terça-feira, 25 de setembro de 2018

MINHAS CONVERSAS COM "DEUS" E A DESPEDIDA DE UM BOM AMIGO


                Deus existe? A essa pergunta muitas mentes brilhantes devotaram vidas inteiras no passar dos séculos de história humana. Eu fui muito, como quase todas as crianças o são, influenciado pelo meu Pai e Mãe nesse assunto. Minha mãe nunca me obrigou a ir a nenhuma igreja, e nunca teve alguma devoção mais forte a algum culto institucionalizado. O meu Pai, por seu turno, falava coisas , quando eu era um menino de menos de 8 anos, como  “O finito não consegue entender o infinito” ou “quando o nada percebeu que era alguma coisa tudo começou” quando o assunto era religiosidade.

                Minha mãe, porém, instilou em mim o hábito de rezar todos os dias. Porém, a reza era sempre eu que fazia, nunca foi uma reza pré-determinada como um “Pai Nosso”. Um dos momentos, em relação a esse assunto, que mais me marcou foi quando o meu pai me ensinou alguns conceitos defendidos pelo filósofo do século 17 Espinoza. Meu pai então, num restaurante, me disse que Deus não se intrometeria em assuntos humanos, não faria sentido que Ele escolhesse algum lado numa disputa, e não adiantaria rezar para pedir alguma vitória seja no que for.

                Isso ficou comigo. Desde aquele momento, eu comecei a rezar todos os dias sempre pedindo iluminação (ou alguma outra forma menos sofisticado que um menino-adolescente poderia se expressar) e agradecimento pela minha família e por ter saúde físico-mental. Desde sempre eu faço isso. Não existe um único dia que eu não tenha rezado. Eu posso estar colapsado de cansaço depois de 15 horas de uma trilha no meio do nada na Mongólia, mas eu não entrarei no saco de dormir e descansarei enquanto não tiver feito uma prece.

                Nenhum dia da minha vida eu deixei de fazer uma oração, talvez uma exceção quando dormi no estacionamento de uma grande festa que acontecia na cidade na minha época de faculdade. Pensando bem, talvez nessas ocasiões, que ocorreram raramente, eu posso ter ficado sem orar.  Porém, isso foi a exceção da exceção. Nunca pedi nada de material nessas orações, e sempre agradeci o que tinha.

                Boa parte, como isso se transformou num hábito, das minhas orações é feita no automático. Tenho que reconhecer que não há uma intenção tão profunda. Porém, há certas ocasiões, quando algo me tocou emocionalmente, que a minha prece se transforma em algo muito profundo, e não raramente eu choro copiosamente emocionado.

                É com Deus com quem eu falo? Eu, sou um grande admirador de pessoas como Dawkins, Carl Sagan, Sam Harris, entre outros. Para quem não conhece, eles são ateístas, ou pelo menos agnósticos, e sempre foram ferrenhos críticos do obscurantismo que a religião pode se transformar. Logo, eu sinceramente não sei nem mesmo se Deus, uma entidade sobrenatural (ou seja fora do universo natural), realmente existe. O finito (eu) dificilmente teria condições de entender algo infinito (Deus, se ele realmente existisse como a realidade última de tudo).

                Porém, se não é para Deus necessariamente que eu dirijo as minhas preces para quem será? Eu , sinceramente, não sei. Talvez seja para a minha própria consciência, onde em certos casos eu posso ter diálogos profundos e intensos com ela. Não sei. É um hábito que me foi colocado desde a minha infância, com o qual o meu ser foi reagindo à medida que eu evoluía e crescia.

                Nas últimas semanas, eu algumas vezes intensamente orei. Isso se deu porque um bom amigo faleceu. Eu já tinha falado desse amigo nesse artigo: O Surfista-Garçom de coração grande

                O Lau (o Wad como eu chamava) era um sujeito fantástico. Sempre sorrindo, sempre, sem exceção. Ele desarmava tudo e todos com o seu sorriso e jeito. Um ser humano iluminado. Eu fiz amizade com ele, pois ele era garçom de uma pizzaria que sempre frequento. Eu acho isso fantástico. Como é possível sim termos relações muito mais amistosas e intensas em condições onde socialmente não se espera isso. Com quantos garçons não interagimos, ou esquecemos-nos de interagir, e em quantas relações dessas se desenvolve alguma profundidade, mesmo que seja apenas no instante?

