terça-feira, 1 de dezembro de 2015

UMA ANÁLISE MAIS DETIDA SOBRE A DECISÃO DA CVM EM RELAÇÃO AO BLOG "O PEQUENO INVESTIDOR"

Olá, colegas. Iria escrever sobre refugiados nesse artigo, mas resolvi mudar o tema. Como tenho um certo tempo aqui no aeroporto, gostaria de abordar a decisão da CVM de suspender o blog bem conhecido na blogosfera financeira do “Pequeno Investidor”, pois creio que a questão é relevante. Iria escrever dois artigos, mas resolvi ser um pouco mais sintético e fazer apenas um. Irei abordar o tema por tópicos. Já aviso que o artigo terá muitas folhas, pois é difícil elaborar um raciocínio claro sobre o tema sem fazer uma breve digressão sobre diversos outros tópicos.

obs: O artigo está pronto há dias. Entretanto, fui a um parque nacional remoto em Bornéu e não havia internet por lá. Estou publicando esse texto  na cidade de Kota Kinabalu capital da província de Sabah. Escrevi vários artigos sobre Bornéu e um sobre a minha não ida a Brunei  e devo ir publicando aos poucos.

DEVE O ESTADO REGULAR PROFISSÕES E ATIVIDADES?

  Sempre parto da premissa de que se não entendemos os fundamentos, fica difícil discutir questões mais complexas. A primeira questão, base para tudo mais, é se o Estado deve ou não regular profissões e atividades. Aqui, remeto ao site do Instituto Mises Brasil. Há muitos artigos interessantes lá sobre regulação. Admito que me fizeram mudar de opinião sobre muitos aspectos. A linha central de argumentação do portal da internet em questão é que regulação do Estado apenas ajuda determinados grupos de interesse econômico, e não a sociedade como um todo. Eu creio que é um ótimo ponto, apesar de ter alguns pontos de discordância.

   Eu viajei 27 mil Km de carro na Austrália e Nova Zelândia. Fui ver no mapa, com essa distância percorrida poderia ir de Ushuaia (lindíssima cidade no extremo sul do nosso continente) até o Alasca e ainda sobraria alguns milhares  de quilômetros. Em toda essa enormidade percorrida, tive que colocar milhares de litros de gasolina. Eu e minha companheira o fizemos diretamente. Não há pessoas abastecendo o carro nos postos de gasolina nestes dois países. No Brasil, isso não ocorre, pois há uma lei que proíbe essa prática. Faz sentido essa regulamentação? Não, em meu ponto de vista. Isso apenas  faz os custos de um posto de gasolina maiores e tem como consequência com que não se invista em automação dos postos de gasolinas, o que de certa maneira faz com que o avanço tecnológico seja mais lento no país. Parece evidente que é uma regulamentação que atrapalha a vida da maioria das pessoas e protege os interesses de algum grupo bem restrito na sociedade.

  Jornalismo, por exemplo. Grandes jornalistas não foram para universidade de jornalismo. E precisa? Agora para escrever um texto preciso ter ido para uma faculdade? Não faz sentido, e parece uma reserva de mercado que simplesmente tem o condão de restringir a liberdade das pessoas sem qualquer grande justificativa. Assim como o caso de postos de gasolina e jornalistas, há diversas outras regulações de profissões e serviços que não fazem sentido, se entendermos que a função de uma regulamentação é melhorar a vida da maioria das pessoas numa determinada sociedade. Nisso, concordo plenamente com a linha editorial do Instituto Mises. 

  Entretanto,  não estou convencido que podemos ter uma completa desregulamentação em algumas profissões. Quando falo de profissões penso principalmente em médicos e engenheiros. Também não consigo imaginar uma atividade como uso de energia nuclear sem qualquer tipo de regulação estatal.  Portanto, como o escopo desse artigo não é tratar esse tema de forma profunda, e nem condições eu teria para isso, vou partir do meu pressuposto pessoal que a regulação Estatal sobre profissões e atividades deve ser a exceção, não a regra, partindo da premissa que deve haver uma clara e coerente justificativa para se limitar a liberdade das pessoas, pois qualquer regulamentação é sim uma restrição à liberdade individual. Se eu quero exercer a medicina, mas preciso ter ido a uma faculdade de medicina por determinação legal, claro está que minha liberdade foi diminuída. Porém, essa diminuição da liberdade individual em casos específicos talvez não seja necessariamente algo ruim, podendo até mesmo ser algo positivo para um melhor convívio em sociedade.


RÓTULOS DE CERTIFICAÇÃO


   Colegas, há um livro muito interessante chamado “Darwin vai às compras”.  É muito interessante mesmo. Como o artigo não será tão extenso, não vou entrar em muitos detalhes do livro, mas apenas num. Produtos, marcas, diplomas universitários, nada mais são do que símbolos de identificação individual numa coletividade. Uma bolsa original Chanel mostra que se tem dinheiro para outras pessoas.  Uma Ferrari demonstra sucesso financeiro e poder por parte do proprietário.  São símbolos reluzentes para a nossa sociedade, como vestir um colar cheio de caveiras de inimigos o era para algumas sociedades do passado. Não preciso dizer que a publicidade explora ao máximo esses símbolos de reconhecimento, já que o ser humano, algo que pode ser minorado por processos reflexivos,  quer ao máximo ser reconhecido dentro do grupo a qual pertence.

                                    Um livro excepcional!


Isso pode soar natural para os leitores. Entretanto, algo que não é tão intuitivo é o mesmo raciocínio aplicado a instituições educacionais ou entes qualificadores. Um diploma de Harvard de economia, como símbolo geralmente aceito,  mostra-se que  o detentor é inteligente e competente. Porém, um formado de Harvard em economia pode ter uma boa opinião sobre o mercado de capitais? Claro que pode. Ele necessariamente terá? Claro que não. Isso é apenas uma subvariante do argumento de autoridade, nada mais do que isso. Sempre chamou a minha atenção como as pessoas são facilmente impressionáveis com esses símbolos de identificação.

  Eu nunca me impressionei com títulos de doutor, universidades famosas, ou seja lá mais o que for. Lembro do meu mestre de capoeira que quando eu era adolescente me disse que “ o cordão branco - de mestre - serve apenas para segurar a calça”. Isso, apesar da simplicidade da frase, foi e é de uma grande sabedoria. Meu pai sempre disse coisas nesse sentido também. É evidente que para se chegar a mestre de capoeira, pressupõe-se que o indivíduo tenha bastante conhecimento sobre a prática, mas no final o cordão branco, o símbolo que identifica um mestre de capoeira,  serve apenas para fazer que a calça não caia, ou seja, o que importa é o real conhecimento do mestre de capoeira, e não o título exterior da sua condição de mestre, nesse caso o cordão branco.

  Logo, pressupõe-se que alguém com mestrado em Harvard em economia tenha conhecimentos sobre economia, mas obviamente num argumento econômico não se pode dizer “ah, um mestre em economia de Harvard disse isso, contrário ao seu argumento, logo você não tem razão”. Isso é um argumento fajuto e uma postura intelectual medíocre. Se alguém dedicou tempo numa universidade de ponta a estudar algum assunto humano, parece-me claro que essa pessoa terá inúmeros argumentos objetivos e racionais numa discussão sobre essa área de conhecimento. Não é necessário argumento de autoridade. Agora, se um “leigo" em economia tiver opiniões melhores do que alguém com mestrado em Harvard sobre algum ponto econômico, ao invés de se usar argumento de autoridade, que nesse caso parece mais uma “reserva de mercado intelectual”,  deveríamos ficar impressionados com o fato. Se um não-físico fala de física de forma melhor do que uma pessoa formada em física, isso só pode representar que a pessoa que não fez física é muito boa mesmo no assunto, pois sem formação formal, ainda consegue um entendimento melhor da matéria, o que demonstra uma competência muito maior.

   Uma vez disse a colegas de profissão, havia um membro do MP estadual também presente, que  eu não achava necessário ter diploma de direito para ingressar na nossa carreira. Na ocasião, o presidente de uma Associação Nacional ficou pasmo, assim como meus colegas. Apenas argumentei: “ora, se alguém que não fez faculdade de direito consegue passar num concurso para Juiz, Promotor, Procurador, Delegado, isso apenas mostra que essa pessoa é extremamente competente”. Houve uma reprovação geral a minha fala ( estou muito acostumado a estar nesse tipo de situação, e às vezes eu gosto, pois faz com que eu apure ainda mais minha capacidade argumentativa), mas não me deram nenhum elemento objetivo, a não ser argumentos como reserva de mercado e a necessidade de regulação, porém nenhum me disse porque é necessário a regulação, ou seja a necessidade de curso superior em direito, para esse caso.

   Eu tenho uma profunda admiração por pessoas que conseguem entender de um assunto por esforço próprio. Ora, se alguém quiser mesmo entender de direito, inclusive a sua parte técnica, não há nada que ela não possa encontrar em livros e em precedentes jurisprudenciais. Aliás, se as pessoas no curso de direito ficassem lendo em casa, ao invés de ir em aulas, tenho certeza que saberiam muito mais, e um exame ridiculamente fácil como o da OAB não teria índices de reprovação de 80-90%.


   Portanto, OAB, Harvard, certificação da CVM, etc, etc, são apenas rótulos de identificação que não necessariamente significam que o símbolo exteriorizado é compatível com a ideia que as pessoas tem desse mesmo símbolo. 


AGÊNCIA REGULADORAS NÃO FAZEM PARTE DO JUDICIÁRIO


  Aqui começo a tratar mais especificamente do caso do blogueiro em questão. Uma agência como a CVM não faz parte do Judiciário. No Brasil, apenas o Judiciário exerce jurisdição, ou seja a capacidade de dizer qual é o direito aplicável num conflito. A CVM pode multar, mas ela não pode expropriar bens para o pagamento dessas multas. Só o Judiciário pode fazer isso. Logo, se a CVM aplica uma multa isso não quer dizer que ela é devida, e muito menos que essa multa um dia será efetivamente cobrada. Quem pode dizer e fazer é o Judiciário e apenas ele. Até mesmo se as pessoas não quiserem resolver os seus problemas no Judiciário e conciliarem ou  escolherem um arbitrador, caso não haja cumprimento do acordado, apenas o Judiciário tem força para executar  o acordo extra-judicial.

