terça-feira, 16 de junho de 2015

A RACIONALIDADE POR TRÁS DO ATO DE ROTULAR E O SEU LADO MAIS SOMBRIO


Olá, colegas! Hoje o tema do artigo com certeza fará alguns leitores torcer o nariz. Sem problemas, o objetivo desse blog nunca foi escrever para agradar alguém, defender ideologia X ou Y ou fazer média com formas de pensar mais corriqueiras. Entretanto, e aqui muitas pessoas confundem as posturas, isso em nenhum momento significa que os textos devem ser agressivos ou não se importar em ter o mínimo de respeito com pessoas. Tenho a impressão que as pessoas não são acostumadas a ser desafiadas, ou postas em cheque suas ideias, principalmente no Brasil. Há um antigo ditado hebreu que diz algo mais ou menos assim: “Quase todos estão insatisfeitos com a sua forma física, quase todos estão satisfeitos com os seus intelectos”.  Essas duas frases em relação ao Brasil caem como uma luva. Homens que querem abdomens sarados a todo custo, músculos maiores, etc. Mulheres desesperadas para se tornarem “perfeitas" ou esconder os anos de vida por meio de agressões ao próprio corpo. Todos insatisfeitos com os seus corpos, numa ansiedade impressionante. Agora, se alguém perguntar: “ Está satisfeito com a sua inteligência? Com as suas opiniões? Há formas de evoluir a sua atual forma de pensar?”, o que vocês acham, prezados leitores, que seria a resposta preponderante? “ Sim, estou insatisfeito com as minhas opiniões, minha inteligência e minha percepção do mundo, preciso melhorar” seria uma resposta usual? 

Eu Também não sei Sr.Thoreau (em homenagem a Sra.Soulsurfer, que começou a ler um livro do Thoreau, colocarei algumas frases desse grande pensador no artigo).

    Assim, as pessoas, geralmente, não gostam de desafios intelectuais que coloquem em cheque a própria percepção delas do mundo. Desafiar para uma partida de futebol, uma queda de braço, ok, desafios intelectuais são tidos como rudes e agressivos. Talvez pelos meus pais, e principalmente pelo fato do jogo xadrez ser um constante desafio intelectual com outra pessoa, eu nunca me senti desconfortável com isso. Vejam, no xadrez a responsabilidade é sua, e somente sua. Como é um jogo eminentemente intelectual, você está sempre em constante batalha mental com o seu oponente. Inúmeras vezes você tem que admitir, principalmente depois de uma derrota avassaladora, que o seu oponente foi muito melhor do que você, foi intelectualmente superior. Uma sociedade que não realiza embate de ideias ou que eventual choque de ideias não se dê no campo amistoso de respeito as pessoas (como é o caso atual do Brasil em muitas ocasiões, e é muito interessante que posso ver isso no meu blog, como um pequeno experimento) não tem a menor possibilidade de evoluir, muito menos num mundo onde o conhecimento intelectual será cada vez mais e mais predominante.

    “Vixe, Soul, e qual é a relevância disso tudo para o tema do artigo?”, chegarei lá colega. O que significa rotular? Basicamente, é colocar uma classificação em alguma coisa ou em alguém. Isso é ruim? Não, claro que não. Aliás, nós estudamos matérias que possuem determinada classificação.  Isso torna mais fácil o aprendizado e a sistematização do estudo da realidade para nós que temos um cérebro naturalmente limitado. Porém, a natureza é compartimentada? Não, colegas. A realidade e a natureza simplesmente existem. Há uma realidade, não uma realidade para a química, uma realidade para matemática, uma para física, existe apenas uma realidade e todas essas classificações são atalhos que o homem toma para melhor entender o universo que o circunda, ou a si próprio.

   Assim, rotular, classificar, com certeza tem a sua serventia para a humanidade, há até mesmo um ramo da biologia onde essa é a principal função: a taxinomia. A propensão de  rotular também está impressa no nosso cérebro, pois com certeza absoluta essa é uma habilidade fundamental para se sobreviver num ambiente hostil, faz todo o sentido separar quais plantas se pode comer e quais não se pode comer, por exemplo, se você fosse um ser humano habitando o planeta azul há 30 mil anos. 

   “Ótimo, Soul, mas rotular não pode ser só bom, senão você não estaria escrevendo um texto a respeito, não faz o seu estilo”, pode pensar algum um arguto leitor. Excelente observação, e aqui o artigo realmente começa. Para desenvolver o raciocínio vou dar um toque pessoal. As pessoas adoram toques pessoais, e são quase imunes a dados. Essa atitude não é racional por razões óbvias, mas é assim que o nosso Sistema 1 gosta, e é quase sempre ele que está no controle. Não foi por outra razão que Stalin foi preciso ao dizer que “ A morte de uma pessoa é uma tragédia, a morte de milhões apenas uma estatística”. O ditador soviético não poderia conhecer na época o que a ciência sabe hoje sobre formas de pensar, mas ele foi preciso. Nosso cérebro não evoluiu para trabalhar com dados, números e estatísticas. Logo, histórias com algum toque pessoal sempre prendem mais a atenção.

   No penúltimo artigo que escrevi sobre o Brasil houve uma série de comentários. O artigo pode ser resumido assim: O Brasil melhorou diversas métricas nos últimos 30 anos. Assim, do ponto de vista apenas econômico está melhor do que muitos países. Porém, o nível de agressividade está tão alto, até em atitudes cotidianas das mais banais, que mesmo países mais pobres do que o Brasil parecem ter relações mais saudáveis entre os seus membros. Algumas das pessoas não concordaram, o que é algo normal e natural, mas até hoje me pergunto exatamente com o que elas não concordaram, pois em nenhum momento ficou claro. Outras, quase que servindo como exemplo para o que foi escrito no texto sobre agressividade na forma de “idiota” para lá,  “imbecil” para cá, chamaram-me de “defensor do marxismo cultural”, “esquerdista caviar”, “esquerdopata”. Permitam-me,então, contar a mesma história, mas apenas com o sinal trocado.

