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sexta-feira, 27 de março de 2020

CORONAVÍRUS - PARTE III


Se você ainda não conferiu, sugiro a leitura da Primeira Parte e Segunda Parte.

TERCEIRO AVISO

Em época onda a nossa paciência com textos mais longos, e a nossa atenção fragmentada nos impede de lembrar o que lemos há cinco minutos, pela terceira vez aviso que não sou médico, não sou especialista, sou apenas um leigo curioso.

As duas primeiras partes e provavelmente esta e a próxima são apenas, na medida do que é possível, apresentação de fatos e do contexto geral. Posso estar deixando fatos importantes de fora? Com certeza. Posso estar mostrando esses fatos de forma enviesada mesmo de maneira inconsciente? Sim, apesar de estar sinceramente tentando evitar que isso ocorra. Provavelmente, na parte V e VI eu darei a minha opinião sobre o que penso a respeito  de um monte de assuntos (investimentos em FII, ações, imóveis, compra de comida, caos social, pós-pandemia, etc, etc), não é o que estou fazendo nesses primeiros artigos.

A minha ideia de escrever essa série foi dotar as pessoas de uma perspectiva mais ampla dos diversos acontecimentos, para que as mesmas por conta própria formem as suas opiniões ou aprofundem os seus estudos se assim desejarem com as fontes indicadas.

CRIANÇAS E O COVID19

                Na parte II, foi refletido que sim a atual pandemia tem uma maior letalidade em idosos, mas que jovens não estão imunes a apresentar sintomas graves. Foi trazida a reflexão sobre a diferença entre morbidade e mortalidade. Mas em crianças e bebês?

                Eu sou pai de primeira viagem, minha linda filha acabou de fazer um ano e quatro meses. Cada vez mais sapeca, cada vez mais esperta. Ela corre algum risco? Imagino que há muitos leitores pais, e creio ser essa uma ponderação importante.

                Quando se trata de crianças, e da minha filha em particular, obviamente a letalidade deveria me preocupar, mas esse vírus parece ser pouquíssimo letal em bebês e crianças, na verdade creio que apenas uma criança morreu até agora no mundo inteiro. Portanto, crianças podem vir a morrer desse novo vírus, mas a probabilidade é extremamente baixa.

                Porém, eu como pai, preocupo-me bastante com a possibilidade de uma morbidade futura. Minha filha mama no peito até hoje, e talvez vá até uns dois anos e meio/três anos. Essa dentre tantas outras coisas, é um presente que a minha mulher está deixando para ela, pois com certeza o sistema imune da Serena tende a ser muito mais forte do que uma criança que desde o início se alimentou por fórmulas de que naturais não possuem nada. Aqui não faço um juízo de valor que pais por necessidade, ou talvez comodidade, seguiram esse caminho. Entretanto, não há muitas dúvidas na literatura sobre a importância do aleitamento materno para um sem número de variáveis relacionadas à saúde do bebê.

                Esse é o problema com bebês e crianças. Coisas que os pais, familiares, a comunidade, uma sociedade, um país, fazem ou deixam de fazer com eles, vão se manifestar talvez no médio, longo ou longuíssimo prazo. Trate o seu filho com violência, e ele vai sobreviver, ele talvez vá se formar numa faculdade e ter uma profissão, mas quais serão as angústias mentais que não vão se desenvolver nele na fase adulta por causa disso? Alimente com fórmula um bebê e qual o impacto que isso pode ter no sistema imune dele 30 anos depois?

                Portanto, eu e minha companheira temos um cuidado imenso nessa primeira infância. Minha filha nunca tomou antibióticos, ainda bem, o que com certeza fará com que microbiota  (a colônia de bactérias e vírus que habita nosso corpo, especialmente o nosso trato intestinal, de importância singular para a saúde do nosso corpo) dela seja  fortalecida quando for jovem e adulta. Nem mesmo remédio ela já tomou, nunca. Ela teve febre duas vezes por reação a vacinas, e como a febre é um processo natural do corpo, apenas acompanhamos de perto para que o próprio sistema imune dela pudesse aprender a lidar com problemas.

