quarta-feira, 30 de abril de 2014

INVESTIMENTOS - VAMOS FALAR SOBRE O P/L

Olá colegas! Depois de um relato, de certa maneira emocionado, de minha viagem pela América Central, neste artigo trago à baila uma das métricas mais conhecidas no mundo de investimento, o famoso Preço/Lucro.

Primeiramente, gostaria de dizer que  investimentos não é uma questão que deveria suscitar um conflito de egos acirrado. Se uma estratégia funciona melhor para você, ótimo. Caso contrário, talvez seja melhor e sensato observar outras formas de investir. Pessoal, ao conversamos sobre investimentos, não estamos entrando na área do trio polêmico (pena de morte, maioridade penal e aborto, que poderia ser transformar no quarteto da discórdia se houver a inclusão da eutanásia), mas sim discutindo conceitos muitas das vezes eminentemente técnicos e lógicos. Não há porque nos angustiarmos tanto com idéias diferentes no mundo dos investimentos.

Feita essa introdução, antes de tecer algumas reflexões a respeito do tema propriamente dito, eu gostaria de chamar atenção para um ponto fundamental quando idéias são debatidas;  a diferença entre juízos de fato e juízos de valor. Para muitos a distinção pode ser clara, mas eu fico às vezes surpreso quando vejo que este conceito não é muito dominado por inúmeras pessoas. Vamos aos exemplos abaixo:

                                       Afirmação 1 :  “O gato desta imagem é preto”

Afirmação 2: “Este é o distintivo do melhor clube de futebol do Brasil”


               E aí, qual é o juízo de fato e qual é o juízo de valor? Sem adentramos em questões filosóficas mais profundas de se é realmente possível apreendermos como o mundo realmente é, ou se a nossa visão de mundo sempre será parcial, não representando necessariamente o que universo realmente é (a discussão é interessantíssima, mas a toda evidência não é o foco desse artigo), é claro que o juízo de fato é afirmação 1 “O gato da foto é preto”. Nessa sentença apenas descrevemos um objeto ou um fato, e não acrescentamos qualquer opinião pessoal. Na segunda afirmação, que por coincidência é verdadeira, “Este é o distintivo do melhor clube do Brasil”, não estamos descrevendo apenas um fato, estamos agregando uma qualidade  (“ ser melhor do Brasil”) a um fato (este é o distintivo de um clube do Brasil). Percebam a diferença. Num caso apenas se alude a fatos, não há margem para juízos de qualquer tipo de valor. No outro, por seu turno, uma valoração do emissor do juízo sempre está presente. E como falamos de uma valoração, o juízo de valor sempre vai estar sujeito aos pré-conceitos, formação cultural, momento histórico, etc, em que o emissor possui ou está inserido.

           Soulsurfer, sou Corinthiano (problema seu), e estava quase parando de ler o seu blog com essa conversa sem sentido sobre juízo de fato e de valor num artigo que era para tratar sobre P/L. Toda essa introdução foi para deixar bem clara a diferenciação, já que uma vez eu fiz um comentário no site do Bastter e emiti um juízo de fato, imediatamente houve muitos comentários emitindo juízos de valor sobre manada, bullshit, etc. Veja, não é uma crítica ao site, pois eu gosto bastante das ferramentas que ele fornece, e os vídeos são instrutivos e engraçados. Apenas chamei a atenção, pois eu vejo que em alguns temas, o emocional aflora e as pessoas começam a confundir juízos de fato com juízos de valor como se eles fossem a mesma coisa. Não, amigos, não são, e isso pode levar a confusões completamente desnecessárias.

             O que é a métrica P/L? É simplesmente o valor que se paga por um fluxo de dinheiro. Como assim? Se uma padaria produz um lucro líquido de R$ 100.000,00, e alguém compra essa padaria pagando R$ 500.000,00, significa simplesmente que esta pessoa está dispondo de R$ 5,00 para cada R$ 1,00 de lucro. Isso é um juízo de fato. E isso é um bom negócio? O P/L dessa transação foi alto ou baixo? A resposta correta seria que apenas com essas informações não é possível emitir um juízo de valor. Precisaríamos no mínimo saber se a padaria possui dívidas, se há uma clientela formada, se as instalações são boas, etc, etc. Vejam, que para emitir um juízo de valor equilibrado sobre se a compra citada foi boa ou não,  é necessária a existência de muitas outras informações que vão muito além da métrica P/L.


            Apesar de haver a necessidade de outras informações, é instintivo pensar que quanto menor o índice P/L, menor é a quantidade de dinheiro que se necessita para se conseguir um fluxo de dinheiro (e essa é a razão de quedas nos FII, quando a renda permanece a mesma, apenas facilitarem a compra de fluxos de aluguel com menos dinheiro). Sendo assim, se pegássemos o exemplo da padaria, e existisse uma padaria idêntica em tudo, o exemplo é apenas teórico e de impossível replicação na prática, e a mesma custasse R$ 400.000,00, fica claro que a compra desta padaria, e não da primeira,  faria mais sentido do ponto de vista financeiro-racional.

           Ok, Soulsurfer, isso é evidente. Entretanto, você não pode comparar uma padaria com uma empresa gigantesca como a AMBEV. Sim, podemos, se for para efeito de compararmos conceitos básicos. Quando compramos ações da ABEV hoje, com um P/L de aproximadamente 30, quer dizer que hoje, com os dados de hoje, pagam-se R$30,00 para cada R$1,00 de lucro gerado pela empresa. Percebam, que isso é um juízo de fato. Não estou valorando se isso é bom, ruim, indiferente, se é pensamento de manada, etc.


