Olá colegas! Continuando a série de análise de FII, neste post falo sobre fundos voltados para shoppings e residenciais. Os fundos de shopping escondem algumas armadilhas, por isso é necessário saber bem onde se está colocando o dinheiro. Os fundos residenciais no Brasil são inexistentes, ao contrário dos EUA onde existem variados REITs voltados para residências.
SHOPPINGS
HGBS11 – Fundo que detém participação em 8 shoppings em quatro
estados diferentes com área bruta locável total de 360 mil m2 (a ABL própria do
fundo é de 71 mil m2, podendo chegar a 108 mil m2 contando com a conversão das
CRIs). É um fundo antigo com primeira emissão em 2006, sendo que já houve seis
emissões no total. Algumas participações
são diretas, outras por meio de quotas de FII e outras por meio de CRI
conversíveis. O fundo possui 9% alocado em RF (incluso CRI não conversíveis) e
quotas de outros FII, e 91 por cento em participação efetiva nos shoppings, em
FII ilíquidos e CRI conversíveis em empreendimentos imobiliários. Possui uma
grande dispersão de locatários, sendo muito bem diversificado. Houve
recentemente um problema judicial relativo aos CRIs conversíveis do shopping
Goiabeiras localizado em Mato Grosso. Aparentemente, pode ter havido
problemas judiciais, tanto que houve
penhora dos rendimentos dos CRIs. O fundo conseguiu que os rendimentos não
seguissem penhorado, o que não comprometeu o fluxo de caixa por enquanto.
Entretanto, os CRIs continuam penhorados e há risco jurídico relevante. Os CRIs
do goiabeiras representam 10,97% do patrimônio líquido do fundo no final de
janeiro de 2014. Há de se considerar que em 2012 o fundo permutou a sua
participação no shopping Plaza Sul por participação no shopping Penha, mas o
pagamento de aproximadamente de 64 milhões em 42 parcelas corrigidas pelo CDI.
Portanto, o fundo vem atualmente distribuindo o “lucro” da operação de permuta.
Essa distribuição tem data certa para acabar em julho de 2015, onde a última
parcela será depositada. A administradora diz que está preparada para o fim
desse pagamento, pois possui caixa acumulado (devido a retenção dos 5% do
faturamento), há CRI conversíveis que quando convertidas em participação em
shoppings renderão mais, e há projetos de expansão da ABL própria. Entretanto,
é um risco, é uma espécie de RMG parcial, onde quase 20% do resultado operacional
do fundo advêm do pagamento dessas parcelas que não recorrentes e tem data
certa para acabar. Por isso, esse fundo apresenta alguns riscos. Há o problema
de não ter havido crescimento de renda entre o ano 2012 e 2013, ficando o
rendimento estável, sendo que os últimos rendimentos estão na faixa de R$ 13,70
o que gera um yield de 0,91% am com a quota no valor de R$ 1.500,00
(a quota chegou num pico de R$ 2.200 no começo de 2013, o que corresponde uma
desvalorização de aproximadamente 32%). Seria um rendimento muito bom, se o
fundo não apresentasse o problema do CRI goiabeiras, bem como a questão da
distribuição dos lucros da operação de permuta de 2012. Se no resultado de 2013
considerarmos as receitas do fundo (106,89M) subtrairmos os lucros da operação
de permuta (20,43M) e as despesas do fundo (16,86M) chega-se a um resultado
operacional líquido, sem a distribuição de lucros, de 69,59M, o que daria uma
média de distribuição mensal de R$ 10,79, muito inferior ao valor de R$ 13,70 que
vem sendo distribuído (isso sem contar possíveis problemas com o shopping
Goiabeiras). A taxa
de administração não é baixa correspondendo a 1,5% sobre o valor de mercado das
quotas, no mês de janeiro correspondeu a quase 12% do faturamento do fundo
(incluindo os 1,78M de distribuição de lucro, se não fossem incluído o
percentual seria de inacreditáveis 23%). O valor patrimonial da quota no final de janeiro de 2014, era de
R$ 2.085,60, sendo assim a quota sendo negociada com um deságio de
aproximadamente 30%, o que é significativo. R$ 1.500,00 é
Avaliação: bom. O fundo é grande e diversificado, atualmente paga um
ótimo yield com um grande desconto sobre o valor patrimonial. Entretanto, há
riscos jurídicos e de continuidade da receita operacional.
