazer algo diferente disso, sem se entregar verdadeiramente ao ofício, então é melhor selecionar entre 12 e 20 empresas e acompanhar os lucros das mesmas ou investir diretamente no índice e esquecer absolutamente tudo sobre balanços e relatórios, como faz o saudoso Viver de Renda.

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    3. Olá, Troll.
      Sim, está aí um que eu sinto falta de ler os textos, o saudoso Viver de Renda. Lendo os comentários, percebia-se que você discordava de certos aspectos, ou até mesmo o Márcio, mas o cara era fera. Sempre muito educado e trouxe temas que em nenhum lugar era tratado no Brasil, pelo menos não para pequenos investidores.

      Investir passivamente é melhor do que investir ativamente em mercados mais consolidados, onde o índice possui boas métricas. Tem dezenas de pesquisas mostrando isso.
      O nosso índice depois que teve a modificação esse ano sobre o peso dos ativos, já se tornou muito mais difícil de ser batido. Basta ver a carteira de investidores amadores da blogosfera muitas delas perdendo para o índice.
      Talvez como o nosso mercado ainda é muito pequeno, como há poucas empresas na bolsa (segunda-feira estava lendo um livro de precificação do Damodaran, e ele usou o exemplo de uma empresa que lida com lixo hospitalar, só nos EUA tinham mais 6 empresas dessas listadas em bolsa), talvez possa fazer sentido ter umas 10/15 empresas que passem em alguns filtros fundamentalistas.
      Porém, sem a ilusão de achar que os retornos serão espetaculares.

      Uma dúvida sempre levantada pelo Márcio, muito coerente, é qual é o momento de se sair de uma empresa. Quando ela fica ruim, dizem alguns. E quando ela fica ruim? Ah, segundo os seus critérios. Porém, isso não é resposta. Portanto, é difícil traçar filtros para saída sem usar preço. Difícil saber se uma queda de lucros não é algo temporário. Bom, pelo menos para mim é difícil.
      Por isso, ter instrumentos financeiros pagando yields de dois dígitos de forma "quase" real como FII, ou mesmo renda fixa, é algo que nenhum investidor deveria abrir mão.

      Abraço!

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  8. A única coisa que sei de Heisenberg (não Heinseberg! rs) é que ele inspirou o personagem Walter White da excelente série americana Breaking Bad.

    Um abraço, bitch! rs

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    1. Olá, Troll!
      É verdade, errei o nome do nobre físico! Grato pela correção, já modifiquei o texto.
      Nunca vi esse seriado. Estou vendo The Walking Dead (eu tenho uma queda por filmes de mortos vivos hehe) e estou achando apenas razoável.

      Abraço!

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    2. Pois dê uma chance a Breaking Bad. Esse seriado supera até mesmo o premiado Game of Thrones, em minha humilde opinião real. De pois de assistir cada episódio, leia a análise do mesmo no blog do Pablo Villaça. Esse seriado é uma verdadeira obra de arte.

      http://www4.cinemaemcena.com.br/diariodebordo/

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    3. Opa, vou dar uma olhada. Estou com NetFlix e dá para ver todos os seriados.

      Abraço!

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    4. Soulsurfer,

      Fico feliz de ser mais um no coro a te indicar a assistir Breaking Bad.

      A série é tão boa que sinto como se estivesse quite contigo, depois de ler tanto material de ótima qualidade no seu blog!

      Abraços, Renato C

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    5. Olá, Renato.
      Ontem vi o primeiro episódio, achei interessante. Vamos ver como a série se desenrola.
      Abraço!

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  9. Olá!
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