          Alguém que estivesse começando a ler textos sobre investimentos, poderia perguntar, mas por qual motivo há empresas que você precisa de apenas R$ 10,00 para "comprar" R$1,00 de lucro, e por qual motivo há empresas que você precisa gastar o triplo para "comprar" o mesmo R$1,00 de lucro? Ineficiência do mercado, sardinhas operando, diferença absurdas entre empresas? Não, colegas, a resposta tem a ver com expectativas e com o verdadeiro conceito de renda variável.

          Comecemos com o conceito de renda variável. Já viu alguém perguntando por qual motivo uma ação da empresa Y (ia colocar X, mas ai lembrei do enrosco que essa letra causa no mercado acionário brasileiro) caiu 30% em apenas uma semana? Aí vem uma resposta: "porque é renda variável". Não, amigos. A diferença entre renda variável e renda fixa não está na flutuação de preço do ativo. Se fosse assim, por qual motivo os títulos do tesouro não são chamados de renda variável quando há rentabilidade negativa forte (como ocorreu no ano passado)? Os preços dos títulos variam no tempo, e nem por isso é chamado de renda variável. Quando se fala em renda fixa ou renda variável está se falando do fluxo de dinheiro, não do preço do ativo subjacente.  A renda é considerada fixa, pois sabemos de antemão, se não houver o evento default do emissor,  exatamente a quantidade de fluxo de dinheiro que teremos num período de tempo pré-determinado.

        Por seu turno, a renda variável é exatamente o que o nome diz, a renda, ou seja o fluxo de dinheiro, pode variar no tempo seja para mais ou para menos, e não se pode estimar com certeza absoluta como na renda fixa.  Essa diferença é fundamental para entendermos corretamente o múltiplo P/L. A renda proveniente do lucro das companhias pode ser estável, crescente ou decrescente. A tendência do mercado acionário como um todo, até pelo efeito da inflação, é produzir cada vez mais fluxos de dinheiro pelo menos nominalmente maiores. Quanto maior é a capacidade de uma empresa crescer os seus lucros, mais vantajoso é possuir o direito aos fluxos dessa mesma empresa. Vamos explorar este conceito com uma empresa querida por muitos, a EZTEC.

       Atualmente, a EZTEC é negociada com um múltiplo P/L de 6,76, vamos aproximar para 7. Isso quer dizer, juízo de fato, que uma pessoa que compra ações da empresa está pagando R$7,00 para cada R$1,00 de lucro. Entretanto, veja que fenômeno interessante, como a empresa possui crescimento acelerado dos lucros, é possível que o múltiplo P/L não represente a capacidade de geração de fluxos de dinheiro da companhia no futuro. A regra dos 72 é uma ferramente muito útil para fazermos cálculos com rapidez sobre quanto tempo leva para uma determinada variável dobrar de tamanho pela incidência de um fator de progressão Basta dividir o número 72 pela  taxa de juros, já que estamos tratando de finanças, para saber o período no qual o capital aproximadamente irá dobrar (a explicação matemática,encontra-se num vídeo que coloco abaixo). Sendo assim, eu sei que uma taxa de juros de 10% ao ano faz o capital inicial quadruplicar em 14 anos (sete anos há a primeira dobra, e com mais sete anos há uma outra dobra, resultando em uma multiplicação por 4). Eu também sei que uma taxa de Inflação de 7% ao ano faz o meu capital reduzir em 1/4 o poder de compra original em 20 anos (com isso fica mais fácil entender a razão da inflação ser um dos maiores inimigos dos investidores, bem como da saúde financeira da população).

Se você não conhece o Khan Academy, é hora de conhecer. Esse cara é uma das pessoas jovens que mais admiro atualmente (tirando algumas pessoas mais experientes que possuo extrema admiração como Yunus, não, não tenho muita admiração por grandes investidores, respeito, mas não é algo que me chama tanta atenção como o trabalho do Sr. Yunus)
        

             Vamos supor que a empresa cresça os seus lucros a impressionantes (aqui é um juízo de valor) 20% aa. Aproximando pela regra dos 72, eu sei que em sete anos o lucro da empresa será quatro vezes maior. Ok, Soulsurfer, estou entendendo, mas e daí? Bom, se o preço da ação da companhia se manter constante nestes sete anos, quer dizer que em 2021 a empresa estaria sendo negociada com um P/L de 1,75, pois o preço da empresa seria o mesmo de há sete anos, mas os lucros teriam crescidos quatro vezes. Sendo assim, se a empresa fosse manter o mesmo P/L em 2021 do que tinha em 2014, a cotação deve necessariamente subir 4 vezes. É por isso que se diz que a cotação segue os lucros no médio/longo prazo, pois se não seguisse, distorções como empresas sendo negociadas a P/L abaixo de dois seriam comuns.

        Portanto, dá para perceber que em relação a ativos que a renda pode variar positivamente, é fundamental a taxa de crescimento dos fluxos de dinheiro (lucro no caso das empresas listadas em bolsa). É por esse motivo que empresas com possibilidade de alto crescimento dos lucros são negociadas muitas vezes com P/L presente maiores do que outras empresas sem possibilidade grande de crescimento futuro. Há até mesmo uma métrica, muito utilizada e defendida por Peter Lynch (e o colega do Blog Investimento em Valor adora citar) chamada de PEG: Price/Earnings/Growth (P/L/Crescimento lucros). Esse múltiplo tenta relacionar o P/L atual da empresa com a perspectiva de crescimento, quanto menor o múltiplo menos se estaria pagando por um potencial crescimento dos fluxos, o que é ótimo.