Risco: médio. Há risco de perda de 10,97% do PL do fundo no caso CRI
Goiabeiras (é muito difícil precisar o que pode acontecer), e há possibilidade
real de queda de rendimentos a partir de julho de 2015.
WPLZ11B – Fundo adquiriu 30% do Shopping West Plaza localizado na
zona oeste de São Paulo (Barra Funda, Perdizes e Pompéia). O Shopping possui 23
anos de idade, e recentemente sofreu uma revitalização para se manter
competitivo. É voltado para as classes C e D. Houve problemas com a prefeitura, o que
fez a cota despencar no ano de 2012. A
renda real ficou muito longe da RMG, o que também fez que a cota se
depreciasse. Há diversas obras em andamento
do Shopping (inclusive uma que está ligada a problemas estruturais de uma laje,
o que não deixa de ser preocupante), o que é bom no médio prazo, entretanto faz
com que o rendimento no curto prazo seja baixo. Há uma parcela significativa
das receitas projetadas pela própria administradora (5,1M) para bancar os custos da obra. A
receita projetada para 2014, líquidas das despesas anteriormente mencionadas, é
de 2,3M, o que daria um rendimento médio
de R$ 0,32 equivalendo a um yield de 0,56% am com quota a R$ 56,5
(necessário ressaltar que o fundo possui caixa de 1,5M e estou considerando que
ele iria distribuir em 2014). Se projetarmos as receitas para 2015 (sem o
provisionamento para reformas e sem considerar aumento por algum índice
inflacionário) as receitas seriam de 7,4 M (não haveria mais caixa para
distribuir em 2015), o que daria um resultado médio por cota de R$ 0.63
representando um yield de 1,1 am o que seria muito bom Cota
sendo negociada no seu fundo histórico. Além do mais, o shopping irá
revitalizar o cinema e construir um teatro, o que impactará positivamente nas
receitas. A taxa de administração é de
0,25% sobre o PL, o que é razoável e em linha com outros fundos de shopping. Necessário
ressaltar que com a nova administração da Alliansce a taxa de vacância diminuiu
de 7/8% no começo de 2013 para cerca de 4% ao final de 2013, o que demonstra
que está havendo melhora na gestão do shopping. Houve melhora também ao longo
de 2013 (se comparado com os anos de 2011 e 2012) nas receitas do shopping,
inclusive melhora nas receitas de aluguéis e grande incremento nas receitas de
estacionamento. Fundo negociado com 40% de deságio em relação ao seu valor
patrimonial, o que é algo que deve ser levado em conta. Sendo assim, a preços atuais, e principalmente
se cota for mais penalizada pode trazer bons pontos de entrada.
Avaliação: Média/Boa. Média, pois o shopping não é tão competitivo,
principalmente se comparado com o Shopping Bourbon que fica nas redondezas. O
imóvel já possui 23 anos, apresentou falhas aparentemente estruturais e está
passando por inúmeras reformas. Boa, pois o fundo pode ser um “turnaround” e
propiciar yields expressivos se tudo andar bem nos próximos dois anos com as
reformas, com a diminuição da vacância e aumento do número de pessoas com a
instalação da “arena palestra”. Se a quota for demasiadamente penalizada, pode
apresentar bons pontos de entrada.
Risco: médio/alto. O risco é
médio, pois o fundo apresenta renda real, e a renda deve aumentar com a
diminuição da vacância e reinauguração do cinema. O risco é alto, pois o fundo
já apresentou problemas com a prefeitura, recentemente com questão
aparentemente estrutural, e o shopping não é tão competitivo se comparado aos
pares.
