Você, prezado leitor, possui um terreno onde está edificada a sua casa. O seu vizinho, com o qual até aquele momento você possui relações amistosas, decide vender água de coco. Ele monta um plano de negócios, observa os custos que irá incorrer e qual a margem de lucro poderá obter se vender um coco por R$4,00.
Ele chegou nesse preço depois de observar vários lugares onde o mesmo produto é vendido a R$5,00. O seu vizinho então pensa “calculei os custos, estou empreendendo, vou ter lucro, está tudo certo”. Porém, ele percebe que deixou um custo de fora: a retirada dos cocos usados de seu terreno. Ele imagina se o negócio der certo, e vender centenas e centenas de cocos, uma hora será insuportável a montanha de “lixo" que irá se acumular. Não há caminhão de lixo da prefeitura, mas um transporte privado de recolhimento de lixo onde se paga uma determinada taxa por uma determinada faixa de peso de lixo.
Ele, diligentemente, entra no site da empresa privada de recolhimento de lixo, e percebe que se contratar o serviço, baseado nas suas estimativas de vendas semanais, os custos para vender um coco subiriam para R$5,30, tornando o preço do produto quase inviável. O que fazer? Desistir do empreendimento? Não, o seu vizinho resolve tocar o negócio. A solução encontrada por ele é simplesmente jogar os cocos usados em seu terreno. Ele reflete “e o meu vizinho que se vire para tirar os cocos”.
“Ah, Soul, que solução esdrúxula! Nunca eu iria aceitar o meu vizinho despejando um monte de coco no meu terreno”. Não né? O exemplo é absurdo. Pois mesmo que seja absurdo, seja bem-vindo ao problema não discutido, ignorado consciente e inconscientemente pela esmagadora maioria de economistas, políticos e empreendedores: a externalização dos custos de produção.
O que a palavra externalizar a grosso modo significa em economia? É o ato de retirar ou omitir da cadeia produtiva custos para a produção, fabricação de alguma coisa ou serviço. Pode haver efeitos positivos externalizados, e há vários exemplos, mas aqui irei me ater apenas aos efeitos negativos da externalização dos custos.
No exemplo, hipotético espero, do seu vizinho prezado leitor, fica claro que se ele fosse internalizar todos os custos para a venda do produto almejado, o preço não seria competitivo. Pagar para uma empresa transportar os cocos já utilizados seria um custo que tornaria quase proibitivo o negócio. Quando ele decide jogar os cocos em seu terreno, ele simplesmente está retirando esses custos da cadeia produtiva, e externalizando para você. Entretanto, o custo não desapareceu. Ele simplesmente foi retirado da cadeia produtiva. O que isso ocasiona? Além da injustiça de alguém não ligado a cadeia produtiva suportar o custo, no caso você prezado leitor, isso faz com que o seu vizinho possa vender o coco a R$ 4,00, um preço que não captura todos os custos, ou seja um preço artificial, ou melhor dizendo, um preço subsidiado pelos outros.
É incrível ver tantas pessoas defendendo a livre-iniciativa, culpando o governo por dar subsídios das mais variadas ordens, e simplesmente dando de costas, não se interessando, pelo enorme subsídio que é a externalização de custos. O exemplo do coco não é hipotético, ele é bem real. Quem você acha que está pagando os caminhões de lixo da prefeitura para recolher os cocos usados? Sim, você acertou, todos nós. Sendo assim, o preço dos cocos vendidos em sua cidade muito provavelmente são subsidiados por uma imensa maioria que não consome ou não tem interesse em consumir água de coco.
Não preciso dizer que a externalização dos custos não é a exceção, mas a norma nos nossos processos produtivos atualmente. Sabe quem também concorda com esse ponto de vista? Roger Scruton. Quem é esse Senhor? Um dos grandes intelectuais conservadores da Inglaterra. No livro “Como ser um conservador” ele faz duras observações nos capítulos “a verdade do capitalismo” e “a verdade do ambientalismo” sobre a externalização dos custos, e como isso perverte toda a lógica e funcionamento de uma sociedade livre.
Quando esse tema é abordado, muitas vezes há respostas emocionadas, algumas até mesmo histriônicas. Quando escrevi o “conto" “Quem Quer a Verdade?”, um colega por e-mail disse que a minha escrita parecia a do Pravda. Uau. Neste texto, de maneira irônica, realçava o fato de comidas com alto teor de gordura saturada, sal e açúcar terem efeitos nocivos, principalmente em crianças.
E não é verdade? Quando fiquei um tempo na Califórnia, eu me assustei com a obesidade. Havia pessoas que estavam quase sem forma, era uma gordura extremamente mole. O fato interessante é que a maioria das pessoas que via nessa condição eram latinos e negros, e quase sempre quando tomava ônibus. Quando ia para bairros elegantes como “La Jolla”, não presenciava casos de obesidade mórbidos. Se era assim na Califórnia, como não deve ser no Texas?
Pareceu-me claro que a comida barata consumida pelas pessoas mais pobres de San Diego era apenas artificialmente barata. Os custos de saúde, mobilidade, perda de produtividade, eram simplesmente externalizados. Todos os custos ao se vender “junk food” não eram internalizados no processo de produção.
Assim, ficou claro para mim, que essas empresas estavam nada mais nada menos do que sendo subsidiadas com uma quantidade de dinheiro enorme por outras pessoas que não tinham qualquer relação com essas empresas. Os lucros distribuídos para os eventuais acionistas destas empresas nada mais são do que lucros artificiais que só existem porque os custos estão sendo externalizados.
“Como assim Soul?” Quando comecei o meu trabalho como Procurador, deparei-me com alguns casos de pessoas pedindo auxílio a União pelo fato de se sentirem incapacitadas pelo uso contínuo de cigarro. Lembro-me claramente de refletir na época algo como: por qual motivo a sociedade deve arcar pelo mau hábito dessas pessoas? De outro lado, é ético negar ajuda a uma pessoa necessitada com grave problema de saúde? Problemas que seres humanos reais tem que lidar no seu dia a dia.
Claramente, as empresas que produzem cigarros externalizaram os custos de sustentar pessoas que tinham ficado incapacitas pelo uso dos produtos que elas fabricam. Esse custo seria agora de toda sociedade. Se assim o é, os lucros distribuídos por essas empresas só são possíveis se a sociedade como um todo subsidiá-los.
Ora, isso é claramente uma afronta ao livre comércio, e à liberdade de outras pessoas. Eu não quero subsidiar lucro de uma empresa de cigarro. A externalização dos custos está presente em quase tudo. Os grandes custos estão sendo todos externalizados para as gerações vindouras, num comportamento completamente antiético das gerações presentes para aqueles que não nasceram.
Eu fiquei bastante surpreendido ao perceber que o Sr. Roger Scruton pensa exatamente a mesma coisa. Para ele um dos comportamentos mais nocivos é quando a geração atual simplesmente não leva em consideração os interesses das gerações que ainda estão por vir.
É isso, colegas. O tema é vasto, e espero voltar ao mesmo em outros artigos.
Um bom livro, muito bem escrito. Como seria bom se "conservadores de araque" pudessem ler um livro como esse e refinar um pouco mais os seus argumentos, e refletirem que suas posições muitas vezes simplesmente são fracas e verdadeiras bobagens, e não necessariamente representam o pensamento conservador (obs: ainda acredito que o termo conservador é algo sem sentido semântico, o próprio autor do livro relata isso ao dizer que o conservador não pode ignorar as mudanças).
Um abraço!
Soul,
ResponderExcluirAo que me parece, a sua visão sobre "externalização de custos" precisa de algumas diferenciações importantes.
Repare: quando se fala do coco ou de uma fábrica poluindo o meio ambiente indiscriminadamente, esta "externalização do custo" me parece legítima na crítica. Não há como a sociedade fugir do descarte do coco naquele micro-ambiente ou da poluição na natureza. OK.
Agora, quando se fala de "junk food" ou do "cigarro", este custo de saúde é um problema do indivíduo que optou por aquilo (sendo sabedor dos seus males). O problema reside, na verdade, quando se fala em "saúde pública" custeada pela sociedade, de um modo exagerado e desmedido. Neste contexto, claro, toda a conta do junk food e do cigarro recairão sobre toda a sociedade, injustamente. O que temos que combater são os exageros de cuidados da saúde pública, há de se manter sempre a saúde pública como algo a cuidar das doenças básicas e mais baratas, e não das mais complexas e onerosas.
Quando se falta dinheiro para a saúde pública, um tratamento de doença rara para uma pessoa tira dinheiro de 1000 tratamentos de uma doença comum. 1000 morrerão em prol de 1.
O que quero dizer é que vejo uma diferença QUALITATIVA entre a externalização do custo da poluição/coco (isto afeta todos nós diretamente) e a externalização de custo do junk food/cigarro (isto afeta apenas o indivíduo).
Se formos por esta linha de raciocínio exagerada, tudo virará "externalização de custo para o indivíduo" e todos se passarão por coitadinhos e o orçamento público quebrará, ou mesmo os bens de consumo aparentemente "não tão saudáveis" se tornarão caríssimos, dentro de uma dificultosa engenharia financeira de "reparo de danos".
Dentro de uma ótica de um estado mínimo e que respeita o dinheiro do contribuinte, o indivíduo não pode querer externalizar os seus problemas particulares, e muitos oriundos de suas próprias decisões na vida, para toda a sociedade.
Abraços, Renato C
Olá. Em relação ao cigarro e obesidade entendi que os custos são repassado assim que as "vitimas" necessitam de alguma ajuda, como exemplo, tratamento de câncer e cirurgia bariatrica que, por vivermos no país que assegura tratamento de saúde de forma indiscriminada (mau ou bom), os custos são rateados sim pelo resto da sociedade. Agora, claro que eles serão os diretamente prejudicados.
ExcluirOlá, Renato. Grato pela mensagem.
ExcluirVeja, que pela sua própria mensagem concordamos que quando há dinheiro de pagadores de tributos indo para a saúde pública, há a efetiva externalização desses custos. Não há nenhum país desenvolvido do mundo onde não haja pelo menos aporte parcial do Estado com custos de saúde. Então, efetivamente esses custos são externalizados para toda sociedade.
Não creio que quando você aborda tratamentos mais caros e raros, e a quantidade de dinheiro de tributos alocado para esse tipo de problemas, tenha necessariamente a ver com a temática. Acho o assunto levantado nesse tópico interessante, mas não vai ao ponto. O que custa uma quantidade enorme de dinheiro para os Estados são às vezes doenças raras, muitas delas genéticas. Se o Estado deve arcar isso ou não, é um debate que deve ser feito, e não é dos mais fáceis. Agora os tratamentos oriundos de uma má-alimentação, por exemplo, são muito mais triviais.
Não creio que seja uma questão de tornar as pessoas ``coitadas``. Acho que se trata de saber quais são os verdadeiros custos para a produção e consumo de alguma coisa, e não simplesmente ignorar que eles existem. Ora, talvez esses produtos são baratos única e exclusivamente porque externalizam os seus custos, não porque eles sejam realmente baratos.
``Dentro de uma ótica de um estado mínimo e que respeita o dinheiro do contribuinte, o indivíduo não pode querer externalizar os seus problemas particulares, e muitos oriundos de suas próprias decisões na vida, para toda a sociedade``. Ótimo, mas é exatamente o que ocorre hoje em dia com os exemplos dados por você.
Abs!
Anônimo,
ExcluirExatamente.
Abs
Isso pode ser muito bem observado aqui no Brasil em que temos um Estado paternalista. Acredito que depende do pacto social de cada sociedade. Nos EUA, imagino, que o individuos são mais responsáveis pelo próprio umbigo. Aqui o Estado tem seu atendimento "universal" e isso gera um alto custo. Qual dos dois é melhores: não teria conhecimento para deferir, mas pode se tratar se apenas de aspectos culturais. Não sei...