            Sendo assim, respondendo a pergunta por quais motivos há empresas sendo negociadas com P/L de 30, a resposta é pela expectativa de crescimento dos seus lucros. Não pode ser só isso Soul! Veja, para ficarmos no exemplo de uma empresas já citada, a AMBEV e sua maravilhosa gestão e números operacionais. Sim, realmente são números de encher os olhos. Entretanto, do ponto de vista financeiro-racional, e aqui é um juízo de fato com um pouco de juízo de valor, só faz sentido pagar por uma empresa com um P/L atual de 30, se houver expectativas de crescimento alto dos seus lucros, ainda mais se a taxa do ativo livre de "risco" for alta, como é no caso do Brasil, e se houver outros ativos com expectativas de crescimento razoáveis, mas com P/L mais baixos.

             Soulsurfer, mas o P/L da EZTEC não é baixo demais? Aqui temos que sair do simples juízo de fato, e ir para um juízo de valor. Cada um pode ter suas próprias opiniões sobre risco do setor imobiliário, solidez dos lucros da empresa, baixo endividamento, bolha imobiliária, etc, etc. Entretanto, há mais um detalhe interessante a acrescentar no exemplo da EZTEC. Lembram-se que se o lucro crescesse em 20% nos próximos sete anos, o preço da ação, para manter o mesmo P/L, teria que crescer quatro vezes. Porém, outra coisa pode acontecer, que é uma nova visão dos agentes do mercado sobre a precificação do lucro da empresa. O que isso quer dizer? Se em 2021, o mercado achar que para cada R$ 1,00 de lucro da empresa, é justo que se pague R$14,00, então na verdade o preço da ação irá se multiplicar por 8 entre 2014 a 2021.

         O escritor Burton G. Malkiel no já clássico "A Random Walk Down Wall Street" (excelente livro que recomendo), descreve bem esse fenômeno no capítulo 13 ao tratar, segundo sua visão é claro, das quatro grandes eras no mercado acionário americano pós segunda guerra mundial: a) a era do conforto (1947 a 1968), a era da angústia (1969 a 1981), a era da exuberância (1982 a 2000) e a era do desencantamento (2000 a 2009). É importante salientar que o livro foi escrito em 2010, e os últimos quatro anos foram de extrema euforia no mercado americano, já que a primeira década do século os retornos do S&P500 foram negativos. O autor relata detalhadamente como o "humor" e a percepção do mercado mudaram nessas últimas sete décadas, e como isso influenciou a percepção de quanto os agentes financeiros estariam dispostos a pagar pelos fluxos de dinheiro (ou seja o P/L). A conclusão que o autor chegou é que em mercados deprimidos, os ativos de renda variável podem ter um duplo ganho que é o aumento exponencial dos lucros, bem como uma melhora da percepção dos agentes sobre o próprio mercado, ou um ativo em especial. Logo, a força do mercado acionário está na possibilidade de "duplo" ganho, como no exemplo hipotético da EZTEC. Fica fácil perceber que empresas com um P/L de 30 dificilmente terão este outro ganho, e ter os seus P/L transformados em 60 por uma percepção mais positiva do mercado sobre o ativo.

                                                   Ótimo livro. Soulsurfer recomenda!

               Logo, colegas, é evidente que o múltiplo P/L é apenas um indicativo, mas é um indicativo que nos pode dizer muitas coisas sobre as expectativas do mercado, as expectativas em relação a uma empresa em específico, um eventual pessimismo, otimismo, etc. Portanto, quando se paga R$30,00 por R$ 1,00 de lucro (juízo de fato), é preciso ter em mente que se está comprando um ativo que possui expectativas  de crescimento alto dos lucros pelo mercado (outro juízo de fato). O ativo pode ter todas as qualidades do mundo (entramos aqui em juízo de valor), e  nos próximos anos cumprir as expectativas, bem como superará-las. É possível, e ninguém pode prever o futuro.

          Entretanto, e aqui termino este artigo, há um motivo estatístico muito simples que explica por qual razão diversas pesquisas acadêmicas mostram que ativos com baixo P/L tendem em média a performar em longos períodos de tempo melhor do que ativos com alto P/L. Ora, o que você acha mais simples de acontecer: uma empresa crescer os seus lucros a 10% ou a 30%? É uma questão de lógica, as expectativas mais pessimistas ou moderadas são muito mais fáceis de ocorrer do que expectativas otimistas. Se levarmos esse raciocínio para o mercado como um todo, pode-se entender que é muito mais fácil que empresas onde há pessimismo em relação ao crescimento dos seus lucros (além do mais levando em contra o princípio da regressão à média) surpreendam positivamente do que empresas onde há grandes expectativas pelo crescimento do lucro, já que estatisticamente é muito mais fácil que o primeiro evento ocorra.

       Soulsurfer, isso quer dizer que não devemos investir em empresas com P/L atual considerado alto? Não, absolutamente. Apenas deve-se ter claro que P/L considerados altos corporificam expectativas altas em relação ao crescimento dos lucros da empresa ou do mercado como um todo (quando se mede o P/L de todo o mercado). Isso é um juízo de fato. Se a empresa, ou um mercado específico, é merecedora da confiança e de toda expetativa otimista, cada investidor deve valorar com seus próprios filtros e decidir por si só.