JRDM11B – Fundo adquiriu 40% do Shopping Jardim Sul localizado no
Morumbi em São Paulo. Possui RMG até agosto de 2016, que vai variar de 8,5% aa
até 9,1% aa. O fundo possui Renda Mínima Garantida até setembro de 2016, sendo
que o valor vai de 8,5% no primeiro ano até 9,1% no segundo ano (rentabilidade
calculada sobre a emissão de R$ 100,00) . A RMG até setembro de 2014 é de R$ 0,73, o que
dá um yield mensal de 0,94% e 11,3% aa com valor de quota a R$ 77,5.
Entretanto, a renda real no de janeiro
de 2013 a outubro de 2013, segundo dados coletados dos relatórios da
administradora, foi de R$ 5,2, o que dá uma média mensal de R$0,52. Assim, a renda real é de aproximadamente 70%
da renda real. O yield real é de 0,67% aa e 8% aa. O fundo ainda possui mais
dois anos e meio de RMG, mas parece ser improvável que a RMG seja atingida. A
quota é negociada com deságio de 22,5% sobre o valor de emissão. A situação não
é como do Floripa Shopping, mas a renda real não é tão discrepante da RMG. Se a
cota cair ainda mais, por exemplo a R$ 65,00 (yield real de 0,8% e yield de RMG
de 1,1%) pode fornecer bons pontos de entrada. A taxa de administração é de 0,2% do PL do fundo, o que é
razoável, variando de 3 a 5% do faturamento do fundo. A liquidez do fundo não é
muito bom, o que é um aspecto negativo, mas nada que impeça a abertura de
posição.
Avaliação: Boa. O shopping é razoavelmente bom, a RMG é longa, e a
renda real não é tão discrepante. Com maiores quedas, pode oferecer bons pontos
de entrada.
Risco: Médio. O maior risco é a renda real não conseguir ficar muito
perto da renda real e frustrar os interesses dos quotistas. Para evitar
surpresas, basta fazer as contas com o yield real.
ABCP11 – Fundo detentor de 98,5% de shopping localizado em Santo
Andre. Houve e expansão no Shopping em 2012 e a área total do empreendimento de
69.317 m2 mais um prédio comercial de ABL de 5.586m2, o que fez a renda
distribuída melhorar. O rendimento anual, segundo informação do relatório de
dezembro de 2013, foi de R$ 0,691 o que corresponde a um yield
anual de apenas 7% com o valor de quota a R$ 9,75. O fundo possui liquidez
muito baixa, o que ocasiona grandes spreads BID/ASK .
Avaliação: médio. O yield é muito baixo, a liquidez é muito pequena, e
o shopping não é tão diferenciado. Não vejo razão de abrir posição nesse fundo.
Risco: Médio. Os riscos são o
custo de oportunidade e a baixa liquidez.
PQDP11- Fundo criado para comprar 15% de participação no Shopping Parque Dom Pedro em Campinas. A
peculiaridade desse fundo é que outro FII é dono dos outros 85% do
empreendimento, entretanto é um FII que não é negociado em bolsa e é controlado
pela SONAE. O FII PQDP possui ainda mais 15% de participação no empreendimento
já que é dono de quotas do fundo fechado. Portanto, a participação total do
fundo é de 30% (15% diretamente e 15% indiretamente). O shopping é imenso (185 mil m2 de área
construída) e moderno, sendo bem diversificado. Talvez seja o melhor Shopping
dentre os FII negociados em bolsa. O rendimento não é estável e isso é normal
em shopping, pois há meses melhores e piores no comércio. De novembro de 2012
a outubro de 2013 o fundo pagou R$
116,56, o que dá uma média mensal de R$9,71 gerando um yield na cotação atual
de R$ 1.235 de quase 0,79% e 9,5% de juros simples aa. Para fins de comparação
o fundo distribuiu entre novembro de 2011 a outubro de 2012 aproximadamente R$
101,65, assim o acréscimo de rendimento de 2012 para 2013 no período comparado
foi de bons 15% (taxa de crescimento de dar inveja a muita empresa listada em
bolsa). Esse sempre, até pela qualidade
do empreendimento, foi um fundo caro.