                Portanto, para mim é muito caro a saúde futura da minha filha, e eu preciso evitar que ela sofra intervenções no presente que possam comprometer, nem que na forma de uma probabilidade maior de alguma morbidade, a saúde dela no futuro. Esse é um dos meus maiores presentes para ela.

                O que se sabe do SARS-COV-2 em relação a crianças? Pouco. E esse é um dos problemas da crise atual, a incerteza, e esse tópico será mais bem abordado num ponto específico.  Há uns 10 dias saiu um paper preliminar na China tratando exclusivamente sobre o efeito da doença em crianças (1).



Essa tabela , tirada do anexo do estudo, mostra que a depender da faixa etária, nesse grupo específico de crianças chinesas, em torno de 10% das crianças afetadas apresentaram sintomas graves e, ou, severos.  Interessante, e preocupante para mim, que quanto menor a criança, maior a probabilidade de problemas mais graves. Retirada do próprio estudo:
“The proportion of severe and critical cases was 10.6 %, 7.3%, 4.2%, 4.1% and 3.0% for the age group of <1, 1-5, 6-10, 11-15 and ≥16 years”

Quando vi essa tabela pela primeira vez há 10 dias (sim, vi esse estudo antes mesmo de sair na mídia dos EUA, não vou nem falar na do Brasil), o que chamou minha atenção foi a classificação sintomas moderados. O que são sintomas moderados? Em tudo que é lugar você houve sintomas leves ou severos, então o que seriam sintomas moderados? Por sorte, eles classificaram no estudo o que seriam sintomas moderados? Do estudo:
“Moderate: with pneumonia, frequent fever and cough, mostly dry cough, followed by productive cough , some may have wheezing, but no obvious hypoxemia such as shortness ofbreath, and lungs can hear sputum or dry snoring and / or wet snoring. Some cases may have noclinical signs and symptoms, but chest CT shows lung lesions, which are subclinical.”

Para não traduzir tudo, basicamente um sintoma moderado está relacionado com dificuldades de respiração (o que mostra um grau de ataque maior aos alvéolos pulmonares) e por meio de uma Tomografia computadorizada (CT) os pulmões mostraram lesões de forma subclínica.

Eu não sou médico, e não faço a mínima ideia de como interpretar uma lesão pulmonar numa Tomografia. Aliás, se tem alguma coisa que não quero que minha filha faça, sem necessidade, é uma TC com uma dose cavalar de radiação.  Mas, podendo estar falando bobagem, a parte que diz que foram detectadas lesões pulmonares em sintomas moderados, isso é algo que com certeza não gostaria que minha filha tivesse. Vai haver pronta recuperação dessas lesões? Eu creio que sim, mas será que em todos os casos? A parte mais assustadora, porém, é que entre casos moderados a severos o número das crianças foi de 50%. Sim, uma em cada duas crianças, nesse estudo que analisou 2000 crianças chinesas, sofreu sintomas moderados a severos. E isso sim é um pouco preocupante para nós pais de bebês e crianças.

Portanto, eu, Soulsurfer, gostaria que minha filha fosse poupada dessa loteria, e espero que ela não seja infectada por esse vírus.

TRATAMENTOS
Sobre tratamentos, há três soluções e um remendo.
a)      Vacinas

A melhor solução para essa crise seria o anúncio de uma vacina nas próximas semanas. Mesmo que uma vacina fosse anunciada na próxima semana, mesmo assim esse vírus ainda possivelmente iria causar muito sofrimento, pois entre o descobrimento de uma vacina, a sua produção em massa e distribuição global, algumas semanas ou meses passariam.