      É isso colegas, grande abraço a todos!

58 comentários:

  1. Muito didático Soul!
    Gostei do exemplo de empresa que usaste (Eztc3), faz 2 anos que aposto alto nessa empresa. Até agora, não houveram decepções quanto aos resultados operacionais. Apesar de os lucros e os dividendos terem quase duplicado nesse período, a cotação não saiu muito do lugar. Aproveitei para aumentar posição. Mas como relatas nesse post, uma grande parcela da cotação se deve às expectativas do mercado para o setor e para empresa. E como existem muitas especulações quanto a existência ou não de bolha imobiliária, esta empresa tem sido "penalizada", em termos de cotação, por isso (pelo menos no meu ponto de vista). Mas cotação é secundário na minha estratégia em relação a esta empresa, e me importo mesmo com o aumento dos dividendos.
    Sei que foge da motivação do post, mas aproveitando a oportunidade, tu tens uma posição significativa em Eztec?
    Abraço!!
    Green Future

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    2. Olá Green!
      Concordo plenamente.
      Minha posição acionária é pequena em relação ao meu patrimônio. Minhas maiores posições eram BBAS e EZTEC. Entretanto, estou, principalmente depois do meu estudo sobre REITs e minha vontade de viver de renda imediatamente, refletir um pouco sobre a minha estratégia com o mercado acionário.

      Abraço!

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  2. Excelente, realmente muito bom, soulsurfer!

    Onde foi o link do Bastter? Atualmente meu site preferido de comédia. rsrsrsrs

    Quando o cara naquela seita fala que "P/L não serve pra nada".....

    Vc leu Mitos de Investimentos, do Damodaran, né? Ele comenta um pouco mais a fundo sobre este indicador.

    Sobre a Ambev em específico, juízo de fato, seu lucro nos últimos anos teve o desempenho abaixo:

    16,9%; 27,3%; 14,4%; 19,5%; 9,0%; média geométrica de 17,3%

    No entanto, a média dos últimos anos foi de 23%. Seria um retorno a uma média??

    Realmente, o pessoal tem dificuldade de entender como utilizar as ferramentas. Como vc concluiu perfeitamente, cabe ao investidor julgar se a expectativa de mercado irá se cumprir ou não.

    []s!

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    2. Ri bastante com o "Na segunda afirmação, que por coincidência é verdadeira(...)"

      rsrsrsrsrs

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    3. "o pessoal tem dificuldade de entender como utilizar as ferramentas"

      juízo de valor

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    4. Dae, Di marcinho!

      a) Primeiro, o meu comentário sobre o site bastter foi pontual. Eu acho que o site fornece boas ferramentas, principalmente para quem quer sair do "poupança é o único investimento possível". Eu não lembro mais onde foi o comentário, mas percebi que o tema P/L é sensível lá;

      b) Olha, eu nem conheço muito os números da AMBEV, e o meu exemplo nela foi por ser uma ótima companhia, mas com múltiplos um pouco esticados. Eu acho difícil uma empresa com a capitalização dela crescer no mesmo ritmo dos últimos 10 anos, pois se isso nos próximos 20 anos, ela simplesmente engole o país;

      c) Pois é! hehehe Gostava mais de futebol, hoje em dia nem acompanho mais. Desde jovem, lá pelos 22 anos, eu pensava se a gente não consegue nem se organizar no futebol, como vamos ser um país organizado e próspero em ciência, por exemplo? Para minha tristeza, nos últimos 10 anos a organização do futebol, o nível do nosso futebol e o distanciamento com a Europa aumentaram muito. Há um verdadeiro fosso. Ver uma criança brasileira com a camisa do Barcelona escrito Neymar, e não uma camisa do Santos, para mim é simplesmente ver que o nosso futebol fracassou, e está condenado a ser a periferia do futebol;

      Abraço!

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    5. Olá Anônimo!
      Hum, não creio ter essa frase no texto.
      Entretanto, essa é uma frase mais complexa, pois ela pode, dependendo do contexto, realmente ser um juízo de valor, ou simplesmente ser um juízo de fato ("Os operários tiveram dificuldade em entender como utilizar as novas ferramentas").

      Abraço!

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  3. Gostei da Didática, você escreve muito bem. Quanto a AMBEV, muitos enxergam ela como uma empresa brasileira e acho que o próprio Damodaran em uma de suas entrevistas classificou muito bem a AMBEV como uma empresa Global, sendo inclusive uma das empresas na qual investe e o parâmetro dela tem de ser mensurado nesse tipo de escala.
    Quanto ao PL, muitos analisam de forma equivocada, nunca devemos analisar apenas um múltiplo sem considerar todos os demais, além de itens como marca que são bem complexos de serem mensurados e obviamente não entram nesse tipo de análise. Grande abraço e parabéns pelo blog.

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    1. Olá Fábio!
      Concordo com todas as suas ponderações. Estamos a falar de valuation. Neste artigo apenas quis dar uma abordagem sobre o tema P/L, e procurei deixar claro no texto que esse não pode ser o único parâmetro para que possamos tecer um julgamento de valor seja de uma empresa, seja de um FII, ou até mesmo de uma simples renda fixa.

      Obrigado mais uma vez pela visita.

      Abraço!

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  4. Excelente, Soulsurfer.