Entretanto, com a queda generalizada, o fundo começou a ter yields
interessantes. Assim, é possível dizer
que a cota encontra-se um pouco sobreavaliada pelo yield pago em média.
Possíveis quedas para valor de quota abaixo de R$ 1.200,00, podem proporcionar bons pontos de entrada com yield de quase 10%
aa. A taxa de vacância do shopping é
bem baixa e corresponde a 3%. A taca de administração do FII é de 0,23% aa
sobre o patrimônio total do fundo, o que não é alta e corresponde de 5 a 10% do
faturamento mensal do fundo dependendo do mês. O VP da quota é de
aproximadamente R$ 1.916,00, sendo assim as quotas estão sendo negociadas com
um substancial deságio de 35%.
Avaliação: boa/ótima. Shopping moderno, receitas crescentes, quota
sendo negociada com um deságio significativo sobre o VP. Coloquei boa, pois o
yield é um pouco inferior a média atual do mercado, entretanto a preço de
quotas atuais o yield é bem razoável.
Risco: baixo. Não vejo riscos muito significativos. O maior risco é
desaquecimento da economia, diminuição das vendas no shopping e por via de
conseqüência diminuição dos rendimentos do fundo.
FLRP11B – Fundo adquiriu 38% do Floripa Shopping (entretanto houve
diminuição da participação para 35,8%). Possuiu longa RMG de R$ 8,8 por quota
até setembro de 2013 e preço de imissão de R$ 1.000,00. Como o
rendimento real ficou aquém da RMG
(sendo que atualmente o fundo não distribui rendimento há alguns meses, pois
está provisionando para obras de melhoramento e de expansão da loja Renner, há
previsão de que o fundo volte a pagar rendimento a partir de março deste ano),
a quota caiu 55%, sendo negociada a
patamares de R$ 450,00, o que demonstra que esse fundo destruiu valor aos
quotistas iniciais. Isso mostra como pode ser arriscado confiar demais em RMG
longas e divorciadas da real possibilidade do empreendimento (risco que pode
existir no JRDM11B e em vários outros shoppings). Há vários meses não há distribuição de
lucros. As despesas são altas, mesmo sem o provisionamento, o que prejudica o
resultado operacional do fundo. Há uma nova administradora no Shopping, o que
pode fazer que a rentabilidade e a
gestão do shopping tenha um bom desenvolvimento, entretanto nos últimos seis
meses tanto as receitas como a vacância se mantém em patamares semelhantes ao
ano de 2010. Não é o melhor Shopping da cidade, mas está numa área de
desenvolvimento da região. A quota
vem sendo negociada com considerável deságio em relação ao seu Valor Patrimonial,
sendo que o m2 , pelo valor atual da quota, de área construída vem sendo
negociada a menos de R$ 1.000,00 o m2. Conforme comunicado ao mercado da
administradora do fundo lançado em janeiro de 2014, a previsão de geração de
receita de todo shopping para o ano de 2014 é de quase 7M, sendo que a do fundo
é de 2,65M. Não é uma geração de receita satisfatória para proporcionar
rendimentos compatíveis com as perspectivas, não pelo menos em 2014. Fundo
merece cautela.
Avaliação: médio. O Shopping não é o melhor da cidade. Além do mais, há
meses não distribui rendimento, desde a emissão destruiu valor dos quotistas.
As receitas não apresentam substancial aumento no ano de 2013 com a nova
administradora. As taxas de administração e para o shopping são altas em
relação ao faturamento do fundo. Creio que há opções de shopping melhores.