   Logo, não podemos confundir “alhos com bugalhos”, agências reguladoras podem regular determinadas atividades, e podem exercer algum poder de polícia, mas elas não podem fazer atos que são tipicamente judiciais. A existência de agências reguladoras, que é uma espécie de Autarquia como o INSS, por exemplo, se dá única e exclusivamente para regular o funcionamento de alguma atividade tida como essencial. Assim, para toda a atividade envolvendo a cadeia de energia elétrica tem-se a ANEEL. Para regular o funcionamento de transporte via terrestres tem a ANTT. Até para regular o cinema o Brasil possui uma agência e se chama ANCINE. Há muitas agências reguladoras no Brasil, e tenho sérias dúvidas se precisamos de tantas, ainda mais para regular um assunto como artes cinematográficas.

   Porém, que fique claro, agências reguladoras não possuem poder jurisdicional, qualquer ato de uma agência pode ser questionado no Judiciário.


INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGULAMENTOS, RESOLUÇÕES NÃO SÃO LEIS E NÃO PODEM CRIAR DEVERES

   Colega, o subtítulo é claro, não vou repetir a mesma frase aqui. E por qual motivo isso ocorre? Porque vivemos num Estado de Direito, e gosto de pensar que nos encaminhamos para viver num verdadeiro Estado Democrático de Direito. Quando se vive nesse arranjo político, se parte da ideia de que apenas o legislativo, por meio de representantes eleitos pela própria população, podem restringir os direitos das pessoas. Esse princípio está insculpido em nossa Constituição Federal no Art.5, II, onde diz que:

 "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;"

   Esse é um dos princípios mais importantes que se encontra em nossa Lei Maior.  O Estado não pode criar deveres ou restrições por meio de atos emanados do Executivo (a não ser no caso de medidas provisórias, um instituto que foi completamente distorcido no Brasil). Não há a figura do Decreto Autônomo do Brasil, um decreto, uma resolução, instrução só podem ser existir para dar operacionalização a uma lei, eles não podem criar deveres. Pensem, prezados leitores, numa resolução da CVM como uma espécie de derivativo de alguma Lei, ou seja sem a Lei não pode existir a espécie derivada, no caso a resolução.


O MERCADO DE CAPITAIS DEVE SER REGULADO?

    Em minha opinião, sim. Deve existir alguma forma de regulação no mercado de capitais. É o que ocorre em todo mundo, e o Brasil evidentemente não deve tentar inventar a roda. Mesmo numa questão mais conceitual, creio que nas sociedades modernas o mercado de capitais tornou-se tão vital e importante, que alguma forma de regulação para previnir fraudes deve existir, e não podemos ser inocentes e achar que é impossível que elas ocorram quando há tanto dinheiro e instituições com elevado poderio econômico. Se deve haver muita ou pouca regulação nesse mercado específico, eu não sei e provavelmente não tenho  expertise e competência para falar objetivamente qual deve ser o tipo de regulação. Porém, alguma regulação mínima deve existir. 

   Portanto, o mercado de capitais é um ramo de atividade onde a regulação do Estado se faz importante, logo faz sentido a existência de uma agência como a CVM - Comissão de Valores Mobiliários para cumprir tal desiderato. Aqui, faço uma reflexão e mea culpa. Realmente, para se falar sobre um jogo, é imprescindível que se compreenda bem as regras do jogo.  Logo, para se falar de investimentos, é importante que se conheça as eventuais regulações do mercado. Evidentemente, não para ser uma especialista na parte jurídica, mas para ao menos se ter uma ideia das vedações que a legislação impõe. Reparo que esse fato é quase que ignorado pelos livros nacionais sobre o assunto e por toda blogosfera financeira (o blog pensamentos financeiros incluso). Se eu estivesse no Brasil e com acesso de internet rápido, eu baixaria as principais normativas sobre o tema para ter uma melhor compreensão.


A ATIVIDADE DE ANALISTA DO MERCADO DE CAPITAIS DEVE SER REGULADA?


   Se o mercado de capitais deve ser regulado isso implica necessariamente que a atividade de analista de valores mobiliários deve ser regulada? Deve o Estado dizer quem pode ou não analisar ativos mobiliários? Deve o Estado exigir alguma espécie de certificação para que essa atividade seja legalmente exercida?

   Eu, com a devida vênia de quem pode pensar contrariamente, tenho sérias dúvidas de que o Estado deveria se imiscuir nesse assunto. Veja, uma coisa é a Lei, ou seja a regulação Estatal, tentar evitar situações de conflito de interesse, fraudes ou atitudes que podem potencialmente lesar dezenas de milhares de pequenos investidores. Outra coisa muito diferente é exigir que alguma pessoa tenha que passar por um processo de certificação estatal para emitir opinião sobre valores mobiliários. É muito diferente, em minha opinião, o ato de realizar uma cirurgia cardíaca numa criança de dois anos (daí talvez a necessidade de haver regulação estatal para a profissão de médico) de analisar uma empresa em bolsa, ou a emissão de uma Debênture da Vale do Rio Doce, por exemplo.

   É preciso deixar claro que qualquer regulação do Estado sobre atividades e profissões será um cerceamento da liberdade. No caso específico de uma analista de valores mobiliários, um cerceamento à liberdade de livre expressão. Nenhum direito, talvez apenas a dignidade da pessoa humana, pode ser absoluto. Eu não acredito em direitos absolutos.  Nem mesmo o  direito à vida, já que uma pessoa pode ser legalmente morta se ameaçar a vida de uma outra pessoa e for essa a única forma de auto-defesa. O direito de liberdade de expressão não pode ser absoluto. Porém, é preciso ter motivos e razões muito fortes para que o direito fundamental de se expressar possa ser tolhido em algumas ocasiões. Veja, o tolhimento desse direito deve ser a exceção, e é necessário ter uma bela justificativa para tanto.  Eu não vejo essa justificativa no caso em análise.

   Obviamente, esse é um juízo de valor meu, não um juízo de fato, logo não posso afirmar que eu estou sem sombras de dúvida correto e outras opiniões não tem qualquer valor. Porém, é o que acredito ser mais correto com o direito de liberdade de expressão previsto em nossa Constituição. Seria uma regulação desse tipo  inconstitucional ou apenas  uma opção equivocada do Estado? Eu não saberia dizer, e estaria aqui numa linha tênue argumentativa. É por isso, colegas, que o direito está longe de ser um conhecimento humano sem diversas interpretações, e não possui nenhum caráter científico. Eu sempre acho engraçado quando vejo profissionais da área falando “Ciência Jurídica”. Não há nada de científico no direito, e na minha opinião nem em economia. Em assuntos como esses, geralmente há diversas opiniões no mínimo defensáveis.


O QUE DIZ A LESGISLAÇÃO (LEI 6385-76)

  A lei que regula o mercado de valores mobiliários no Brasil, e que criou a Comissão de Valores Mobiliários - CVM,  é a de número 6385 de 1976  sancionada em plena ditadura militar pelo Presidente Geisel. Essa é a lei no qual qualquer regulamento ou instrução da CVM deverá se basear. Eu já tive a oportunidade de trabalhar junto à CVM, mas não me interessei na época (teria me interessado se tivesse sido lá por 2005-2006), pois teria que mudar para Brasília, e eu já estava num momento da minha vida onde estava refletindo muito sobre dinheiro, poder, felicidade, tempo livre, satisfação, etc, todos os temas que procuro abordar por aqui. Tenho certeza que se lá atuasse, sairia com expertise mais do que suficiente para atuar num nicho bem específico e bem pago de advocacia, caso optasse por seguir na iniciativa privada. Como não fui para lá, eu não conheço absolutamente nada da matéria, e antes de preparar esse artigo, nem a lei básica sobre a matéria eu tinha lido. Entretanto, pelo meu conhecimento, a CVM é uma das autarquias mais técnicas que existem no país. 

    Deixo aqui claro que não sou especialista na matéria, e apenas olhei rapidamente o conteúdo da mesma. Não tenho tempo, nem acesso a internet de qualidade, para esmiuçar jurisprudência e artigos doutrinários sobre o tema. Talvez o fizesse, acaso não estivesse viajando. Portanto, os próximos parágrafos são apontamentos dos mais básicos possíveis. 

    Começo pelo quase final da lei, a parte onde a mesma institui crimes (sim, apenas lei pode instituir crimes, chama-se princípio da legalidade em direito penal) e foi o artigo citado nos outros dois blogs (Di Finance e Economicamente Incorreto) que abordaram o tema:

   "Art. 27-E. Atuar, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, como instituição integrante do sistema de distribuição, administrador de carteira coletiva ou individual, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários, agente fiduciário ou exercer qualquer cargo, profissão, atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado junto à autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento:

        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.  (todos os grifos são meus)"


  Para entender a extensão desse artigo de lei, e os conceitos por ele citados (grifados por mim), é imprescindível olhar outras partes da lei, é o que irei fazer a partir de agora.

    A lei em seu primeiro artigo declara que:

“Art. 1o Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades
I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;         
II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;         
III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos; 
IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; 
V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de valores
VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; 
VII - a auditoria das companhias abertas; 
VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. “
  
Percebe-se que o escopo da lei é a regulação do mercado mobiliário, os seus intermediários, administradores e analistas. Assim, faz-se necessário saber o que são valores mobiliários para a lei, e isso é definido no artigo segundo:

"Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: 
        I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
        II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II; 
        III - os certificados de depósito de valores mobiliários; 
        IV - as cédulas de debêntures; (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)
        V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
        VI - as notas comerciais; 
        VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; 
        VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e 
        IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.

§ 1o Excluem-se do regime desta Lei:
        I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; 
        II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures.”


   Sendo assim, ao contrário do que algumas pessoas pensam, o mercado de renda fixa também pode se constituir um valor mobiliário quando as empresas se endividam via debêntures. A Lei exclui expressamente os títulos públicos do escopo da lei. Assim, aparentemente analisar uma debênture da Vale do Rio Doce faz a pessoa se sujeitar aos ditames da lei em comento. Comentar uma Letra do Tesouro Nacional não. Para mim, pelo menos numa primeira análise, não faz muito sentido. Ambos são instrumentos de dívida, e há possibilidade de calote em ambos, com o agravante de que numa debênture a pessoa sabe do risco, e quando empresta para o governo nem sempre.