  Eu tenho um primo que é filiado ao PT. Não é apenas filiado ao PT, como exerceu cargos em comissão importantes. Toda hora via fotos dele em Brasília com gente graúda. Bom, o meu querido Primo, é como o colega do blog Heavy Metal, e tantos outros anônimos que se manifestaram, mas de cabeça para baixo, ou com sinal trocado (poderia fazer um paralelo com antimatéria?). Ao invés de “Petralha”, “Esquerda Caviar”, os termos preferidos eram “Coxinha” e “PIG”. Ao invés de “Todas as sementes ruins foram plantadas há 12 anos”, ele dizia que “todas as sementes boas foram plantadas apenas há 12 anos”. Aliás, sobre essa afirmação,apenas um comentário. As pessoas não conseguem perceber a contradição lógica e evidente que era ficar brabo quando o Lula dizia “nunca antes na história desse país” aproveitando-se do fato da economia ir muito bem, e agora dizer que tudo de errado vem de 12 anos? A contradição no discurso é ululante. Sempre me incomodava ouvir o ex-Presidente insinuar que o Brasil tinha começado com ele, como se a própria possibilidade  da eleição para o cargo máximo do país de uma pessoa como o Lula não fosse fruto de um longo caminho de melhora institucional do nosso país. Entretanto, se essa é a forma de se raciocinar, não faz sentido , e aqui falo apenas de lógica formal mesmo, que todas as malezas do nosso país advieram com o ingresso do PT no poder. Esse é apenas um exemplo de como esses discursos inflamados estão cheios de erros de lógica simples, sem falar que eles não costumam se manter em pé depois de um sopro argumentativo.

  Pois bem. Eu comecei a usar o facebook mais frequentemente ano passado (porém, eu ainda utilizo pouco e fico impressionado com o tempo que certas pessoas perdem com bobagens em redes sociais), e fiquei assustado com o nível das mensagens do meu primo. Havia muito rancor e tantos erros, principalmente quando ele se manifestava sobre economia, que era algo muito insólito. Comecei a me manifestar da forma que sempre faço. O meu primo ficou tão descontrolado, que ele chegou a dizer que eu tinha votado no Collor quando o tema do assunto era a influência da CIA ou não nos rumos da América Latina (What a fuck?). Aliás, é muito comum que em discussões como essa temas do arco da velha surjam. Quando salientei que eu tinha 8-9 anos na eleição do caçador de marajás, ele simplesmente me deletou do Facebook, não antes de me chamar de neoliberal, defensor dos capitalistas e é claro coxinha (seja lá o que isso signifique).

   “Soul, mas também pudera, você é chato para caramba!”, um leitor mais mordaz talvez tenha dito agora ao ler o texto. Talvez, talvez jocoso leitor. Porém, o ponto que mais me chamou atenção é que meu Primo se manifestava em diversas ocasiões quando as proverbiais palavras “petralha”, “imbecil” eram ditas. Ele dizia as mesmas palavras em sentido contrário, e como num teatro a discussão encerrava. Depois do meu último texto sobre o Brasil, eu refleti mais uma vez sobre o episódio, e posso entender que muitas pessoas só conseguem lidar com posições muito bem definidas, não importando se elas fazem sentido ou não, se elas são compatíveis com a realidade e os dados ou não. Assim, a pessoa sabe lidar com aquilo que se encaixa nos seus modelos mentais previamente estabelecidos.  Quando a forma de classificar é mais fácil, a pessoa sente um alívio, ao leitor mais atento sim é o nosso Sistema 1 preguiçoso trabalhando.  Logo, se o meu primo  aparecer em algum espaço “anti-pt”, o rótulo será rapidamente aplicado, e as eventuais ofensas de praxes serão desferidas, e está tudo certo. Porém, quando uma determinada opinião foge do "rótulo padrão", eu creio que se cria alguma forma de GAP nos sistemas de pensamento. A pessoa se sente, nem que no nível inconsciente, desconfortável com a situação. Como a situação não pode perdurar muito tempo, eu creio que se abre duas possibilidades (creio que também podem acontecer de forma inconsciente): a) o Sistema 1 toma o controle novamente, e, por aproximação (uma forma muito comum do nosso cérebro tomar decisões, o que leva a inúmeros equívocos, talvez escreva um artigo  sobre esse tema algum dia) simplesmente traz essa nova informação para algum rótulo já previamente bem estabelecido ou b) o Sistema 2, nossa forma de pensar mais custosa e racional, é chamado para corroborar ou não os nossos rótulos anteriores.  A toda evidência a solução “b" é mais custosa, mais trabalhosa, mas de certa maneira traz algum tipo de evolução.


Ou as colunas das revistas Veja, Caro Amigos, Carta Capital.....

  Na bem da verdade, eu acho que há uma terceira forma. E aqui dou mais um toque pessoal. Qualquer pessoa mais acostumada com alguns pensamentos budistas, talvez já tenha ouvido falar sobre o ser humano ser uma máquina de classificação. Como vimos alguns parágrafos acima, isso é verdade. Porém, há algo mais profundo aqui, pois essa nossa convulsão por classificar coisas e pessoas pode atrasar a nossa evolução e embotar a nossa visão sobre a verdadeira realidade das coisas. Quando estava em Auckland na Nova Zelândia, fiquei hospedado na casa de uma amiga da Sra. Soulsurfer. Foi muito maneiro, pois além da amiga e o namorado serem muito gente boa, eles nos apresentaram a pessoas muito legais (além é claro de ter rolado banho quente e uma cama confortável de graça né!), uma delas foi o Eric.