Risco: médio/alto. O risco do
shopping não performar razoavelmente bem mesmo no médio prazo não é pequeno.
Creio que se alguém quer escolher um “turnaround” para shoppings o WPLZ11B é um
melhor canditado.
FIGS11 – Fundo constituído para a
aquisição de 36,5% do Shopping Bonsucesso localizado em Guarulhos São Paulo com
foco na classe C, e 36,5% do
Shopping Maia em Guarulhos também que
deverá ser mais voltado as classes A e B e está sendo construído com previsão
de término da obra em abril de 2014, porém há indícios de que a obra irá
atrasar pelo menos seis meses. Portanto, a RMG deve ir até o final de 2018. O
fundo possui RMG de R$ 0,83 por quatro anos contados do término da construção
do Shopping Maia em Guarulhos. É um
fundo de desenvolvimento que pode oferecer bons retornos, mas contém evidentes
riscos, pois não se tem ideia se a renda real ficará próxima da RMG. A quota chegou
a ser negociada a R$ 67,00 ( yield de quase 15% aa, o que é muito expressivo) e
atualmente a quota é negociada a R$74,00 (1,1% am e 13,4% aa). É um FII com
riscos acentuados, mas pode oferecer retornos altos, principalmente se a quota
cair para patamares cada vez menores. Não consegui checar de onde sai o
pagamento da RMG, se há alguma conta vinculada já com o numerário depositado ou
não. A depender do desenvolvimento do FII, há o risco de não se ter dinheiro
para pagar a RMG até o final de 2018. A
liquidez do fundo é razoável.
Avaliação: Médio. Difícil avaliar um fundo que possui período de
maturação tão longo. O fato objetivo é que quanto menor o valor da quota, a
margem de segurança aumenta.
Risco: Alto. O prazo de
maturação é longo, não há nenhuma informação sobre renda real (até porque um
shopping ainda está em construção), e pode haver problemas até mesmo com o
pagamento da RMG.
FVPQ11 - O fundo é proprietário de 100% do
empreendimento Via Parque Shopping localizado na Barra da Tijuca no Rio de
Janeiro. Possui pouquíssimas informações no site da administradora. Além do
mais, a liquidez é inexistente, basta ver o Book de ofertas onde há uma ordem
de venda a R$ 200,00 e outra por R$ 100,00. Devido à falta de informações,
liquidez, e fundos de shopping perfomando, não vejo motivos para iniciar
posição nesse fundo.
MSHP11 - O fundo é
proprietário de 40% do Mais Shopping Largo 13 localizado no bairro Santo Amaro
na cidade de São Paulo. O foco do empreendimento é a classe C, sendo dito por
muitos que é um “camelódromo de luxo”. O fundo foi lançado em 2010 por R$
1.000,00, chegou a ser negociado a R$ 1.150,00 e hoje a quota gira em torno de
R$ 450,00 (55% de desvalorização em relação ao preço de emissão e 60% em
relação ao topo). Sendo assim, houve destruição de valor para os quotistas. Segundo
relatório do Bradesco, administradora do Fundo, o rendimento entre 2011 a 2013
apresenta discreta melhora. A média de
distribuição dos últimos 12 meses foi de aproximadamente R$ 3,50 o que dá um
yield de 0,78% am. A vacância do shopping está em 9%. A quota a preços atuais
pode começar a oferecer pontos de entrada. A liquidez do fundo não é boa, o que
pode ser impeditivo de montar posições.
Avaliação: média. FII que destruiu valor para quem comprou desde a
emissão. O Shopping em si não parece ser tão bom. Nos preços atuais, pode começar a ser uma
opção, pois o yield já começa a rondar a casa dos 10% aa. Nos relatórios do
fundo, não há uma clara tendência de melhora nas receitas e na distribuição, o
que é ruim, pois o bom de fundos de tijolo é o rendimento crescente para ser um
hedge razoável contra a inflação.