    Esse é o melhor texto sobre P/L que eu já li, gostei muito das explicações.

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  5. surfista, excelente texto! Além do conteúdo excepcional, a maneira como foi escrito é magnífica. Parabéns!

    Eu fiz um estudo sobre crescimento dos lucros, P/L e Payout que eu acho que tem tudo a ver com muitas das informações do texto e pelo meu entendimento as conclusões são semelhantes.

    http://economicamenteincorreto.blogspot.com.br/2014/04/estudo-definitivo-crescimento-dos.html

    Sobre o site do Bastter, eu tenho a mesma opinião. Muitas das coisas que são faladas lá, são exageradas, mas penso que isso é feito justamente como técnica de comunicação em massa, portanto a comunicação pontual/individual é ignorada para reforço à comunicação geral para a grande massa. Por outro lado muitas, mas muitas, das informações lá, principalmente os quadros de ações, são bem úteis.

    Abraços,

    Blog Economicamente Incorreto
    http://economicamenteincorreto.blogspot.com.br

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    1. Olá, EI. Sim, eu já li o seu artigo. Aliás, está fazendo artigos bem interessantes.
      Um próximo post eu quero abordar a "a cotação segue os lucros". Isso já deu para ver que é verdadeiro, só o que poucas pessoas comentam é em que intensidade? Não foi você que viu que os lucros da CRUZ subiram 200% e a cotação subiu 2000% (ou algo parecido)? Isso não é a cotação seguir os lucros, aliás longe disso.

      Sobre o Bastter, concordo plenamente contigo. Veja, uma pessoa que possui dezenas de milhares de usuários, centenas de videos, quadros de ação, e sei lá mais o que, e foge do pensamento normal que existe nos educadores financeiros, é de se tirar o chapéu. Eu acho bem bacana.
      Se por ventura algumas ideias lá não se coadunam com o que eu penso ser mais correto, isso de maneira nenhuma tira o valor do site e das pessoas que lá se esforçam para produzir conhecimento.
      Nunca irei desacreditar o trabalho de pessoas por alguma contrariedade de pensamento, pelo contrário.

      Grande abraço!

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    2. Surfista,

      Obrigado também pelo comentário sobre os artigos. Na verdade tenho tentado expressar um pouco as coisas que tenho aprendido, mas ao expressar da minha maneira, um pouco menos convencional, vejo que as pessoas muitas vezes não entendem, então fico em dúvida se o que escrevi foi ruim ou a minha maneira de pensar é que é pouco compreendida (daí vem o nome Economicamente Incorreto).

      Muito do que tenho aprendido é fruto da leitura do livro do Prof. Jeremy Siegel (Stocks for the Long Run), que eu sei que você já leu e considera introdutório, mas para o meu nível de conhecimento, acho que ele me respondeu muitas perguntas e dúvidas.

      Este ponto que você colocou no comentário sobre a CRUZ (e que tem a ver como o que você colocou no texto sobre a variação do P/L) é que é o que muitas pessoas tem dificuldade de entender.

      O ponto é que ao acumular patrimônio em ações, se seguir um bom método como não prestar muito a atenção em cotação e focar em empresas boas, vai verificar que tem uma chance grande de ser muito bem sucedido (com certo baixo risco). Por outro lado, para realmente ficar milionário de forma mais rápida, o sujeito tem que acertar uma tacada forte como esta que aconteceu com a CRUZ (crescimento dos lucros de 200% e cotação de 2000%), e isso só se explica porque o P/L saiu de 7 para 25 em 10 anos, portanto além de ganhar com o crescimento dos lucros da empresa, ganhou uma multiplicação porque comprou em um momento em que a expectativa era baixa (baixo P/L) até o momento que a expectativa aumentou (alto P/L). Isso realmente tem um fator multiplicador, mas por outro lado é muito mais fácil de errar do que acertar (aumenta o risco). Bom, isso é parte do que você falou no texto.

      Abraços

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    3. Olá, EI!
      Sobre o livro do Siegel, se eu dei a entender que era introdutório, não devo ter me expressado corretamente, peço escusas.
      É um belo livro, principalmente para nós investidores amadores.
      Há muitos insights interessantes, e se não me engano foi traduzido pelo Bastter.

      Claro, colega. Nisso também já concordamos em outra oportunidade. Aportes periódicos e bons ativos (mesmo que possam se relevar numa análise retrospectiva "caros") são os ingredientes para o sucesso financeiro. Aliás, as maiores premissa para o sucesso financeiro não envolvem nenhum grande conhecimento de finanças: ser superavitário e não ser perdulário. Se você for superavitário, e ainda por cima comprar bons ativos, a chance é grande de sucesso.

      Exatamente. Isso talvez é um ponto que algumas pessoas não compreendem. O ganho exponencial da CRUZ não foi apenas pelo aumento dos lucros, mas sim pela mudança de percepção do mercado de quanto R$ 1,00 de lucro da empresa vale. Quando isso ocorre, apenas empreendimento próprio possa talvez ser financeiramente melhor.

      Siga com seus artigos que são de ótima qualidade. Gostei muito daquele vídeo do "TED". E para mim aquilo não é só uma aula de vida, mas de finanças também, qualquer dia escrevo sobre o assunto.

      Abraço!

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    4. Escrevi um texto sobre isso, será meu próximo artigo! =)

      []s!

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  6. Soulsurfer,

    Me desculpe, mas você falou o óbvio. Sim, vou soar repetitivo, mas a única coisa que importa é se a empresa em que você investe continua boa. Só isso!