ResponderExcluirAbraço.
Eu irei escrever sobre os custos de saúde nos EUA. Em média, os EUA gastam o dobro (sejam com gastos públicos ou privados) em saúde se comparado com outros países desenvolvidos. Os EUA gastam o dobro em relação ao PIB, mas possuem resultados em saúde dos seus cidadãos significativamente piores. Quando leio que os sistemas de saúde da Suécia e Inglaterra estão quebrados, acho que as pessoas que escrevem isso simplesmente não olham os dados, é a única conclusão.
ExcluirAbs!
Você está delirando, ou talvez seja essa mais uma de suas recentes ironias. Dizer que um fabricante de cigarros deve custear a saúde de seus clientes é um absurdo. E dizer que tais empresas, ao não fazê-lo, estão cometendo uma afronta ao livre comércio e à liberdade é espantoso, beirando o inacreditável.
ResponderExcluirQuando Roger Scruton diz que a sociedade é um contrato entre as gerações passadas, a presente e as futuras ele está querendo dizer, primeiro, que devemos olhar aos nossos antepassados com respeito e reverência; segundo, que não se cria uma sociedade do zero, portanto, certos costumes devem ser mantidos por passarem pelo crivo do tempo; e terceiro, que temos uma responsabilidade para com as gerações que estão por vir, isto é, temos de transferir o legado que nos foi passado. Isso não tem absolutamente nada a ver com esta besteira que você escreveu dando a entender que Roger Scruton seria contra empresas de cigarro porque elas são antiéticas e estão externalizando custos.
Você fica reclamando que te taxam de esquerdista. Mas que dizer disso? Eu, por exemplo, adoro o tabaco e fumo com certa frequência. Tenho charutos e cachimbos em casa. Nunca, jamais nem me passa pela cabeça processar uma empresa fabricante de fumo caso eu tenha câncer de pulmão ou coisa parecida. Só um completo canalha poderia fazer isso, já que ele escolheu fumar em cada momento que acendeu um cigarro, ou cachimbo, ou charuto. Um completo canalha ou um esquerdista, normalmente um irresponsável incapaz de ter hombridade para assumir o peso das próprias decisões.
"Ah, lá vem você com sua muleta argumentativa." Esquerdista, sim. Esquerdistas, e só esquerdistas, são capazes de dizer que a arma é responsável pelo crime, ou que empresas que fabricam armas deveriam indenizar a família dos mortos. Veja como isso é bem próximo da sua crítica às empresas de cigarro..
Fumar é um hábito milenar. Se fuma desde que o homem deixou de ser andar em quatro patas. Hoje, graças a diversas ONGs inúteis e campanhas difamatórias custeadas por impostos contra a vontade da população, cigarros são vendidos com imagens horríveis na embalagem e palavras como MORTE, SOFRIMENTO etc. etc. O estado, ao invés de ajudar as empresas como você sugere, claramente tentou quebrá-las. Mas mesmo assim cigarros continuam sendo vendidos. E serão vendidos para sempre, mesmo se um louco, um canalha burocrata comece a baixar decretos obrigando todos a serem saudáveis, felizes e bem resolvidos para sempre (em nome das gerações futuras). As empresas existem porque existem clientes, simples.
ExcluirColega, o que disse é que existem custos numa cadeia produtiva. Esses custos muitas vezes são externalizados. Veja o colega ali em cima Renato C. Ele concordou que há externalizações de custos, e em alguns casos esses custos recaem sobre toda sociedade, o que se afigura algo injusto (ele citou a poluição, mas quero crer que não se referiria apenas a este aspecto, mas a degradação ambiental como um todo). O que foi dito no texto é que os custos associados a problemas de saúde pelo uso contínuo do uso de cigarro são quase todos externalizados, e não o são? Sim, de uma forma ou de outra, a perda de produtividade ou de saúde é suportada por todo o corpo social, principalmente quando há tributos indo para a saúde.
Não é uma questão de como você acha que o mundo deveria ser, como aparentemente você ingenuamente deixa demonstrar em sua mensagem, mas como efetivamente o mundo se apresenta na realidade. E na realidade é que juízes reais, em situações reais, por exemplo, tem que decidir se alguém que não pode mais trabalhar por causa de uso contínuo de cigarro deve ou não receber auxílio por incapacidade. Na realidade é que médicos do SUS precisam decidir se atendem pessoas em estágios avançados de câncer de pulmão. Essas são as decisões reais que muitas pessoas precisam decidir no dia a dia.
Bom, então todas as pessoas que já utilizaram o SUS ou se aposentaram por invalidez, e posso te assegurar que são dezenas de milhares, são canalhas na sua concepção de mundo. São canalhas esquerdistas. É você que está dizendo. Se por ventura, você viver a ficar incapacitado para o trabalho, e vier a receber algum auxílio do INSS por causa do seu hábito de fumar, mesmo que você por ventura tenha compulsoriamente contribuído, também terá o mesmo comportamento que tanto critica. Se a sua expectativa de vida for diminuída pelo uso de cigarras e charutos, e os seus dependentes vierem a receber pensão por morte por mais tempo do que seria devido, eles estariam se aproveitando da mesma forma do que outras pessoas das quais você classificou como canalhas. Veja, colega, como a questão possui muitos mais desdobramentos do que o seu comentário faz parecer.
O homem e os descendentes hominídeos nunca ``andaram em quatro patas``. Precisa-se rebuscar um pouco mais o conhecimento antropológico aqui. No mais, o seu último parágrafo é apenas um espantalho, mais um. O texto tratou apenas de externalização de custos. Não de um planejador central baixando decretos para que pessoas sejam felizes, saudáveis, etc. Sério, esse foi um espantalho dos grandes.
Seu parágrafo sobre o Scruton está correto, apenas nas últimas linhas que você força uma argumentação. Ele claramente fala sobre externalizações de custos e degradação ambiental e nosso comportamento antiético para com as gerações futuras. Basta ler o livro.
Abraço!
Isso de processar as industrias de tabaco porque o fumo causa câncer é uma falácia. Os processos foram movidos e ganhos porque a indústria sabia que causava câncer e omitiu isso.
ExcluirNo detalhe mais constrangedor um experimento consistia em pincelar nicotina na pele de camundogos. O promotor perguntava para o advogado da industria : "Se vocês não achavam que o cigarro causava câncer, porque passavam nicotina nas costas dos ratos? Preocupação com os ratos?" E o advogado respondia : 'Exatamente"
Todos os processos anteriores e posteriores a este não deram em nada pois a indústria alegava corretamente que fumar era um ato de escolha do cliente.
Olá, Sardinha!
ExcluirAqui entramos no domínio do que o Judiciário acha responsável ou não. Isso pode variar de país para país e de tempo histórico para tempo histórico.
Agora, você tem razão que quando uma instituição sabe que alguma coisa de muito errado pode acontecer quando algum produto é utilizado ou consumido, e não diz isso claramente ao público, uma linha é cruzada, e em países mais desenvolvidos isso costuma não ser admitido.
Agora, a discussão sobre externalização de custos é muito mais ampla e complexa do que o exemplo citado por você.
Abs!
Soul
ExcluirNão quis reduzir a discussão. apenas estava me referindo ao argumento do anônimo sobre a pessoa escolher fumar e depois querer processar a indústria.
Quanto ao conceito de responsabilização do judiciário com certeza pode mudar. Mas ainda não mudou. Pelo menos não tenho notícia de algum desses processos ter sido perdido pela indústria.
Outro equivoco nos argumentos é achar que o problema se resolveria se não houvesse um sistema público de saúde ( como em Marte). Mesmo os fumantes que usam apenas plano de saúde estão socializando esses custos externalizados pela indústria entre a base dos segurados.
Qual a solução para isso também não sei. Mas apenas ignorar achando que é inerente do capitalismo ou do liberalismo ( e xingar quem quer debater o assunto ) certamente não é a solução.
Sardinha Anônima
Olá, colega. Pois é. Do que tantas pessoas ficam com receio do debate? É uma dúvida pertinente. Com certeza é um dos temas mais interessantes que a economia pode se deparar, e ou é ignorado, ou é deturpado, ou é simplemente rotulado. Concordo com você que estas não são as melhores soluções.
ExcluirAbs!
Você simplesmente deturpou completamente o pensamento do conservador mais notável de nosso tempo.
ResponderExcluirNão é obrigação do estado custear saúde de ninguém. Muito menos das empresas.
Afronta à liberdade é você idealizar um mundo onde os burocratas tratam empresários como vilões, bandidos como vítimas e o adulto como um bebê. Vai me desculpar, mas é EXATAMENTE ISSO que você fez neste artigo e em seus últimos contos.
Olá, colega. Não foi isso, não. Aliás, foi bem claro no texto. Leia os capítulos do livro citado.
ExcluirNão há no texto nenhuma citação de que o Estado deve custear necessariamente a saúde das pessoas, foi colocado no texto que esse é um dilema. Do ponto de vista prático, em todos os países ditos desenvolvidos o Estada custeia ao menos parcialmente os gastos com saúde. Assim, do ponto de vista prático estamos subsidiando sim o lucro de certos grupos empresarias. Em nenhum momento também foi dito, ou se aludiu, que empresários de forma geral seriam vilões. Isso é apenas um ``espantalho`` criado por você para não debater o assunto. Não criticamos empresários que recebem crédito subsidiado do BNDES? Eles não são empresários? Por acaso ao fazer isso você está dizendo que empresários são vilões? Não né, isso sim parece-me uma argumentação infantil.
Um abraço
Espantalho?
Excluir"Claramente, as empresas que produzem cigarros externalizaram os custos de sustentar pessoas que tinham ficado incapacitas pelo uso dos produtos que elas fabricam.(...)
Ora, isso é claramente uma afronta ao livre comércio, e à liberdade de outras pessoas."
Tenha paciência, Soul. Este seu argumento do "espantalho" já está mais do que batido.
Seja livre para usar ironias, mas seja homem para assumi-las. Você, de forma alguma, criou "dilemas". No seu conto "quem quer a verdade" você comparou claramente um empresário a um traficante de drogas. Isso é, sim, colocá-los como vilões e responsáveis pela doença das pessoas.
E um detalhe, eu li o livro citado, você não. Você jamais leu Roger Scruton e o seu texto prova que você é o genuíno anti-Roger Scruton.
Colega, você se está referindo ao texto atual ou ao outro texto, não ficou claro em sua mensagem. Claro que há um dilema muito claro. Se há dinheiro de contribuintes para a saúde, está claro que há externalizações de custo. Se há um sistema apenas de seguro privado, o que não existe em nenhum lugar do mundo, há um dilema se de alguma maneira deveria haver dinheiro para custear tratamento de saúde para pessoas não-seguradas que por ventura tem problemas de saúde por hábitos ruins. Ou isso não é um dilema?
ExcluirColega, o álcool para consumo até onde tenho conhecimento é considerado uma droga. Assim como cigarro. No ``conto``, foi apenas uma forma de apresentar uma temática para que pessoas refletissem. Você mesmo, eu duvido, que conseguiria traçar uma linha de um traficante de drogas ilegais de um empresário que vende drogas legalizadas, legalizadas por quem? Pelo Estado. O seu argumento pretensamente anti-Estado nessa questão, parte de uma consideração do Estado do que é legal ou não. Contraditório para mim.
Uau, agora você tem poderes mediúnicos para saber se eu li ou não o livro? Fiquei surpreendido agora:)
Abs!
"E um detalhe, eu li o livro citado, você não. Você jamais leu Roger Scruton"
ExcluirAnon,
Sua capacidade para fazer afirmações ridiculamente levianas é incrível. Continue assim que você vai longe. Pode confiar.