        Mas, a não ser por algo inesperado, os especialistas dizem que uma vacina pronta para uso o prazo mínimo seria de 18 meses, e sendo absurdamente otimista o prazo de 12 meses.

                Isso se a humanidade conseguir fazer uma vacina eficaz e segura contra o SARS-COV-2, e não há nenhuma garantia que isso será alcançado. Como o mundo todo está trabalhando nisso, como nós humanos alcançamos coisas enormes e difíceis quando nos unimos em torno da resolução de um problema, há uma boa chance de que uma vacina seja feita.

                Porém, fazer uma vacina, e inocular uma população inteira com uma vacina demanda uma cautela enorme. Não se pode “brincar com a mãe natureza” de forma precipitada sem estudos bem-feitos e com uma duração razoável. Por qual motivo? Se esse vírus matasse 80% dos infectados, com um R-Naught de 10, aí meu amigo, faz uma vacina o mais rápido possível, em semanas, e dane-se a segurança. Agora, esse vírus não irá ocasionar nada, ou sintomas leves, em 80-85% da população. Se assim o é, como expor uma população inteira, ou parte significativa dela, a uma vacina que não se sabe eventuais efeitos adversos? Seria uma aposta extremamente perigosa em relação à toda humanidade, de criarmos um problema ainda maior do que o COVID19.

                Sendo assim, a solução de curto-médio prazo para essa crise não vai se dar por meio de uma vacina, muito provavelmente.

b)      Remédios Antivirais

Se vacinas não é algo factível para os próximos doze meses, o que pode ser tentado são drogas que podem ter efeito profilático contra o vírus, ou que atenuem eventuais problemas mais severos pela infecção.  Uma nova droga é algo não tão difícil de produzir como uma vacina, mas também possui os seus riscos, os seus custos de desenvolvimento, os seus testes preliminares em animais, etc. Portanto, faz muito mais sentido se voltar para drogas que já existem, e foi isso, e é isso que centenas, talvez milhares, de cientistas estão fazendo usando provavelmente algoritmos de inteligência artificial. Há muitos remédios que podem ser promissores, mas para mostrar que eles são eficientes e seguros é preciso fazer experimentos, não há outro jeito.

A Organização Mundial da Saúde está patrocinando trials para quatro drogas diversas (2). A Hidroxicloroquina é apenas uma delas, e talvez a que menos tenha potencial. Sim, surpreso com essa informação? Para quem não acompanhou as notícias na última semana essa droga utilizada para tratamento de malária, e também para algumas doenças autoimunes, ganhou fama internacional depois do Trump, em minha opinião (e sim aqui é uma opinião minha) de forma política, anunciou com pompa que esse medicamento poderia trazer retornos muito bons no combate ao vírus. Nosso presidente como uma marionete (e aqui é outra opinião também) de forma atrapalhada vem falando desse medicamento também.

O problema com drogas utilizadas para uma finalidade serem utilizadas para outra é que elas podem ser inócuas ou perigosas. Além do mais, drogas interagem com outras drogas e pode ocasionar efeitos extremamente adversos. Como dito na Parte II, a esmagadora maioria das pessoas que falecem de COVID19 possuem comorbidades, e, por causa desse fato, é muito possível que estejam tomando várias drogas para essas condições. Não é algo simples, não é algo fácil, e quase sempre é preciso fazer um experimento.

Um experimento para drogas geralmente envolve um grupo chamado intervenção que toma o novo medicamento e um grupo controle que toma uma pílula de açúcar chamada também de placebo. Um bom experimento é duplo cego, querendo isso dizer que o grupo intervenção não sabe se está tomando placebo ou a droga, o grupo controle também não sabe e os cientistas não sabem quem está tomando o quê, sendo, portanto, duplamente cego.  E, é preciso que haja certo tempo, para que se possa avaliar com certa confiança eventuais efeitos adversos ou não no grupo controle.