    O P/L da Ambev é "alto" há mais de dez anos. E daí? Deixar de entrar nela ou em qualquer outra empresa por causa disso é uma estupidez enorme.

    Abraços!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá IL!
      As obviedades são interessantes, pois mesmo sendo óbvio para algumas pessoas, para outras pode não o ser, e mesmo para quem sabe, nunca é demais repetir.
      Quer duas obviedades que poucas pessoas seguem no quotidiano? "Carpem Diem" ou "Dessa vida apenas levamos a vida que se leva". São obviedades ditas por pensadores, filósofos, há milhares de anos, mas mesmo assim na nossa vida corrida de hoje em dia, a gente às vezes esquece. Então nem sempre dizer obviedades é algo despiciendo.

      Sobre estupidez ou não, eu acho uma palavra forte (não se esqueça o meu primeiro parágrafo, não estamos falando de pena de morte, maioridade penal, mas simplesmente de investimentos), e em nenhum momento disse o que deveria ser feito, cito a parte final:
      " Soulsurfer, isso quer dizer que não devemos investir em empresas com P/L atual considerado alto? Não, absolutamente. Apenas deve-se ter claro que P/L considerados altos corporificam expectativas altas em relação ao crescimento dos lucros da empresa ou do mercado como um todo (quando se mede o P/L de todo o mercado). Isso é um juízo de fato. Se a empresa, ou um mercado específico, é merecedora da confiança e de toda expetativa otimista, cada investidor deve valorar com seus próprios filtros e decidir por si só".

      No caso específico da AMBEV, ele é alto há mais de 10 anos, como bem dito por você, pois a empresa entregou resultados estupendos, com crescimento de lucro acima de 20% aa, como pontuado pelo DI Marcinho. Se a empresa tiver fôlego e competência para entregar resultados assim nos próximos 10 anos, pode continuar a ser um excelente investimento.

      Agora, como tentei passar no texto, altos P/L significam altas expectativas, e isso não é um juízo de valor, sobre se um P/L alto é ruim, bom, etc. Mas, como você é uma pessoa inteligente isso deve ser bem claro para você. Entretanto, para algumas outras pessoas talvez não o seja,

      Abraço!

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    3. Soulsurfer, com todo respeito, o IL precisa primeiro ser descatequizado da escola Bastter. Só assim ele vai começar a raciocinar um pouco.

      Eles pegam o exemplo da Ambev DEPOIS que ela entregou os resultados. Ele não consegue entender que se os resultados não tivessem sido assim tão bons, muito provavelmente, o P/L estaria bem mais baixo....

      []s!

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    4. Di Marcinho,
      Meu intuito é apenas trazer reflexões. Algumas óbvias, outras talvez nem tanto.
      Não devemos tentar impor o que achamos ser correto. Cada um possui o próprio discernimento, e isso é valido.

      Abraço!

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    5. Concordo contigo.

      Mas no meu juízo de valor, raciocinar seria o correto, ao invés de simplesmente repetir frases de terceiro como um papagaio, i.e., sem parar pra pensar no que está sendo dito...

      []s!

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    6. ditrakinas precisa ser catequizado na escola Bastter...precisa pensar 'fora da caixa' um pouco. Atualmente tem tido uns rompantes de investidor pica das galáxias, que sabe um monte de coisas mas que se enrola todo até com coisas simples.

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  7. Parabéns Soulsulfer! Didático, esclarecedor, conteúdo de excelência. Abraço! BAGUAL

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  8. Por que o PL da VALE no FUNDAMENTUS é negativo, surfistinha?

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    1. Colega, pelo "surfistinha", creio que sua pergunta foi retórica. Se assim o foi, não creio que você necessite da minha resposta:)
      Entretanto, há uma regra matemática que diz que um número positivo dividido por um número negativo, o resultado é um número negativo.
      Isso explica o P/L negativo da VALE.

      Abraço!

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    2. Você morde fácil hein soul...nossa, que azedume!
      Melhora este humor homi!

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    3. Já melhorou, colega!
      Volte sempre.

      Abraço!

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  9. Que texto legal. Existe algum site que atualize o PL com a variação da cotação? Por exemplo a ambev que teve sua cotação despencada na terça qual é o PL dela?

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    1. Olá Anônimo,
      Sugiro o site Fundamentus.
      Para ter uma noção mais global da empresa com suas evoluções de uma maneira bem fácil, sugiro também o quadro de ações do site Bastter.

      Abraço!

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  10. Grande texto Soul. Exatamente essas "esticadas" que alguns PL apresentam é que ao meu ver temos que julgar se não estão exagerados. A Ambev é uma empresa que me agrada muito, mas me pergunto se o retorno que teria com ela em 10 anos não seria aquém do esperado, justamente por esse conceito. O mesmo para a Cielo a qual fiquei de olho naquela queda da bolsa mas não consegui no preço por mim estipulado. Essa é uma vertente minha de discordância com os holders, a tal da compra sem analisar o preço ou o PL. Não consigo entender porque na feira ou supermercado se faz pesquisa de preço e compra-se conciliando qualidade a custo, mas na bolsa a pessoa fica cega com esses conceitos estabelecidos por outrem de que o certo é não ligar para preço. Essa critica minha é para as ações, mas sem dúvida alguma é ainda pior para os FIIs. Bem, gostaria por fim de te perguntar algo que não existe resposta pronta, mas vamos tentar... A partir de que PL você já estabelece que o preço da ação está muito esticado? Segunda pergunta, o que pensa de um método simplicista de análise de empresa que envolva PL, margem e P/ebtida, após ter sido previamente feita uma triagem pela evolução de lucros da empresa nos últimos anos?