  A Lei então discorre sobre a criação da CVM, suas atribuições, sua estrutura orgânica e muitos outros detalhes. Nos artigos nove e onze, a Lei fala sobre a fiscalização e apenamento de eventuais descumprimentos. Dos artigos 12 até vigésimo segundo, a lei trata sobre os agentes que distribuem, emitem, e intermediam valores mobiliários. O assunto é interessante, mas não é pertinente para a análise do caso em questão.

  O artigo 23 trata da administração de carteiras. Importante ressaltar que a Lei diferencia o administrador de carteiras do analista de valores mobiliários. Esse é o teor do dispositivo:

"Art . 23. O exercício profissional da administração de carteiras de valores mobiliários de outras pessoas está sujeito à autorização prévia da Comissão.
        § 1º - O disposto neste artigo se aplica à gestão profissional e recursos ou valores mobiliários entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda valores mobiliários por conta do comitente.
        § 2º - Compete à Comissão estabelecer as normas a serem observadas pelos administradores na gestão de carteiras e sua remuneração, observado o disposto no Art. 8º inciso IV.” (grifos meus)

  
  Portanto, colegas, administrar carteira de outras pessoas, desde que haja ativos mobiliários, não é permitida pela lei, ao menos que você possua autorização específica da CVM, e que creio não se confundir com a certificação para ser analista de valores mobiliários. A Lei diz claramente o exercício profissional, o que presume que a pessoa está exercendo profissionalmente por meio de contrapartida monetária. Entretanto, o Art.27-E parece não apontar para essa interpretação, volto ao tema em instantes.

  Chega-se então ao art.27 que aduz:

"Art . 27. A Comissão poderá fixar normas sobre o exercício das atividades de consultor e analista de valores mobiliários.”
  
     A lei é clara ao afirmar que a CVM poderá fixar regulação sobre o exercício da atividade de consultor e analista de valores mobiliários, ou seja, não há obrigação da existência de regulação, como a lei expressamente determina para gestores de carteiras. Lembrem-se, colegas, Autarquias não podem criar leis, ou seja não podem criar deveres, pois isso fere a Constituição Federal, mas precisamente o art.5, II. A CVM possui uma instrução de número 483 de 2010. Como não é o foco desse artigo um detalhamento minucioso de pormenores legais, e no momento nem teria capacidade de o fazer, cito apenas o artigo primeiro:

"Art. 1º  Analista de valores mobiliários é a pessoa natural que, em caráter profissional, elabora relatórios de análise destinados à publicação, divulgação ou distribuição a terceiros, ainda que restrita a clientes.

§ 1º  Para os fins da presente Instrução, a expressão “relatório de análise” significa quaisquer textos, relatórios de acompanhamento, estudos ou análises sobre valores mobiliários específicos ou sobre emissores de valores mobiliários determinados que possam auxiliar ou influenciar investidores no processo de tomada de decisão de investimento.”


A lei mais uma vez diz que a atividade deve se dar em caráter profissional  A instrução então nos seus variados artigos vai discorrer sobre diversos aspectos que um analista deve se submeter. Inclusive, há a exigência sem menor sentido, em minha opinião, que para ser analista de valores mobiliários é preciso ter curso superior. 

  Depois desse breve “passeio" pela lei de regência da matéria, podemos voltar novamente ao art.27-E:

   "Art. 27-E. Atuar, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, como instituição integrante do sistema de distribuição, administrador de carteira coletiva ou individual, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários, agente fiduciário ou exercer qualquer cargo, profissão, atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado junto à autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento:

        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.  (todos os grifos são meus)"


   Colegas, a Lei não faz qualquer distinção entre serviço remunerado ou não. A Lei não fala que gerir uma carteira com valores mobiliários de um terceiro, sem autorização da CVM, gratuitamente não se enquadraria no art.27-E da Lei, ou seja seria não só uma infração, mas um crime punível com detenção. Há, e aqui falo tendo feito apenas uma análise superficial, uma aparente contradição entre o art.23 da Lei que fala de gestão profissional, e o caput do artigo em comento que fala mesmo que a título gratuito. O mesmo raciocínio se aplica ao analista de valores mobiliários.

  Vejam, você, se não for médico, ou advogado com inscrição na Ordem dos Advogados, não pode exercer a medicina ou advocacia, mesmo que ofereça serviços gratuitos, ou seja não atue profissionalmente. Logo, se aplicássemos a mesma lógica aqui, o fato de se cobrar ou não por um serviço de gestão de carteiras ou análise de valores mobiliários não faria que a atividade não fosse ilegal, e em tese enquadrável como crime.


  Entretanto, essa me parece uma interpretação muito estrita da lei, e se fosse assim, nos aproximaríamos e muito da censura. Portanto, creio que é muito prudente se alguém quer cobrar por serviços de consultoria financeira que peça autorização da CVM ou que se certifique junto às empresas credenciadas pela CVM.

  Depois de ler a Lei em toda a sua extensão, tenho que confessar que tenho sérias dúvidas de que sites profissionais e que cobram por serviços  de análise de valores mobiliários como do Bastter e Tetzner, se as pessoas que realizam os serviços não forem certificadas , estejam de acordo com a legislação sobre o mercado de capitais


O BLOG PEQUENO INVESTIDOR

   Eu não acompanho muito o blog do Pequeno Investidor. Eu quando estava iniciando minha jornada de auto-conhecimento em finanças pessoais li diversos artigos desse site. A primeira vez que li sobre o conceito de Equity Bond foi num artigo lá. Nunca achei que os textos eram profundos e instigantes como o blog do Viver de Renda, por exemplo.Entretanto, é inegável que o Fabio criou um espaço conhecido na internet e creio que foi e ainda o é de extrema valia para investidores iniciantes.


    Vejam, colegas, já disse aqui diversas vezes que o livro mais completo de finanças que já tive o prazer de ler é um chamado “Expected Returns”. É um calhamaço o livro, com letras pequenas, folhas grandes , dezenas de notas de rodapé (cada uma quase sempre citando um artigo ou um livro) e um conteúdo digno de profissional de gestão de primeira linha. Talvez nem mesmo gestores profissionais intermediários tenham um pleno domínio de tudo que é abordado no livro. Por exemplo, a estratégia de investir em BONDS, ou mercado de dívida, como uma escada com maturidades diferentes para diminuir a Duration média da carteira, tema muito bem abordado pelo blog do Investidor Internacional num artigo recente, é básica no mercado de dívidas, mas quase nunca li nenhum texto a respeito no Brasil. Não é sobre esse tipo de coisa que o “Expected Returns” trata, até porque a expertise do autor é mercado de dívidas. São quase 100 páginas só sobre renda fixa numa profundidade que não há nada nem remotamente parecido produzido no Brasil. É conhecimento de primeira linha mesmo.

Se realmente quer se aprofundar em finanças, e quem sabe seguir profissão na área, muito mais do que qualquer certificação, leia esse livro.


   Agora, uma pessoa que ganha R$ 4.000,00 por mês e gasta os R$ 4.000,00 mensalmente precisa ler sobre complexidades do mercado de dívida? Talvez nem mesmo sobre Tesouro Direto essa pessoa precisa ler. O que talvez esse indivíduo precise é ler um livro como “Pai Rico, Pai Pobre” e dar o estralo que economizando R$ 0,00 por mês, ele não vai a nenhum lugar do ponto de vista financeiro. Talvez depois dessa conscientização, ele poderá ir atrás de tesouro direito, FII, mercado acionário etc. Depois disso, acaso seja do interesse do mesmo, se especializar ainda mais em doutrinas mais complexas e completas. 


  Qual é o ponto desse meus últimos dois parágrafos? O fato que alguém às vezes precisa ler textos simples, falando de forma simples, que nossos blogs amadores (o blog pequeno investidor até é bem maior do que a maioria dos blogs por aqui)  produzem.  Logo, eu nunca diria que um blog como o Pequeno Investidor é desnecessário, ou que é uma perda de tempo, pois há artigos muito melhores produzidos em outros espaços. Ás  vezes a forma de escrita do blog em questão pode ser atraente para muitas pessoas, muito mais do que ler um livro clássico como “O Investidor Inteligente”. Em alguns casos, um livro mesmo que simples como “O Investidor Inteligente” pode simplesmente afastar as pessoas de uma maior educação financeira. Por isso, acho tão interessante a blogosfera financeira. São pessoas comuns falando sobre seus objetivos financeiros para pessoas comuns, e isso pode ser muito mais motivador do que algum analista de uma grande instituição financeira falando sobre finanças pessoais.



A NECESSIDADE DE SE CUMPRIR AS LEIS

   Quando se vive num Estado de Direito, não se pode eximir-se de cumprir alguma lei alegando desconhecimento da mesma. Isso é um princípio jurídico elementar. Se assim não o fosse, um assassino poderia alegar que não sabia que matar uma pessoa era crime. A única forma de não se cumprir uma lei é a revogação da mesma ou a declaração de inconstitucionalidade, que só pode ser feita pelo Judiciário já que todas as leis presumem-se constitucionais (isso é um princípio interpretativo em direito constitucional). 

  Portanto, eu posso achar que a regulação da atividade de analista de valores mobiliários indevida. Posso acreditar que é uma violação do livre pensamento sem que haja uma justificativa muito forte para tanto, mas tenho, enquanto cidadão, aceitar que para ser analista de valores mobiliários é necessário se submeter a uma certificação estatal.   Há muitos autores, Thoreau é um deles, que pregam que se pode resistir às leis, a chamada desobediência civil. Se uma lei é odiosa, eu creio que sim a sociedade e os indivíduos podem se opor a mesma, mas é preciso ter claro que a força estatal às vezes pode ser implacável. Evidentemente, quando falo de alguma lei odiosa não estou a falar sobre a regulação de uma atividade como analista de valores mobiliários. Não vejo nenhum grande motivo para que uma desobediência civil fosse aceitável nesse caso.

   Se a Lei diz que não se pode analisar valores mobiliários sem ter uma certificação estatal, a única maneira de mudar as coisas, se considerarmos a inexistência de inconstitucionalidade nisso, é modificando a lei. Uma lei pode ser simplesmente ruim sem ser necessariamente inconstitucional.

   Se uma lei não foi respeitada, é dever do Estado aplicar as sanções previstas em legislação ou ao menos instalar procedimento para que se apure em quais condições houve o descumprimento dessa legislação. 