                Uma das primeiras pessoas que fiz questão de encontrar depois que voltei da minha viagem de dois anos foi o Lau. Ele estava na quarta sessão de quimioterapia, não tinha encontrado um doador de medula. Fui à casa dele, e ele estava bem magro e careca. Nem parecia o Lau que conhecia, mas o sorriso no rosto não traía quem ele era.

Eu e Lau no meu retorno de viagem


                Durante algumas horas ficamos eu, minha mulher, o Lau e sua esposa conversando sobre a vida e viagens. Lau era amante do surfe e de viagens. A quimioterapia deu resultado, e ele começou a melhorar e melhorar. No ano de 2017, ele viajou para tudo que é lado, e surfou muito. Sempre o via passeando com dois cachorros enormes nas redondezas.

                Há um mês atrás, ele apareceu na pizzaria (ele não trabalhava mais lá há um tempo), e ele estava muito bem, tanto que eu  disse “tá bonitão em Wad!”. Sorriso e simpatia em pessoa. Alguns dias depois desse encontro, minha companheira me diz "o Lau morreu". O quê? Como?

                A leucemia voltou fulminante e ceifou a sua vida em questão de dias. Caralho! No mesmo dia, o seu corpo estava sendo velado e resolvi ir ao velório. Nunca tinha ido a um velório e nunca tinha visto um corpo sem vida. Vi Lau, imóvel, sem vida, e aquilo teve um impacto muito forte. A energia de alguém sempre sorrindo se foi (ao menos naquele corpo, para quem acredita em reencarnação ou em alma). Aquilo realmente me impressionou bastante.

                No domingo, numa cerimônia muito bonita, nos despedimos de Lau. Seus amigos surfistas (eu incluso) remamos no mar, nos demos as mãos e dissemos “até logo” para o nosso amigo, enquanto suas cinzas eram jogadas no meio do círculo que se formou. Foi uma bela forma de nos despedirmos dele, num ambiente que ele tanto gostava.



                Ele não era um amigo tão íntimo, e nem o conhecia tão profundamente, mas posso dizer sem sombra de dúvidas que ele teve um impacto positivo na minha vida. Ele jogou luz em minha vida. Ele era, e continua sendo, um exemplo de como posso melhorar a forma que reajo a outros ou a adversidades. Ele, para nós que gostamos de finanças, era super antenado com conceitos de independência financeira, tanto que se equilibrando entre trabalhos de garçom e de shaper de pranchas de surfe, conseguia viajar para Havaí, Polinésia, Indonésia, América Central. Ele um dia me disse que vivia bem junto com a esposa com menos de R$ 1.000,00. Não sei se era verdade, mas com certeza ele era um exemplo claro de como podemos ter vidas muito melhores e fazermos o que quisermos, mesmo com patrimônios não tão grandes.

                Em suma, ele era um exemplo.  Creio que uma medida de sucesso na vida, talvez uma das maiores, não é o quanto de dinheiro você deixa para os seus herdeiros, ou o tamanho e riqueza do seu enterro, mas o número de pessoas que realmente foram tocadas pela sua vida. Ao ver pelos choros e reações das pessoas, Lau tocou positivamente a vida de muitas pessoas, e essa é uma inspiração para que eu melhore como ser humano ainda mais, para que eu possa ser um agente positivo para outros seres humanos.

                Envoltos nesses pensamentos e sentimentos, eu rezei para Deus ou minha consciência, e chorei algumas vezes nas últimas semanas. Choros de tristeza, emoção e alegria, ao pensar na minha vida, nos meus pais, na vida da minha filha que está por vir, nos meus amigos, na minha companheira, nos meus erros e acertos. Só tenho agradecer de poder ter sido o seu amigo, Lau.

                Hoje de manhã, minha mulher me liga chorando da rua às 8:00 da manhã. Eu não entendo direito o que ela fala, mas, não sei por qual motivo, compreendo que alguma coisa teria acontecido com a nossa filha. O meu coração foi a boca e um desespero tomou conta de mim. Ela me disse então para se acalmar, e ainda chorando disse que a “branquinha tinha morrido atropelada”. Com um misto de alívio de não ser nada com a minha Serena, e tristeza pelo cachorro, eu tomo conhecimento do que ocorreu.

                A branquinha era um dos cachorros que há vários anos habita a rua. Quanto carinho já não fiz nela. Ela, junto com o “negão” foram adotados por um casal de amigos da rua. Já estavam ficando velhinhos, e foi ótimo eles terem um lar e alguém que os cuidasse nesses últimos meses. Infelizmente, hoje de manhã, ao descer para passear, ela correu em direção a um ônibus e foi atropelada.