E um detalhe, o soulsurfer está certo, você não. Você jamais esteve certo e seu comentário prova isso.
Soul, vamos conversar sério, conversa entre adultos. Você realmente leu esse livro e imediatamente pensou que as empresas de cigarro só lucram porque afrontam a liberdade e repassam custos para as gerações futuras?
ResponderExcluirNada de mais interessante te tocou?
Vamos. Colega:
Excluira) A externalização dos custos de empresas de cigarros foi apenas um exemplo do meu texto, não disse que o Sr. Scruton tratou desse exemplo.
b) O Sr. Scruton tratou sim da externalização de custos principalmente relacionados a degradação ambiental, e falou que era responsabilidade da atual geração legar um mundo no mínimo igual, não pior. Portanto, não vamos confundir alhos com bugalhos.
c) O livro é bem interessante por outros aspectos. Quando ele fala do socialismo, a defesa intransigente dele que comunidades cívicas só são possíveis em Estados-Nação, a crítica especialmente a União Européia por distanciar os tomadores de decisão das populações locais, a crítica de que o islamismo não se secularizou (algo que sempre falei nesse blog ao tratar sobre o tema), etc, etc. Pensava em abordar uma resenha desse livro, em algum artigo mais para frente.
Abs
Parabéns aos anônimos que responderam esse absurdo totalmente deturpado. Principalmente ao anônimo fumante.
ResponderExcluirO que as empresas têm a ver se o Estado diz que vai arcar com a saúde de todos e o delírio coletivo aplaude isso? O custo disso é subsidiar a saúde de alguns. Soul vai chamar o nome de seu amigo? O espantalho? "Acuse-os do que você faz". Aprendeu direitinho, hein?
É utopia achar que os países não deveriam bancar a saúde? Bem, essa é a minha solução. Qual é a sua solução, Soul? Fazer as empresas arcarem com esse custo? Provavelmente, você está inclinado a isso em relação à minha 'utopia'. Aqui você está aliado à esquerda (sei que você não gosta do termo, desculpe). Eu sei que o Burguer King faz mal, posso desenvolver problemas no longo prazo, ainda assim como lá de vez em quando. Não quero que me sirvam comida saudável, quero comer aquilo ali mesmo. E prefiro pagar barato por isso, não quero que algum ser iluminado diga que a empresa deve se responsabilizar pela minha saúde, inflando os custos dela no presente. Não quero também que algum ser iluminado diga como os bois devem ser abatidos e inflem os custos da carne que eu consumo. Responsabilidade individual: fazer as próprias escolhas, colher as possíveis consequências.
Tentou também colocar o Scruton como um conservador que faz críticas ao mercado, como se isso fosse incomum. Conservadores endossam a atividade comercial, mas não acham que o mercado é perfeito, só o melhor disponível junto com instituições fortes. Ele não é bem o representante-mor do livre mercado. Scruton tinha divergências, até críticas para com Hayek. Enquanto este valoriza o conhecimento disperso em cada indivíduo, aquele valoriza as instituições. São as diferenças, as nuances entre liberais e conservadores. Embora concordem na maioria das coisas. Um conservador diria que, caso um país declare guerra a outro, este Estado poderia aumentar impostos pra financiar a guerra e se defender. Um liberal, não. Bem-vindo ao ar puro da direita real, Soul.
Obs.: peguem leve com o Soul. Só há pouco tempo ele sabe o significado de conservador (assim como a maioria ainda não sabe), antes ele achava que o Bolsonaro era um, não distinguia bem entre reacionários. Conservados não são contra à inovação, mas não acreditam em utopias. Estou com eles nessa. Se quiser mais riqueza, livre mercado. Porém, o mercado não vai resolver nossas angústias e, como Adam Smith dizia, vai nos deixar mimados, entediados. Isso já acontece com boa parte dos ricos de hoje. Por que os filhos da classe média alta e dos ricos votam no Freixo? Adam Smith tem a resposta. De toda forma, claro que sou a favor do livre mercado.
Se me permite, deixarei alguns atores de livros que podem lhe interessar: Theodore Dalrymple, João Pereira Coutinho, Thomas Sowell, Bruno Garschagen (conservador brasileiro, escreve pro IMB, tem um ótimo livro sobre o paradoxo brasileiro).
Entrevista do Bruno com o Scruton: https://www.youtube.com/watch?v=1v6_rE1K4NU
Canal do Bruno: https://www.youtube.com/user/bgarschagen/videos
Abraço!
Colega, Anônimo.
ExcluirBolssonaro é um cópia mal-feita de um ditador em potencial. Nada mais do que isso. Não, nunca tive o interesse de classificá-lo em alguma posição. Não tenho esse desejo de classificação, prefiro a discussão racional de exemplos concretos.
"O que as empresas têm a ver se o Estado diz que vai arcar com a saúde de todos e o delírio coletivo aplaude isso? O custo disso é subsidiar a saúde de alguns. Soul vai chamar o nome de seu amigo? O espantalho? "Acuse-os do que você faz". Aprendeu direitinho, hein? “ . A suas últimas quatro frases são incompreensíveis, já que nas duas primeiras você concorda que custos são externalizados.
c) Colega, se você tem consciência dos seus atos, se os seus atos não vão ser bancados por ninguém, vá e faça o que você quiser. E em nenhum momento, foi dito o contrário. Agora, nós temos a realidade, não temos? Ou devemos negar a realidade? A sua solução é a extinção de todos os sistemas de saúde com dinheiro de contribuintes. Ótimo. Quando a revolução começa? E antes dela se contemplar, o que fazemos com a realidade? A ignoramos, pois parece-me que é exatamente o que você quer fazer. Minha solução? Ao ler o excelente livro “O Gorila Invisível” na parte que ele trata da ilusão da confiança, chamou-me a atenção a parte de que os autores dizem expressamente como a esmagadora maioria dos seres humanos prefere certezas a ponderações, e como tomam confiança como conhecimento. Parabéns pela sua certeza na solução de como 7 bilhões de seres humanos deveriam tratar suas saúdes. Imagino que você deva ter refletido e ter muitos estudos na área. Eu já não posso ter certeza de como deveríamos estruturar todos os sistemas de saúde do mundo, se o Estado deveria ter uma participação majoritária, minoritária ou nenhuma. O que sei apenas é que a alimentação artificialmente barata é apenas isso, uma construção artificial, já que os custos são passados para outras pessoas.
d) Discordo aqui. Coma e seja satisfeito. Agora, como um boi deve ser sacrificado para satisfazer desejos triviais seus, sem qualquer consideração de como esse ato vai ser feito, um indicativo ético muito forte. Apenas demonstra que para satisfazer desejos banais, como a sensação gustativa que nada mais é do que certas substâncias químicas ativando certas áreas do seu cérebro, você não se importa como outra vida é criada ou tirada. Eu não acho isso ético, mas se você sim, o que se pode fazer a não ser irmos para o debate de ideias? Agora, se você tem filhos, poderia ao menos dizer a verdade para os mesmos de onde vem a alimentação deles. Se tem algo que pais não toleram hoje em dia é quando se diz a verdade sobre de onde e como vem os bifes esteticamente bem embalados em caixas nos supermercados. Aliás, mostrar animais de grande porte sendo abatido num abatedouro em rede nacional às 8 da noite, acho que geraria um impacto negativo muito, mais numa ordem de grandeza absurdamente maior, do que colocar um filme pornográfico. Não sei qual presidente dos EUA disse que os abatedouros não são feito de vidros por um bom motivo.
e) O seu antepenúltimo parágrafo é uma bela descrição, não sei no que exatamente contraria o texto, e no que exatamente isso está relacionado à externalização. Talvez você pudesse ser um pouco mais claro.
No mais, agradeço os autores recomendados, bem como a entrevista. Se não me engano, foi esse Bruno que traduziu para o português a obra.
Abraço!
Colega, Anônimo, vi a entrevista, siga comigo:
ExcluirNos primeiros dois minutos, ele fala sobre como o seu “Eu" jovem era mais agressivo em suas colocações. E como com o passar do tempo o “Eu" mais velho se tornou mais sereno e tolerante com visões discordantes. É, apesar de ser jovem, o que procuro passar aqui, e fico assustado às vezes, mas entendo as reações agressivas. Quem sabe com o tempo a tolerância não vai brotando mais facilmente nas pessoas?
Minuto 3 para o quarto, ele fala que mudou de ideia sobre o livre-mercado, ótimo!, mudar de ideia mostra humildade. Fala que o mercado-livre precisa ser de alguma maneira restringido (e como alguma coisa restringida pode ser livre?), principalmente para que haja viabilidade social , e que as pessoas que não se beneficiam com o livre-mercado possa aceitar esse arranjo, Opa, foi isso mesmo que ele disse, caramba se fosse o Soul que falasse isso seria um comunista-esquerdista, não é mesmo? E olha que nem disse se concordo com essa posição.
Minuto quatro para o quinto. Ele fala como deve se dar suporte para as pessoas (aqui entenda
como saúde, benefícios sociais, etc). Ele diz que se dá muito suporte, as pessoas se desmotivam e não se sentem parte ativa da comunidade. Se não se dá suporte nenhum, o efeito é o mesmo. Opssssss! Isso cheira a comunismo não é mesmo anônimo?
Minuto sete para o oito. A família está enfraquecida no ocidente, e o Estado teve muita participação nisso. Essa é uma das partes do livro na qual acho a argumentação fraca, mas é minha opinião. Aliás, uma das coisas que acho bonito em muitas culturas asiáticas, é o apego familiar, e como a família é central para a vida das pessoas. Não é o Estado que está nos forçando a ter famílias mais fragmentadas, somos nós mesmos com nossas rotinas, desejos, etc.
Minuto oito para o nove. O que é ser conservador? Segundo o Sr. Scruton, respeito à Lei (ou seja nada de ficarmos adiando o julgamento do TSE no caso Temer, por exemplo), à propriedade privada e à religião. A capacidade de aceitar oposição, e a vontade de resolver conflitos por meio de negociações. Você tem essas características anônimos? Tolerância pela oposição e uma atitude genuína de respeito e vontade de negociar com opositores e a diferença?
Uau, minuto 9 para o dez, essa pareceu um texto meu. Um conservador é aquele que suspeita de ideologias e sistemas que solucionam os problemas do mundo. Um conservador é aquele que tenta achar soluções para problemas concretos assim que eles surjam. Caramba, será que sou um conservador e não sabia?
Minutos 14-15. O que Ele pensa sobre a escola austríaca? Tece elogios, diz que governos devem se atentar a uma das verdades fundamentais da EA é que a intervenção nas relações livres e nas transações voluntárias destrói a informação para que os próprios mercados possam operar eficientemente. Por seu turno, diz expressamente que “é claro” que se precisa de regulações, mas elas devem ser feitas com ceticismo e cuidado. Esquerdismo aqui, colega?
Palavras finais. Entrevistador pergunta o que você gostaria de dizer para os conservadores brasileiros? O Sr. Scruton então diz, "apeguem-se às suas origens européias e cristãs”. Ótimo! Ele complemente então “ mas acima de tudo, preservem o seu meio-ambiente, a sua maior riqueza é ecológica” Uau! Uau, um eco-esquerdista? E ele ainda complementa “deixe as multinacionais de fora do Brasil, pois elas querem apenas se apropriar de suas riquezas, pois elas devem ser suas”. Ah não, Scruton seria do PSOL aqui no Brasil, ou não, amigo anônimo?
*Só mandei a entrevista. Não falei que concordo com tudo que o Scruton disse.
ExcluirNão julgue precipitado. Desculpe se pareci agressivo. Dispenso as ironias. Quisera eu que o PSOL tivesse gente como o Scruton, que os "esquerdistas" (pra usar uma expressão sua) toscos da América Latina fossem como ele. Aliás, queria que o PSOL nem existisse. Mas tudo bem. Abraço.