PARA OS AMIGOS TUDO, PARA OS INIMIGOS A LEI

   A frase é bem conhecida e infelizmente uma realidade para países com um grande gap social e institucional como o nosso. Quer dizer que a lei sempre é aplicada para todos os indivíduos em todas as situações de forma idêntica em países desenvolvidos? Não, claro que não. Porém, é muito mais difícil imaginar a situação de dois atos idênticos praticados por uma pessoa poderosa e outra não tão poderosa, desde que os dois sejam de público conhecimento, terem um tratamento jurídico diferente num país como a Nova Zelândia. Entretanto, não somos Kiwis, e infelizmente a Justiça não parece ser tão cega no Brasil quando da aplicação de sanções pelo descumprimento de leis.

  A aplicação diferenciada da legislação para situações semelhantes causa um tremendo mal-estar na sociedade e a sensação de impunidade. Num ambiente assim, é difícil evitar tensões graves no tecido social. Quando se tem a impressão de que só vai para cadeia favelados, negros e excluídos, algo que sempre teve presente em nossa psique social, é impossível criar uma população que respeite as regras.

  É por isso que uma operação como a Lava-Jato, e o julgamento do “Mensalão" em muito menor escala, são marcos na história do nosso país. Empresários riquíssimos estão não só sendo investigados, bem como presos. Políticos estão sendo presos. Quando isso ocorre, passa-se uma mensagem para toda sociedade que a Justiça começará finalmente a ser cega e não olhar as condições sociais e econômicas de pessoas investigadas-processadas, mas sim apenas os fatos trazidos à juízo. Isso pode ter um efeito transformador enorme em nossa sociedade. Porém, necessita tempo, e teremos que aguardar o que ocorrerá nos próximos dez anos.

   Entretanto, o fato de pessoas e empresas com mais poderio econômico serem atores recentes nos bancos de réu, obviamente não justifica que o Judiciário, órgãos repressivos como a Polícia ou Agências Reguladoras quando fazem esse papel, não apliquem a legislação em pessoas e empresas com menos poderio econômico. Argumentar em sentido contrário, seria um erro argumentativo, ou um argumento fajuto como procurei demonstrar no meu artigo com o mesmo nome. É exatamente o mesmo caso de quando A fala que assassinar uma pessoa, excetuando os casos de legítima defesa, é errado e B replica afirmando que isso não é verdadeiro, pois A já matou sem ser em legítima defesa. O argumento de A não foi rebatido com a fala de B, aliás B em nada se contrapôs ao argumento de A. Não se pode dizer que uma conduta vedada em Lei praticada por A não deve ser combatida, pois um agente mais poderoso B  teve a mesma conduta e não sofreu represálias. Isso é uma falácia argumentativa.

  Ora, se a CVM por ventura não aplicou a legislação em relação a um agente econômico mais forte, isso em nada justifica que um agente mais fraco, no caso o Blog Pequeno Investidor, não deva sofrer as sanções previstas em lei, acaso o mesmo tenha violado algum dispositivo legal. 

  Devemos ser críticos vorazes de uma aplicação seletiva da Justiça ou de pressão de órgãos que exercem poder de polícia. Em minha opinião, isso também se aplica a vazamentos seletivos de operações investigativas em curso, que é aliás um dos calcanhares de Aquiles  do processo de apuração de inúmeros desvios batizado de lava-jato.  Entretanto, não é porque a atuação de um determinado órgão foi tíbia numa determinada ocasião, que a mesma também deve ser fraca em outra ocasião, pois isso é o caminho para o caos.


SOBRE A BLOGOSFERA FINANCEIRA AMADORA

    Colegas, diversas vezes já teci elogios ao que se convencionou chamar blogosfera financeira. Apesar do adjetivo “financeira”, há vários blogs que tratam de tudo menos finanças pessoais. O meu espaço também procura falar de uma gama variada de questões e não se restringe a finanças. Há artigos bons e ruins. Há blogs mais fracos e outros mais consistentes. Cabe a cada leitor fazer as suas escolhas de leitura. 

  Por acaso não é assim que o mercado funciona? Se há diferentes pizzarias numa cidade, cabe aos consumidores escolher quais irão frequentar. O mesmo ocorre com os diversos blogs. Não tenho qualquer problema de blogs lançarem livros ou promoverem outros materiais, por mais fracos que eles possam ser em alguns casos. Ora, cabe a cada um escolher no que gastar o seu tempo e dinheiro. Argumentar contrariamente a isso de um lado, e de outro se mostrar um entusiasta do livre-mercado é uma bela contradição. 

  A esmagadora maioria dos textos produzidos são gratuitos. Muitos são de qualidade e quase todos, mesmo que alguns por ventura não sejam de tão boa qualidade, mostram um desprendimento genuíno daquele que escreveu. O ato de escrever não é fácil. Quando você expõe as suas ideias ao mundo, assume também o ônus que é ter suas ideias criticadas. Por isso, quando vejo alguns artigos dizerem que não suportam opiniões contrárias, só posso concluir que eles não sabem muito do que estão falando. Quando se expõe uma ideia ao público, a contrapartida é saber tolerar críticas, sendo que muitas delas poderão até mesmo fortalecer nossas ideias preestabelecidas ou até mesmo fazer nos mudar de opinião. Mas, às vezes, por mais treinado que seja o indivíduo, é preciso paciência para ouvir e ler críticas.

   Assim, o ato de escrever para o público, não de forma anônima, é um ato de coragem. Num mundo onde estar errado parece ser um crime e perder dinheiro coisa de “otário”, ler blogs onde as pessoas contam sobre os seus erros no mercado financeiro é muito bacana, pois demonstra sim coragem e desprendimento do que terceiros possam pensar. Sendo assim, temos sim que congratular a existência de uma rede de blogs que tratam sobre finanças pessoais e assuntos correlatos direcionados a pessoas comuns.

  Até pouco tempo atrás quase todos acreditam que a carteira de ações da semana indicada pela corretora X ou Y era uma análise muito boa do mercado acionário. Talvez a esmagadora maioria das pessoas ainda acredite nisso, mas não, quero crer, a maioria das pessoas que lê sobre finanças pessoais nos blogs financeiros. O gozado é que um pequeno blog pode causar essa balbúrdia, mas comportamentos como esses de agentes certificados pelo Estado que servem única e exclusivamente para girar patrimônio e comissões, está tudo certo aos olhos dos experts. Não faz sentido para mim do ponto de vista racional e filosófico, mas se a lei é essa, cumpra-se a lei.

  Não creio existir problemas de ordem jurídica para blogs amadores da blogosfera financeira que não cobrem por serviços.  Por mais talvez que a lei não fale isso expressamente, se algum colega queira cobrar por qualquer tipo de serviço relacionado ao mercado de capitais, seja por envio de relatórios, análise de carteiras, de ativos, etc, certifique-se junto ao órgão competente. Nessas coisas, sempre procuro ser conservador, e creio que os demais colegas deveriam também ser nesse assunto.


  Um grande abraço a todos!!

63 comentários:

  1. Soul, inscrevi meu e-mail na lista mas estou recebendo as atualizações do blog, o que acontece?

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    1. Olá, Leonardo.
      Você está recebendo ou não? Pela sua mensagem não ficou muito claro.
      Abs

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  2. Soul, quanto ao exposto por vc com relação à regulações e certificações, permita-me descordar veementemente.

    "Agora, se um “leigo" em economia tiver opiniões melhores do que alguém com mestrado em Harvard sobre algum ponto econômico, ao invés de se usar argumento de autoridade, que nesse caso parece mais uma “reserva de mercado intelectual”, deveríamos ficar impressionados com o fato. Se um não-físico fala de física de forma melhor do que uma pessoa formada em física, isso só pode representar que a pessoa que não fez física é muito boa mesmo no assunto, pois sem formação formal, ainda consegue um entendimento melhor da matéria, o que demonstra uma competência muito maior."

    Este seu comentário acaba de carimbar e afirmar a existência de uma posição no mundo: lobbysta.

    Soul, não há como pessoas muito menos prepradas discutirem com pessoas muito mais preparadas. Acabei de colocar isso em meu blog:
    "Precisamos saber um mínimo sobre o assunto para pelo menos reconhecer o quanto não sabemos."

    A pessoa menos preparada pode ACHAR, dentro de todo o limitado conhecimento dela, que está correta, quando na verdade, dentro do conhecimento muito mais amplo (do qual ela desconhece), ela está completamente errada. E dependendo do nível que está sendo discutido, não há como a pessoa mais preparada argumentar, simplesmente pelo fato. Eu não tenho como explicar Química Quântica para alguém que não conhece Química.

    Para uma pessoa com conhecimento ínfimo sobre um assunto discutir com alguém com conhecimento avançado em mesmo pé, ou o assunto é deveras simples, ou ela é um gênio sem precedentes. Quando se é "inconscientemente ignorante" num assunto, não dá pra se saber nem do que se está sendo tratado.

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    1. Olá, Márcio.
      Diversos avanços no conhecimento humano são feitos por pessoas "leigas" em diversos campos. Aliás, é bem conhecido que quando cientistas de alguma área dão contribuição em outras áreas do conhecimento, quando são capazes para tanto, trazem um sopro novo, uma forma diferente às vezes de se abordar a questão. Uma das grandes revoluções no pensamento econômico nos últimos 30-40 anos foi feita por um psicólogo, não economista.

      A sua discordância, e em parte procedente, é quando alguém quer discutir um assunto sem ter conhecimento para tal. Não foi isso o que eu disse no texto. Disse apenas se alguém pode objetivamente discutir com um economista formado em Harvard, mas sem ser economista, o simples fato dele não ser economista não pode ser levantado para infirmar os argumentos ditos por esse "leigo". Aliás, isso é ciência.

      Não consegui observar onde está a ligação disso com a formação de lobby. Aliás, parece-me que quando há regulação de mercados e profissões é que se formam lobbies, pois vai ter um sindicado dos servidores de posto de gasolina para se opor a qualquer mudança na lei, por exemplo, no exemplo citado por mim no texto.

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    2. Dimarcinho,

      Assista ao filme "Óleo de Lorenzo" e veja até onde vai a motivação de um leigo para aprender algo de altíssima complexidade. É baseado numa história real.

      abçs!

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    3. Já vi o filme.
      A mãe se profissionalizou praticamente, não era leiga.