A Branquinha brincando nas dunas perto do mar na frente de casa

                Vi o seu corpo sem energia e movimento num saco plástico sendo levado pelo caminhão que recolhe animais para serem incinerados. Um corpo com vida, energia, há algumas horas, para um corpo sem vida. Fiquei triste com o falecimento dela.

                Pessoas iluminadas partem dessa vida, fatalidades com animais que gostamos acontecem, coisas mudam e a vida não nos pergunta nada. Talvez a única forma, pois não podemos controlar o destino, é tentar viver no momento presente da melhor forma possível. Enquanto você está com aquela pessoa que gosta, tentar viver da maneira mais intensa possível aquele momento. Essa talvez seja a única forma de vivermos bem, e quando fatalidades e momentos de despedidas chegarem, nós termos a consciência de que ao menos vivemos com aquela pessoa, e aquela situação, da melhor maneira possível.


Valeu meu amigo


                Um abraço Lau.


24 comentários:

  1. Força aí! Seu amigo se eternizou em outras tantas pessoas e talvez seja isto que devemos tentar fazer... talvez assim a vida possa fazer sentido.

    Quanto a rezar ou falar com deus faz tempo que não faço, pois embora tenha coisas para pedir sinto que minha vida é muito boa se comparada a tantas pessoas que se encontram doentes ou grandes problemas... quando coisas boas acontecem sinto gratidão. Acredito que isto seja um dos melhores recados que deus possa receber.

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    1. Olá, é verdade amigo.
      A gratidão é algo muito poderoso para nós mesmos, e para os outros.
      É um sentimento tão bom, que deveríamos individual e socialmente instilar a prática da gratidão como algo natural e benéfico.

      Um abs!

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  2. Olha Soul Surfer - que excelente reflexao. Eu venho passando por algo similar - perdi um avô e uma avó em menos de 60 dias, alem de estar vivendo longe da minha familia. As vezes, vem esse sentimento de falta, de vazio, nao sei bem como classificar.

    Mas ao mesmo tempo eu recordo dos momentos otimos que passei com meus avós e o tipo de relação que criamos e vem um sentimento bom ... essa mistura de um sentimento ruim com sentimento bom causa uma sensação muito estranha para mim. Tenho bastante apego a religiosidade - nao algum culto formal, apesar de frequentar uma religião "tradicional" onde me sinto bastante bem; mas os meus momentos mais ligados a espiritualidade sao exatamente durante as reflexoes nas minhas orações - achei interessante voce abordar esse ponto. É nesse momento mais intimo e de oração / agradecimento que os sentimentos se tornam ainda mais fortes e começamos a vislumbrar como somos afortunados por termos saude. A morte realmente coloca nossas prioridades e preocupações em uma outra perspectiva - tudo passa a ser insignificante diante da morte, mas pena que nao lembramos disso todos os dias para aproveitarmos mais o momento presente.

    Um grande abraço,

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    1. Olá, Executivo.
      A chave para um bem-estar cada vez maior, é refletirmos e agirmos com as prioridades intensificadas pela perda de algo ou alguém.
      Não vamos conseguir fazer isso a todo tempo, pois não somos Buda (iluminados - não que não possamos vir a ser), mas podemos sim ter vidas mais intensas ou não, mais refletidas ou não, mais plenas ou não. E isso em muito é um esforço individual.

      O sentimento de vazio e falta é o que leva às pessoas para experiências religiosas. Muitas vezes esse vazio vai ser preenchido num trabalho voluntário, ou num trabalho profissional que a pessoa veja um grande sentido, na criação de filhos.
      Não sei se tudo passa a ser insignificante com a morte, mas que a maioria das nossas preocupações se tornam insignificantes, disso não tenho a menor dúvida.

      Um abraço e obrigado pelo comentário.