Na sua mensagem de 20:08, finalmente achei o espantalho.
ExcluirOlá, colega. Claro, mas é que ele disse coisas que se fosse eu, e nem sei se concordo com elas, fariam que algumas pessoas surtassem, pois boa parte delas, cansadas da corrupção no Brasil, da alta carga tributária, etc (tudo muito justificável) estão parando de refletir e se dizendo "conservadores" quando estão muito longe de ser conservadores na forma como o Sr. Scruton fala.
ExcluirE o conselho dado para nós mantermos as multinacionais longe do Brasil, pois elas querem a nossa riqueza são dignas de um discurso da Luciana Genro, sim senhor, ou não é?
Nisso concordamos, gostei muito da serenidade dele falando, uma das coisas que mais aprecio e admiro quando vejo intelectuais falando, é a serenidade, e não necessariamente apenas os argumentos. Seríamos muito melhores se tivéssemos mais pessoas serenas e inteligentes como ele em nossa arena política.
Abraço!
obs: e esse é um dos motivos de achar alguém como Olavo de Carvalho pouco sábio, para dizer o mínimo. Como alguém com a idade dele não evoluiu? Dizer imbecil para lá, idiota para cá, num tom raivoso, agressivo, parece um adolescente falando com outros adolescentes, e não uma pessoa de idade que deveria ter amadurecido e ficado mais tolerante.
ExcluirAbs
Nisso concordamos.
ExcluirE discordo do Scruton sobre as multinacionais, e sim, a Luciana Genro defenderia o mesmo. Sabe quem também falaria o mesmo? Bolsonaro. O discurso dele sobre o nióbio vai na mesma linha. Dificilmente um liberal falaria a mesma coisa, tá perdoado (o Scruton, é claro) por ser um conservador e talvez ele não se interesse tanto por economia (talvez venha do ranço contra os liberais na juventude). Também acho que o Scruton discordaria da Luciana 90% do tempo, principalmente o apoio dela a ditadores fortes comuns no nosso continente. rs
Essa posição dela é pior até do que ser tolerante. Imagina alguém tolerante com o Hitler, com o Maduro? O tolerante contra o intolerante é o paradoxo do Popper.
O Olavo me parece entender muito de política. Deus me livre de debater isso com ele. E parece falar tremendas bobagens sobre outros temas, principalmente científicos. Econômicos ele evita. Os xingamentos e palavrões cativam os jovens. Assim, ele ganha ressonância. Também não gosto desse jeito dele. Dá pra contar nos dedos outros 'intelectuais' do mesmo lado no Brasil. Então ele tem praticamente o monopólio sem barreira de entrada desse espectro político junto aos jovens haha
ExcluirOlá, colega. A Luciana Genro, assim como o Bolsonaro, é um protótipo mal ajambrado de político. O apoio dela a regimes sombrios como a Coréia do Norte mostra o quão incapacitada ela é para dirigir um município, quanto mais uma nação complexa como o Brasil. Fiz a brincadeira do Scruton no PSOL apenas para chamar atenção que precisamos parar com essa besteira de classificar coisas, quando a classificação não nos ajuda em nada. Você não concorda com o Scruton nessa parte, mas pode concordar com ele quando diz sobre os valores cristãos. É até mesmo possível que você ache coisas com que concordar na Luciana Genro. Por isso pontuei a parte da entrevista onde ele diz que ao invés de termos sistemas de resolução de todos os problemas do mundo, por que não pensarmos nos problemas concretos quando eles aparecem, e de forma racional, usando toda a experiência humana e teorias disponíveis, acharmos a melhor solução? É o que venho dizendo há muito tempo, mas creio que talvez não tenha me feito tão claro no passar do tempo.
Pode ser, faz sentido a sua explanação. Eu debateria com ele tranquilamente.
Abs!
Ótimo texto, novamente!
ResponderExcluirOlá Mestre, aparentemente só você gostou do texto:)
ExcluirUm abraço!
Eu gostei também. Só não concordei com ele. Dificilmente não gosto dos escritos do Soul.
ExcluirValeu, colega. Fico feliz que tenha gostado, mesmo não concordando com algumas partes ou com todo o texto.
ExcluirAbs
Bom texto. Há um princípio do direito ambiental que trata sobre o tema; outro fala sobre o poluidor - pagador, mas de aplicação tímida ainda.
ExcluirSoul achei incrível o texto porque nunca passou pela minha cabeça isso. Deveria ser ilegal!
ResponderExcluirAbraços!
Olá, Einstein. Vamos com calma, não creio que nada deva ser declarado ilegal.Um abraço!
ExcluirEu concordo com todos que disseram que você apontou o problema errado.
ResponderExcluirEu sou totalmente contra o sistema público de saúde. Não são as empresas que estão nos obrigando a subsidiar uma externalidade negativa, não são elas que nos obrigam a custear o sistema público de saúde. É utopia ser contra a saúde pública? Isso não muda nada, continuo achando injusto, uma forma de servidão coletiva.
Os países desenvolvidos fornecem saúde para sua população? Se tudos que os países desenvolvidos fazem você aplaude deve concordar com a intervenção desses mesmos países em outros países, como a intervenção dos americanos e europeus no oriente médio. Não é o fato de ser algo feito pelos paises desenvolvidos que tornará justo e correto. É um argumento tolo, indigno de você.
Além de ser contra a saúde pública por princípio, acho que a existência do sistema público de saúde é prejudicial para a saúde de uma população.
Se cada um tivesse que arcar com sua própria saúde e não tivesse um sistema, ainda que deficiente, para recorrer, todos cuidariam melhor de sua saúde.
Se o governo permitissem aos planos de saúde discriminar clientes, cobrando mais dos que se cuidam menos e cobrando menos dos que se exercitam, cuidam da alimentação, não bebem e não fumam, com certeza as pessoas se cuidariam mais.
O seu exemplo do coco foi um cocô (eu ia dizer um equívoco, mas não pude perder o trocadilho).
Veja se o custo de descartar os cocos são os mesmos para todos os que produzem cocos e não há um sistema público de coletas e nem eu vou aceitar que ele descarte em meu terreno, todos terão que incorporar o custo de descarte no valor do produto e coco se tornará mais caro.
Claro que num mercado livre, onde o serviço de coleta não seja um monopólio estatal, surgirão empresas se propondo a recolher os cocos a um custo menor, principalmente se não houver tantos encargos, tributos e burocracia encarecendo a prestação de serviços.
Numa coisa nós concordamos: Bolsonaro! Não sei como pessoas minimamente esclarecidas podem cogitar a possibilidade de votar nele para presidente.
Soul eu já tive a infeliz oportunidade de visitar uma local onde são criados frangos para abate. É realmente desumano a forma como esses animais são criados, com certeza têm uma vida sofrida e isso de alguma forma deve refletir na qualidade do alimento.
A carne bovina que consumimos no Brasil é umas das melhores do mundo, o gado é criado no pasto. Eu realmente acho que o abate deve ser o que proporciona o menor sofrimento ao animal. Isso não quer dizer que eu pretenda deixar de comer de carne, sou carnívoro, adoro churrasco, cozido e feijoada. Nossos antepassados tinham que caçar para comer. Os animais eram mortos com violência. Hoje isso não é mais necessário.
Colega (estou gostando que estão vindo diversas mensagens longas e cada vez melhores), vamos lá:
ExcluirVocê tem razão que a carne bovina brasileira é de uma qualidade maior, e que a vida dos bois, a esmagadora maioria criada em pastos, é muito melhor do que os gados confinados dos EUA. Você visitou um local de criação de frangos par abate, viu como é cruel a criação de frangos no Brasil. Não tenha dúvidas de que isso reflete na qualidade da carne de frango, sem levar em conta a questão ética. Se você sabe de tudo isso e ainda consome carne, ao menos está fazendo sabendo a verdade e a realidade. É uma decisão sua, ao menos consciente. Eu também ainda gosto de carne, mas tenho que conviver com a verdade, e às vezes confesso que não é fácil
b) Trocadilho aceito:) Sim, vai depender de onde vai ser a desova dos cocos, pois uma empresa provavelmente iria cobrar por km rodado. E, não sei se sabia, se pode fazer muita coisa com coco, ele pode ser reciclado. Minha mulher, por exemplo, faz leite de coco, depois com o resto ela faz bolo de coco e depois ainda farinha de coco que uso como recheio de tapioca junto com pasta de amendoim, também feito pela minha mulher, antes de ir treinar. Assim, não tenho dúvidas de que com menos burocracia, menos tributos, mais concorrência, iriam surgir empresas que fariam a coleta de coco de graça e revenderiam para recicladores. O exemplo do coco foi apenas para dar um exemplo simples, fácil e tosco de externalização do custo de produção, fazendo o preço ficar mais baixo de forma artificial.
Você tem toda razão de que porque países desenvolvidos adotam determinada postura, isso não pode ser usado como argumento. Você tem razão e nem espero que eu assim seja entendido. Porém, como na entrevista do Sr. Scruton, nós não podemos nos esquecer que vivemos em sociedades políticas, que a arena para a solução de divergências é a política, logo é difícil apontar a privatização total da saúde quando não há nenhum exemplo disso no mundo em países desenvolvidos, principalmente onte a saúde é pública e há taxas altas de expectativa de vida.
Agora, você no campo das ideias, tem todo o direito de defender nenhum dinheiro de tributos na saúde, desde que o faça sabedor que tem a realidade, e ela nem sempre se importa com o que pensamos. Você tem razão também que seguradoras seriam muito mais exigentes. Num mundo sem saúde pública, pode ter certeza que elas não aceitariam tão facilmente a externalização desses custos vindo dessas indústrias alimentícias, nisso concordo plenamente. Se uma saúde totalmente privatizada, com seguros podendo fazer uma série de discriminações de acordo com o seu estilo de vida seria a melhor solução para estabilidade social? Eu não sei, eu creio sinceramente que não. Porém, é apenas a minha opinião.
Um abraço e grato pelo comentário ponderado e construtivo!
A produção em massa gerou uma série de externalidades negativas, no entanto permitiu um aumento significativo do padrão de vida da humanidade.
ExcluirO que me preocupa é quando se defende que o estado deve intervir de forma a fazer com que um determinado ente deve arcar com possíveis externalidades.
1°Mais regulação = mais burocracia = mais espaço para corrupção. Esse último escândalo da carne estragada mostra que regulação não quer dizer nada.
2° O estado tende a beneficiar grupos de interesses e isso ocorre no mundo inteiro, aqui no Brasil com a indústria automobilística e o setor agropecuário, nos Estados Unidos, a indústria de armamento e o setor agrícola, etc.
Iria acabar sendo regulados a externalidades geradas pelos setores com menos influência junto aos políticos.
Colega,
ExcluirConcordo com todos os seus pontos. Não disse no texto que tem que ter necessariamente uma regulação estatal. Você pode perguntar: e qual é a solução? Eu não sei, sinceramente. Agora,o assunto é importante demais para ser ignorado, ou dado respostas fracas. Eu creio que devemos refletir se determinados custos podem ou devem ser internalizados, como fazer isso, e se não por quais motivos alguns custos devem ser socializados em benefício de particulares.
Abs!
Talvez reduzindo o estado a nada a gente conquiste uma realidade fantástica. Como é uma ideia totalmente original, vou criar um nome para ela: estado de natureza.