Especificamente sobre a Hidroxicloroquina sugiro o seguinte vídeo sobre a explicação do mecanismo de porque ela poderia vir a funcionar:

Recomendo também essa excelente entrevista com uma farmacêutica sobre os mecanismos de ação e potenciais interações perigosas com outros medicamentos (3).

Ainda sobre esse medicamento, ressalto aqui partes da referência (2) de alguns cientistas a respeito dessa droga:
"Encouraging cell study results with chloroquines against two other viral diseases, dengue and chikungunya, didn’t pan out in people in randomized clinical trials. And nonhuman primates infected with chikungunya did worse when given chloroquine. “Researchers have tried this drug on virus after virus, and it never works out in humans. The dose needed is just too high,” says Susanne Herold, an expert on pulmonary infections at the University of Giessen.

Hydroxychloroquine, in particular, might do more harm than good. The drug has a variety of side effects and can in rare cases harm the heart. Because people with heart conditions are at higher risk of severe COVID-19, that is a concern, says David Smith, an infectious disease physician at the University of California, San Diego. “This is a warning signal, but we still need to do the trial,” he says. What’s more, a rush to use the drug for COVID-19 might make it harder for the people who need it to treat their rheumatoid arthritis or malaria".

Basicamente, o que se diz é que estudos promissores desse composto em células de laboratório não renderam nenhum resultado quando foram feitos experimentos em humanos, sendo que primatas, no caso específico do vírus do chikungunya, ficaram ainda piores após a administração dessa droga. Além do mais, a droga pode ter efeitos adversos perigosos, especialmente cardíacos.  Há diversos relatos de médicos no Twitter alertando sobre os perigos dessa droga para quem tem problemas prévios cardíacos.

Mas, essa droga pode vir a se mostrar promissora, e quem sabe os experimentos não mostre que ela pode ser, se usada em determinados casos em determinados pacientes, um tratamento efetivo? Vários estudos estão sendo feitos, e só nos resta aguardar. Apenas dediquei tempo a essa droga em específico pela popularidade que ela ganhou, especialmente por causa das declarações de Trump e em nível nacional pelo nosso presidente Bolsonaro.

Portanto, vamos torcer e esperar os resultados dos diversos estudos em andamento de terapias antivirais.

c)       Transfusão de Sangue de Pessoas Imunes

Este tratamento poucas pessoas falam, e quem ouviu as entrevistas que indiquei na Parte I, sabe do que se trata. Basicamente, é pegar o sangue de uma pessoa que foi infectada e está curada. Presumivelmente, o sangue dessa pessoa hipotética terá anticorpos contra o SARS-COV-2, pois é assim que o nosso sistema imune adquirido funciona. A ideia é então é retirar sangue dessa pessoa e injetar numa pessoa saudável não infectada para que a mesma possa adquirir alguma imunidade temporária.

 Não é uma cura, está longe de ser um tratamento, mas pode ser algo muito eficaz especialmente para trabalhadores de saúde que estão sendo vítimas desse vírus em níveis alarmantes. Logo, imunizam-se por algumas semanas esses trabalhadores para que eles possam exercer o seu trabalho sem correr o risco de contágio, ou ao menos diminuir esse risco. Espero que algo como isso esteja sendo pensado e trabalhado pelas autoridades brasileiras.

Um dos grandes riscos, além da falta de leitos de UTI, da coisa degringolar é a força de trabalho médica adoecer. Imagina que um hospital tem 10 médicos e 20 enfermeiras. Se, apenas como exemplo, estes 30 profissionais conseguem manejar 500 pacientes em estado grave, o que não aconteceria se 15% da força de trabalho ficasse doente, diminuindo o número para 25 profissionais? Muitas coisas ruim acontecem. Primeiramente, a capacidade de atendimento cai de 500 pessoas para talvez, sei lá, 350 pessoas. Como o influxo de doentes não irá diminuir, os profissionais de saúde ficarão ainda mais sobrecarregados e poderão fazer mais erros, e por causa disso ser ainda mais suscetíveis a contaminação própria. E, por fim, imagine a moral de toda a equipe ao ver amigos de trabalho sendo infectados e sendo internados numa UTI?