Risco: médio. O fundo não saiu muito do lugar desde 2011 no que toca as
receitas e distribuição de rendimentos. Quem comprou cotas na emissão e não se
desfez a tempo amargou prejuízos de mais de 50%. A liquidez também é um risco e
um problema de se iniciar posição nesse fundo.
RBGS11 - Fundo constituído
para adquirir 44% do Parque Shopping Sulacap localizado na zona oeste no Rio de
Janeiro. O Shopping estava em construção e foi entregue em outubro de 2013. Aparentemente,
segundo relatos, o Shopping é pequeno e tem foco nas classes C e D. Está
localizado numa zona de importante ligação entre diversos bairros. O fundo
possui RMG de três anos após a finalização da obra, ou seja até outubro de
2016, de 85% do CDI. Segundo relatório
do mês de dezembro a renda real foi de R$ 0,24 por quota, o que dá um yield
real de 0,36% am com quota a R$ 66,5 (já houve 35% de desvalorização do preço
de emissão). Há relatos de que ainda há muitas lojas para inaugurar, inclusive
o cinema, o que irá impactar positivamente no resultado operacional do fundo.
Ainda há muitas incertezas sobre a renda real do fundo. Sendo assim, talvez
seja interessante aguardar mais alguns meses para saber se a diferença entre a
RMG e a renda real é muito grande ou não, e se há alguma perspectiva da renda
real atingir a RMG em outubro de 2016. Porém, o fundo começa a apresentar
grande desconto em relação ao preço de emissão, se a renda real melhorar
significativamente a preços atuais pode vir a ser um negócio interessante. A
liquidez do fundo é razoável, não sendo um problema para montagem de posições.
Avaliação: Médio/Bom. FII que se desvalorizou muito desde a emissão. O
Shopping aparentemente pelas fotos do empreendimento parece ser muito bem feto. Há RMG longa até outubro de 2016, entretanto
ainda é cedo para saber em qual patamar está a renda real, pois o shopping
ainda possui muitas lojas para inaugurar. A depender da renda real, e se o
preço da quota continuar caindo, pode vir a oferecer bons pontos de entrada.
Risco: médio/alto. A renda real
pode ser muito inferior a RMG, o que pode ir ocasionando a destruição de valor
para os quotistas nos próximos anos. Quem comprou a R$ 100,00 na emissão já
sentiu isso. Fundo a ser monitorado nos próximos meses para saber qual é o real
patamar da renda real, e até onde ela pode chegar em outubro de 2016.
SHPH11 - O fundo foi criado para
adquirir 25% do shopping Higienópolis. O Shopping tem perfil para atender a
classe A, e é muito bonito (eu mesmo já estive no shopping e posso confirmar
que o shopping é muito bonito). É um FII
antigo, e apresenta uma valorização histórica muito grande, já que a cota foi
emitida a R$ 100,00 há 13 anos atrás e hoje o preço da mesma gira em torno de
R$ 540,00. A média de distribuição de
rendimento dos últimos 12 meses foi de R$ 3.05, o que dá um yield de apenas
0.56% am. A liquidez do fundo é baixa, o que de certa maneira é um impeditivo
para se montar posições.
Avaliação: média/ótima. Ótima já que o shopping é referência na cidade
de São Paulo, e não possui qualquer problema aparente. Média já que se paga
caro (como se fosse uma AMBEV dos shoppings) por essa qualidade, com yield
próximo do que a poupança paga.
Risco: baixo/alto. O risco é baixo, pois o fundo está performando e
nada sugere que no médio prazo isso não esteja ocorrendo. Alto, pois o custo de
oportunidade de possuir quotas desse fundo a preços atuais é muito alto,
principalmente se comparado a outros
fundos imobiliários.
