O mundo real.
Existe alguma outra realidade que não seja aquela que experimentamos? O que
seria o mundo real? São perguntas de difícil resposta, se é que existe alguma
que possa ser considerada definitiva. Nada impede que a nossa suposta realidade
nada mais seja do que uma simples simulação, por exemplo. Porém, deixem-se divagações mais
abstratas para outro momento, e concentremo-nos, prezados leitores, em
divagações mais palpáveis com a nossa vida.
Você entra num
bar, é verão e está quente, você está um “pouco acima do peso”, mas não acha
estranho o fato de que de uma mesa duas garotas estonteantes olhem em sua
direção de um jeito sensual. Feliz com a vida, você pede uma cerveja a um garçom animadíssimo, a cerveja é barata,
mas de alta qualidade. Você resolve então olhar ao redor do bar, e vê que o
mesmo está lotado de pessoas jovens, bonitas, com corpos esbeltos e felizes.
Você se sente bem, até que a realidade congela, assim como na clássica cena do
filme “Vanila Sky” e um sujeito sinistro, mas afável, diz que aquilo não passa
de uma peça de propaganda que irá tentar mexer com partes específicas do seu
cérebro para que você continue tomando a cerveja de uma determinada marca.
Ao andar pelas
ruas da cidade onde nasci na última semana (Santos), algo que gosto muito de
fazer até porque a cidade é compacta e plana, eu notei que nos bares a esmagadora maioria
das pessoas está acima do peso, ou está obesa mesmo, os garçons não estão com
cara de muitos amigos, e boa parte das pessoas está com o pescoço numa posição
anatomicamente não ótima (o que com certeza pode ocasionar problemas ortopédicos
no futuro) olhando a tela de um pequeno dispositivo. Uau, isso é quase o oposto
do bar do parágrafo anterior. Será
porque a visão de um bar normal de uma cidade normal do Brasil, o que poderíamos
chamar de mundo real, pode ser em alguns casos tão deprimente, é preciso
criar-se uma realidade alternativa em produtos de marketing que de alguma
maneira tentam vender um produto naturalmente associado com esse tipo de
ambiente?
Apesar de
qualquer pessoa conseguir distinguir a ficção da realidade no caso dos bares,
esse tipo de dissonância da realidade se apresenta de diversas formas. Minha companheira, à espera de ser atendida
numa consulta médica, me relatou de uma forma o tanto quanto indignada que teve
que esperar bastante tempo, pois o consultório do médico tinha se transformando
num vai e vem de homens bem vestidos e apessoados. Sim, a famosa relação médicos-indústria
farmacêutica em sua realidade mais básica. O que me chamou atenção não foi
tanto a relação, que é evidente bastando ver o aumento do número de farmácias e
o uso de remédios pelas pessoas, mas o fato dela ter destacado homens bem
vestidos e apessoados. Não eram pessoas
mal vestidas, não eram pessoas com algum problema físico no rosto, eram homens
jovens apessoados.
No que essa
história de consultório se encaixa com o presente artigo e realidades
alternativas? Uma vez, num esforço
talvez de melhorar como escritor, escrevi três artigos como se fossem um roteiro de teatro. Um deles foi sobre uma passagem do livro “A
Revolta de Atlas” da escritora nascida na Rússia Any Rand. O artigo em questão é este A Vergonha de Atlas,
e relendo-o para escrever este texto achei, modéstia à parte, que o resultado ficou razoável.
Porém, por qual motivo escrevi um texto sátira sobre esse livro tão caro a tantas pessoas, principalmente de matiz mais "libertária"? É
porque sou um agente secreto do foro de São Paulo treinado por ex-agentes da
KGB? A realidade é menos fantástica do que essa explicação.
Quem não
conhece o livro, a história de mais de 1000 páginas é sobre uma sociedade onde
as pessoas produtivas decidem dizer “chega, cansei do governo, dos tributos e
da regulação” e param de produzir. Elas não só param, como desaparecem, deixando
para trás os seus bens. Como, antes de
ler o livro, tinha lido diversos artigos num site chamado Mises Brasil, já
estava familiarizado com a história ética-moral do livro, o que mais me interessou
na leitura de tão extensa obra foi o aspecto literário e a construção dos
personagens.