Excluirb) Dizer que os custos são 'externalizados' é dizer que todos os pagadores de impostos pagam a saúde de alguns. Bem, concordo com isso. Mas não concordo que são as empresas que se beneficiam disso, então não concordo com o cerne do seu texto. Ou seja, não concordo que os preços dos alimentos vendidos por elas são mais baratos por causa disso - como você deixou claro. Se os gastos com a própria saúde fossem responsabilidade de cada um, não daria pra você falar em custo 'externalizado' e os preços dos produtos provavelmente seriam os mesmos. Se você acha que as empresas se beneficiam disso, lembre que é uma consequência do sistema de saúde coletivo que você parece apreciar. Uma coerção ao indivíduo. E também parece ser simpático a responsabilizar às empresas de alguma forma, gerando outra coerção? Duas coerções. Elevando o preço sem motivo na minha visão. Lembrando que as empresas também pagam impostos que... servem ao sistema de saúde. Sobre o espantalho, sempre que citam algo que você não gosta, você diz "está batendo num espantalho". Não me parece na maioria dos casos que tenho visto ultimamente.
ResponderExcluirc) Aqui você enrolou, enrolou, enrolou e não respondeu minha pergunta. Você dirá que é meu cérebro querendo respostas e bla bla bla. Bem, uma diferença nossa, acho que sou mais objetivo, e você é mais contemplativo. Tudo bem, aprecio a diversidade humana. Mas a discussão pela discussão não me interessa. Gosto das discussões que levam à prática, à realização. Depois desse post, pode replicar se quiser, lerei com prazer, mas não pretendo mais estender a discussão.
d) Você já matou baratas? Por que a vida de uma barata vale mais que a de um boi? Pra atender desejos triviais seus de higiene? Única vida que me importa é a humana. A dos restantes dos animais e vegetais devem ser preservadas para manter o equilíbrio dos ecossistemas, em benefício da própria vida humana. Não consigo ver como bois gerados e criados apenas para alimentação possam ser conflitantes com isso. Se você acha que é uma falha ética, bem, eu poderia citar coisas em você que eu acho falhas éticas, e você não veria dessa forma. De qualquer modo, não quero ser reativo nem deselegante. Não estou aqui pra "vencer" discussão, detesto esse tipo de coisa. Meu filho saberá que o pai não enxerga nada demais numa empresa cultivar crocodilos, que sequer existiriam, para retirar o couro e fazer bolsas que os artistas ambientalistas usam. Ele pode até achar uma falha ética do pai, é livre pra isso, ou pode até concordar comigo. Recomendo a paternidade, a gente amadurece bastante. É fácil educar um filho antes de ter um, mas a dificuldade compensa e recompensa. As alegrias são muitas. Sempre vale a pena apostar na vida humana, na civilização.
e) Irrelevante para o texto mesmo, só uma constatação pra que nenhum leitor ache que conservadores são os maiores defensores do mercado, embora sejam a favor e dizem que fazem parte da natureza, do cotidiano humano, além de detestarem socialistas.
Foi o Bruno que traduziu mesmo.
Abraço!
Colega,
Excluirb) Sobre o espantalho, de maneira nenhuma. Eu respondo a todos os argumentos levantados. Agora, quando a pessoa diz que eu falei C, quando em nenhum momento eu disse C, aí sim se cria um espantalho. A maioria que faz isso é porque simplesmente quer criar algo para que possa mais facilmente argumentar, essa técnica é bem manjada. Se os preços seriam os mesmos? Eu duvido muito mesmo. Se de alguma maneira houvesse debates sérios onde se mostrasse a verdade para a esmagadora maioria da população, que o consumo de certos alimentos de forma regular causa custos imensos, sejam privados ou públicos, para a saúde, acho difícil esses preços se manterem. Porém, é apenas uma opinião. Eu creio sim que os custos, todos eles principalmente os ambientais, devem ser internalizados. Aliás, acho que esse é o caminho mais inteligente e eficiente para que possamos legar um mundo no mínimo igual para as futuras gerações. O problema é que essa discussão geralmente é acompanhada com muita emoção, e pouca razão, ou simplesmente argumentos rotulatórios: eco-chato, esquerdista, ou seja lá o que for. Se você chama de coerção a internalização de custos, eu penso de forma diversa. Se sou simpático a uma saúde pública, eu creio que deve haver uma saúde pública sim, nem que seja na forma de subsídios, e há muitos países com sistemas públicos de saúde com bons resultados.
c) Perfeito.
d) Bom, os Jainistas na Índia poderiam concordar contigo no seu argumento da Barata. Sendo mais práticos e objetivos, como você disse que gostava de ser no item “c”, já li que se usa muito porcos em aulas de medicinas, pois a constituição interna do animal é parecida com a do homem. Já ouvi relatos também de que quando o porco é morto emite sons que lembram seres humanos. Sério que você quer comparar a morte de uma barata com a morte de um porco? Sim, essa é a única linha de raciocínio para que se possa ficar de uma certa forma tranquilo do ponto de vista ético: a natureza, e todos os seres, existem única e exclusivamente para fins utilitários do homem. Bom, você pode pensar assim, mas ao pensar dessa maneira você deve se ater que ela é contrária ao consenso científico de evolução de espécies. Se a nossa espécie não é o ápice da evolução, mas apenas mais uma entre tantas outras (por mais que seja a mais poderosa), então não há qualquer fundamentação lógica em dizer que a natureza serve apenas aos nossos desejos utilitários. Tem que reconhecer que há vida complexa na terra a pelo menos uns 500 milhões de anos, desde a explosão de vida cambriana, e que nossa espécie existe a só 200 mil anos. É um Gap de tempo muito grande, se nós fôssemos o centro de tudo. Por fim, deve-se admitir, que se admite não temos uma posição privilegiada na natureza, subjugar os interesses mais elementares de espécies biologicamente tão complexas como o Homo Sapiens se baseia apenas no poder que temos sobre elas. Se isso não é uma forma de pensar na força como legitimadora de atrocidades, o mesmo argumento utilizado por nazistas em relação a judeus por exemplo (a ideia nem é minha, é de um ganhador do nobel de literatura chamado Isaac Singer), onde a força é a legitimadora de qualquer conduta humana.
d.1) Ótimo, não quis ser deselengante, e desculpe se o fui, espero que você possa ter uma relação excelente com o seu filho. Que possa ser um exemplo para o mesmo, que o seu filho possa crescer se sentindo amado, e que ele sim possa ser exposto as verdades inconvenientes sobre algumas coisas, e que se ele por ventura não concorde com algumas atitudes suas, o que é normal e natural, que a relação de vocês possa ser forte, saudável e carinhosa.
Abraço!
Lá vai o soulsurfer andando como um esquerdista, falando como um esquerdista e agindo como um esquerdista..
ResponderExcluirMas calma lá! Chamá-lo de esquerdista seria rotulá-lo e reduzir a questão....
Renato
Boa, Renato. O que você acha da entrevista do Roger Scruton postada lá em cima? Assista, é interessante a dura só 17 minutos.
ExcluirPreste atenção no que ele diz nos últimos dois minutos, no conselho aos conservadores brasileiros.
O que você diria dele, que anda como esquerdista, fala como esquerdista e age como esquerdista? Seria esse o seu grand finale argumentativo. Seja sincero consigo mesmo, e volte aqui num outro comentário.
Abs!
Bom dia!
ResponderExcluirPrimeiramente, admiro a paciencia que tens para com aqueles que vem ao seu blog apenas para fazer ataques gratuitos. Igualmente, admiro a capacidade que tens de reverter algumas destas discussões para algo mais positivo.
Dito isso, passo ao conteúdo do post. É interessante observar que a questão da externalização dos custos já foi abordada por algumas leis ambientais em nosso país, em regra, com pouquíssima eficácia. Por todas, lembro da lei do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que trouxe, em seu texto, as noções de "logística reversa" e "responsabilidade compartilhada" pelos whereabouts dos produtos produzidos/comercializados.
A questão do cigarro - que tem um debate bem mais amplo - é deveras interessante. Fosse eu o advogado de uma empresa do ramo, negaria pura e simplesmente a responsabilidade pelos custos por ela própria externalizados. Alguns aqui chegaram a te chamar isso de socialismo... não sei não, defender a "socialização" dos custos dos danos não parece ser exatamente liberal, capitalista ou algo que o valha.
Para evitar uma eterna digressão que v. já deve ter feito antes de escrever este texto, indago da possibilidade de internalização de custos externalizados (acho que me fiz entender). Já existem algumas formas para isso, mas elas invariavelmente se esbarram no aumento de custos de produção, diminuição da competitividade - e é ai que está o ovo da serpente.
É extremamente complexo tentar promover algo do tipo em larga escala sem se tornar vulnerável ao verdadeiro dumping social (ou socioambiental, diriam alguns) existente em certos setores na economia global. Sem esquecer, voltando aqui à questão do direito ambiental, da (falta de) solidariedade intergeracional - afinal, alguns custos são externalizados "para o futuro".
De qualquer forma, ambiental não é minha área e, apesar de ser ainda madrugada (3:55a.m aqui), minha agenda já esta lotada para as próximas 15 horas. Tenha um bom dia.
Abs, Kundera
Kundera, grato pelas gentis palavras e pelo comentário bem estruturado.
ExcluirÉ o que acho também, se custos estão sendo socializados, eu não consigo entender como uma crítica ou uma reflexão sobre isso pode ser considerado um ato socialista? Para mim, como notado por você, é justamente o contrário.
Sim, eu lembro quando essa lei entrou em vigor, e sinceramente não sei se obteve resultados interessantes ou não, mas a disposição correta do lixo é um dos temas de maior importãncia, e quase sempre ignorado. Eu estou há tempo para ir nos lugares onde o lixo é descartado em minha cidade, e quando estou em outros lugares tenho interesse em saber como se descarta o lixo.
Colega, você tem toda razão sobre a complexidade da internalização de custos. A resposta: bota na conta do indivíduo é a mais simples, mas mesmo assim ela não responde a diversos custos externalizados, principalmente os ambientais, e principalmente porque quem será os mais afetados nem nasceram ainda.
Eu não faço a mínima ideia se é possível internalizar os custos, ou apenas alguma fração deles, agora eu acho sim que é um assunto importante demais para ser ignorado ou dado de ombros.
Um abraço e um bom dia para você!
Sobre ele eu penso algumas coisas, mas no momento eu estou falando de você.
ResponderExcluirNão entenda como se eu estivesse te atacando a nível pessoal; entenda, no máximo, que eu estou atacando a sua ilusão e falsa percepção de que você não se encaixa adequadamente em nenhum rótulo, sendo que tudo que você escreve leva a crer que você faz parte de uma elite intelectual que julga saber o que é melhor para o individuo, sobretudo o pobre e sem acesso à educação. E isso, meu amigo, é ser esquerdista (e caviar).
Mas a grande questão é: e daí? Se você é esquerdista - e parece ser - problema é seu, você tem o direito de ter e professar a sua ideia.
Renato
Olá, Renato! As suas duas últimas frases estão corretas, isso é uma decisão de cada indivíduo.
ExcluirO seu primeiro parágrafo, com a devida vênia, já se perde um pouco. Entendo que esteja falando sobre mim ou meus textos, mas te dei o exemplo de um dos maiores intelectuais conservadores ingleses, e você prefere simplesmente ignorar, por qual motivo? Pois veria o quão sem sentido é esse exercício que você tenta fazer por aqui.
Já abordei tantos textos sobre FII, ações, tempo, amigos, justiça, etc, etc, que creio que você se perde um pouco ao sempre tocar no mesmo tema, porém essa é apenas a minha opinião.
Abs
Sempre toco no mesmo tema por temor a burocratas que, como você, que é ou foi Procurador, se acham no direito de ingerir na vida dos indivíduos, mormente o cidadão humilde que só quer fumar seu cigarrinho e andar de Uber de vez em quando, pequenos prazeres de uma vida tão sofrida.
ExcluirQuanto aos textos sobre FII, ações e etc, só tenho a agradecer.