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    4. Ótimo filme!
      Márcio, não foi a mãe, mas sim o pai. Não, ele não tinha qualquer certificação. Sim, era um tema complexo, muito mais do que qualquer "ciência" humana. Sim, sem qualquer certificação, e num campo muito complexo, ele foi responsável por ajudar no avanço da ciência. Imagine em campos imprecisos, como as "ciências" humanas.

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    5. Eu vi o filme há muito tempo, mas tenho uma cena bem clara da mãe com um livro de bioquímica. Mas que os pais estudaram.

      Mas também lembro que eles consultaram zilhões de médicos (especialistas), foram a simpósios (com especialistas) e, se bem me lembro mesmo, um pesquisador de algum buraco é quem estava bem próximo e eles pegaram o caminho que ele (o especialista) já havia chegado e começaram a andar dali.

      Então, eles não foi só eles pegarem, estudarem sozinhos (como leigos) e chegarem a uma conclusão. Eles se envolveram no meio, basicamente levando uma vida de profissional. Numa comparação um pouco esdrúxula, seria como se fossem trainees. E NÃO leigos que leram revistas e sites de internet e chegaram à cura da coisa.

      Não sei qual a dificuldade de enxergar isso, juro.

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  3. "“ora, se alguém que não fez faculdade de direito consegue passar num concurso para Juiz, Promotor, Procurador, Delegado, isso apenas mostra que essa pessoa é extremamente competente”

    Poderia lhe dar muitos, vou dar dois:

    1) Eu posso passar para Promotor, sem nunca ter feito Direito. Talvez com 2 anos de dedicação, acho que 3 eu me garanto. É só eu parar tudo e meter a cara e estudar como um louco. No entanto, devo procurar um cursinho, para aprender os macetes. Vou aprender a fazer uma prova. Não serei formado em Direito, nunca tive contato com a profissão e histórias de pessoas do meio. Não devo aprender nem a ética necessária da área. Isto me torna muito pior do que alguém que estudou, de forma lenta e gradual, e absorveu isso ao longo dos anos. Eu só serei um cara que aprenderei os macetes para passar na prova. Se desenvolver como profissional vai muito além do que uma provinha. Valores importantes são assumidos durante um meio acadêmico, onde todos os envolvidos apenas discutem sobre o assunto.

    2) Em se tratando de concurso, sorte. Acredite, ela existe.

    Inclusive, vou dar um exemplo pessoal: numa obra recente no meu condomínio, o bombeiro hidráulico quis discutir comigo sobre a troca de uma tubulação. Ele estava errado. Veja: eu TRABALHO com isso. Faço projetos de tubulações de vez em quando. Mas para explicar isso para ele, primeiramente ele precisaria conhecer o Teorema de Bernoulli. Para isso, é importante entender os princípios de conservação de energia. Sem esquecer das Perdas de Carga, essenciais em qualquer projeto! E para a questão de escoamento de fluidos (água), é necessário entender de Mecânica dos Fluidos. E para conhecer Mecânica dos Fluidos, é importante conhecer Cálculo Diferencial e Integral, que exige forte base matemática.

    Porra, como diabos eu vou passar isso tudo pro cara numa discussão ao vivo em minutos ou até mesmo por escrito?


    Enfim, assista ao documentário Merchants of Doubt para vc ver o estrago que pessoas despreparadas, mas boas de papo, fazem para o planeta...


    ---------------------

    Quanto às questões jurídicas, achei bem legal e concordo plenamente com todas as outras ponderações colocadas. De fato, só discordo da questão colocada acima. Pois o que um ignorante pode achar que é um "argumento de autoridade", é mais provável que seja um "argumento de fato".

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    1. Olá, novamente.

      1) Sim, esse foi um ponto observado pelos meus colegas na ocasião. Porém, é o que ocorre de fato hoje no Brasil. Muitas pessoas simplesmente optam por ficar estudando, e as que decidem atuar como advogado, por exemplo, tem poucas chances real de passar num concurso como Juiz Federal. Essa é a realidade. Não tenho dúvidas que se você se esforçasse, você poderia passar sim nos concursos. Talvez até saberia mais do que a maioria dos formandos.
      Sobre a questão da formação ética, a necessidade de vivência com o direito antes de assumir um cargo como esses, tem a sua razão. Porém, isso não está ocorrendo no país. Talvez ,como os EUA, poderia se limitar cargos de juízes a quem tivesse experiência como advogado, aliás essa é uma das grandes reclamações de advogados: juízes sem experiência prévia de como às vezes é difícil ser advogado.
      Isso é fornecido em grau muito reduzido nos cursos de certificação de direito.


      2) É verdade. Porém, em concursos para as carreiras jurídicas de Estado, esse fator é bem menor. São três fases, com prova oral, e diversas provas escritas. Quem não está preparado, não passa.


      O seu exemplo vai ao encontro do meu texto, não de encontro. Você sabia mais do que o encanador, pelo seu estudo e conhecimento, ora é o que eu aprecio: o conhecimento acima de argumentos de autoridade, de experiência, etc.


      Eu concordo contigo que instigadores de dúvidas com recursos argumentativos, e talvez pouco conhecimento de fato, podem ocasionar dúvidas (aliás, é o nome do vídeo que você sugeriu), que às vezes podem confundir um público leigo. Vejo isso acontecendo na discussão sobre os diversos problemas ambientais, por exemplo.

      Concordo que em muitos casos, o argumento vindo de uma autoridade de um determinado campo do conhecimento será muitas vezes mais forte do que o argumento contrário de alguém sem treinamento formal no campo, porém não é isso que deve ser levado em conta, o fato da pessoa ser uma autoridade ou não, mas sim o argumento em si.


      Valeu pelo comentário, abraço!

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    2. Soul, a questão argumentativa q vc levanta só é válida quando se está discutindo em igualdade de conhecimento. Quando há assimetria no conhecimento, ela é inválida. E por quê?

      Pois a parte que domina menos o conhecimento, não tem capacidade de avaliar o que está sendo exposto pela parte que domina melhor o conhecimento, simplesmente por haver assimetria na informação.

      Um leigo que lê jornal de economia, pode ter posições incrivelmente corretas dentro de tudo que ele aprendeu até este momento, mas pode, ao mesmo tempo, estar extremamente errado dentro do conhecimento adquirido e do qual ele domina, mas o economista de Harvard domina. E se tal conhecimento for muito avançado, não haverá possibilidade do economista de Harvard passar isso para ele durante uma discussão.

      Em qual situação chegamos? Na de que o leigo acha que está certo e ainda sai falando por aí que o cara com diploma em Harvard está errado!!!!!!!!!!!!!

      O mesmo vale para o exemplo que eu dei do encanador. Eu não tinha como discutir com ele. Apenas comentei que eu trabalho com engenharia e exatamente naquela área. Eu não tenho como passar conhecimento teórico de livros e mais livros em questão de segundos numa discussão. E é EXATAMENTE por isso que exige-se formações, certificados e tudo mais. Pois em discussões mais técnicas e avançadas, fica muito difícil a um leigo de Google ter como ganhar alguma discussão argumentativa com alguém preparado.

      Sobre o que você falou sobre pessoas de outras área ajudarem, na verdade, não é bem isso o que ocorre. O que costuma ocorrer é que elas costumam fazer PERGUNTAS ao qual o especialista nunca havia se perguntado, mas quem domina o conhecimento e encontra a melhor resposta é, em sua esmagadora maioria das vezes, o especialista, aquele que domina o assunto.

      Como diabos eu vou dar uma solução de medicina sem saber nada sobre o assunto? Se eu o fizer, vai ser, com certeza absoluta, por sorte!

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    3. Ah, faltou a questão do lobbysta.

      A questão do lobbysta irá cair EXATAMENTE no que vc está falando. Pessoas que, em princípio, possuem argumentos que contradizem o que a outra parte está falando. No entanto, dentro daquele mundo limitado de argumentos e conhecimento exposto por ele e, principalmente, por parte do público leigo que ouve, ele tem razão! No entanto, o especialista na outra ponta é quem realmente tem razão. É como se todos estivessem na caverna de Platão e o especialista fosse o único fora.

      Como explicar para os que dão dentro da caverna de que há outras coisas além daquilo? Normalmente são extremamente complexas.

      Acaba que no fim das coisas, o cara além de parecer correto, ele ainda é bom de discurso, coisa que o especialista não é (afinal de contas, ele é um especialista na área dele e não um político para discursar).

      Repito: assista o documentário Merchants of Doubt e você irá ver como meias-verdades podem ser devastadoras para o planeta.

      Para fixar: meias-verdades podem ser verdades absolutas para o público leigo (ex do Bastter: preço não importa) ou menos preparado. No entanto, para o público especializado, sabemos que não são verdade! (preço importa!)

      []s!

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    4. Olá, Márcio.
      Suas ponderações são boas.
      Porém, creio que estamos falando de coisas ligeiramente diferentes.
      No texto, ficou claro que uma pessoa que se dedica ao estudo de uma matéria do conhecimento humano por muito tempo, tem uma probabilidade enorme de entender bastante do assunto. Negar isso seria tolice da minha parte. Entretanto, o que foi dito no texto é que não se pode basear o argumento num título de certificação, apenas isso. Também fiz um elogio ao auto-conhecimento, ou a possibilidade de aprender sobre o conhecimento humano, com essa gama de disposições avaliáveis hoje em dia, não está ao alcance muitas pessoas?
      No mais, acho que há uma escada, Eu não ouço falar em argumentos de autoridade na matemática, assim como não há no xadrez, como expus em um artigo meu aqui há algumas semanas. É difícil discutir matemática sem que se domine o conhecimento. Algo parecido ocorre com física e assim por diante.
      Quando se chega a matérias com uma influência humana muito maior (economia incluso), os graus de certificação, em minha opinião, não vão ficando tão importantes.
      Não é você que fala que dois "Nobel" de economia quebraram e quase levaram o mundo junto? Quer mais especialista do que isso? O que mais tem são especialistas, em áreas humanas, se mostrando redondamente erradas em suas análises sobre realidade.

      Entretanto, é verdade que uma pessoa pode achar que domina determinado assunto, quando na verdade não é o caso. Isso é mais um exercício de auto-conhecimento sobre as limitações, do que sobre o conhecimento em si.

      Sobre o seu caso de Lobby, eu agora entendi o seu ponto. Porém, o que ocorre na maioria dos casos são grupos econômicos mais fortes contradizendo argumentos racionais muitas vezes ditos por cientistas. É apenas uma questão de poder, não de selos de certificação, em minha opinião é claro.