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  3. Boa noite.
    Acho que nunca ou quase munca postei aqui, mas o tema é muito cativante e a abordagem também me despertaram.
    É interesse notar como essas reflexões nos perseguem, o sentido para as coisas é algo que procuramos, ainda que das mais distintas formas e profundidades distintas.
    A questão da existência de Deus não é fácil para o finito, mas por outro lado, a explicação que nega o algo mais, que chegamos até aqui a partir de infinitas sequências aleatórias que geraram essa relativa ordem parece me demandar ainda mais esforço de crença.
    O que me parece fazer sentido é que o sentido da vida não pode ser extraído dessa própria vida, pois se assim fosse não teríamos o menor incentivo para nos importarmos com nada nem ninguém, minimimanente, inclusive com as pessoas que hoje mais amamos.
    Tem um diálogo no "Os irmãos Karamazov", que desenvolve bem essa visão.
    Sendo assim, o sentido da vida só pode vir de fora, do além-presente, além-vida, o que abre nossa busca para várias possibilidades.
    Das visões que temos aí, ao longo da história, a do cristianismo me pareceu a mais convincente.
    Não falo do que acostumados a identificar como cristianismo a partir da cultura dos que alegam ser cristãos, algo bem distante do que é o evnagelho. Falo da raíz, das explicações que a Bíblia traz para esses mossos dilemas.
    Além disso, a leitura de alguns autores me ajudou e lembro-me agora de C.S. Lewis e alguns de seus livros, como "Cristianismo puro e simples", "A abolição do homem" e "Cartas de um diabo ao seu aprendiz".
    São livros que tratam tanto dessas questões existenciais, como da natureza humana, ante a qual parece que nos enganamos às vezes.

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    1. Olá, colega.
      Primeiramente, agradeço pelo belo comentário.
      Eu, sinceramente, tendo a achar que a vida não necessariamente necessita de um sentido, e que nós humanos é que forjamos o sentido. Esse sentido foi forjado ao longo da nossa evolução biológica.
      Porém, há sim grandes questões, e pessoas podem achar respostas, ou ao menos caminhos, numa leitura religiosa, de uma forma mais profunda como você sugeriu.
      Eu não acredito que o sentido precisa ser extraído fora da vida (ou fora da natureza), eu creio que evoluímos de tal maneira que nos é favorável amarmos os outros, e especialmente os mais próximos a nós.
      Obrigado pela indicação de livros, vou anotar para qualquer dia tentar ler algum deles.
      Um grande abraço!

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  4. Muito bonito e profundo o texto, é muito gostoso quando reconhecemos a bondade nos outros, isso me traz muita felicidade e paz, quando vejo o carinho que os meus filhos tem um pelo outro me sinto realizado, sim existem pessoas iluminadas que nos fazem muito bem. Obrigado pelo texto.

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    1. Olá, Surfista.
      É bom mesmo, quando conseguir sair um pouco do nosso ego, e reconhecer atributos positivos nos outros de forma sincera. Um abraço!

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  5. Olá Soul,

    Meus sentimentos.

    Esse trecho aqui "Como é possível sim termos relações muito mais amistosas e intensas em condições onde socialmente não se espera isso." é MUITO legal quando nos permitimos interações onde ninguém se espera.

    Eu certa vez troquei algumas palavras com um vendedor desses de semáforo sabe. Já contei essa história em algum blog por ai rsrs...

    Mas, quem dá ouvidos a essas pessoas? E o que ele me disse mudou completamente a minha noite. Estava meio cabisbaixo e ao parar no semáforo e atender o senhor, acredito que ele viu meu semblante e não ofereceu o que estava vendendo. Apenas disse umas belas palavras que tristemente não as recordo. Engraçado que fiquei feliz, e triste por não poder ajudar o senhor comprando suas balas.

    Porém, depois de um tempo fiquei feliz com um jornal retratando a bela história dele.

    Soul e sobre as finanças, é possível sim viver bem com pouco. Eu e a senhora inglês vivemos muito bem com 2k. Quando eu quitar o ap, essa conta ai diminui drasticamente.

    Um abraço a você e seu amigo Lau

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    1. Olá, Investidor Inglês.
      Eu adoro esses momentos onde interações bacanas acontecem em lugares "socialmente improváveis".
      Caramba, dois mil reais e ainda pagando prestações? Escreva um artigo sobre isso, se é que já não escreveu, que com certeza lerei.

      Um abraço!

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    2. Soul, desculpe não é 2k de renda e sim de despesas rsrs

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  6. E aí, Soul! Texto muito bom como sempre, acho que realmente não importa a quem dirigimos nossas orações, o importante é sempre agradecer, a quem quer que seja, pelo tanto que recebemos do universo como um todo. Referente a religião, é realmente um tema sensível, eu particularmente aprecio muito a doutrina espírita, acho muito interessante. Eu particularmente admiro muito a história de Chico Xavier, apesar de vender milhões de livros, morreu sem nada, pois dizia que não poderia receber por algo que ele não escreveu. Faz todo sentido, pois se ele tivesse a capacidade de escrever um livro inteiro em alemão por exemplo, acredito que ele teria muitas posses. rsrrs Grande abraço, colega!