No mais, você pode achar que eu me "perdi um pouco", mas eu quis dizer exatamente o que eu disse: do alto de sua cobertura e do conforto de suas viagens internacionais, você julga saber o que é melhor para indivíduos cuja realidade desconhece, e endossa a canetada burocrática de indivíduos que comungam dos luxos e benesse do livre mercado enquanto cerceiam o acesso a este mundo aos demais (tudo de forma muito culta e esclarecida, diga-se de passagem).
Renato
Renato, colega, (re)leia a sua mensagem. Sério amigo?
Excluir"se acham no direito de ingerir na vida dos indivíduos, mormente o cidadão humilde que só quer fumar seu cigarrinho e andar de Uber de vez em quando, pequenos prazeres de uma vida tão sofrida. "
Uber amigo? Só pode estar de brincadeira, é um brincalhão como diria o capitão nascimento?
Diga-me onde está a tentativa de ingerência? Aponte-me, por gentileza.
Se tem algo que procuro não fazer é julgar o que as pessoas devem fazer com suas vidas, não sei de onde tiram essa ideia, sinceramente.
Pelo contrário, ao saber respeitar as mais diversas formas de ver o mundo e a vida, é nada mais nada menos do que uma forma de não querer impor uma "verdade" sobre as pessoas.
Abs!
obs: e você não respondeu a questão, colega.
Soul,
ResponderExcluirO problema da externalidade a meu ver é o ponto fraco da teoria libertária e, a meu ver, Mises não solucionou a questão adequadamente ao colocar a culpa em limites de propriedade mal definidos. Pessoalmente, não tenho solução para o problema, pois geração de externalidade negativa obviamente é um dano gerado ao terceiro e por outro lado qualquer regulação estatal não consentida no nível individual é uma agressão.
Dito isso, existe um consenso de que problemas de saúde não passam a ser externalidades por conta de um subsídio estatal. Se assim fosse, dirigir nas ruas seriam externalidades já que o preço dos terrenos em que passam as ruas é altamente subsidiado, qualquer utilização de droga seria uma externalidade negativa em caso de saúde estatizada, enfim qualquer contato de qualquer agente com o estado seria uma externalidade por conta da própria natureza do estado.
O problema que você levantou do coco não é uma externalidade, é uma consequência do monopólio da coleta de lixo por conta do estado, que não tem como objetivo auferir lucro. Se assim fosse, o método de cobrança da empresa de lixo não implica em externalidade, da mesma forma que o subway que cobra 30% a mais para que você leve 100% a mais de sanduíche não implica em externalidade positiva de quem paga apenas o de 15cm. Para existir a externalidade a vontade do terceiro não pode existir, como é o caso clássico da poluição do ar ou sonora.
A questão da saúde pelo dano causado pelo cigarro que você levantou, portanto, cai por terra já que não há externalidade, o custo que eu incorro em um imposto maior para pagar o SUS para pagar o tratamento do fumante não é voluntário, o estado me agride e me obriga a pagar o imposto independente da minha vontade, então o problema está no estado que gera a coerção e não na empresa de cigarros cujo consumidor de forma voluntária, livre e INFORMADA consome a droga.
Não li o livro, mas parece bem interessante e será minha próxima leitura, mas a meu ver posso argumentar sobre o tema pois abrange economia em geral e não especificamente o que foi dito no livro.
Abs.,
VR.
Olá, VR! Grato pelas ponderações, amigo.
ExcluirÉ claro que no exemplo do coco não haveria externalidade se a o comerciante pagasse pela retirada dos cocos. O exemplo foi apenas para que ficasse claro o que seria uma externalidade, pois talvez pessoas nunca tivessem tido contato com o termo.
Sim, você tem razão que quando há dinheiro coletado de tributos na saúde, há um subsídio. Aliás, foi essa a palavra usada no texto. E é verdade, quando a saúde é bancada com dinheiro de tributos, qualquer uso de drogas ou uma péssima alimentação muito provavelmente acarretara custos para a saúde pública. Você não quer utilizar a palavra externalização, mas sim subsídio, nada a opor aqui.
O seu penúltimo parágrafo é interessante. O problema é do Estado que me coage a pagar um tributo que em boa parte irá subsidiar lucros de empresas. Entretanto, não haveria externalização dos custos, pois as empresas envolvidas na prestação desse tipo de serviço alertaram de maneira clara e objetiva aos consumidores individuais, que consumirão de forma consciente e racional, eventuais produtos nocivos.
É uma linha de argumento, VR, mas ela me parece que idealiza um mundo que não existe.
Agentes não fazem escolhas racionais nem quando estão comprando ativos financeiros, mesmo quando eles pretensamente são profissionais, você está me dizendo que uma Mãe com três filhos para criar, que precisa trabalhar fora para ajudar no orçamento doméstico, irá navegar fazendo escolhas racionais sobre eventuais efeitos nocivos que determinados produtos podem fazer. É possível, mas não é que se vê na prática. A solução para isso? Eu também não sei, assim como você.
Leia sim, é uma boa leitura. Foi me presenteado por um amigo.
Abs!
Soul,
ExcluirÉ porque são conceitos econômicos distintos. Sobre a empresa, não havendo má-fé, não vejo hipótese em falar em subsídio/externalidade. Digamos que se descobre daqui a 10 anos que as latas de aluminio aumentam a incidência de cancer em 1000%, a Coca-cola e a Pepsico seriam de repente responsáveis por bilhões em danos à saúde, sendo que o consumo foi voluntário e a venda de boa-fé? Mesmo após a divulgação dos fatos e a manutenção da venda a meu ver não há que se falar em dano a ser reparado, pois trata-se de uma troca voluntária.
Eu sei bem que os agentes econômicos não são perfeitamente racionais, mas nem por isso eu penso que deve-se restringir a liberdade das pessoas ainda que se almeje o bem delas. Discordar disso acaba levando a posicionamentos como ser a favor de poupança forçada, da proibição integral do consumo de drogas, etc.
Toda discussão desse tipo acaba voltando pro ponto fundamental da teoria libertária, que é a propriedade sobre o próprio corpo e daí o princípio de não-agressão. A liberdade estaria acima da proteção ao indivíduo de cometer escolhas não-racionais.
Abs.,
VR.
VR,
ExcluirSabe que no caso hipotético aventado por você, eu creio que haveria uma enorme possibilidade de processar judicialmente as empresas. Se fosse provado que o uso de uma determinada substância aumentasse tão dramaticamente casos de câncer, eu creio que poderia haver uma tendência de responsabilização das empresas, mesmo que elas alegassem que nada sabiam.
Disse que seria possível a responsabilização, não que eu concordo com ela. Isso para antes da divulgação dos fatos.
Para depois da divulgação dos fatos, acho difícil que um produto desse pudesse continuar a ser comercializado, seja por pressões políticas, seja por pressões dos próprios consumidores. Mas aqui é apenas achismo.
Se o produto continuasse a ser vendido, teríamos que aceitar que as pessoas que por ventura usassem esse produto não poderiam ter acesso a tratamentos subsidiados por dinheiro de tributos, sobre pena de estarmos subsidiando os custos dessas empresas, em minha opinião. Num mundo apenas de saúde privada, ainda assim teríamos o dilema do que fazer com pessoas não-seguradas que por ventura voluntariamente decidiram consumir esses produtos. Chamo atenção para esse fato, pois alguns artigos e reflexões apenas para na etapa anterior. O seguro é privado, se você não fez seguro ou teve um comportamento inconsequente, a responsabilidade individual é sua. Ótimo. Agora, se pessoas tiverem morrendo por não terem acesso a um tratamento mínimo, como se resolve isso? Caridade é a única resposta possível nesse arranjo, e é a única resposta que é dada, pois ela é a única possível. Uma vez perguntei, e se não houver dinheiro suficiente de caridade para um tratamento mínimo, o que faz? E se a sociedade como um todo decidir, mesmo tendo recursos (é um caso bem diferente de uma sociedade sem recursos) que as pessoas não devem ter tratamento? O que isso dirá sobre a sociedade em si, será que um agrupamento desses consegue se manter coeso? Eu, sinceramente, não sei. Portanto, sempre teremos esse dilema, mesmo quando se constrói um sistema de saúde apenas privado e foca-se na decisão racional dos indivíduos.
Veja, VR. Se você quiser beber duas cervejinhas e dirigir, é um direito seu, uma liberdade sua. Pois essa liberdade é restringida. Você pode argumentar que essa liberdade sua é restringida, pois isso pode ocasionar danos a terceiros. É verdade, o dano não vai ficar circunscrito apenas a você, mas mesmo assim a sua liberdade foi tolhida por uma regulação estatal. Também, assim como você, não creio que deve haver regulações dizendo o que as pessoas devem fazer, e não preciso nem me apoiar em pressupostos de liberdade ou filosóficos, o faço de forma utilitária mesmo: o ser humano não gosta muito ou dá atenção a comandos do que se deve fazer, pense num adolescente e nos "conselhos" do pai. Não penso em regulações, mas sim em informação, para que os indivíduos possam fazer escolhas mais conscientes. Porém, não podemos esquecer que enquanto a saúde for pública, haverá subsídio, e mesmo se a saúde for toda privatizada, é possível que a sociedade em determinado momento tenha que encarar o dilema referido mais acima.
Por fim, grato pela sua mensagem e a do colega Renato C, talvez possa haver graus qualitativos de externalidade mesmo. Quando escrevi o texto tinha mais em mente externalidades ambientais e inter-geracionais, porém 95% dos comentários focaram no cigarro e em alimentação de má-qualidade, mas também fui eu que trouxe os tópicos.
Abs!
Soul,
ExcluirEstou discutindo apenas filosoficamente, judicialmente certamente existem inúmeras medidas a serem adotadas, concordo.
Se a empresa quiser continuar comercializando após a divulgação do fato não vejo problema, compra quem quer. Acho que seu erro de raciocínio está em transferir a empresa a responsabilidade pelos efeitos de um produto cuja venda foi voluntária, informada e de boa-fé. Que agressão que a empresa cometeu ao produzir um cigarro ou uma heroína ou um hamburger com gordura trans ou um fuzil AK-47 e vender a quem quiser comprar? Se o produto foi aquilo que foi anunciado não vejo coerção ou fraude ou qualquer dano gerado pela empresa, são trocas voluntárias em um mercado livre. Se assim fosse, teríamos que culpar todo e qualquer fabricante cujo produto possa indiretamente causar dano inerentemente, como fabricantes de TVs (geram sedentarismo), carros (idem), qualquer alimento com gordura trans (saúde), produtos altamente calóricos como fabricantes de amendoim, azeite e óleo (levam a obesidade) e demais situações que são esdrúxulas justamente porque obviamente a empresa não pode (nem deve) controlar a forma que o usuário vai consumir o produto.
Eu não vejo problemas em haver rodovias com proibição de motorista alcoolizado, desde que isso seja definido e acordado entre o dono da estrada e o motorista, aí vai depender de que regulamentação o dono da estrada vai querer. O que não pode é proibir alguém que possua uma estrada de permitir os motoristas que lá trafeguem de dirigirem alcoolizados, aí é um ato de agressão de um agente externo a uma troca voluntária.
Como falei antes, eu não sei como o libertarianismo/capitalismo de livre mercado podem resolver de forma satisfatória a questão de externalidades como poluição do ar ou poluição sonora, mas questão de saúde, fabricação de produtos nocivos e coisas do tipo acho que é bem tranquilo.
VR,
ExcluirConcordamos com as externalidades envolvidas com o meio-ambiente.
As demais ponderações irei escrever outro texto a respeito para não nos estendermos aqui nos comentários. No mais, agradeço a paciência e gentileza das suas ponderações.
Um abs!
Olá Soul,
ResponderExcluirO maior externalizador de custos nesse país se chama "estado".