      Abraço!

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    5. Cara, mais uma vez terei de discordar e, desta vez, veementemente.

      Quando se trata de conteúdo de exatas, não há nem discussão direito, visto que se for seguindo metolodia científica, é o velho "contra fatos, não há argumentos".

      No entanto, quando envolve relações humanas, aí a coisa piora e muito. É justamente nestas relações que o conhecimento vai tornar-se vital na questão argumentativa! Quanto mais complexo o assunto, mais exigência de conhecimento é necessária para uma discussão saudável. Ciências Humanas (sim, são ciências, nós apenas não conseguimos compreendê-las amplamente como as ditas ciências exatas) são extremamente mais complexas! Como assim, nestas áreas os graus de certificação não vão ficando tão importantes?

      Eu não estou entendendo o porquê você está desatrelando a certificação do conhecimento! Afinal de contas, para alguém ter a tal certificação ela PRECISA do conhecimento! :-S

      Então, tudo que vc está querendo desatrelar "Não estou falando do conhecimento em si e sim da certificação" não faz lá muito sentido.

      Vc está recaindo no erro do Se->Então. Se alguém tem conhecimento, realmente, não necessariamente tem certificação. No entanto, se alguém tem certificação, então, com certeza, ele tem conhecimento!

      Sobre seu comentário de Merton e Myron, olha que curioso: eu fiz um comentário sobre isso há uns 3 anos, qndo meu conhecimento era muito menor (e eu era mais arrogante...)! E hoje vejo que falei uma besteira gigante, pelo fato de que eu achava que o que fez eles quebrarem era o modelo que tinham criado, rs. A questão é um pouco mais complexa (só pra variar...). Mas na época eu achava que tinha razão. Isto só reforça o que eu estou dizendo... rs

      E outra, novamente um erro de Se->Então. Se dois Nobel quebraram um fundo hedge, isto significa, única e exclusivamente, que Dois Nobel podem quebrar um fundo hedge. Em NENHUM momento significa que pessoas normais podem gerir melhor um fundo do que as que tem um Nobel. Não tem absolutamente naaaaaaada a ver! rs

      Fora que o Nobel é sempre atrelado à alguma área. Eles quebraram um fundo, é verdade, mas o Nobel deles não foi em "Gestão de Fundos"...

      Sobre o Lobby, vc realmente ainda não entendeu o que eu estou dizendo... rs

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    6. Márcio,
      a) "Se contra fatos, não há argumentos", então você concorda com tudo que eu disse ate aqui. O fato de alguém ser doutor em matemática do MIT não quer dizer que ele pode se valer dessa certificação para ir contra fatos e usar argumento de autoridade. Se você não concorda com isso, cai em contradição;
      b) Se você acredita que a imprecisão de "ciências" humanas faz com que títulos de certificação sejam ainda mais importantes, então obrigatoriamente tem que concordar com um professor de filosofia que uma vez me disse que "ética e justiça" eram matérias de filosofia e por isso só poderiam ser discutidas por filósofos. Aliás, você concordaria com muita força, pois quanto mais vamos descendo para a imprecisão : matemática - física - química - biologia - economia - direito - filosofia, mais a certificação se faz necessário. Não faz sentido para mim, se faz para você, ótimo, é um ponto de vista:
      c) Não, Márcio. Não disse isso, como não vou ficar repetindo, basta reler o texto e os comentários. O que você está querendo dizer, no meu entendimento, é algo que vai para o academicismo, o título pelo título, algo que nunca dei bola. Sim, mostra que dois Nobel podem quebrar um fundo Hedge, correto.

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    7. Não creio ter afirmado o contrário. O exemplo foi dado apenas para mostrar que o grau máximo de certificação “um nobel” não foi suficiente para mostrar que especialistas estavam certos.Aliás, diga-me, como resolver o paradoxo: já que alguém sem certificação não pode contrapor um argumento de alguém certificado, se o Paul Krugman disser alguma coisa que um outro economista não concorda, e você achar que este outro economista, você poderia discordar de um nobel de economia? Ué, mas você não tem certificação e com raso conhecimento, como você poderia discordar de um professor de economia? A única resposta possível, é porque você acredita que o Krugman está errado, independente da sua certificação.
      d) Márcio, não vamos complicar a minha ideia que foi simples, conforme a sua própria explanação sobre as ciências exatas. Um argumento não pode valer para um caso e não valer para o outro, que é o que você está fazendo.

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    8. dimarcinho,

      Suas respostas nesta discussão, não por acaso, já contradizem o que você está dizendo, ou pelo menos indicam que você está dizendo uma coisa mas acredita em outra.

      Veja que você está oferecendo uma série de argumentos sobre um assunto (argumentação -- filosofia) o qual é perceptível que você não é um especialista e sequer tem estudo aprofundado sobre o assunto. Como pode, portanto, alguém sem determinado conhecimento ter tanta certeza que está certo? Não seria coerente você aceitar que não tem tanto conhecimento e "baixar a bola" um pouco, ao invés de ser tão contundente (ou discordar veementemente)?

      Entramos aí num assunto interessante, a arrogância! Você afirmou aqui que "era" arrogante, pressupõe-se que considera que agora não é mais. Porém, ao analisar seu histórico (e está registrado em suas postagens e comentários), existem vários assuntos em que você tinha uma opinião contundente, até com certo grau de arrogância, e que com o passar do tempo chegou a conclusão que não era bem aquilo. Você deu um exemplo aqui nos comentários (sobre o Nobel) e posso citar outros relacionados a valuation ou mesmo investimento em ações.

      Dito isso, concluo que ainda permanece um certo grau de arrogância, pois você tem opiniões tão contundentes que parece que não considera a menor possibilidade de chegar a conclusão no futuro que está errado hoje.

      Abraços

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    9. EI,

      vc, nitidamente, não entendeu o que está sendo discutido.

      A discussão é sobre Leigo vs. Especialista.

      Aqui somos todos leigos.

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    10. Dimarcinho, eu entendi muito bem e mantenho tudo que eu disse anteriormente.

      Interessante você não comentar sobre nada do que escrevi e se preocupar em desqualificar minha compreensão sobre o tema. Tem a ver com o tema argumentação #ficaadica

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    11. Prezado EI,

      reitero que você não entendeu o que está sendo discutido. Achei que esta linha seria simples para você voltar e tentar entender.

      A ideia de utilizar argumentos é baseada toda em uma única base: lógica.

      E quando parte-se de uma hipótese falsa (eu leigo vs soulsurfer especialista, ou vice versa), então a tese advinda da mesma será também falsa. Isto é provado logicamente.

      Ou seja, tudo o que você escreveu após esta premissa considero que já não fazem mto sentido, visto que vc partiu da hipótese falsa.

      Recomendo o seguinte curso:
      https://www.coursera.org/course/maththink #ficaadica

      De repente vc melhora o seu entendimento e compreensão das coisas.

      Entendi o que vc TENTOU colocar e não deveria, mas vou responder pra vc não ficar irritadinho, rs.

      A discussão aqui é entre leigos. E entre leigos, a lógica argumentativa é mais fácil de chegarmos a conclusões dentro de uma discussão, pois o nível técnico é baixo e facilmente pode ser repassado de um para o outro. É ÓBVIO que posso/podemos estar errados, visto que não somos especialistas. Mas me coloque um especialista aqui para que possa me mostrar, ou pelo menos mostrar o caminho por onde vou entender onde estou errado.

      Enquanto isso não ocorre, temos de ficar dentro da lógica. Pois então... até agora, o Soulsurfer não apresentou argumentos lógicos suficientes para que eu mude de opinião. Muito pelo contrário: ele mudou de assunto, uma falácia argumentativa daquelas. Puxar a história do prêmio Nobel não tem absolutamente nada a ver com o que estava sendo discutido aqui, por exemplo.

      Assim sendo, ele está rodando, rodando, rodando, mas ainda não me explicou objetivamente como uma pessoa leiga conseguirá, dentro de um assunto técnico e complexo, ter argumentos suficientes sobre um assunto a ponto de derrubar o argumento de um especialista que trabalha na área. Como eu disse, basicamente são duas opções:

      1) O leigo é um gênio incompreendido. (o que não garante que o especialista não irá perceber, pelo contrário. Normalmente ele percebe)

      2) O leigo está se achando correto dentro da linha de pensamento dele e, como escrevi acima, naquele raso conhecimento dele, pode estar certo, mas no conhecimento mais amplo, dominado pelo especialista, ele estará errado.

      Note que a discussão é sobre certificação. No entanto, é exigência para alguém com certificação deter o conhecimento (em tese...).

      Se ele me apresentar argumentos lógicos que vão de encontro ao que estou colocando, obviamente, os aceitarei.

      Por exemplo, áreas de humanas são extremamente complexas e ele escreveu que acha que nessas áreas as certificações são menos importantes. Do ponto de vista lógico não faz o mínimo sentido. Do ponto de vista lógico, quanto mais complexa for uma área, mais tempo você precisa se especializar.

      Se na prática as pessoas que trabalham com humanas são muito mal preparadas... bom, isso não invalida que elas deveriam, pelo contrário, ser muito melhor prepradas...