  O Eric é mais um brasileiro tentando a vida no exterior. Desgostoso com a vida no Brasil, principalmente a violência cotidiana nas relações mais simples, cidades agressivas a uma boa vida, ele resolveu tentar a sorte na NZ (foi muito engraçado, aliás ele é uma pessoa extremamente engraçada, ouvir ele dizendo que a rádio mais tocada em SP é a “rádio trânsito” e que isso diz muito a respeito de uma cidade e sobre as relações que lá se desenvolvem). Ele passou e ainda passa por uma situação muito particular, e é um belo exemplo de superação. Num determinando momento de uma conversa que estávamos tendo, ele disse que estava começando a ficar incomodado de ser conhecido como “O Eric do Pilates”. Ele é professor de Pilates , e aparentemente muito bom no que faz. Porém, ele me disse que era muito mais do que “O Eric do Pilates”. Sim, meu caro Eric você com certeza o é. Uma vez vi uma palestra dada na Índia que o nome era “a verdade fundamental sobre a natureza humana” e a pergunta principal feita era "quem é você?”. Você não é a sua profissão, o seu nome, as suas opiniões políticas, você é muito mais do que isso. Ou os colegas blogueiros Corey e Rover são apenas empreendedores? O Neymar é apenas jogador de futebol? O Soulsurfer é apenas viajante, ou apenas comunista, ou apenas defensor dos capitalistas?  Evidentemente que não. Aliás,faça essa pergunta a si mesmo, “quem é você?”, e veja o que você responde.

Uma das frases que mais gosto. Ás vezes parece que a verdade pouco interessa a várias pessoas.

    Entretanto, máquinas classificadores que somos, apoiados no nosso Sistema 1, em sistemas educacionais que alimentam apenas essa forma de pensar, muito dificilmente se enxerga algo sem colocar inúmeros rótulos nele. Não damos, por preguiça, medo ou ignorância mesmo, passos para que nossa forma de ver o mundo seja muito mais abrangente.  Assim, rótulos podem tornar a nossa visão do mundo e das outras pessoas muito mais empobrecida do que ela poderia ser. Porém, há algo mais nefasto nos rótulos que às vezes faz surgir a faceta mais sombria dos humanos. E, infelizmente, eu vi a semente disso aqui no meu próprio blog num comentário que associava pessoas ou uma visão política específica a uma doença.

  Quer se aprofundar realmente nos recônditos da alma humana? Colegas, não achem que irão encontrar isso em obras como “Quem mexeu no meu queijo?”, “ O Monge e o Executivo”, “ Como influenciar Pessoas”, etc, etc.  Um escritor que se torna clássico tem um bom motivo para isso. Eu sou um admirador muito grande de Kafka. Para mim, ele é um dos maiores escritores de todos os tempos. Suas análises sobre comportamento humano, ética, sociedade, justiça são simplesmente devastadoras. O livro “O Processo” é um que já li duas vezes, e creio que irei ler pela terceira vez brevemente. É simplesmente brilhante. É tão magistral que se utiliza o termo kafkiano para muitas situações desconcertantes hoje em dia.  Esse é um ótimo autor para entendermos mais sobre nós mesmos. Outro gigante é Doistoiéviski. Livros como “Irmãos Karamazov”, “O Idiota” são absurdamente geniais e desnudam a “alma” humana com uma profundidade marcante.

"Marxista Cultural, Coxinha, Defensor de Capitalista, Não Patriota, Patriota, Individualista, Coletivista, Direitista, Esquerdista, Convencido, Humilde e inúmeros outros istas" depois de tantos rótulos recebidos, Soulsurfer com dificuldades existenciais para saber quem é. Nope, minha  única dúvida existencial esta noite é sobre se escolho peixe ou pasta e se amanhã vou para Frigates ou Pipes.


  “Ok, Soul, por qual motivo agora essa digressão sobre literatura?” Quando estive em Praga (aliás é uma das cidades mais bonitas em que já estive), tive o prazer de visitar um museu inteiramente dedicado a Kafka. Eu ainda quero voltar a esse museu e aproveitá-lo melhor, porém há algo que eu lembro como uma imagem muito vívida em minha mente. Na parte do museu que travava sobre o livro “O Castelo”  - outro livro sensacional também - havia uma montagem muito forte. Era mais ou menos assim (não sei se alguém que porventura ler esse artigo já leu o livro em questão): começava com um castelo que se tornava meio escuro, uma figura humana aparecia na tela - muito provavelmente representando o protagonista da história - , e uma  série de frases apareceram “Quem era ele?”, “Ninguém.”, “Não, ele não era ninguém, ele não pode ser ninguém”. "Ele era um estranho”, “ Um estranho.”, daí a imagem do homem ia se transformando aos poucos até que ficava visível pessoas num campo de concentração nazista. Não consigo pensar numa forma mais brilhante de colocar a questão. O processo de desumanização dos Judeus feito pelos nazistas passou exatamente pela habilidade de se construir uma imagem de “estranhos”. Está aí uma palavra que raramente utilizo no meu vocabulário para me referir a pessoas que não conheço, e quando o faço e me dou conta, sinto-me muito mal.

   O que isso tem a ver com rótulos? O exemplo do holocausto judeu vem bem a calhar. Há um livro muito forte também do escritor Primo Levi chamado “ É isto um homem?”. Não consigo imaginar um relato mais pungente sobre a miséria humana do que esse. O prefácio do livro é extremamente forte. Nele, Levi escreve expressamente que enquanto existir a mentalidade do “estranho”, “do outro”, as sementes para o abominável sempre estarão presentes. A forma mais nefasta que os rótulos podem ter é quando se tenta por meio de classificações associar pessoas, ou grupos inteiros, a conceitos extremamente ruins, e baseado nisso de certa forma “desumanizar" pessoas ou grupos de pessoas. Aliás, o primeiro passo sempre é a tentativa de desumanizar, tirar o que há de humano, de grupos ou indivíduos específico.  “Soul, está muito confuso e abstrato”, não é, colega. O padrão é, sem surpresas,  o mesmo. Um anônimo associou pessoas com doença. Isso foi exatamente utilizado pelos nazistas em relação aos judeus, que eram considerados sujos, mais propensos a transmitir doenças, bem como comparados a ratos. Os Hutus, no genocídio de Ruanda de 1994, também associavam os Tutsis a doenças, e os chamavam de baratas. Os exemplos históricos são muitos.  Por isso, é com extrema tristeza que eu constato que as afirmações de Primo Levi são verdadeiras. De alguma maneira, nós humanos temos a propensão de criar “estranhos” por meio de processos de rótulos, e que isso, na pior hipótese, pode levar a atos de genocídio.