Eu no começo
da leitura fiquei intrigado, pois achei que não podia ser verdade que um livro
tão famoso e referenciado como obra-prima por tantas pessoas inteligentes,
poderia ter uma construção literária tão infantilizada. Porém, na metade do
segundo volume tinha ficado claro que era assim mesmo que a obra tinha sido
estruturada.
Na obra de Rand, todas as
pessoas que de alguma maneira se encaixavam no arquétipo “improdutivos” eram ou
tinham algum problema físico, ou sua vestimenta não era apropriada, ou exalavam um cheiro não agradável, ou não eram fisicamente esbeltos, ou eram extremamente
inseguros, ou eram extremamente tolos e não conseguiam articular duas ideias de
forma clara e racional. Em alguns personagens, todas essas características apareciam
concomitantemente. Por outro lado, os personagens tidos no arquétipo “produtivos”
eram ou bonitos (alguns tão bonitos que são descritos como Deuses Gregos, e é
por isso que a capa do livro é um homem musculoso saído de um livro de anatomia
segurando o mundo), ou inteligentes, ou bem vestidos, ou cheirosos, ou dignos,
ou extremamente confiantes e seguros de si e do mundo. Em alguns personagens, todas essas características
apareciam reunidas.
Para além
disso, há passagens simplesmente ridículas do ponto de vista literário. Dagny é
a heroína da história. O que é algo
muito positivo ter uma mulher como heroína, o que não é de se estranhar já que
a escritora é mulher. Dagny até o começo
do terceiro volume tem um romance com um empresário que é o estereótipo do que
é bom na humanidade chamado Hank.
Algumas cenas de sexo são descritas, e a personagem central da obra parece um furor sexual,
além de possuir um comportamento sexual completamente passivo em relação a
Hank, em algumas partes assemelhando-se mais a “Cinquenta Tons de Cinza”. Porém, o que chama atenção é que Dagny tem na
faixa de uns 35 anos, e as suas únicas e esparsas relações sexuais se deram em
sua juventude entre 18-20 anos com um único parceiro. Sim, há um hiato sexual
na vida de Dagny de apenas 15 anos. É
difícil imaginar uma mulher que ficou 15 anos sem ter relações sexuais, e tendo
apenas poucas experiências na juventude, de uma hora para outra tenha se tornando
um furor sexual. Está claro que se
constrói uma personagem que seja um outro arquétipo na mente de alguns homens: “quase
virgem”, mas de alguma maneira uma potência sexual. Converse com qualquer mulher na vida real, e
boa parte delas apenas riria de uma descrição sexual feminina como essa, pois
ela seria apenas uma construção mental irreal, assim como o bar de cerveja da
propaganda, não é real.
E essa
digressão enorme me leva aos homens bem apessoados do consultório médico. Ou a
Eduardo Cunha. Ou à realidade. Os homens que vão seduzir médicos não são mal
vestidos e feios. Eduardo cunha não é mal vestido e é capaz de articular de
forma clara e racional os mais variados argumentos. A realidade não são homens feios fisicamente,
intelectualmente limitados e inseguros de um lado versus homens bonitos,
intelectualmente avantajados e completamente seguros de si de outro. Se você vive no mesmo mundo que eu, se
caminha pelas ruas das cidades como eu gosto de fazer, muito provavelmente a sua
impressão, prezado leitor, como a minha é de que a realidade é muito mais
complexa, confusa e difícil do que o mito quase religioso de bem x mal.
O mundo real é
feito de pessoas, ficando em linguagem mítico-religiosa como a escritora Any
Rand adota no livro citado, que se comportam em certas ocasiões como anjos e em outras como demônios.
O assaltante num momento é o pai de
família preocupado com a saúde do seu filho num outro momento. Um empresário de
sucesso num momento é o pai que abusou sexualmente de sua filha num outro. Nem o assalto se torna justificável e menos
condenável pelo fato da preocupação do assaltante com o seu filho, nem a
possível produtividade do empresário deixa de existir pelo ato horrendo
cometido contra a filha. Multiplique
esses exemplos por milhões, por outras variáveis, e percebemos quão complexa
pode ser a realidade, e como idealizações de mundo são descrições limitadas da
realidade quando muito, pois na maior parte das vezes são apenas visões
completamente destituídas de qualquer ligação com a realidade.