      Pra completar, quando o nível dos leigos é muito baixo, as discussões podem virar um verdadeiro show dos horrores para um especialista! Esta aqui inclusive... mas note que a discussão do tópico é leigo vs certificado (que, por obrigação, é especialista)

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    12. Márcio,
      a) Prezado, não mudei de assunto. Vejamos você disse que "contra fatos não há argumentos", isso apenas corrobora o que eu disse. Repito um professor de matemática de MIT não poderá ir contra fatos baseando num argumento de autoridade. O Nobel não é a certificação máxima? Como um certificado máximo pode estar redondamente errado sobre sua área de expertise, não por questões de evolução do conhecimento (o que é alo normal), mas sim por simples falha própria.
      b) Você diz que são mais complexas as ciências humanas. Então, responda questões de filosofia, questões como ética e justiça, devem ser endereçadas apenas por filósofos, sim ou não? Para ser coerente, ou você diz que a filosofia não é uma “ciência" humana, ou ela não é complexa, ou responde que sim. Se for este o caso, será, em minha opinião, uma verdadeira tolice.
      c) Você não respondeu ou não como um leigo pode discordar de um "especialista". Assim, se o Beluzzo fala que o aumento da dívida bruta brasileira não é um problema, não se pode discordar, pois ele é especialista? É esse o seu argumento?
      d) O que disse no texto e nas respostas foi que presume-se que uma pessoa que se dedique a uma determinada área de estudo terá conhecimento sobre o assunto estudado, mas ela não se pode valer de títulos para fins de argumentação. E apesar de certificada, isso não quer dizer que necessariamente a posição dela estará correta.
      e) Você simplesmente apela para um academicismo formal. Isso eu já vi aos montes, e ainda bem que nunca dei bola para isso, mas apenas para o conhecimento em si. Pouco me importa títulos de doutor, mas sim o que a pessoa coloca como argumento.
      f) Você contra-argumentou que as pessoas não terão extensão da sua ignorância (vi o vídeo do seu blog). No vídeo, nada mais sobre que viés de afirmação, algo tratado diversas vezes por aqui.
      Não tenho pretensão de discutir química com um profissional, e tenho conhecimento das minhas limitações, como sempre deixei claro. Agora um simples título não vai me impressionar, muito menos se o que for dito não fizer muito sentido e sim é muito mais fácil se observar isso nas ditas “ciências" humanas, do que em áreas exatas que são muito mais herméticas
      f) Cite qual é a área de expertise de um especialista nesse tópico, por gentileza. E qual seria o show de horror, estou curioso.
      g) Por fim, não sei por qual motivo tanta insistência sua no tópico. Apesar de simplesmente você ignorar o texto e as respostas, o que foi dito é muito simples: uma certificação não quer dizer que a pessoa certificada terá o melhor entendimento da realidade, e que o uso da certificação, e não de argumentos, como forma de se debater a realidade é uma falácia das grandes. Para você, aparentemente, se pode fazer isso, pois uma certificação é suficiente e bastante, é seu argumento, fraco para mim, mas se você acha defensável que assim seja.

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    13. a) Mudou sim, rs. Vc está misturando argumento de autoridade por pura autoridade com argumento de fato de um especialista. A questão, é que para um leigo, ele não irá conseguir diferenciar. Então, quer vc goste ou não, o mais sensato é abraçar a opinião do especialista.
      b) O conhecimento atual é tão complexo que exige cada vez mais e mais especializações. Filosofia é uma área muito abrangente. Pra discussões simples do dia-a-dia, não é necessário ter gente extremamente bem preparada. Mas quando se trata de assuntos que podem mudar o rumo de uma sociedade, sem sombra alguma de dúvidas os especialistas que deveriam estar envolvidos. Não à toa, devemos aos filósofos nossas grandes reviravoltas na maneira de pensar e evoluir.
      c) Se a pessoa que discorda do Beluzzo não entende nada do assunto, não deveria nem falar com ele.
      d) Isto é verdade. Mas não é isso que EU estou colocando.
      e) Vc então ignora os diplomas? Impressionante! Assustador ler que "pouco importa títulos de doutor". Já parou pra pensar que os argumentos dela podem estar (e muito provavelmente estarão) dentro daquela área de conhecimento q vc não conhece? Será que era por isso que vc discutia com seus professores? Discutir sobre o que desconhecia? Vc então está entre as duas opções que coloquei acima: o é gênio ou era ignorante.
      f) "Não faz muito sentido para mim". Só mostra o quanto vc ignora o conhecimento alheio em detrimento do seu raso conhecimento. O nome disso é arrogância, cuidado.
      f2) Quando se trata de argumentação, creio eu, que é lógica pura. Acho que um matemático daria conta disso aqui. Link que eu passei pro EI ajuda.
      g) A insistência é que você está querendo colocar que pessoas leigas podem estar melhor preparadas do que pessoas profissionais, especialistas certificados.

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    14. a) Não estou não, e você está insistindo no mesmo tópico. Não existe "argumento de fato de um especialista", o que existe é o fato.
      b) Você não respondeu a pergunta. Em nenhum momento o valor da filosofia foi posta em prova, aliás porque filosofia significa literalmente "amigo-amizade ao conhecimento". Agora exigir que alguém seja formado em filosofia para se dar opinião sobre assuntos tratados pela filosofia, não tem sentido. Mais seja prático, quais assuntos que podem mudar o rumo de uma sociedade que devem ser discutidos por pessoas certificadas em filosofia (já que aparentemente ética e justiça são questões mais triviais do dia a dia)?
      c) Entendi. Mas você entende mais do que o Beluzzo? Creio que não, pois você é leigo. Então quer dizer que você deve concordar com ele automaticamente ou melhor nem ler o que ele escreve (não creio que deva ser fácil isso)? Bom, reveja o seu vídeo postado na parte do viés de afirmação.
      d) Mas é isso que estou colocando desde o começo;
      e) Não tente insistir no mesmo ponto, meu caro. Disse que não me impressiono com diplomas, e sim com conhecimento. Não tentem distorcer o que foi escrito. Como você sabe o que eu desconhecia ou deixava de desconhecer? Tudo em direito está nos livros. Se um professor, suposto especialista, fala uma bobagem, não deixa de ser bobagem por ele ter pós-doutoramento em algum lugar. Nem um nem outro, não precisa ser gênio para se discordar de pessoas que não se preparam direito para dar uma aula. Ignorante todos nós somos em alguma medida, ou numa grande medida;
      f) Essa foi boa. Agora dizer que uma posição não faz sentido é arrogância. Se alguém diz algo para você, que no seu entendimento, não faz sentido, você está sendo arrogante? Bom, se assim é, discordar sempre será arrogância, pois só se pode discordar de algo quando não se vê sentido nesse algo.
      f.2) Depende. Argumentação envolve técnicas, algumas mais fortes outras mais fajutas, não necessariamente aplica-se apenas lógica formal.
      g) E podem. Dizer o contrário é apenas falso. Em nenhum momento disse que isso é provável, apenas disse que é possível e muito mais comum em "ciências" humanas.

      Por fim, sejamos práticos, você é especialista em finanças pessoais? Tem alguma certificação? Então, precisa ser coerente, você não terá mais conhecimento do que algum profissional certificado na área. Se assim o é, abra mão imediatamente do controle das suas finanças e passe para um especialista, ou contrate um especialista para aconselhá-lo, pois, segundo o seu ponto de vista, o auto-conhecimento não será de tão grande valia, ainda mais com tantos especialistas ansiosos para dar aconselhamentos.

      Não vejo nenhum problema com argumentos, e nem me sinto diminuído com argumentos em contrário, Márcio. Agora, algo que realmente aprecio é a coerência.

      Abraço!

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    15. Olha, Soul,

      eu não preciso responder nada do q vc colocou, pois absolutamente tudo que eu escrevi acima já compreende o que você está perguntando.

      Sobre a pergunta de finanças pessoais, eu, atualmente, não preciso. Mas se eu tivesse um patrimônio de milhões, com certeza absoluta, precisaria. Mais uma vez vc está querendo comparar coisas que não fazem sentido (leigo vs. indústria)

      []s!

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    16. dimarcinho, olha, pelo que entendi, de tudo que você disse, você deve ser um gênio incompreendido (infelizmente para você).

      Ninguém entende NADA do que você diz, mas você é o único certo e todos estão errados.

      E olha, leigos somos todos nós e mesmo em uma discussão entre TODOS leigos, existe espaço para compartilharmos nossas opiniões e termos disposição para imaginar que podemos estar errados. O que não pode é, numa discussão entre leigos, alguém querer impor a sua opinião com argumentos sem embasamento (algumas vezes jogando a culpa na lógica).

      fique em paz

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    17. Márcio, claro que você não precisa responder as perguntas, estamos no Estado de Direito. Entretanto, quando você diz "arrogância", "andando em círculos", "cometendo falácias", etc, presume-se, numa discussão mais embasada, que os pontos endereçados sejam abordados.
      As perguntas foram apenas extensões lógicas do seu raciocínio. Você não respondeu qual é o(s) tópico(s) que irão mudar uma sociedade que devem ser abordados apenas por especialistas (isso lembra um pouco o pensamento vigente na EX-URSS). Não disse também se Justiça ou Ética só devem ser discutidas por pessoas que se formaram em filosofia. Se assim o é, como você pode afirmar que foi correta e justa a decisão da CVM, se você é leigo em questões de Justiça ou de aplicação do direito?
      Também não respondeu, o que é uma extensão lógica, a pergunta sobre a dívida bruta e o Beluzzo, aqui sim rodou, rodou e não respondeu. Mas, o que parece, não se pode discordar de um especialista.
      Não apontou também qual é a área de conhecimento para analisar a discussão aqui feita e onde está o show de horror.
      Parece-me como uma vez aqui que falamos sobre FII, e as diversas perguntas específicas foram simplesmente ignoradas. A pergunta sobre finanças pessoais foi apenas para auferir coerência.
      O fato de ter milhões, ou centenas de milhares de reais (ou seja qual for o seu patrimônio) em absolutamente nada modifica o fato de você ser leigo no assunto e não procurar a ajuda de alguém que possua a certificação. O máximo que você poderia argumentar é sobre a intensidade ou não da ajuda.
      Indústria? Sempre aparece um termo novo.Prezado, se você é leigo, não é especialista, a conclusão lógica é que você é incapaz de gerir o seu patrimônio, ou ao fazê-lo fará de maneira mais ineficiente do que um especialista.

      Valeu, Márcio. Uma pena que o tópico ficou dominado por essa discussão menor e não sobre diversos outros tópicos interessantes.

      Abraço

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    18. Soul,

      "Indústria? Sempre aparece um termo novo."

      Não há nada de novo nisso. Se vc desconhece... E repito: todos os questionamentos q vc está colocando já foram feitos acima.

      E vamos prestar atenção. Leia novamente o que eu escrevi sobre "show de horrores"

      []s!

      EI,

      Faça assim: na próxima vez que for construir um prédio, estude por conta e faça por suas próprias forças. Ou então contrate um "engenheiro" sem CREA. E tenha uma boa sorte. Cada um é, realmente, livre pra ter sua opinião.

      Ainda bem que existe a teoria da evolução.

      []s a todos!

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    19. Você fugiu totalmente do foco, como sempre

      Mas para constar, não vou contratar um engenheiro SEM CREA porque por lei ele não está habilitado.

      Mas por outro lado tem muito engenheiro COM CREA que faz prédio que cai.