  Conviver numa sociedade em que, mesmo que a nível inconsciente, de alguma forma se dê vazão, e muitas vezes são até mesmo incentivadas,  a condutas tão deploráveis como essa é algo para se preocupar. Isso apenas me faz ter certo que esse período de estabilidade social em que vivemos não é necessariamente um arranjo permanente. Quem não garante que “ defensores de capitalistas ” não poderiam perseguir, torturar, “marxistas culturais”, se tivesse poder para tanto? Quem não garante que “marxistas culturais” não perseguiriam e torturariam “defensores de capitalistas" se tivessem o poder para tanto? O que garante que isso não ocorra é um Estado de Direito, Instituições Sólidas, e relações humanas mais saudáveis e equilibradas. Ajuda também um lugar sem muitas tensões “raciais”, étnicas e religiosas,e nisso nosso país, ainda bem, é relativamente estável. Eu como posso ser rotulado de “marxista cultural” e “defensor de capitalistas” a depender do humor e do sinal se + ou - do interlocutor (já que as opiniões nesse nível são as mesmas, apenas possuem o sinal trocado), me daria muito mal se pessoas como essas algum dia chegassem ao poder num Estado desestruturado como tantos que existem no mundo. A única defesa é o Estado de Direito, e é por isso que sempre defenderei os direitos humanos, a legalidade constitucional e relações humanas mais saudáveis e menos agressivas. Não é de se estranhar também que luminares da humanidade tenham sido assassinados por trazerem mensagens de paz e amor, que de certa maneira são mensagens anti-rótulos - quando aplicados na sua pior utilidade que fique claro. Talvez seja por isso também que Nietzche disse que o único cristão morreu na cruz. Porém,  creio que começo a me afastar do tema proposto.

  Portanto, é preciso, no meu sentir, fazer sempre uma auto-crítica quando rotulamos ideias e pessoas e ter cuidado para que não cheguemos nas piores formas, como algumas pessoas parecem chegar por tão pouco.

   Eu, sinceramente, não me incomodo com nenhum rótulo que por ventura coloquem em mim. Já me chamaram de tantas coisas no trabalho, na vida, e até aqui mesmo nesse espaço pequeno da internet Aliás, esse foi um processo meu de amadurecimento. Para mim já é bastante claro que a forma de rotular ideias e pessoas de maneira acrítica é uma forma incompleta, preguiçosa e ineficiente de se analisar a realidade. Além do mais, não se tem controle sobre o que outros podem pensar sobre você, e se libertar disso é uma fonte a menos de stress e ansiedade. Acima de tudo, o Eric é muito maior do que o “Eric do Pilates”, assim como o Soulsurfer é muito maior do que qualquer rótulo verdadeiro ou não, e qualquer colega que esteja lendo esse blog é muito maior do que qualquer categorização que se tenha de si mesmo. 

Para desanuviar um pouco e incentivar mais pessoas a sair da rotina, cito uma última frase de Thoreau que bem poderia ser traduzida como "ode à viagem zen".

   Como último pensamento desse artigo, digo que nunca terei nenhum pejo para dizer o que penso sobre qualquer coisa. No ano passado, tive uma reunião em Brasília com o chefe da minha instituição. Provavelmente, ele é responsável de maneira direta e indireta pela gestão de bilhões ou centenas de bilhões de reais. Ele, para minha surpresa positiva, foi muito polido e gentil mesmo discordando de mim diversas vezes. Eu, por outro lado, mantendo a educação que recebi dos meus pais, fui respeitoso e o tratei como trataria qualquer outra pessoa. Discordei diversas vezes também, mesmo tendo assessores engravatados tendo olhos fixos em mim. Sendo assim, quando falo que se deve tratar com respeito qualquer pessoa, independente do seu poder ou dinheiro, eu falo realmente sério. Além do mais, não vai ser num espaço da internet que escrevo sem ganhar nada, sem qualquer responsabilidade, que terei algum receio de assumir posições sobre qualquer coisa. 

Não, Soulsurfer não estava dançando a macarena Foi uma tentativa satírica, talvez não bem sucedida,  de imitar a famosa foto do Jânio um pouco antes dele renunciar. A foto é sensacional e mostra a indecisão de um homem.

É isso colegas. Abraço a todos!

35 comentários:

  1. "As pessoas adoram toques pessoais, e são quase imunes a dados."

    Soul, qual o valor dos dados quando estes estão colocados fora de um contexto? Perceba que contextos são escolhas de fundo subjetivo, no sentido de que cada um escolhe aquilo que considera relevante ou seja, sua micro-realidade.

    Eu concordo com o seu posicionamento em relação ao diálogo, mas na maioria das vezes as pessoas não qurem compartilhar (e mudar de) ideias, mas sim vencer um oponente e se autoafirmar. O hábito de rotular e se considerar como um referencial é muito forte em todos nós, é a natureza humana.

    Finalmente, eu reitero o que disse naquele post retrasado: Você está tendo uma postura ingênua em relação ao que está acontecendo hoje no Brasil. Pare e reflita sobre o vazio das pessoas no Brasil e você entenderá.