E por qual
motivo isso possui alguma relevância? A razão é muito simples. Uma mulher negra na década de 50, cansada
depois de voltar ao trabalho, não quis ir para o lugar reservado a negros num ônibus
de uma cidade do interior dos EUA, e resolveu ficar sentada em bancos
reservados para brancos. Rosa Parks provavelmente
não queria mudar o mundo naquele momento, ela apenas estava cansada de um dia
de trabalho, e não achava correto que ela deveria ceder o seu espaço a um
branco pelo simples fato dela ser negra.
Um ato de revolta simples se transformou no catalisador de um dos
maiores movimentos contra o racismo nos EUA, e talvez no mundo inteiro. Rosa Parks talvez não fosse a heroína que
habita a fantasia de tantos homens, talvez ela não fosse brilhante intelectualmente,
e nem mesmo um furor sexual depois de toda uma vida de acatamento sexual, mas
com certeza o que ela fez foi extraordinário.
Precisamos
sonhar muitas vezes, e às vezes o sonho não se coaduna com a realidade atual.
Tentarmos conhecer a realidade, sem escapismos infantis e grosseiros, é a única
forma para podermos tentar ter alguma influência sobre essa mesma
realidade. Seja alguém que irá construir
uma das empresas atuais mais poderosas do mundo, como Steve Jobs, seja uma
trabalhadora de loja de departamento que iria ajudar a construir um movimento
que iria sacudir o país mais poderoso do mundo, seja um pai de família que se
esforça para que o seu filho não se perca no caminho perigoso das drogas.
Eu, Soulsurfer
(mas podem me chamar de Thiago também), há algum tempo consigo ver uma grandeza
enorme em alguém como Rosa Parks, mas também numa mãe que com dificuldades se
equilibra numa rotina desafiadora e mesmo assim consegue dar amor tão essencial
para o desenvolvimento de uma criança.
Vejo o valor enorme num sujeito genial como Steve Jobs, mas um valor
incrível também num médico que durante décadas tenta da melhor maneira possível
cuidar de seus pacientes não apenas com remédios e tratamentos clínicos, mas com carinho e
preocupação.
Sim, quando
saímos da “mitologia” do marketing e de algumas descrições infantis do mundo, a
realidade se torna mais complexa e muitas vezes difícil. Mas quem disse que viver é fácil? Quem disse
que o mundo não é um lugar cheio de conflitos sejam interpessoais, sejam os
próprios demônios internos que alguém precisa lidar diariamente? A solução para
uma vida melhor não é a fuga da realidade, mas sim a sua aceitação.
Um abraço a
todos
Boa reflexão. A gente se enche de ilusões para fugir do fato de que a vida é extremamente banal, maior parte da vida é completamente imemorável.
ResponderExcluirA indústria da ilusão é muito forte hoje em dia, nunca foi tão fácil ser um fracassado, tendo em vista que as injeções de endorfina estão por toda parte atualmente.
Se livrar destas amarras e enfrentar a realidade é, como vc disse no último parágrafo, muitas vezes difícil. Entretanto, é o único caminho para a verdadeira satisfação e criação de valor. Espero que possamos viver, individualmente pelo menos, um rompimento com este sistema infeliz que vende alegria na forma de ilusão.
Olá, Bicho Poupão (interessate o nick, gostei). Sim, Nietzche já dizia que entre a extrema melancolia e a extrema felicidade há dezenas de gradientes intermediários emotivos, e que quase sempre estamos nessa região.
ExcluirPorém, talvez um dos segredos da vida seja transformar, apreender ou aprender, momentos tidos como imemoráveis em momentos memoráveis. Veja, imagino que trocar a fralda suja de um bebê não seja o que muitos homens tenha em mente de um momento memorável. Um momento memorável talvez seria chegar num lugar num terno alinhado num carro esportivo com duas modelos russas do lado. Esse ao menos é o estereotipo . Porém, será que o momento de carinho e atenção de um Pai para com o seu filho pequeno não é um momento memorável? Será que não é a soma de momentos como esses que tornam a vida significativa?
Eu tenho a impressão que sim. Logo, talvez seja uma simples mudança de percepção da realidade, despindo-se daquilo que é apenas propaganda ou ilusão fabricada do que seja uma vida de qualidade.