Esse é um problema seríssimo, e um dos motivos do caos que se instalou no norte da Itália e na Espanha. Um número impressionante de 46 médicos italianos, quatro apenas hoje (27-03-2020) já morreram de COVID19. Esse é um número assustador.

d)      Imunidade de Rebanho (Herd Imunity)

Se não tive vacina, se drogas não forem eficientes, só restará então que a população seja imunizada pela exposição da mesma ao vírus, mas esse tópico se liga diretamente a quarentenas, lockdown, etc, e será tratado na próxima parte.

É isso, prezados leitores, creio que com mais uma parte encerrarei o quebra-cabeça do problema, e começarei a dar a minha opinião e o que estou fazendo na minha vida. NÃO ESQUEÇAM DE COMPARTILHAREM SE TIVEREM GOSTADO DO TEXTO E DA SÉRIE.

Leia Primeira Parte
Leia Segunda Parte


24 comentários:

  1. Ótimo análise e poder de síntese. Tenho pesquisado bastante também sobre esse vírus, não tão profundamente como você, não sabia dessa questão da transfusão de sangue. Parece ser uma alternativa interessante, principalmente para as equipes médicas. Também fico pensando se as autoridades estão trabalhando com formas de preservação dos profissionais de saúde, pois se eles começarem a ficar doentes, os resultados na taxa de mortalidade dos pacientes podem aumentar consideravelmente. Hoje li uma matéria com relatos de médicos nos três estados mais afetados (SP, DF e RJ) e de forma unânime todos os profissionais relatavam medo por os hospitais nao disponibilizarem estrutura adequada, chegando a faltar equipamento de proteção para médicos que atuam diretamente em UTI. Agora, um outro ponto que não tenho visto ninguém comentar e talvez até pq seja muito cedo para isso, é em relação às consequências que essa pandemia trará para nossa espécie. Eu imagino um maior investimento das empresas em formas de automação para que industrias possam continuar produzindo em um cenário em que as pessoas tenham que ficar em casa. Talvez um tema para um futuro post seu. Gostaria muito de ver suas previsões a respeito.

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  2. Mais um excelente texto Soulsurfer! Aguardando ansiosamente a continuação.

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    1. Obrigado, amigo.
      Encorajo fortemente a leitura do texto passado pelo anônimo ali embaixo (Marco), muito bom mesmo.

      https://medium.com/altru%C3%ADsmo-eficaz-brasil/corona-v%C3%ADrus-o-martelo-e-a-dan%C3%A7a-d396553e928b

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  3. Mais um texto esclarecedor. Parabéns!
    Se vc entra em qualquer portal de notícias e passa o dia lendo tudo sobre o assunto, não terá 1/10 do conhecimento adquirido ao ler seus textos.

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    1. Olá, amigo. Obrigado!
      Se gostou, recomendo enormemente esse texto me passado pelo anônimo abaixo.
      O texto é brilhante.
      Abs!

      https://medium.com/altru%C3%ADsmo-eficaz-brasil/corona-v%C3%ADrus-o-martelo-e-a-dan%C3%A7a-d396553e928b


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    2. Quanto mais eu leio, mas vejo o quanto estamos despreparados pra lidar com o esse problema e o quanto o nosso presidente está errado.