    Ps: Gostei das citações do Thoreau :)


    J Copenhague

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    1. Você tem razão quando diz que estatística, quando mal-feita, pode mostrar o que bem entender. Sim, contextos podem ter algum toque subjetivo, e se os dados são retirados dentro de um contexto pode realmente nos levar a erros de julgamento.
      Entretanto, há dados e dados, contextos e contextos. Se estamos falando sobre desnutrição infantil, há maneiras objetivas de saber se melhorou ou não num período de tempo. Se queremos comparar a nossa evolução de produtividade com um sul coreano, algo que já coloquei um gráfico num artigo sobre educação e produtividade, isso pode ser feito.

      É verdade. Por isso, cabe a nós mesmos refletir sobre as nossas posturas, e de certa maneira procurar as nossas limitações, e se não é possível eliminá-las, pelo menos atenuá-las.

      Qual seria a ingenuidade? Se digo que as nossas relações mais banais estão permeadas com agressividade e violência, e que até mesmo um país pobre, com passado recente calamitoso como o Camboja, parece em certa medida ter relações sociais mais amistosas, não consigo entender onde estaria o otimismo e ingenuidade com o nosso país.

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    2. "O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro." Tá virando tambor? Qual a finalidade deste post? Se alguém merece um post, você deve estar muito incomodado com o cara. Leio seus posts, mas desta vez não entendi a energia gasta. Quem te incomodou? Sinceramente, muito baraulho por pouco motivo. vai ficando banal. Li o post que você citou e os comentários da galera toda lá. Na boa, tá p arecendo um chororô de quem tomou uma troletada e quer vingança.
      Surfe mais, escreva menos. Produção em série de textos de quem não tem o que fazer dá nisso. Ôxi!

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    3. Anônimo, e um artigo num blog pessoal precisa ter finalidade agora? Eu gosto de escrever, a partir do momento que não gostar mais, eu paro.
      Não gosto nem mesmo da palavra vingança, Não desejo mal nem para pessoas que me prejudicaram na vida real, imagina pessoas que nem conheço por questões meramente argumentativas.
      Você diz que o texto é vazio, mas em nenhum momento diz o motivo. Não é uma temática importante? Não há esse problema nas relações humanas? Exatamente por qual motivo, você não diz, e o seu argumento pode ser usado para qualquer texto. Posso dizer que um texto do Mainardi é vazio e se torna banal. Posso dizer isso de qualquer texto se eu não digo os motivos.
      Gostaria de estar surfando mais, ainda mais estando onde estou, mas depende-se da natureza, o que de certa maneira é bom, pois obriga a gente a aceitar mais certas realidades sobre as quais não temos controle.
      A não dizer exatamente os motivos, o seu comentário é que me parece vazio. Ao menos o seu comentário, apesar de vazio,, não foi como diversos outros que não publiquei. Comentários que faziam alusões a uso de droga, a venda de drogas, comparavam-me a um porco, levantavam suspeitas sobre eu ser corrupto, e tantas outras coisas. É claro que sempre feitos no conforto do anonimato.

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  2. Rapaz, que post é esse? É gigante!!! Muito bacana, muito bem escrito.

    Infelizmente, essa polarização política, que sempre foi uma realidade americana, chegou ao Brasil. É o filho feio da globalização.

    Prefiro os filhos bonitos, como o skate, o basquete, o homebroker, os filmes independentes do mundo todo via youtube.

    Abs,

    Carioca

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    1. Olá, grato.
      Não sei se podemos atribuir isso aos americanos, creio que a responsabilidade é toda nossa. Cada um pode escolher como se comportar com os outros.
      Uma frase bacana que ouvi é que " Carma é o que os outros fazem com você, como você reage a isso é completa responsabilidade sua".

      Abs.

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  3. Soul,
    O que eu acho que vc ou não enxerga ou se nega a enxergar é que a maioria não liga o mínimo para as melhorias coletivas.
    "As estatísticas mostram que a violência têm caído, e daí? Eu continuo não podendo sair nas ruas sem sentir medo de ser assaltado"
    " A fome no Brasil diminuiu consideravelmente, e daí? Eu nunca passei fome, isso nunca foi problema meu"
    A discussão política no Brasil é muito raza. 1° A maior parte da população está cagando e andando pra tudo: política, leis, futuro.
    2° Os poucos que se dizem politizados se dividem entre petistas e anti petistas.

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    1. A discussão no Brasil realmente pode ser rasa.
      Não apenas eu, mas todos nós somos mais sensibilizados por histórias com toque pessoal. Porém, como Munger disse num belo discurso para alunos formandos em 1994 (o que depois iria a ser conhecido como os modelos mentais de Charlie Munger), todos nós estamos suscetíveis a erros de julgamento (e o mais impressionante é ele falar sobre isso em 1994, quando a economia comportamental ou estudos de psicologia na área estavam apenas começando), mas podemos sim realizar um esforço para tentar diminui-los. Assim, devemos tentar evitar alguns erros de julgamento baseados na nossa tendência de se impressionar mais com eventos pessoais, e não se importar tanto com dados objetivos.

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  4. Muito obrigado pelo texto.
    É muito difícil ler um texto assim num período como esse. As pessoas necessitam de uma certeza em um ambiente altamente incerto. Não há um grupo com ideias totalmente coerentes e verdadeiras, bem como o outro não têm todas as piores. Essa necessidade de "bem e mal" "Yin-Yang" não me atrai. Não preciso me posicionar sempre de maneira favorável ao grupo que acredito ser o mais certo, e, quando discordo de uma ideia, não quer dizer que inválido todo o resto.
    Essa ideia de sistemas 1 e 2 estão nos textos e no livro do Kahneman, que, se alguém não leu, deveria ler. Aborda muitas questões que podem nos levar ao erro apenas pela forma que nos é apresentada.
    Muito obrigado por este espaço, Soul. Aprendo muito com os seus textos.
    Fábio

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    1. Olá, Fábio.
      Grato pelas palavras, colega.
      Sobre suas palavras sobre Kahneman, concordo, principalmente quando você diz que a nossa forma de pensar muda às vezes até mesmo quando a mesma questão é apresentada de forma diferente, e isso é muito louco para mim.
      Exatamente, pois você pode gostar de certas respostas de uma forma "libertária" de ver o mundo, mas não necessariamente gostar de outras respostas para determinados problemas. Prender-se a rótulos nessas situações é algo que não faz o menor sentido.