Ele comete todos os absurdos, é o centro da corrupção, subsidia os amigos empresários, oferece todas as regalias para os políticos e o alto escalão, gasta desenfreadamente de maneira ineficiente e com péssimos resultados. Tudo isso com o nosso dinheiro. Com os quase 40% retirados à força do povo. E quando tudo isso colapsa, ele vem e toma mais dinheiro do povo.
A grande diferença para a indústria do junk food e do tabaco é que eu tenho a liberdade de não comer e não fumar. Já do Estado, estarei sempre refém dos impostos de plantão.
Com o Estado na jogada a conta fica sempre mais cara e muitas vezes quem paga não usufrui.
Береги себя!
Olá, I.I.! A sua crítica e colocação é pertinente, porém ela parece-me aplicar a uma gama de Estados, não a todos eles. Inclusive, ao falar dos 40%, parece que está se referindo expressamente ao nosso país.
ExcluirNão sei se poderíamos dizer o mesmo com a mesma intensidade sobre Suíça, Austrália, Nova Zelândia, Suécia, Alemanha, etc, que possuem cargas tributárias parecidas, maiores ou pouco menores do que nosso país.
Spaziba!
Soul,
ResponderExcluirReflexão interessante .... complexa....
Abs,
Olá, Rodolfo, também creio que o tema é complexo.
ExcluirAbs!
Entrei nos comentários pois fiquei inconformado com o pseudo "conflito" que você levantou no texto, mas fiquei aliviado ao saber que a maioria aqui se deu conta do seu espantalho.
ResponderExcluirEm resumo: O Estado externaliza os problemas criados pelas suas próprias intervenções para a sociedade (saúde universal e gratuita, por exemplo) e você, surrealmente, coloca isso na conta das empresas.
Tenho um conflito de verdade pra expor: Porque os esquerdistas de hoje têm vergonha de admitir que são esquerdistas...?
Marcelo, quero dizer que fiquei aliviado pelo seu alivio e inconformado com a sua inconformidade. Tenho certeza que muitos leitores também estão aliviados.
ExcluirSim, sim, surrealmente, as externalidades não existem, você matou a charada. Parabéns:)
É uma grande pergunta, faço-me a mesma pergunta. Também me questiono, por qual motivo fascistas tem vergonha de admitir que são apenas isso fascistas? Por qual motivo racistas tem vergonha de admiro que são simplesmente isso racistas? Talvez se refletirmos sobre essas perguntas, poderemos talvez chegar alguma conclusão sobre a sua indagação.
Um abs
"Sim, sim, surrealmente, as externalidades não existem, você matou a charada. Parabéns:)"
ExcluirFoi exatamente o que eu disse, soul! Excelente interpretação...
O que eu disse foi simplesmente que você falha em ligar causa e consequência.
Óbvio que há externalidades de empresas privadas também. Só que é explicado pela teoria que essas externalidades nunca serão corrigidas enquanto não existir completo respeito à propriedade privada e, sem adentrar muito nos detalhes, essa é a discussão! Os custos não seriam "externalizados" se não houvesse esse conflito de propriedade. E quem cria esse conflito?
O ponto é que seu exemplo neste texto foi extremamente infeliz. O custo socializado pelo dano do tabaco, por exemplo, só existe pois há uma bizarrice chamada "saúde gratuita", e não pq a empresa tem lucros.
"Também me questiono, por qual motivo fascistas tem vergonha de admitir que são apenas isso fascistas?"
Não entendi se está concordando comigo, confirmando que esquerdistas/fascistas/racistas etc sabem que estão errados, pois têm a noção que, apesar do discurso, suas ideologias já destruíram diversas sociedades na prática, ou se foi irônico e quis tentar me provocar de alguma maneira. Se foi este último, acho que fica mais clara ainda a sua postura de esquerda "se não concorda comigo, é fascista".
abs
Prezado Marcelo,
ExcluirVamos supor que os cientistas estivessem corretos que os CFCs realmente destruísse a camada de ozônio. Vamos supor também que um rareamento da camada de ozônio ocasionaria um sem números de efeitos negativos na vida de pessoas da Mongólia ao Peru que por ventura nem mesmo consumisse produtos onde os CFCs fossem utilizados, diga-me o que o completo respeito à propriedade privada serviria para minorar ou extinguir as externalidades aqui relatadas?
Já foi comentado em diversos outros comentários acima a questão sobre cigarro, drogas, comidas, etc, e que nesse tipo de caso os custos só são suportados por outros por que haveria "bizarrice", em suas palavras, de uma saúde bancada de alguma forma com dinheiro público. Nesses tipos também a autonomia individual é soberana e a externalidade não poderia ser interpretada como no caso dos CFCs. É um bom ponto, e me fez refletir e espero escrever a respeito.
Não, colega, sem querer ser complacente, refine um pouco a sua interpretação. No seu entendimento, ser esquerdista é algo não meritório, não concorda? Assim como ser fascista, por exemplo. Logo, as pessoas não gostam de se colocar em posições não meritórias aos olhos dos outros, pois sempre possuem justificativas para determinados atos. Apenas isso.
Barbaridade, sério que você lê os meus textos? O que mais faço aqui é ouvir argumentos contrários, procurar entendê-los, respondê-los, e quem sabe melhorar o meu entendimento sobre o nosso complexo mundo e as nossas complexas relações. Logo, sem qualquer sentido o seu "se não concorda comigo, é fascista". Você que está fazendo isso com o seu comentário, e nem se deu conta.
Um abraço
"(...)diga-me o que o completo respeito à propriedade privada serviria para minorar ou extinguir as externalidades aqui relatadas?"
ExcluirSe esta externalidade atinge a minha propriedade privada, eu tenho direito a pedir indenizações (claro, devem ser levadas em consideração diversas variáveis, como contratos, temporalidade, etc). Deste modo, te volto a pergunta: como o estado consegue minorar ou extinguir esse problema?
"No seu entendimento, ser esquerdista é algo não meritório, não concorda? "
Eu entendi o seu ponto, Soul, mas sua comparação não faz sentido. Independente do que EU acho, ninguém deveria não gostar de "se colocar em posições não meritórias" se realmente achasse que está correto. Por exemplo, se você me chama de racista, é irrelevante pra mim saber o que você entende por ser "racista". Se eu, com meu entendimento (que pode ser diferente do seu, obvio), achar que sou racista, não terei o problema de falar. A não ser que eu saiba que ser racista é algo errado/imoral/ilegal.
“Barbaridade, sério que você lê os meus textos?”
Leio sim, tanto é que já discuti diversas vezes contigo por aqui. Disse isso se estivesse provocando, o que entendi não ser o caso.
Contudo, não que seja o seu caso, mas tenho alguns amigos “ultra esquerdistas” que parecem ser bastante abertos a ideias novas, mas conhecendo-os melhor percebe-se que é apenas um casco, pois nunca os vi mudando de opinião para nada. Logo, como não te conheço, não consigo afirmar apenas pelos seus textos.
Mas já falei, não foi uma acusação, foi uma suposição.
Abs
Olá, novamente colega.
ExcluirPor meio de um tratado internacional se corrigiu o problema, por meio da coordenação de Estados que se convenceram (Os Estados não, pois são seres abstratos, mas suas populações) que a evidência científica era forte demais para ser ignorada. Com todo o respeito, creio ser difícil neste caso real humano sairmos com alguma solução pela ótica Estado x propriedade privada total. Como dito, poderemos discutir se custos de saúde são externalizados por causa da existência de saúde pública, bom debate, porém nesses casos onde os efeitos são quase que em escala global e sem um afetado facilmente identificado (como é o caso de muitas externalidades ambientais), eu creio que o mind set é outro, colega.
Sim. Muitas pessoas tem a consciência de que ser racista seria algo moralmente reprovável, mas algumas não se veem como racistas, mesmo tendo atitudes racistas. Sobre esquerdista, etc, o simples fato é que leitores de finanças costumam se identificar com o termo ``direita``. Tenho plena consciência que o grosso das pessoas que aqui leem se caracterizam assim, por isso adoto textos mais provocativos. Se outro tipo de plateia estiver me escutando ou lendo, usarei outros tipos de provocação (como para uma plateia de ``esquerda``).
Eu sinceramente não me importo como pessoas me classificam. O que às vezes me cansa é ficar só ``ah, esquerdista, ah, comunista``. Se alguém quer me chamar do que for, mas estiver disposto a debater ideias, eu não me importo.
Bom, eu creio estar evoluindo a todo instante, em muitas áreas. Mais especificamente em assuntos relacionados a política e economia creio ter refletido muito sobre aspectos que não imaginava, e isso, inclusive já fiz artigo sobre isso, a formas de pensar de economistas e pensadores tidos como mais ``conservadores``.
No mais, não lembrava do seu nome em comentários. Peço desculpa por isso. Agradeço a sua leitura dos meus textos.
Um abraço!
" A externalização dos custos está presente em quase tudo."
ResponderExcluirvocê tem estatísticas que comprovem essa afirmação? Pode apontar fatos que comprovem inequivocamente o que foi dito?
"Os grandes custos estão sendo todos externalizados para as gerações vindouras, num comportamento completamente antiético das gerações presentes para aqueles que não nasceram.
"
Por outro lado as gerações futuras herdarão uma quantidade de conhecimento e conforto material maior do que esta e outras gerações, concorda?
Olá, colega. Quase, pelo menos nos últimos 300-400 anos, todas as gerações tem deixado um mundo melhor para as gerações futuras (na forma de mais conhecimento e qualidade de vida para as gerações vindouras).
ExcluirNós não podemos dizer isso. Não podemos afirmar isso. Aliás, é bem possível que vamos deixar um mundo muito mais pobre em termos de diversidade biológica para as próximas gerações. E isso, no meu entendimento, é uma postura antiética por parte da nossa geração.
Não, não teria. Talvez tenha sido uma afirmação forte em demasia. Talvez fosse mais apropriado ter construído a fase de que há uma enorme externalização de custos quando se trata de danos ao meio-ambiente. Neste seara os exemplos abundam.
Agora, se eu quisesse socorrer a minha frase, teria que dizer que os nossos consumos mais elementares talvez gerem custos em outras áreas. A alimentação apressada e pouco nutritiva, os hábitos que levam ao sedentarismo, etc, etc. Não deixam de ser efeitos externos: o hábito de assistir TV pode estar ligado com o sedentarismo que por sua vez está ligado ao aumento de uma série de doenças. Logo, assistir TV de forma prolongada gera um efeito externo (externo ao ato de assistir TV) de aumento de doenças. Se pensarmos nesse sentido, sim, há externalidades negativas evidentes no nosso dia a dia em quase tudo. Porém, muitos colegas nos comentários acima não se sentiram confortáveis com esse tipo de raciocínio.
Abs
Sei que não é o tema do post mas adoraria um post seu falando de siria, Rússia, EUA, ética das armas químicas e principalmente da análise do papel da Turquia na região como fiel da balança para o equilíbrio geopolítico da região
ResponderExcluirAbraço
Olá, colega.
ExcluirPosso dar a minha opinião, mas não espere algo extremamente bem fundamentado, pois acho que o problema lá é para lá de complexo.
Um abs
Achei bem bizarra toda essa discussão. Tendo em vista que não há menção, no texto, sobre o player causador dessa situação como tal. A variável mais importante sumiu da equação.
ResponderExcluirPelo menos viajei com vocês. Foi legal.
Legal, colega.
ExcluirAbs!
Olá, Soul.
ResponderExcluirPrimeiramente, parabéns pela postura em relação aos que não conseguem manter o tom respeitoso.