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  4. Soul:
    Parabéns pela série COVID-19.
    Gostaria de deixar algumas indicações que artigos que achei muito interessantes e que, creio, também possam lhe ser úteis:
    1) Sobre transfusão de plasma de pessoas curadas (acho que seria como um soro): há estudos em curso no John Hopkins:
    https://hub.jhu.edu/2020/03/13/covid-19-antibody-sera-arturo-casadevall/
    2)Artigo analisando contenção e supressão (dos melhores que já li): https://medium.com/altru%C3%ADsmo-eficaz-brasil/corona-v%C3%ADrus-o-martelo-e-a-dan%C3%A7a-d396553e928b
    3)Como voltar da quarentena e consequncias para nossa organização social; matéria da revista do MIT: https://www.technologyreview.com/s/615370/coronavirus-pandemic-social-distancing-18-months/
    4) Sob um ponto de vista puramente econômico, o último artigo do Alexandre Schwartsman no Infomoney.
    Abraços e saúde.
    Marco

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    1. Amigo, amigo
      O texto em "2" é brilhante. Muito obrigado mesmo. Já li agora de manhã, já compartilhei com amigos que gostam de ler. Muito obrigado mesmo, eu li em inglês, mas ter em português é algo muito bom para poder atingir as pessoas. Grato mesmo, me deu enormes insights, consolidou alguns insights rudimentares que eu tinha em algo mais substancial, e vai me ajudar a bolar um modelo mental melhor ainda para o meu projeto grande imobiliário, minha start up de tecnologia que estava em fase de captação de um dinheiro bem razoável com fundos de venture capital, vai me ajudar a refletir na questão social, muito bom. Obrigado.

      Grato pelo texto em 1, eu já imaginava que eles estariam fazendo esses testes. O texto em 3 eu não li, vou ficar com a filha, mas vi que é curto, leio logo mais, e em 4 eu leio as colunas no blog dele, e via de regra gosto bastante dos artigos do Alexandre.

      Um abs!

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    2. Soul e demais Colegas:
      Espero que todos estejam bem e saudáveis.
      Venho aqui mais uma vez, agora para indicar um vídeo sobre como são os efeitos da alteração de algumas variáveis sobre o resultado final na evolução de epidemias.
      Espero que gostem.
      Forte abraço,
      Marco

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    3. Opa, "só" esqueci o link...kkk
      https://www.youtube.com/watch?v=gxAaO2rsdIs
      Marco

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  5. https://oglobo.globo.com/mundo/reino-unido-registra-115-mortos-em-um-dia-hospitais-de-londres-enfrentam-tsunami-de-pacientes-24330887?fbclid=IwAR0HLHSrLsOX97zNqjazcoHgH3UR5FnKQ1uKsy9A1A3IKMu4a5tvyQ7DcTA


    Na Inglaterra já está está acontecendo de profissionais da saúde não irem trabalhar. Acho que caótico será pouco para o que enfrentaremos , imagine quando isso chegar as comunidades que até hoje fazem bailes funk e forró sem saneamento morando mais de 5 pessoas numa casa.

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    1. Olá, Soldado. Sim, a situação é ainda mais desesperadora na Espanha, que nesse quesito pelo que li já está pior do que a Itália.
      Sim, meu amigo, esse é o principal ponto de preocupação no Brasil.
      Um abs

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  6. Estou curioso para saber sobre os efeitos da infecção em gestantes. Excelente série de publicações. Parabéns!

    http://antipoda.com.br

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    1. Olá, Maurício.
      Cara, não sei como isso não entrou no meu radar: gestantes.
      Temos amigas grávidas, e eu realmente não queria que minha mulher estivesse grávida nesse momento, com certeza é grupo de risco, pois a imunidade de uma grávida já é naturalmente enfraquecida (a imunidade cai até para o corpo da mulher não rejeitar um corpo estranho que é o feto). Vou ler e refletir mais a respeito.
      Obrigado!

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    2. Maurício e Soul:
      Saiu uma reportagem hoje no New York Times sobre gravidez e COVID-19 (todas as reportagens sobre coronavírus no NYT estão abertas, bastando se cadastrar no site):
      https://www.nytimes.com/2020/03/27/health/shielding-the-fetus-from-the-coronavirus.html?action=click&module=Top%20Stories&pgtype=Homepage
      Marco.