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    1. Olá Guardião!
      Bom, você sabe que não há resposta para a sua primeira pergunta.
      Como disse no texto, não necessariamente P/L altos indicam que a empresa está num patamar ruim para compra. Apenas salientei que com P/L cada vez maiores, isso apenas significa que expectativas maiores são depositadas na empresa, e que o mercado "exige" cada vez mais dinheiro para a compra presente do fluxo.
      A empresa pode continuar fantástica, mas ela perde sim a possibilidade de ganhos na valorização do P/L , como bem salientado no comentário do EI, pois é difícil imaginar valorações ainda maiores na percepção do mercado;

      b) Olha, eu escolhi todas as minhas empresas, usando o que todos nós fazemos: margens boas, endividamento baixo (apesar que pela teoria financeira, dívidas maiores podem elevar o valor da empresa, mas eu não gosto), governança, e sim procuro múltiplos (P/VP, P/L, etc) que não sejam maiores do que pelo menos a média atual da bolsa como um todo.
      Posso dizer que escolhi boas empresas, e as únicas atualmente com rentabilidade negativa são GETI3 (não me sinto confortável, pois quando escolhi, não mensurei talvez adequadamente que o papel iria apanhar muito com a questão da renovação com a ELPL, nesse papel a paulada é -25%, já que meu PM é 19,xx) e STPB (esse a paulada também é -20%, eu não estudei tão adequadamente a empresa, mas faz parte do aprendizado).

      b) É o que eu faço. Eu também faço alguns testes com algumas fórmulas de desconto de fluxo de caixa. Não há muito mais o que possamos fazer. Não somos "insiders", podemos ler os balanços, mas não tem como conhecer de todos os mercados. Podemos ser conservadores, e escolher empresas com boas margens, endividamento, etc. Entretanto, eu ainda não decidi o que fazer no mercado acionário. O meu estudo sobre REITs foi um pouco revelador.
      Além do mais, meu objetivo financeiro está atingido.
      Guardião, eu quero ler Tolstoi, reler Dostoiéviski, quero pegar onda na Micronésia, não quero ficar lendo realese de empresas listadas na bolsa. Como sei que alguém quer fazer "stock picking" isso é necessário, estou reavaliando minha exposição acionária, ainda mais num país como o nosso com yields, isentos, gigantescos nos FII, e com uma simples RF pagando quase 13% aa. Some-se a isso negócios imobiliários que me retornaram 100% em um ano, e pronto.
      Mas não sei, estou em processo de reflexão, enquanto isso continuo lendo bastante sobre os fundamentos do mercado acionário.

      Abraço!

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    2. Guardião, vou pedir licença para me meter na conversa.

      Sem querer entrar na questão de está caro ou barato, a resposta sobre qual o P/L adequado não existe, pois como disse o soulsurfer, depende da expectativa e do perfil da empresa.

      No meu estudo eu também falei bastante sobre isso, pois o P/L depende muito das variáveis PY/DY e crescimento dos lucros, portanto um P/L de 15 para uma empresa de dividendos pode ser altíssimo e o mesmo P/L de 15 para uma empresa de crescimento rápido é bem baixo.

      O AdP fez um comentário lá no meu blog que peço licença a ele para reproduzir aqui:

      "Eu utilizo uma fórmula que tem três das variáveis que você mencionou na postagem.

      (Crescimento dos lucros + DY) / (P/L)

      Menos que 1 é ruim e maior que 1 é bom. 2 pra cima é ótimo. Claro, não me baseio apenas neste número, pois investimos em empresas, não em números. Mas esta fórmula é bem simples e legal. Peguei no livro de Peter Lynch."

      Se analisar, esta fórmula estipula o P/L associado às outras 2 variáveis (DY e cresc) e pelo visto é um bom caminho para entender como a expectativa do mercado para a empresa.

      Abraços

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    3. SoulSurfer, entendo perfeitamente. Realmente com os FIIs mantendo-se isentos de IR e com os juros se elevando a RF e os FIIs são opções muito interessantes. As ações devem então oferecer um algo a mais para merecerem sua aplicação, entendo perfeitamente!

      EI, obrigado pelo comentário foi engrandecedor mesmo. Apenas gostaria, sem querer abusar mas já abusando, de te pedir um exemplo real dessa formula (Crescimento dos lucros + DY) / (P/L). Como se mensura o "crescimento dos lucros"? Que tal ABEV3 ou CIEL3 para este exemplo?

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    4. Guardião,

      Não é abuso nenhum. Pelo que entendi é assim:

      ABEV3
      Crescimento dos lucros (5 anos): 17,43 (extraido Bastter.com)
      DY: 1,6 (extraido fundamentus.com.br)
      P/L: 26,78 (extraido fundamentus.com.br)

      (17,43 + 1,6) / 26,87 = 0,71

      CIEL3
      Crescimento lucros (5 anos): 15,26
      DY: 2,9
      P/L: 23,23

      (15,26 + 2,9) / 23,23 = 0,78

      Claro que não podemos olhar só a fórmula, mas não deixa de ser interessante. Como disso o soulsurfer, o ponto aqui é que o mercado está precificando o crescimento futuro da empresa, portanto o P/L (cotação) sempre anda na frente dos resultados.