Um abraço
Rapaz, admiro muito sua inteligência, seu guia de fiis me fez ganhar muito dinheiro.
ResponderExcluirDe outro lado, fico intrigado como você perde tempo com Ayn Rand e outros malucos anti-estado. É tanta besteira desses sonegadores de imposto escrevem que só posso achar como piada. Você tem estudo formal, leituras não aja como um adolescente bobão que "aprende" no facebook que todo imposto é roubo.
As ideias de diminuir impostos do Trump são ótimas para os vendedores de Ferraris e de mansões. O pŕoprio Trump ganhou 1 bilhão com a mudança que ele fez na lei tributária ianque. Estou pensando em virar presidente depois de ficar multimilionário também.....
Em relação à tv, ela foi pensada e planejada para arrancar até o último centavo das pessoas.O marketing está aí para enganar, enrolar e fazer as pessoas se endividarem até morrer.
Para fechar, espero que você escreve sobre dinheiro e qualidade de vida. Vou comprar o livro sobre leilões, mas quero ler um sobre qualidade de vida.
Ass. Carioca.
p.s. mudei de email, vou te escrever pelo celular.
Olá, Carioca.
ExcluirEu já tenho uma visão diferente. Foi por meio do contato de autores como esse, que pude modificar, ampliar e repensar muitos assuntos como: inflação, regulação, empreendedorismo, governo, tributos, liberdade, felicidade, etc. Assim, sou grato pela leitura desses textos.
Você é brasileiro nato e tem mais de 35 anos? Então, é só se filiar a um partido político e concorrer, um monte de gente vai fazer isso nessa eleição:)
Os meus últimos artigos foram sobre qualidade de vida, e de certa forma sobre dinheiro também, dá uma conferida lá se quiser.
Um abs
Endosso o voto por um livro sobre qualidade de vida =P
ExcluirE o surf. Se Santos produziu o MIneirinho, campeão mundial, pode produzir outro bom surfista.
ResponderExcluirTreine os aéreo.rsss
Abs,
Carioca.
Rapaz, depois de Santos produzir o melhor time de todos os tempos, qualquer coisa de valor que essa cidade produzir é um bônus.
ExcluirUm abraço
Santos?
ExcluirA última coisa boa que saiu desse balneário foi a banda Charlie Brown Jr.
Meu tu não sabe o que aconteceu !
Os caras do charlie brown invadiram a cidade !
Chame sua mãe, seu cachorro, sua sogra,
Traga todo mundo o coro vai comê !
Give up hey !
Do you really wanna do it boy
Tem o seu valor também. Na minha adolescência, via o Chorão direto pelo Gonzaga.
ExcluirBons tempos.
Abs
Belo texto, Soul. Sempre um oásis nesse deserto de ideias dos blogs financeiros.
ResponderExcluirOlá, colega. Grato.
ExcluirAbs
Soul, a melhor vida para ser vivida, a vida boa, realmente parece ser a nossa. A unica vida que podemos viver, com escolhas nossas, limitadas às nossas condições intelectuais e materiais. É mais fácil entender isso em alguns momentos e questionamos isso em outros momentos. Mesmo assim, devemos buscar a nossa vida e praticar é necessário para que pequenos conflitos possam ser resolvidos olhando nossa vida por cima.
ResponderExcluirÓtimo texto novamente. Bate muito com a visão de outros filósofos brasileiros.
Abraço
Olá, Sequoia.
ExcluirAgradeço mais um comentário, colega.
Um abs
Há pessoas que não veem tv, são felizes, surfam, correm, praticam seus esportes sem se importar com o consumismo boboca. Essa minoria deve ser imitada.
ResponderExcluirDe outro lado, há gente que torra dinheiro com relógios suíços, suv's, viagens de ontentação.Vivem das aparências. Esses vão morrer sustentando o sistema.
Nós que pensamos diferentes devemos continuar na trilha do crescimento financeiro e na melhora como ser humano.