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    3. Valeu, meus caros! Marco, vou ler a matéria toda. Abraço!

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    4. Obrigado, Marcos.
      Li o artigo, evidências indiretas de que o vírus pode passar pela placenta. Como tudo em relação a esse vírus, há muita incerteza.
      Obrigado mais uma vez, já me cadastrei no NYT.
      Abs

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  7. Bom dia! Parabéns pelo excelente texto!

    Gostaria de mencionar algumas coisas na parte dos Tratamentos.

    Em relação às vacinas, como o coronavírus é um vírus de RNA envelopado, ele apresenta uma taxa de mutação altíssima, dessa maneira, o desenvolvimento de uma vacina é uma tarefa muito complicada, pois devido à grande quantidade de pessoas que serão contaminadas, ele pode sofrer mutações que irão inviabilizar as vacinas criadas.

    Outro fator a ser observado é que provavelmente quando a vacina estiver pronta, levando-se em conta 1 ano e meio de desenvolvimento, a catástrofe já terá acontecido.

    Uma sugestão, que me parece extremamente pertinente, está sendo proposta há algum tempo pelo médico brasileiro, famoso internacionalmente, Cícero Galli Coimbra.

    O Dr. Coimbra é professor livre docente da UNIFESP, possui pós-doutorado na Suécia, é fundador presidente do Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade e possui um protocolo com seu nome (Protocolo Coimbra) conhecido internacionalmente para tratamento de doenças auto imunitárias.

    Ele indica que nosso organismo possui uma resposta de defesa, para patógenos que nunca teve contato, chamada de imunidade inata. Ela é extremamente potente e atua contra os “invasores desconhecidos” de uma forma genérica porém muito eficiente.

    A questão é que esse tipo de imunidade está ligado fortemente aos níveis de vitamina D (que na verdade mais parece um hormônio do que uma vitamina) do nosso organismo e, segundo o Sr. Coimbra, 90% da população mundial apresenta deficiência quanto e esse composto.

    Os níveis médios da população estão entre 15 a 20 ng/mL e os indicados são de 40 a 100 ng/mL. Em tempos de surtos / pandemias, o professor diz que o ideal seria permanecer com esses valores próximos de 100 ng/mL.

    Prosseguindo, como estamos todos deficitários, a resposta ao Coronavírus está sendo falha e os sintomas que deveriam ser leves (e em geral são nas pessoas que apresentam níveis normais), estão sendo muito graves.

    Para aumentarmos os níveis de vitamina D existem basicamente dois caminhos:

    • Exposição a luz solar, por volta de 10 a 20 minutos diários, nos horários com sol forte e bastante radiação ultravioleta B (UVB).
    • Ingestão / suplementação de vitamina D.

    A alternativa de exposição solar, por ser mais lenta e cumulativa, para o momento que vivemos não é a opção ideal. Dessa forma, nos resta a ingestão / suplementação de vitamina D.

    Porém, se essa suplementação ocorrer em “pequenas doses”, os níveis só estarão altos em alguns meses. Por isso, o Dr. Coimbra sugere que sejam utilizadas “doses de ataque” que consistem em altas doses únicas de vitamina D (600.000 UI).

    Essa alta dosagem inicial, faria com que os valores de vitamina D usuais da população subissem de 15 a 20 ng/mL para aproximadamente 70 ng/mL após 3 dias da ingestão e estivessem em 60 ng/mL 30 dias após a ingestão.

    Após 30 dias, com os valores dentro do adequado, deve-se tomar uma dose diária de 10.000 UI para manutenção (ou se expor ao sol).

    Logo, a sugestão dada pelo médico, é a seguinte:

    • O governo deveria fornecer, para a população que se interessasse, doses de 600.000 UI de forma gratuita, devido ao período turbulento que estamos vivendo.