RCCS11 – Fundo não analisado, pois foi
aprovado em Assembléia a venda do único imóvel do fundo e devolução para os
quotistas. Fato interessante é que o fundo foi lançado em 2010 pelo preço de R$
1.000,00 a quota e vai ser vendido por R$ 880,00 a quota. Ou seja, depois de
uma grande valorização imobiliária entre os anos de 2010 a 2012, o fundo vai
ser vendido por menos. Isso mostra que compraram o imóvel a valores muito altos
na época. Portanto, toda atenção é pouca em IPO. De preferência, mantenham-se
afastados delas.
MSLF11B – Fundo
não analisado por ausência completa de liquidez.
ANCR11B – Fundo não analisado por liquidez
insatisfatória
GWIR11 - Fundo não analisado por liquidez
insatisfatória
SCPF11
-
Fundo não analisado por ausência
completa de liquidez.
RESIDENCIAIS
JPPC11 – Fundo
não analisado por ausência completa de liquidez
KNRE11 – Fundo
constituído para captar dinheiro para desenvolver áreas residenciais com prazo
de duração de sete anos e com amortizações parciais. Liquidez baixíssima, taxa de administração
alta (2% do PL), mais taxa de performarce. Não vejo motivos de montar posição
nesse FII
PABY11 - Fundo não analisado por ausência
completa de liquidez
RBDS11 – Fundo
com pouquíssima liquidez. Sendo assim,
não houve análise do mesmo, pois sem liquidez não se pode montar posição, sendo
ainda arriscado montar posição, pois os spreads podem ser altíssimos para se
vender as quotas.
RBPD11 - O fundo
possui pouca liquidez, e está amortizando, logo a quota tende a zero. Sendo
assim, posicionamento nesse tipo de fundo requer comprar quotas abaixo do valor
patrimonial (sempre tendo em mente que o VP pode alterar-se e uma compra feita
abaixo do VP, pode-se transformar numa compra acima do VP). Fundos desse tipo
são como renda fixa, e não se encaixam no perfil de geração de fluxo de caixa
mensal para períodos maiores de tempo.
RBPR11 – O
fundo, também com caráter de desenvolver imóveis residenciais, termina a
amortização, segundo administradora, em maio de 2014. A liquidez do fundo é
muito baixa. Sendo assim, não há motivos para se montar posição nesse fundo,
especialmente agora, a não ser que haja compras com relativo deságio em relação
ao VP, o que é muito difícil de acontecer.
Querem
saber quem é o Soulsurfer? Estou aí no palco cantando junto com o vocalista do
Pennywise, num dos shows mais irados que eu já fui (Belly up - Dezembro de 2013
- Solana Beach-Califórnia)
Abraço a todos!
Bela análise! Peço desculpas se o comentário for indiscreto, mas, me chama a atenção o tanto de países que você "supostamente" conhece. Você deve ter bastante dinheiro em surfista? Trabalha com o quê? Ou herdou a fortuna da família? :P
ResponderExcluirAbraços!
Olá Investidor Livre!
ExcluirCara, é barato viajar. Se for mochilar e para países mais pobres então, o gasto é muito pequeno. Com 40 dólares por dia você passa muito bem no Camboja, por exemplo, e com menos do que isso em países como Laos, Índia, etc.
Eu possuo um bom cargo há 10 anos. Sempre vivi bem, mas sempre economizei dinheiro, e isso vem desde criança.
Sendo assim, consegui amealhar uma boa posição, tão confortável que penso que minha IF já foi atingida, estou apenas tomando a coragem final para experienciá-la por definitivo.
Abraço!
Penso que o cara que se comunica bem em outras línguas pode viajar muito com pouco dinheiro. O cara que tem muito dinheiro e não se comunica bem acaba nem aproveitando direito, não é isto surfer? Conheço só um pouco do Brasil e já estive no Paraguai, rs.
ExcluirCom certeza. Aliás viajar para mim é poder pegar, ou ao menos tentar, aqueles detalhes sobre um lugar, uma cultura ou uma população.