      Abraço!

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  5. Excelente artigo Soul,
    Essa ideia de analisar as pessoas de maneira unica, sem colocar rótulos é algo que está nos meus afazeres, porque assim como todo mundo, ainda coloco vários nas pessoas, mas se tem algo que consegui tirar da minha cabeça é essa ideia de que tenho que me preocupar com o que os outros pensam.

    PS: As letras agora ficaram bem melhores de se ler hahaha

    Uta!

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    1. Olá, Estagiário.
      Todos nós fazemos isso, e assim que nós funcionamos (talvez apenas seres iluminados conseguem se libertar totalmente disso).
      Porém, em certas ocasiões, isso pode levar a um embotamento da realidade, e em casos extremos a situações terríveis.
      Pois é, o meu lado preguiçoso nunca se mexeu muito para melhorar a apresentação do site.
      Abraço!

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  6. Muito bom pra você de novo!

    Soul, eu não me considero uma pessoa intelectual, um pouco talvez!

    Então não vou escrever muita coisa, mas eu sinceramente penso que realmente o nosso Brasil melhorou bastante coisa nas ultimas décadas.

    Mas tem certas coisas que parecem que pioram a cada dia que passa, a cerca de um mês em um almoço festivo, bem na hora em que estávamos sentados e comendo um belo churrasco foi começado uma conversa sobre politica, moral e etc...

    Um amigo meu em certo momento disse: " Se todo mundo rouba, e vive na malandragem porque eu vou fazer diferente"!

    Quase engasguei, porque eu queria dizer: "Eu não, eu não!"

    Mas eu sinceramente, nem tentei discutir porque não valia a pena, conhecendo o histórico da figura.

    Mas é isso, talvez muitas pessoas tenham este pensamento sobre o Brasil, e nem pensam em fazer algo para mudar, pelo contrário parece que semeiam esta cultura da malandragem, roubos e desmandos éticos...

    E eu sinceramente ignorando o assunto tocado acima sobre o avanço ou não do Brasil nos últimos, me sinto imponente porque não pareço ter forças para sequer discutir um assunto sobre o qual tenho opinião bem clara!

    Pode parecer covardia, mas eu com certeza vivo no Brasil porque não tenho condições ainda para morar em um outro País...eu considero todos os avanços mas me parece que esta lento...muito lento...e apesar de saber que se não está tão ruim, sei que existem muitos outros lugares melhores!

    Mas é isso...

    Um abraço!

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    1. Olá, Investindo na Meta.
      Claro, colega. Eu nunca disse o contrário, e sei que não foi a sua intenção também afirmar o contrário.
      O tema Brasil foi apenas um pano de fundo neste atual artigo.
      Eu concordo contigo que em muitas ocasiões está ficando difícil até mesmo ter conversas, e no seu caso até com um amigo, imagina ter uma vida e criar filhos.
      Eu também não sei necessariamente se quero continuar ou não no Brasil, tenho conversado com muitos brasileiros que moram há muitos anos no exterior (ontem mesmo conheci três surfistas brasileiros que moram há mais de 10 anos na NZ) e refletindo sobre algumas coisas.

      Entretanto, isso em nada se confunde (o desejo genuíno de querer se mudar do país, ou a ansiedade em relação à deterioração de muitas relações humanas no Brasil) com métricas objetivas sobre saúde, educação, saneamento, assassinatos. Nem creio que isso deva embotar a nossa capacidade de tentar entender melhor o que ocorre com o nosso país.
      Porém, creio que o tema do artigo atual foi mais amplo do que a sempre sensível discussão sobre o nosso país.
      Abraço!

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  7. Vejo que muitas pessoas têm POUCO ou NENHUM compromisso com a verdade em suas falas. São como pessoas que vomitam opiniões, não seres que pensam, ponderam, falam e depois escutam.

    É a tal da "honestidade intelectual" e/ou "humildade intelectual".

    Também concordo com um leitor que que comentou que, no fundo, muitos não estão nem aí para o próximo - alguns chegam até a verbalizar isto. E não há como discutir política sem discutirmos as nossas relações com o próximo, seja este um familiar ou um total desconhecido.

    Ótimo post, parabéns!

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    1. Olá, Renato C.
      Sim, concordo com a sua última frase.
      Grato pelas palavras.
      Abraço!

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  8. Mas a questão é : o Brasil melhorou tanto quanto poderia num momento onde a China crescia 11-12% e comprava as commodities brasileiras, numa época de vacas gordas, ou apenas crescemos muito muitíssimo aquém da capacidade que poderíamos e perdemos o bonde... Novo bonde passará, mas demora é como sempre o pais do futuro fica atrasado.

    Sinceramente meu amigo, creio que és muito otimista ou fazes uma análise simplicista dos dados estatísticos que temos quando analisa o progresso brasileiro. A verdade é que, comparativamente, países de menor potencial como México ou Peru tiveram maior desenvolvimento relativo que o nosso, embora este último principalmente ainda esteja aquém do nosso atual desenvolvimento.

    Um abraço, parabéns pelo interessante texto.