Agora vamos ao texto... Corrija-me se estiver enganado, mas a impressão que ele me passou é que a chamada "externalização dos custos" é apenas uma sofisticação de algo bastante intuitivo: neste caso, o fato de que qualquer atividade sempre gera algum efeito colateral ruim àqueles próximos. Exemplos:
Carros nos ajudam a chegar a mais rápidos nos locais, mas pioram a qualidade do ar, o que afeta a todos.
Celulares são bem convenientes, mas as baterias não podem ser descartadas de qualquer maneira, o que demanda um aparato extra. Aliás, lixo (eletrônico ou não) é, de uma maneira geral, um grande exemplo, como no caso citado do texto.
Hidrelétricas fornecem a chamada "energia limpa", mas as que possuem reservatórios (grandes, principalmente) afetaram bastante os locais nos quais foram instaladas.
A liberação do porte de arma para a população pode até melhorar os índices de segurança, mas inevitavelmente todos estarão sujeitos a um risco maior de mau uso (tiros acidentais, mortes em discussões inúteis etc.).
Enfim, como ninguém vive em uma bolha, tudo que alguém faz ou deixa de fazer naturalmente impacta negativamente a sociedade de alguma forma. É algo intrínseco à nossa própria existência.
Não sou fã de conservadores porque sempre tentam forçar preceitos das religiões e dos deuses nos quais eles acreditam nos outros; mas se o autor em questão é sensato, talvez valha a pena uma conferida.
Olá, Leonardo.
ExcluirNa verdade, uma atividade pode gerar efeitos negativos ou positivos externos à finalidade principal do ato.
O exemplo do celular é bom. O custo do descarte deve ser imputado às empresas, ao governo ou aos consumidores? É um custo que não seria tão externo assim, mas é um custo que até pouco tempo atrás era externalizado, e não se discutia muito isso.
É verdade, Leonardo, por isso esse é um tema espinhoso, alguns pensam que é intratável do ponto de vista conceitual. Porém, há externalidades e externalidades. Algumas mais diretas e outras mais de difícil classificação.
Porém, apesar dessa dificuldade, apesar talvez de ser algo "intrínseco" à nossa existência, eu creio ser um assunto de extrema importância para a que as pessoas, políticos, empresas, reflitam a respeito, e se justo ou racional for, alguma medida seja tomada, como talvez a internalização de alguns custos.
Um abraço!
Tudo a ver com as ideias do post e do autor do blog:
ResponderExcluirSe você não sabe quem trocou a TV Colosso pela Fatima Bernardes, aqui vai uma dica.
Ana Lucia de Mattos Barretto Villela, R$ 5 bilhões de patrimônio segundo a Forbes, fundou em 1994 o Instituto Alana, ONG que trava uma jihad contra a publicidade infantil. Seu marido é o CEO da organização.
A fortuna de Ana Lucia é fruto da herança recebida por ser bisneta do fundador do Itaú. Ela tem 42 anos e é a mais jovem bilionária do país. Desconheço se ela tem problemas com propaganda de bancos, como do seu Itaú, mas o Kinder Ovo e o Danoninho são alguns dos alvos da atuação da sua ONG.
Depois de muito tempo, energia e dinheiro investidos, a publicidade infantil foi praticamente banida do país. São tantas restrições e regulações que o mercado de propaganda de produtos para crianças é uma mera sombra do que já foi. E com ela a programação matinal para crianças em TV aberta, com raras exceções como os desenhos do SBT.
Em 2014, a Maurício de Sousa Produções (MSP), da Turma da Mônica, divulgou um levantamento feito pela GO Associados. O estudo dizia que o mercado de produtos infantis gerava R$ 51,4 bilhões no Brasil por ano, mais de R$ 10 bilhões em salários e quase R$ 3 bilhões em impostos. Com as proibições e constrangimentos criados para a propaganda infantil, o Brasil perderia R$ 33,3 bilhões em produção, R$ 6,4 bilhões em salários e R$ 2,2 bilhões em impostos.
No mundo real, longe das boas intenções dos discursos preparados pelas mais caras empresas de relações públicas e advocacy, a perseguição ao Kinder Ovo e ao McLanche Feliz representaram um desastre econômico e também cultural. Sem propaganda infantil, não há programação infantil.
O ataque à publicidade infantil é também a porta de entrada para que o conteúdo destinado a crianças fosse substituído pelo lixo ideológico de Fatima Bernardes e afins. Enquanto as gerações anteriores de crianças viam desenhos animados na TV aberta, hoje assistem doutrinação sobre mudança de sexo para menores de cinco anos.
O problema não afeta diretamente os clientes de TV por assinatura que podem trocar Fatima Bernardes pelo Cartoon Network ou Discovery Kids, mas quem só tem TV aberta vai ter que se contentar com seus filhos tendo aula de funk ou aprendendo a trocar de sexo.
Melhorar o mundo passa por esquecer os discursos encomendados, as palavras fáceis, os apelos emocionais, e buscar compreender o que acontece na prática quando se ataca um setor produtivo da economia por motivos meramente ideológicos.
Os bilionários continuarão educando seus filhos em escolas estrangeiras e oferecendo tudo que o dinheiro pode comprar. Já os filhos do resto da população vão sendo educados pela Fatima Bernardes mesmo.
- Ana Lucia de Mattos Barretto Villela (Forbes) http://bit.ly/2o4zJAE
- Proibir propaganda para crianças seria "burrice", diz Mauricio de Sousa http://bit.ly/2o4G4ft
- "Disforia de gênero é um problema psicológico, mas programa de Fátima Bernardes quer tratar como escolha de crianças de 3 anos" http://bit.ly/2o4G3Z4
O tema é interessante, colega. Sua mensagem também.
ExcluirEu creio que propaganda infantil um tema bem sensível. Não creio que possa ser refletido da mesma forma que eventuais outras propagandas.
Se você está falando especificamente de propaganda de alimentos para crianças, não pode ignorar os diversos problemas de saúde que estão assolando principalmente crianças de classes mais baixas, que infelizmente baseiam muita da sua dieta em comida de nenhum valor nutricional.
Um documentário interessante é ``Para muito além do Peso``.
É um problema que nós enquanto sociedade temos que enfrentar. Negar que propagandas direcionadas a crianças tem a sua parcela de responsabilidade nos diversos problemas relacionados a má-alimentação não ser condizente com a realidade.
E qual, apenas para eu entender, seria a sua proposta? Não existir qualquer forma de regulação para propaganda infantil? Pode-se, usando os mais variados "truques" de neuromarketing fazer qualquer tipo de propaganda?
Abs
Pode. Qualquer uma. Qualquer regulação é ruim nesse caso. E não sou um adepto da regulação zero noutros temas.
ExcluirO texto é do Alexandre Borges. Nos comentários, um leitor compartilhou que quando pedia algo para o pai, já ouvia um sonoro não, antes de terminar o pedido. Várias curtidas. As pessoas se identificaram. Crianças não têm como dar a vazão a seus desejos, já que não possuem renda. Se os pais não conseguem dizer não aos filhos, não conseguem educá-los quanto à propaganda, sequer deveriam ter filhos.
Penso que esse é um precedente horrível que abrimos como sociedade. Abçs
Olá, colega.
ExcluirNão há dúvidas que os pais são responsáveis pela educação dos seus filhos.
Agora não sei se concordo se as crianças não tem como dar vazão aos seus desejos. Veja, aqui não estou querendo eximir a responsabilidade dos pais, mas o fato concreto é que as crianças estão sim dando vazão aos seus desejos nos dias de hoje. Estamos, ao menos no ocidente, passando por profundas transformações nas famílias, bem como as crianças são educadas e criadas, e temos que colocar isso na balança, em minha opinião.
A obesidade infantil, diabetes, diversas doenças que não eram diagnosticadas em crianças e adolescentes (mas hoje o são) seriam responsabilidade apenas de pais irresponsáveis que não souberam dizer Não aos seus filhos?
Eu sei que esse é o argumento utilizado, o mais forte deles, mas eu creio que ele contrasta um pouco com a realidade e complexidade do problema.
Eu, respeitando opiniões diversas, não creio acertado o marketing sem qualquer tipo de limite destinado a crianças quando se trata de alimentação, por exemplo. Principalmente, porque são alimentos que sabemos que são prejudiciais no curto, médio e longo prazo para as crianças.
As crianças hoje em dia são expostas a televisão, ou eletrônicos, em idades cada vez menores. Não é incomum bebês de menos de um ano com tablets, será, e falo do ponto de vista científico, que sabemos bem o que pode acontecer com crianças expostas a determinados tipos de propaganda em tão tenra idade?
Os pais podem impedir? Em idades menores, podem. Estão fazendo? Não é o que vejo acontecendo.
Abs
Oi amigo, tudo bem? Primeiro, gostaria de agradecer pelo trabalho do seu blog, estou começando e o material que vi aqui tá ajudando muito.
ResponderExcluirPode me tirar uma dúvida?
Sei que pode não ser o lugar certo, mas queria uma ajuda sua:
Eu tava tentando entender o que ocorre quando o dólar dispara (ou cai) em relação ao real nas empresas.
Por exemplo, digamos que compro empresa XYZ3 e que essa empresa tenha bastante dependência de dólar por ter 80% de suas vendas ao mercado externo e também seja vendida na corretora americana.
Essa empresa XYZ3 está 9 reais aqui e U$3,00 lá na corretora, supondo um dólar a R$3,00...
1 - Se o dólar valoriza e vai a R$ 4,00, o que acontece com o preço da ação no Brasil? Vai a R$ 12 e permanece U$ 3,00 lá fora ou permanece 9 reais aqui e baixa o valor em dólar lá pra equalizar?
2 - Comprar ação atrelada ao mercado externo pode ser uma forma de se proteger da desvalorização do real ou eu seria muito mais "feliz" simplesmente comprando IVVB11 que num caso desses de suba da moeda estrangeira, valorizaria bastante ou melhor, não desvalorizaria?
3 - Ou no caso de proteção ao dólar seria mais simples comprar um fundo cambial desses do BB ou dólar na mão mesmo, ou ainda ficar rolando contratos de mini dólar (se é que tem a ver?
Enfim, me dá uma luz aí, estou começando e queria entender esses mecanismos, bem como ter uma certa proteção da carteira, a impressão que fico é que toda vez que vai trocar presidente aqui a gente passa um risco danado de virar uma Venzeuela, e sinceramente queria algo muito tranquilo pro meu suado dindin.
Olá, colega.
Excluir1- Boa pergunta. Não posso responder com certeza, pois nunca pesquisei a respeito e nunca nem pensei a respeito também. Porém, creio que deve haver sim uma identidade entre os preços das cotações e dos câmbios. Se não, ia ser fácil fazer arbitragem. Talvez possa existir algumas diferenças, mas não tão grandes, o que talvez faça que não seja lucrativo explorar pelos custos envolvidos.
2 - Comprar ações com receita em dólar é uma forma de tentar se proteger, porém comprar um IVVB11 é uma proteção muito mais direta.
3 - Quando se compra um ETF do mercado acionário americano como o IVVB11 você tem duas componentes: câmbio e a própria dinâmica do mercado americano. Pode o câmbio desvalorizar (bom se você investiu) e o mercado americano cair (ruim se você investiu).
Sendo assim, se a sua função é unicamente proteção, faz mais sentido fundos cambiais (mas eu olhei alguns do BB e vi que eles possuem alocações grandes em títulos públicos federais brasileiros) ou compra de dólar. Ou simplesmente, abrir uma conta no exterior, enviar reais, converter em dólar, e deixar aplicado em alguma conta remunerada no exterior.
Porém, o melhor mesmo, é investir lá fora em ativos que possam gerar renda e crescimento.
Espero que possa ter ajudado.
Abs
Muito obrigado, eu estava querendo "escapar" de investir fora devido as taxas de envio e etc, mas vai ser o melhor caminho mesmo, obrigado!
ResponderExcluir