Olá, colega. Morrermos todos nós iremos um dia (pelo menos nossa geração, daqui 100 anos quem sabe). O ato de consumir, mesmo coisas de maior valor ou de marca, não é nenhum problema, desde que a pessoa realmente extraia valor da compra, e que essa compra não ocasione nenhum trade off negativo inconsciente. Se a pessoa extrai valor, e sabe o que está trocando com a compra de um determinado item, serviço, experiência, creio que esta pessoa pode ter satisfação como uma outra pessoa "off the grid".
ExcluirAbs
ResponderExcluirDica de leitura: Quem pagou a conta, livro que mostra como os americanos manipularam intelectuais do mundo apíos a 2a Guerra Mundial. Nosso ex-ppresidente FHC ganhou um dinheirinho para escrever muitas besteiras também...
Nossas artes são fruto daquilo que os manipuladores quiseram que víssemos.
Nossa civilização está toda baseada em conversa fiada, mentiras e marketing.
Olá, colega.
ExcluirPor isso a reflexão própria é tão importante.
Abs
FHC foi agente da CIA. E muita gente ainda o elogia...
ExcluirFala Anon das 13:44, me indique fontes que corroboram que FHC foi agente da CIA, por favor.
ExcluirEstá no livro da Quem pagou a conta, que detalha a manipulação dos intelectuais no mundo todo para que elogiassem o american way of life.
ExcluirTudo que vemos hoje nas artes plásticas, esses montes de rabiscos, por exemplo, foi ideia dos americandos para prejudicar a arte russa.
Vários intelectuais foram comprados para escrever um monte de asneiras.
O marketing molda a sociedade. A propaganda destrói bolsos e mentes.
Amigo, dei uma olhada na sinopse do livro e acho pouco crível que FHC tenha sido um agente da CIA contra o comunismo, porque FHC era um grande simpatizante do comunismo, tendo ajudado na edição da revista "Fundamentos", do Partido Comunista Brasileiro, se auto-exilou no Chile e na França durante a Ditadura Militar.
ExcluirEm 78, FHC se candidatou ao senado e contou com o apoio de Lula.
Não bastando isso tudo, ainda é do PSDB, um partido adepto do socialismo fabiano e que tentou se filiar à Internacional Socialista (http://www.psdb.org.br/acompanhe/notas-oficiais/congresso-da-internacional-socialista/).
Em suma, acho extremamente improvável que FHC tenha sido agente da CIA. Muito mais fácil ele ter sido agente da KGB.
Um abraço,
MIN
Um adendo: ainda que, contrariando todas as probabilidades, FHC tenha sido de fato um agente da CIA na luta contra o comunismo, isso só deporia a favor dele, e não contra. Ou preferia que a ditadura soviética tivesse saído vitoriosa da Guerra Fria?
ExcluirAbraço
Micro Investidor Nerd, o fato que devemos destacar é que um país soberano não deve ser governado por presidentes que tenham RECEBIDO GRANA DE AGÊNCIAS ESTRANGEIRAS. Os interesses do Brasil são maiores do que a vaidade de um intelectual.
ExcluirSe vc estudar, até FIDEL Castro foi agente da CIA, depois ele se revoltou e mudou de lado.
Um intelectual, caso do ex presidente FHC, deve ser imparcial nas suas ideias. Não deve receber dinheiro para defender sistema A ou sistema B.
No blog, o Soul está falando de um mundo de aparẽncias e falsidades, um mundo comandado pela propaganda. E muitos intelectuais na Europa, nos EUA e na América Latina participaram de propaganda, seja capitalista ou comunista.
O Brasil deve ser comandado por alguém que não seja manipulado por outro governo.
ExcluirJá fomos colônia de Portugal, da Inglaterra, somos colônia dos E?UA, daqui a uns 20 ou 30 anos seremos colônia da China. Mas não sevia ser assim.
Estaremos sempre fazendo papel de bobos diante do mundo.
Nisso concordamos. Porém, não custa dar o nome certo aos bois.
ExcluirAbraço
16:39 O brasil, com b minúsculo mesmo, não quero escrever com letra maiuscula, não tem que ser comandado por pessoas que querem o bem da nação e não somente os seus próprios interesses.
ExcluirO brasil deveria se lembrar dos ideais republicanos de coletividade, se remetendo a questão do modelo republicano da grécia.
Deveria tentar se poscionar na questão da liberdade dos antigos em detrimento da liberdade dos modernos, conforem preconizou Benjamin Constant, enquanto direção política e social, o bem comum coletivo.