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    1. Olá, amigo. Eu não conheço muito o trabalho e vida de Chico Xavier. E não sei o que pensar muito bem sobre espiritismo, pois eu tendo a pensar que não possuímos alma, não ao menos nas configurações que geralmente esse termo remete.
      Porém, tenho alguns amigos espíritas, e é visível que faz bastante bem a eles.
      Grato pela mensagem e um grande abraço!

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  7. Muito bonita a sua homenagem amigo.
    Leucemia em adultos, se não for a LMC geralmente é muito grave e fatal, mesmo com transplante de medula a mortalidade é pelos 50%. É uma das doenças que mais tenho medo.

    Uma pena ele ter ido embora tão cedo. Fica aqui meus pêsames pela perda. Uma pessoa é um mundo e um suporte para muitas outras, amigos e famílias.

    Eu perdi uma grande amiga faz uns 6 anos. Desde que ela se foi, cada conquista boba que eu tenho sinto que está incompleta sem a presença dela no mundo. As coisas, os títulos, o dinheiro, o emprego, o carro novo, a casa nova, tudo isso fica meio sem sentido quando faltam algumas pessoas pelo menos pra ficar felizes com você. Eu penso nela toda semana (pra não dizer todos os dias).

    Um abraço!

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    1. Entendo muito bem seu sentimento frugal, tbm passo por algo semelhante. Quem dera se pudessemos ter sempre ao nosso lado aquelas pessoas que nos são tão especiais. Infelizmente esta perda faz parte da vida, mais cedo ou mais tarde perdemos a quem amamos e quem nos ama tbm nos perde. Gostaria muito de encontrar todas as pessoas que me foram importantes um dia. quem sabe né. rs

      A voc~e frugal e ao amigo Soul deixo um abraço carinhoso e uma frase que gosto muito.

      " Aqueles que partem antes da gente nunca vão só ou do jeito que vieram a esse mundo, sempre deixam um pouco de si e levam um pouco de nós".

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    2. Olá, Frugal e Mestre dos Centavos
      Grato pelas mensagens. A frase final é bem bacana também.
      Um forte abraço em ambos

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  8. “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?

    Ao relacionar o momento da criação do mundo com a singela história de uma família texana, fica-se tentado a pensar se não seríamos todos pequenos Jós, precisando da água para vivermos decentemente, derrubados por um vento que não se sabe para onde sopra e incapazes de fazermos o que queremos e sim o que não desejamos. Malick responde afirmativamente a isto tudo. No trecho bíblico usado como epígrafe, Deus pergunta a Jó onde ele estava quando o mundo foi criado e nós fazemos a mesma pergunta a Ele quando sentimos o chão se abrir sob nossos pés. Tal tensão só pode ser resolvida de uma única forma: a reconciliação entre homem e Deus.”

    Sugiro ler esse texto
    http://www.dicta.com.br/as-lagrimas-da-criacao/

    Se conseguir, assista ao filme A Árvore da Vida, de Terrence Malick.

    Grande abraço, e se você lembrar, reze por mim também.

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    1. Oie, colega.
      Eu adoro o filme árvore da vida, já vi diversas vezes.
      Irei ler o texto sim, costumo fazer uma interpretação mais cosmológica do filme.
      Gosto muito como o filme caracteriza a relação entre a racionalidade, força, e agressividade na forma do Pai em Brad Pitt, e a leveza e amor, a graça, na forma da Mãe (esqueci o nome da belíssima atriz). Em meio a tudo isso, os eventos cosmológicos, e como nossas vidas são um "pálido ponto azul" (ao lembrar o célebre livro, expressão e vídeo do Carl Sagan) perto aos grandes acontecimentos do universo.

      É um filme sensacional, mas não convencional. Tanto que boa parte das pessoas não gostam, pois ele não é intuitivo, não há uma história simples e predeterminada, e o filme é muito do que nós ativamente refletimos sobre ele.

      Um abraço!

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  9. Meus sentimentos.

    Uma dor a perda de um amigo no auge da juventude.

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  10. Obrigado pelo seu texto Soul. Ele tocou profundamente meu coração.

    Gratidão!

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  11. Morreremos para este mundo quando o último que tiver nós na lembrança, morrer também.

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  12. Soul, texto tocante. Em certa medida se parece com o anterior. nos faz refletir

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