    GdM

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    1. Colega, creio que esse comentário ficaria melhor no artigo sobre o Brasil, pois não foi o tópico do artigo.
      É bem possível que tenhamos ficado longe do nosso potencial. Você citou dois países. O Peru, apesar dos avanços, do ponto de vista econômico está longe do Brasil ainda (apesar de ser um dos países que mais gosto, já estive algumas vezes e é muito especial, além de ter ondas). O México é um país complexo também. Há zonas do país onde o narcotráfico comanda, a quantidade de assassinatos nessas regiões é imensa, tanto que teve aquele caso honroso de mais de cinquenta estudantes sequestrados e mortos.

      Grato pelo comentário.

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  9. Sô, vc nunca esteve tão longe do Brasil e tão perto ao mesmo tempo.
    Abraço!

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    1. Olá, UB.
      Não entendi muita a sua frase não:)
      Abraço!

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    2. rs, estou dizendo que mesmo estando fora do país seu coração está mais aqui do que nunca.
      Abraço!

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    3. UB, "onde-se está bem, esta é minha pátria". O meu coração sempre de alguma forma estará ligado aos rumos do Brasil, pois foi onde nasci, onde me desenvolvi, onde meus familiares moram. Entretanto, creio que meu coração está mais em FIJI neste exato momento:)

      Abraço!

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  10. Olá Soul,

    Citando Bukowski, “O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas idiotas cheias de certezas.”

    Numa era imediatista como a que vivemos, realmente é muito mais rápido e confortável rotular e classificar tudo e todos. Caso contrário, teríamos que analisar, raciocinar e argumentar diante de cada situação que envolva uma escolha, coisa que poucos estão dispostos a fazer.

    Assim, cria-se um terreno fértil para o surgimento de verdadeiras facções rivais, não interessando qual o assunto tratado, que defendem seus pretensos “pontos de vista” fanaticamente, numa retroalimentação de ódio e raiva e com resultados que não levam a lugar nenhum, evidentemente.

    Abraço

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    1. Olá, Desapegonauta.
      Sim, exatamente. A cada nova questão podem se abrir inúmeras escolhas, e a vida é assim. Isso pode muito bem exigir que sempre estejamos raciocinando sobre as mais variadas soluções para um problema específico, por exemplo.
      A certeza sempre trará mais conforto, e nós humanos temos uma tendência a preferir o conforto ao esforço, como os diversos desdobramentos de estudos em diversas áreas vem mostrando.

      Abraço.

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  11. Qunado crescer, quero ser igual ao Soul: ter independência financeira com 10 anos de trabalho público federal, viajar pelo mundo e pelas linhas da vã filosofia humana. Belo post! Parabéns, agradeço ter lembrado de mim enquanto viaja pelo pequeno ponto azul no infinito. Uma pessoa de sucesso que merece ser seguida, uma luz na Blogsfera, um pensador nato. Enfim, um exemplo do que há de melhor no Brasil. Mais uma vez, parabéns, Soul! Você é uma cara especial, honesto, um trabalhador e extremamente sensível aos problemas da humanidade. Na próxima encarnação, serei surfista e funcionário público federal extremamente bem sucedido como você. Meu ídolo! Ficou bem na foto com os pés trocados... KKKK, não sabe se sai num ano sabático ou se escreve no Blog. Uma hora a indecisão acaba, a carência também.

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    1. H.Metal, sua mensagem é quase ipsis litteris uma mensagem de um anônimo não publicada, logo louvo a sua atitude de se identificar dessa vez.
      A ironia é algo que realmente aprecio. Porém, talvez a ironia como forma de argumentação seja uma das formas mais difíceis de se expressar, pois exige precisão, conhecimento e timing. Quando se faz o que você fez, isso está muito longe de ser ironia, é alguma outra coisa, de gosto duvidoso.
      Olha, nunca é tarde para mudar os rumos da vida, se você se sente frustado com ela. Caso não se sinta, essa sua mensagem não é algo que se coaduna com uma vida bem resolvida, então sugiro apenas reflexão.
      Ao que me consta, minhas mãos e faculdades mentais seguem inalteradas, sendo assim, aparentemente, não há nenhum impedimento para que se escreva enquanto se viaja numa jornada como essa, ainda mais quando se gosta. Entendo que a maioria viaja com itinerários apertados, afinal o período é curto, o que é uma pena, pois períodos mais longos podem fazer a gente viajar de uma forma bem diferente, sem tanta "agonia" e "correria" para ver tantas atrações.
      É bom às vezes estar indeciso, e não sempre estar cheio de grandes certezas, nesta estou com o Raul Seixas. Carência, hum, certo.
      Se estiver disposto a tirar o foco de sobre o que eu sou, posso ser ou não ser, e trazer pontos objetivos (os seus últimos não se sustentaram muito) é bem-vindo para comentar, como qualquer outro.

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    2. Acredito que todos nós somos carentes e todos nós nos deparamos com encruzilhadas diárias. A vida nada mais é do que uma sucessão se escolhas, bem feitas ou não.
      Abraço

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    3. Caro pensador surfista,

      Não preciso ocultar o que penso, nem escrever posts em homenagem aos outros. Eu sou eu, e eu sei quem é você. Lobo em pele de cordeiro, na minha opinião. Quando falei que você é um esquerdista (fato), falei em meu nome. Não recorro a Lakan, Conan, Kublai Khan, Buda, Ultron ou Jeová para fazer isso. Quando escrevo aqui, escrevo pois detesto covardia e ilações a meu respeito.

      Gosto duvidoso teve seu discurso, enviesado e cheio de mensagens subliminares. Lê quem quer, segue quem quiser e como os comentários são abertos, te critiquei e você ficou ofendido. Se ficou, o problema não é meu: é seu.

      Não ligo que chamem de "conservador" ou "de direita": eu sou! Eu tenho caráter o suficiente para assumir as bandeiras que defendo - basta ler meus posts no MEU BLOG. Não sou um hipótrica apegado num papo barato de blablablá Zen Budista Capitalista / Marxista. Eu, tenho lado. Seu discurso é raso e cheio de penduricalhos para parecer algo banaca e "cheio de cultura"... de quem tem muita experiência... Mas, no mundo real, durmo em paz todos os dias, com a consciência tranquila de quem tem caráter para assumir erros e acertos, de quem tem opinião de verdade e assume o que pensa.