      Abraços

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    5. Guardião e EI,
      Grato pelos comentários.
      Sobre a fórmula, é apenas a inversão do PEG com acréscimo de dividendos. Como se inverteu a fórmula, números maiores seriam melhores (ao contrário da formulação original).
      Achei interessante a inclusão dos dividendos, vou pesquisar para saber a razão, se alguém souber e postar a resposta seria bacana também.

      Abraço!

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    6. Interessantísimo E.I.

      Obrigado! Vou procurar estudar sobre isso e como conciliar a fórmula com os dados fundamentalistas e perspectivas.

      Falando em AMBEV hoje uma ordem antiga minha na pedra foi executada, e tive que cobrir a conta corretora!

      À noite vou tomar uma Stella Artois

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    7. sousurfer,

      Eu nunca li nada a respeito desta fórmula e aprendi pelo que o AdP comentou lá no blog, mas meu entendimento é que o DY entra justamente para balancear em caso de empresas de dividendos x crescimento, já que baixo crescimento normalmente tem P/L baixo e DY alto. Outro fator também que o DY está associado ao P/L, afinal ambos estão associados a cotação.

      Eu particularmente achei esta fórmula muito interessante e diz muito sobre a empresa, nunca deve ser usada com unica fonte para tomada de decisão, mas que é interessante é.

      Abraços

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    8. *quando digo diz muito sobre a empresa, leia-se "diz muito sobre o momento da empresa e a expectativa do mercado"

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    9. Aproveitando a conversa, a questão do endividamento que o soulsurfer colocou, seria uma +/- uma parábola; um baixo endividamento pode ir aumentando o valor (baixa alavancagem), mas muito alto pode diminuir (risco de calote). Assim existiria uma estrutura de capital ótima.

      Então dívida BAIXA não é ruim, pelo contrário, é ótimo! rs

      Escrevi um pouquinho uma vez:
      http://di-finance.blogspot.com.br/2013/03/divida-bom-ou-ruim.html

      []s!

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    10. Entendi, EI, e faz sentido.

      Di Marcinho,
      Sim, a estrutura ótima de capital. Divida baixa nunca vai ser ruim, o que os entendidos dizem é que mesmo sendo bom, talvez não fosse a estrutura ótima de capital.
      Entretanto, meu pai e minha mãe sempre compraram tudo à vista, e a noção de dívida sempre foi por mim associado a algo não positivo.
      Lembro desse seu artigo.

      Abraço!

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  11. Deu uma no cocorocô da onda que ela até mudou de direção hein!
    Post matador, comentários e as respostas estão excelentes, estou aqui aprendendo de montão, parabéns!

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    1. hehe, valeu surfista calhorda!
      Obrigado pelas palavras!
      Como estão os preparativos para Chicama?

      Abraço!

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    2. Status dos preparativos 'On hold'.
      Estou fazendo muita coisa em paralelo e estou com um grave problema de foco, acho que vou ter que parar um dia desses para definir prioridades.

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    3. Vc já assistiu o filme Fabio Fabuloso?

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    4. O Fabinho mora aqui perto de casa. Já o vi surfando aqui no quintal algumas vezes.
      Entretanto, ainda não vi o filme.
      Cara, precisamos focar mesmo, senão as coisas vão acontecendo e a gente perde um pouco o controle.
      Viajar com a família para Chicama, e um turismo pelos sites turísticos do Peru, me parece um belo foco!

      Abraço!

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  12. Perfeito, Soul!

    Também repensei o mercado acionário e já cheguei a uma conclusão :

    Não tem porque correr este risco com uma renda fixa absurda que temos e FIIs tão descontados.

    Deixei para no máximo 10% do patrimônio em ações.

    Claro que uma ou outra ação pode se valorizar absurdamente, porém, como diversifico bastante, isso aumenta pouco o rendimento global no longo prazo, mas com alto risco.

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    1. Sim, tendo a pensar como você.
      Entretanto, vai depender dos objetivos financeiros, do tamanho do patrimônio, etc.
      Porém, para patrimônios mais consolidados, realmente a necessidade de alocações fortes em ações é menor.
      Por qual motivo no exterior se aplica em ações? Simplesmente, porque os juros lá são muito baixos, e se quiser rendimentos reais razoáveis só no mercado acionário.
      Pô, aqui tem debênture incentivada da VALE isenta de IR, pagando IPCA + 7%. Isso nem remotamente existe em países consolidados.

      Obrigado pelo comentário e pela visita.

      Abraço!

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    2. Realmente, lá fora os juros mal cobrem inflação. Aqui temos juros reais acima de 6% atualmente, fica "ridículo" investir assim! rs

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    3. Realmente o mercado acionário não é para qualquer um.
      Se não tem estrutura psicológica,melhor ficar de fora.

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    4. É vero, anônimo!
      Obrigado pela contribuição.

      Abraço!

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  13. Tá aí um múltiplo que eu nem olho, será que deveria?

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    1. Dae UB,
      Bom, é um múltiplo que nos diz muitas coisas, acho que uma olhadinha ao menos vale hein..
      Abraço!

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  14. nossa, gastei 5h do meu dia refletindo e reorganizando meu metodo baseado nas informacoes deste post

    sensacional, brah, parabens!

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    1. Olá Sonny!
      Obrigado, colega, fico feliz que tenha ajudado.

      Abraço!

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