O brasil paga/pagou o preço por não ter se modernizado na época correta, pois pós independência era a 4ª economia mundial, mas no momento de se industrializar e construir ferrovias, preferiu manter a atividade eminentemente agrícola e exploratória, com a manutenção dos escravos, isso por conta da concentração de poder nas oligarquias, que não queriam ter que gastar e se industrializar, preferiam manter o status quo, assim, o brasil ficou para trás.
Posteriormente, quando o país teve a oportunidade de se desenvolver tecnologicamente, investir na industria nacional especializada e não somente na de exploração bruta, mais uma vez perdemos o bonde, criamos empresas boas para extração de matéria prima bruta, mas não desenvolvemos tecnologia para o refinamento, assim, ficamos e estamos dependentes de tecnologia estrangeira.
Por qual motivo? Novamente a mentalidade retrógrada de que apenas alguns escolhidos podem governar o país, se as ideias boas partem de desconhecidos que não fazem parte da casta socialmente aceita, estes revolucionários/idealistas serão duramente combatidos e ridicularizados.
Agora, o brasil não possui condições de competir de forma satisfatória no mercado global, justamente por não ter se formado um pensamento nacional.
Atualmente, na pós-modernidade ou modernidade líquida, este conceito cunhado por Zygmunt Bauman, em que a liberdade dos modernos ou liberdade individual superando o coletivo, num conceito de liberdade negativa relação indivíduo-Estado, é muito difícil a criação de uma identidade nacional capaz de alavancar o brasil a nível mundial, ainda mais pelo fato da modernidade líquida ser altamente mutável e manipulável, como a atual situação nacional não é favorável, por qual motivo deveríamos tentar consertar os problemas oriundos do passado? Não é melhor nos aproveitarmos das facilidades do presente, num mundo globalizado, mas não mundializado?
Att.
H.
Micro Investidor Nerd e Anon, deixo o vídeo do coronel Enio Fontenelle sobre a Nova Ordem Mundial e a Nova Nova Ordem Mundial -
Excluirhttps://www.youtube.com/watch?v=5d3GqapIy4s
Creio que a visão geopolítica do coronel acrescente ao debate de uma forma mais profunda, não apenas nas questões atinentes a teorias consideradas conspiratórias.
H.
As pessoas assistem novela, bbb e programas de fofocas sobre celebridades. A realidade, a vida real, é na maioria das vezes muito dura.
ResponderExcluirAinda mais no Brasil.
Um dado que vi outro dia e me deixou assustado é que o Brasil é o lugar onde mais se toma Rivotril no mundo. Nós vivemos uma epidemia silenciosa de ansiedade. E talvez as redes sociais estejam contribuindo pra piorar isso.
O que tem de gente que passa o dia todo vendo vídeos de cachorrinhos fofinhos no instagram, ou atualizando a timeline do facebook ou acessando o Whatsapp por minuto pra ver as novas mensagens.
A realidade é realmente complexa. Mas na minha opinião não devemos nem tentar entendê-la nem fugir dela. Eu tento aceitar o mundo como ele é e as coisas como elas são. Isso não quer dizer que eu seja acomodado ou conformado, mas que sei que não tenho controle sobre nada. Tento viver um dia de cada vez, de forma serena, focado na minha vida. Estudando, me exercitando, poupando e convivendo com minha família.
Olá, colega.
ExcluirParece-me que você vive uma boa vida.
Um abs
Muito bom o texto! A propósito, seu guia de fii está pronto?
ResponderExcluirabç
Olá, colega. Não pretendo fazer nenhum, mas no ano de 2014 produzi muitos artigos sobre o tema.
ExcluirUm abraço!
ah tá certo!. O livro é sobre leilão de imóveis. Abraço
ExcluirBom dia Pensamentos Financeiros,
ResponderExcluirParabéns pelo blog, muito material útil aqui, li alguns posts antigos até, e gostei bastante.
Se possivel, gostaria de contar com a sua ajuda, sou um blog novo, estou começando agora, vou tratar de investimentos com aportes pequenos (por motivos de salário pequeno), te adicionei aqui na lista de blog sugeridos, se puder fazer o msm, te agradeço
att.. Investidor e Realista
Olá, colega.