ExcluirClaro que dinheiro vai sempre envolver dinheiro, mas não precisa ser tão caro. Uma pessoa sozinha pode fazer uma viagem muito bacana por Bolívia, Peru e Chile por um mês e gastar menos de dois mil dólares. Evidentemente, não é para qualquer brasileiro, mas pode ser feito por qualquer um de classe média. E cara, que viagem bacana é essa.
De onde você é UB (se preferir não responder, tranquilo)?
Abraço!
Belozonte sô, rs. mineiro uai!
ExcluirSoulSurfer, trocando em miúdos, e expressando a minha opinião : no momento não tenho interesse em NENHUM destes fundos. O único que ainda analiso a cotação para uma possível entrada é o Parque Dom Pedro, mas entendo que apesar da queda de mais de 10% em 2014 que este fundo teve no seu valor de cotação, apenas se atingisse patamares inferiores a R$ 1.150,00 eu entraria nele.
ResponderExcluirNo passado cheguei a cogitar a entrada no Floripa, mas ainda bem que não entrei. Acho que o risco do Floripa deveria ser reavaliado por você , pois acho que não é de risco "médio-alto" e sim de risco "altíssimo". Pena de quem o comprou a 1000 reais.
Olá Guardião!
ExcluirO Floripa seria de risco "altíssimo" se a cotação estivesse em R$ 1.000,00. Na cotação atual, o fundo apresenta um grande deságio no VP, por mais que não gere renda, o imóvel tem valor (é diferente do VP de empresas que por um passe de mágica contábil o valor diminui sensivelmente). Há probabilidade do fundo começar a performar bem em 2015/2016. Mas, o fundo não me interessa. Por isso disse que fundo de shopping apresentam algumas armadilhas, o que ocorreu no Floripa, ocorreu com vários outros shoppings, venderam caro demais, e com uma RMG sem qualquer relação com o potencial da renda real.
O PQDP também o que me interessa. A R$. 1.150 daria um yield de quase 10,5%, o que é sensacional para um fundo tão bom como esse. Eu não sei se a quota desce nesse patamar, mas seria bom.
Abraço!
É, também interessei por nada não, rs.
ExcluirTambém não me interessei por nenhum desses fundos. Estou no aguardo do seu post sobre os FIIs de escritório Soulsurfer.
ResponderExcluirParece que os FIIs tiveram um fundo quase ao mesmo tempo que o início dos seus posts. Como tu me respondeu, e concordo, a conjuntura não mudou nada desde então. Mas desde então percebi uma significativa valorização para a maioria dos bons FIIs.
Eu estou me segurando e esperando uma nova queda para me posicionar mais fortemente, mas receio estar perdendo os melhores momento de aporte. Mas fico raciocinando que, como disse, em termos de conjuntura absolutamente nada mudou.
Abraço
Green_future
Olá Green!
ExcluirTambém queria ter comprado EDGA a 63,00, RNGO a 63,00, entretanto a vida é assim mesmo.
Por isso, aportes regulares, e aumento de aportes em momentos onde o mercado exagera no pessimismo.
Entretanto, só está saindo notícia ruim no começo de 2014 (pior até do que se pensava no final de 2013), tanto que estão revisando o crescimento do PIB para apenas 1,6% nesse ano. Se assim for, a DILMA vai ser a presidente com o pior crescimento econômico (pior do que os dois mantados do FHC e bem pior do que o LULA).
Por isso, o ano é longo, muitas coisas vão acontecer.
Mantenha a estratégia, o estudo, e a paciência, que os resultados virão.
Abraço!
Olá Soul!
ResponderExcluirBelo Blog!! :)
Valeu, Ricardo!
ExcluirAgradeço a sua mensagem, vindo de um cara que manja como você significa muito!
Grande abraço!
Olá Soul,
ResponderExcluirAtualize por favor a sua blogroll, fiz algumas alterações no nome do blog:
http://www.oblogdoestagiario.blogspot.com
:)
Uta!