    No meu ponto; de vista, poderíamos ir mais além, e seguir da seguinte forma

    1) Se possível, fazer o teste em larga escala na população para verificar os níveis de vitamina D.

    2) Fornecer, em larga escala, doses de ataque até passarmos pela epidemia de Coronavírus (de preferência para os grupos de risco e pessoas enfraquecidas / doentes).

    3) Recomendar a exposição a luz solar (através de avisos nos meios de comunicação), por volta de 10 a 20 minutos diários, nos horários com sol forte e bastante radiação ultravioleta B (UVB) para manutenção dos níveis adequados.

    OBS: Como os custos dos testes e da vitamina D são baixos, me parece que seria uma alternativa barata e eficiente. Se os testes não forem viáveis, como a população está em grande parte deficitária, poderíamos partir diretamente para a fase das “doses de ataque”.

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  8. Enfim, era isso. Mais uma vez, parabéns pelo blog e pelos excelentes textos.

    Um abraço.

    Fontes:

    Currículo Dr. Cícero Galli Coimbra:
    https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/5000/cicero-galli-coimbra/

    Effect of a Single Oral Dose of 600,000 IU of Cholecalciferol on Serum Calciotropic Hormones in Young Subjects with Vitamin D Deficiency: A Prospective Intervention Study:
    https://academic.oup.com/jcem/article/95/10/4771/2835274

    Vitamin D and the anti-viral state:
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3308600/

    Vitamina D3 e Corona Vírus. Entrevista Dr. Cícero Coimbra, Salutis, TV Guarulhos:
    https://www.youtube.com/watch?v=clGkGWOwQ_U

    Coronavírus: Convocação geral para a mais potente arma natural (use antes do carnaval):
    https://www.youtube.com/watch?v=CttpbtpXA6g&t=732s

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    1. Olá, amigo. Grato pela explanação sobre vitamina D.
      Eu conheço bem por cima esse protocolo de coimbra, mas não acho que faz muito sentido, de forma profilática, se administrar uma dose não natural de vitamina D de 600.000UI.
      O nosso corpo trava a conversão de colesterol em Vitamina D por meio de exposição solar a algo como 10000 a 15000 UI, então tomar de uma vez 40 vezes o limite máximo que o seu corpo sintetiza, algo no mínimo duvidoso.
      Além disso, vários e vários trials tem mostrados resultados decepcionantes com suplementação de vitamina D.
      Eu suplemento vitamina D, mas quem toma vitamina D deveria também ter bons níveis de vitamina A e especialmente suplementar com vitamina K2.
      Sobre vitamina D para combater o Sars-cov-2, não saberia opiniar
      Agora exposição ao sol é bom por um monte de motivos, vitamina D é apenas um deles.
      Um abs!

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  9. A verdade é que a mãe natureza sempre aparece querendo regular o mundo. Não é natural uma espécie, Homo Sapiens, crescer em quantidade absurda no mundo, extinguir várias espécies e não acontecer nada.

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    1. Olá,
      Realmente nós exploramos muito lugares, concentramos animais, vamos cada mais a fundo, e há bilhões de vírus diferentes nos esperando, 99.7% inócuos, mas os 0.3% restantes podem fazer um estrago.
      Um abs

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  10. Olá Soul, excelente série.

    Só gostaria de ter lido uma situação melhor para as crianças. Enfim, poderia ser pior né? Então o jeito é redobrar os cuidados.

    Por aqui minha menina fez 9 meses. E a cada dia que passa fica mais sapeca. Tentando imaginar quando alcançar a idade da sua o que ela estará aprontando rs

    Assim como os outros, aguardando a continuação da série.

    Abraço!

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    1. Olá, meu amigo.
      Poxa, nove meses? Que bacana!
      Com certeza ela vai estar super brincalhona daqui alguns meses, e o seu amor apenas aumentando.
      Um abraço!

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