ExcluirBoa sorte em sua jornada.
Um abs
Parabéns pela reflexão.
ResponderExcluirGrato.
ExcluirAbs
Você escreve muito bem. Vou comprar o livro sobre leilões e aconselho que não pare por aí. Abraço!
ResponderExcluirOlá, obrigado.
ExcluirUm abs
Mundo Real? Isto existe?
ResponderExcluirAnon reflexivo.
Olá, colega. Se olhar com atenção, vai ver que esse tema foi abordado no primeiro parágrafo.
ExcluirAbs
Grande Soul, sempre citando a revolta de Atlas aqui.
ResponderExcluirAmigo, o musculoso ser da capa do livro é o próprio Atlas.
Realmente a narrativa do livro é bem pobre.
Ayn Rand não era uma escritora de mão cheia, e talvez tenha se excedido em muitas coisas.
Nem sempre um filósofo será um bom escritor, imagino.
Tem que mergulhar profundo na obra dela pra entender a filosofia e não a literatura em si.
Agora o impacto da filosofia de Ayn Rand é muito vasto, o próprio partido Libertário nos EUA cresce cada vez mais devido à ela. Na orelha do livro, falam que a revolta de atlas foi o segundo livro mais influente dos EUA, perdendo apenas para a Bíblia.
De fato, os EUA nasceram como um país libertário e por isso são a potência que são hoje, embora as dezenas de milhões de leis e marcos regulatórios por lá já tenham suprimido bastante a liberdade do ser humano.
Outra coisa que me chama atenção é que ela escreveu o livro em inglês mesmo sendo russa, isso empobrece muito, imagine ter que escrever um livro em russo.
Abraço amigo!
Olá Frugal,
ExcluirClaro, um grande pensador não será necessariamente um grande escritor, mas para ser um grande escritor é imprescindível ser um grande pensador.
Não creio ser uma questão apenas de língua, ou de habilidades literárias. Pela literatura, dá para ver que o mundo descrito por ela simplesmente não existe. Quando um pensador descreve um mundo que não existe, seja para efeitos de simplificação ou para fins de argumento, eu creio que se perde muito da força argumentativa.
Para fazermos juízos como o feito por você Frugal, é preciso conhecer profundamente a história não só dos EUA, mas como do mundo como um todo. Algo que nem você, nem eu, muito provavelmente conhecemos. O que podemos fazer é dar palpites e chutes. Eu creio que os EUA são a potência econômica de hoje por inúmeros motivos, sendo muito difícil apontar apenas um.
O mundo real é muito complexo do que as simplificações que geralmente são feitas. Sucesso, fracasso, guerras, ideologias, etc, etc, quase sempre possuem múltiplas explicações e causas.
Grande abraço frugal!
Excelente artigo, serve para abrir nossas mentes, muito interessante, obrigado.
ResponderExcluirOlá, obrigado pela mensagem.
ExcluirAbs!
Fala, Soulsurfer.
ResponderExcluirÓtimas reflexões. O livro da Ayn Rand está na fila de leitura, fiquei preocupado com possíveis spoilers, mas vc habilmente os evitou. kkk
Continuo esperando o lançamento do livro sobre leilões (e futuramente algum outro sobre independência financeira em geral, rsrs).
Abraço!
Valeu, concursado!
ExcluirO livro vai sair, as últimas 4 semanas tive que parar a escrita por razões familiares, mas nos próximos dias vou retornar. Já tem umas 350 folhas, faltam apenas umas 120-130 para terminar.
Um abs!
Não é a toa que o livro é bom, você mesmo adora falar dele.
ResponderExcluirAcho que é o livro mais comentado desse blog.
Parabéns a Ayn Rand.
Olá, colega. É verdade, já falei bastante dele.
ExcluirNo começo a história demora para engrenar, mas pelo segundo livro ela engrena.
Há os seus pontos éticos, e não deixa de ser uma boa leitura.
O ponto porque eu falo tanto é porque a minha platéia é formada quase que exclusivamente por pessoas que gostam de finanças, economia, etc, e para boa parte dessas pessoas esse livro é uma referência. Esse é o motivo.
Um abs!
Caraca
ResponderExcluirProfundo esse post
Belo post!
Olá, colega.
ExcluirGrato.
Um abs