      Citando Raul Seixas? Filosofia de buteco. Prefere ser uma "metamorfose ambulante?". Os mentirosos vivem mudando de opinião, são um turbilhão de opiniões que diferem dependendo da verdade que querem impor aos outros. São lagartas que viram borboletas a toda hora (e vice versa). Eu prefiro o escorpião: sei o que esperar dele. Sua natureza é imutável, não samba ao gosto do vento e do clima. Nem das ondas.

      Não vi nenhum post de "anônimo" com um texto parecido com o meu, portanto, você está sendo leviano de me acusar sem provas. Atacar oculto é fácil, caro "fislósofo" (KKK), até Jânio Quadros faria.

      Você pode ser quem quiser, eu não estou nem aí para suas escolhas pessoais! Mas, apenas não se sinta ofendido como um garotinho de 7 anos por ser exposto e depois vai citar os outros em seu Blog Espiritual. Não me inclua no seu Karma!

      Ter atitude é bacana. Louvo pessoas de caráter e procuro ser assim. Muita pretensão sua achar que preciso me ocultar para dizer o que penso, ou, te mandar a merda se fosse o caso. Não sou lagarta, nem borboleta, nem girino, nem sapo.

      Agradeço o post em minha homenagem e quero acrescentar quem sou, caso ainda não saiba: heterossexual, de origem italiana, branco, empreendedor, cristão, não herdei herenças para torrar, não mamo nas tetas públicas, vascaíno sofredor, anti-petista, anti-socilaista, anti-comunista, brasileiro, conservador, de direita e detesto pessoas volúveis. Pior do que ter opinião contrárias as minhas é não ter opinião... ou, viver sobre o muro. Seja feliz sendo quem você é! Não se irrite, caro surfista, assim as ondas "não rolam, a vibe fica ruim". Aceitar críticas é uma arte.

      Obrigado, mais uma vez, por me homenagear gastando seu tempo precioso, mesmo estando longe e nesta "ego trip lunatic raulzística". Deixo um pensamento legal, acho que combina com o momento:

      "Todos vêem o que você parece ser, mas poucos sabem o que você realmente é." (Maquiavel)

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    4. H.Metal, sua mensagem foi idêntica a de um anônimo (esse é o mal do anonimato), inclusive com as mesmas "ironias". Como parto do pressuposto da boa-fé, considero então uma coincidência surpreendente.
      Ofendido exatamente com o que? É muito difícil me ofender, colega, ainda bem. Olha a quantidade de termos, adjetivos que você já utilizou em relação a mim, sem me conhecer, apenas por causa de argumentos contrários. Comentários com indicação, por mais agressivos e toscos, sempre serão publicados. Assim, é muito mais fácil a indicação, e , eventual responsabilização, caso algumas linhas sejam cruzadas.
      Sim, sempre cito diretamente. Eu nunca irei a espaços alheios e falarei indiretamente sobre quem quer que seja (você pode dizer o mesmo? Uma pergunta objetiva), pois isso não se coaduna com a minha educação recebida.
      Não foi uma "homenagem" a você, colega, esse era um tema que sempre quis escrever, e talvez o meu artigo sobre o Brasil possa ter sido apenas um catalisador, nada mais do que isso.

      O seu discurso permeado de rancor é que me parece mais inclinado a querer impor um pensamento. O que eu quero impor? Escrevo num pequeno blog, tido por muitos como de conteúdo duvidoso, conhecimento raso. Ué, basta não ler, ainda mais com tanta informação disponível na internet.

      Se essa sua forma de ver a vida lhe apetece, se você está cheio de certezas sobre tudo e todos, que assim seja. Esse tipo de postura em minha opinião é pobre, e a Ciência, não construções ideológicas, vem mostrando isso.

      Continuarei, na minha "ego trip" (observe nas suas mensagens quantas vezes você disse sobre pretensas qualidades suas, isso não seria egocêntrico), lunatic (se você acha que viajar é para lunáticos, opinião sua), raulzística.

      Relaxe, colega, a vida fica mais fácil assim.

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    5. Misturar ironia com inveja é dose, HM! Aprendo muito lendo o Soul. Espero que continue escrevendo.

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  12. Soul,

    Parabéns pelo artigo! Mudando completamente de assunto, como você é um especialista em FIIs, quais são os três melhores do mercado para você?

    Estou começando a estudar eles e pensando em incluir os mesmos na minha carteira de investimentos.

    Abraços!

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    1. Olá, IL.
      Estou bem longe de ser especialista em FII, colega.
      Olha, sugiro a leitura dos diversos artigos aqui sobre FII. Há um "ranking" que ajuda muito a se situar na sopa de letras que são os FII para quem não está acostumado.
      Depois, ou ao mesmo tempo, vá ao site do Tetzner e interaja com o pessoal lá, há muitas pessoas com mais conhecimento de FII do que eu lá.
      Como guia:
      Escritórios-Logística - KNRI
      Escritórios - BRCR e HGRE
      Shopping - PQDP E HGBS
      Logistica apenas - HGLG
      Varejo e logísitica - FIIP, MAXR, RBRD
      Educacionais - AEFI e FCFL

      Comece por estes, abraço!

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    2. Soul,

      Obrigado pelo retorno! E os bancários e de hospitais? AGCX e NSLU são os tops?

      Abraços.

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    3. São os que mais gosto, Investidor.
      O BBRC (agências estilo - BB) é um que ainda não comprei, mas pode ser uma boa, já que estão comprando terrenos e construindo, e nós sabemos que uma agência recém-construída pode trazer muito movimento para o local, valorizando os terrenos no médio prazo.

      Abraço

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