      Seria burrice este ser o único critério.

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    20. Marcio, não creio que foram respondidos. O termo eu conheço, "novo" em relação à presente discussão.
      Valeu!

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  4. Então vc e promotor de justiça? E desde qndo promotor pode passar o ano viajando?

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    1. Tantas coisas interessantes para comentar sobre o artigo, e as suas dúvidas são essas anônimo? Não lembro de ter dito a minha profissão. Basta o servidor não receber salário (ajudando o Tio Levy a não piorar ainda mais o primário), ficar para trás em critérios de remoção (como já aconteceu comigo) e promoção. Ajuda também se não se importar com carreirismo.

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  5. Soul,

    O Expected Returns é o melhor livro de investimentos que já li. Está anos-luz a frente de qualquer coisa aqui no Brasil e da maior parte do que é escrito lá fora. No mais, não me julgo com conhecimento e/ou inteligência suficiente pra comentar seu texto.

    Abs.,

    VR.

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    1. Olá, VR!
      Sim, eu lembro que anotei o nome desse livro numa de suas indicações na resposta a uma pergunta num comentário feito em algum artigo seu.
      Concordo plenamente contigo. Algumas partes, tive dificuldades de entender, se é que eu entendi alguma coisa.

      Valeu pelo comentário, amigo!

      Abraço!

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  6. Interessante o texto. Concordo que escrever não é fácil. Exige coragem e predisposição para responder críticas.

    No mais, gostei do debate nos comentários. Apesar de tensos em algumas ocasiões, em momento algum descambou para a falta de respeito que vejo em outras mídias sociais. Estamos avançando!

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    1. Olá, colega.
      Grato pelo comentário. Sim, procuro, quando eventualmente ocorrem, criar um clima mais saudável de debate de ideias nesse meu espaço.

      Abraço!

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  7. Soul,

    Obrigado pela citação.

    Essas regulamentações são mais uma tentativa do governo se intrometer em decisões individuais das pessoas.

    Daqui a pouco vão querer exigir diploma de "blogueiro" para escrever na internet. Surgirá um Conselho Federal, onde um monte de apaniguados exigirá anuidade de todos os blogueiros que serão obrigados a se associar.

    Olhem a manchete: "Blogueiro que dava aulas como personal trainer no Ibirapuera é preso"

    Acho que a responsabilidade por seguir orientação de blogueiros, do vizinho, do cunhado ou do balconista da farmácia é de cada um.

    Os blogs em geral deixam claro que não são profissionais naquilo e muito é opinião pessoal, não devendo ser tomado como recomendação.

    Além disso, blog permite comentário e discussão. Permite que se tirem as dúvidas, que se esclareçam pontos, etc.

    Também nada impede a pessoa de ler os blogs, ver opiniões diferentes, e consultar um assessor profissional para tirar dúvidas ou perguntar se procede o que ela leu.

    A disseminação de conhecimento pela internet é algo fantástico que não pode ser limitada pelo autoritarismo estatal.

    E como bem lembrou um comentarista da notícia acima: Bill Gates e Steve Jobs largaram a faculdade e se tornaram 2 dos maiores programadores da história.

    Abçs!

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    1. E os golpistas espertinhos que se aproveitam da ignorância alheia, como faz? Deixar eles agindo livremente?

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    2. Olá, Investidor Internacional.
      Colega, o seu blog para mim já é referência. A sua série sobre como abrir conta no exterior é uma das melhores que já vi na internet, ainda mais sobre um tema quase nunca abordado. Tenho certeza que será de grande valia para mim, quando chegar o momento apropriado.

      Eu concordo com você em sua mensagem, creio que devemos incutir mais o senso de responsabilidade nas pessoas.

      Abraço!

      Márcio,
      Você, talvez influenciado pelo Jonas, não sempre falou da "Banca" como resposta para qualquer indagação. Tenha certeza que os "servidores" da "Banca" todos eles são certificados, usam ternos e escrevem belíssimos relatórios, que em muitos casos é de pouca ou nenhuma serventia para investidores amadores como você próprio que ainda tem pouquíssimo patrimônio. Talvez, pessoas comuns falando sobre investimento seja de muito mais valia para a esmagadora maioria dos investidores.

      Você não é defensor do livre mercado? Deixe o mercado separar o joio do trigo. Em casos de fraude ou estelionato, já há legislação para punir tais condutas.

      Abraço!

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    3. Exato, Soul, se ficar caracterizado crime como estelionato ou fraude, já existem formas de punir.

      Quer alguém que mais se aproveita da ignorância alheia do que o próprio governo e os políticos que o compõem?!?!?!

      O banco é todo regulado, os gerentes tem certificações CPA e mesmo assim vendem títulos de capitalização para os desavisados. Sei como eles vendem, porque já me ofereceram. E aí?

      Deixe o livre mercado funcionar. Deixe acontecer as trocas voluntárias. Só assim haverá prosperidade.

      Abçs!

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  8. Quanta inocência... ainda mais neste tipo de assunto...

    Assimetria da Informação manda um abraço pra vcs!

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  9. Oi Márcio,

    Eu entendo quando você diz que o nível de conhecimento um profissional de economia com MBA em finanças e diversas certificações é em geral maior do que de qualquer blogueiro amador.

    Entretanto, isso por si só não quer dizer que as orientações financeiras dele serão melhores que as do amador. Quanta gente eu mesmo já vi que deixou o dinheiro na mão se alguém profissional para operar e tomou um mega prejuízo? Várias!

    Não estou nem entrando no mérito se o "pequeno investidor" descumpriu alguma lei, pois não sei os pormenores.

    O que eu defendo é que o leitor decida se segue ou não determinada pessoa, baseado no que ela escreve e no seu currículo. Ninguém é obrigado a seguir orientação de ninguém, nem contratar ninguém.

    Hoje em dia está na moda algumas mulheres quererem ter parto em casa com parteira, doula, etc e não ir ao hospital. Problema delas, que assumam suas decisões. Se der errado, como canso de ver, o bebê pode morrer ou ficar sequelado. Aí entra a polícia e a justiça no meio para apurar responsabilidades.

    Enfim, cada um que cuide da sua vida e assuma o que fez.

    PS: Quer coisa mais ilegal que esse monte de cubano sem diploma reconhecido atendendo como médico no Brasil?

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    1. Investidor Internacional,
      As considerações sobre profissionais de finanças acho pertinentes e concordo com elas.
      Sobre medicina, tenho uma visão um pouco diferente. Creio ser muito salutar que haja um "renascimento" da ideia de parto "humanizado". Se um parto feito em casa for melhor para a mulher e por via de consequência para o nascituro, é um jogo de ganha-ganha. Entretanto, se há indícios claros de que esse tipo de prática pode estar prejudicando o nascimento de crianças, numa taxa maior e estatisticamente relevante do que nascimento em hospitais, aí acho que não é uma questão de simples escolha pessoal da mãe. Ela sim pode ser responsabilizada, mas a maior vítima será outro ser, então nesses casos uma posição de cautela preventiva creio ser mais apropriada.

      Sobre os médicos cubanos, creio não ser correta a atitude do Brasil. De outro lado, a quantidade de pessoas que não tinham nem um atendimento médico primário e hoje podem contar com um atendimento mínimo algo que deve ser no mínimo levado em conta, em minha opinião.

      Abraço!

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    2. II,

      as ideias libertárias partem sempre do pressuposto que vc nunca prejudica um 3o. Ou seja, suas atitudes NÃO prejudicam o próximo.

      Vamos ao exemplo da mulher do parto "humanizado". Isto é algo que, do ponto de vista lógico, não tem cabimento algum. Isso é ideologia. E as consequências colocadas por você já afetam uma criança. Criança que ao nascer sem mãe, já cria um problema para sociedade. E vc está inserido na sociedade. Ou seja, criou um problema, indiretamente (ou até diretamente...) para você. A atitude irresponsável da mãe, criou um problema para você que não tinha nada a ver com o assunto.
      Fora que polícia e justiça são custeadas pelo Estado, que é bancado por você.

      Então, olhar a coisa de forma linear e de bate-pronto não é assim tão simples. O sistema é infinitamente mais complexo e com cadeias de eventos que devem ser cortadas na carne.

      Este pensamento de "deixe que as pessoas se virem" é verdade até o ponto que as pessoas não façam cagadas que prejudiquem a vida alheia.

      []s!

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    3. O problema é saber até que ponto o Estado deva interferir na vida alheia.

      Temos que entender que você delega ao Estado tal poder na sua vida, está entregando pra gente da pior espécie e a todo momento sabemos o porquê.

      Concordo que o aborto deva ser proibido, pois é uma atitute deliberada de matar, mas o parto não assistido por profissional em ambiente hospital pode dar certo, mas pode dar errado.

      Acho que a polícia e a justiça devam investigar, mas não acho que o sistema público de saúde deva ser sobrecaregado por isso, pois sou contra a simples existência do SUS.

      Se não quiser a criança que entregue a um orfanato ou doação.

      Abç!

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    4. Gente, POR FAVOR!

      Mas sério, POR FAVOR! Precisamos MUITO estabelecer um entendimento de discurso aqui! Mas é MUUUUUUUUUITA coisa mesmo!

      II, vc escreveu:

      "o parto não assistido por profissional em ambiente hospital pode dar certo, mas pode dar errado."

      Isso é verdade. Mas este é o seu ARGUMENTO em defesa do parto não-assistido?

      Mas vamos atentar ao seguinte fato: o que está sendo discutido? Bom, estou entendendo que é se ter o parto assistido é uma opção melhor ou não do que o não-assistido, não é mesmo?

      Bom, em NENHUM momento esta sua sentença demonstra que o parto não-assistido em casa é MELHOR do que o assistido. Não é justificativa alguma!

      Na verdade é bem o contrário, né! Em casa e sem assistência não existem ferramentas dispostas no hospital para os casos de partos problemáticos. Não precisa fazer contas. E, não a toa, veja só vc, as pessoas com o mínimo de bom senso, querem ter o parto assistido no hospital! Que coisa, não? rs

      Se os partos não-assistidos dão errado em 15% das vezes e os assistidos dão errado em 1% das vezes, não há nem o que discutir na escolha.

      Se você apresentar aqui números mostrando que partos não-assistidos em casa possuem números melhores, já podemos começar a discutir. Mas a sua frase não adiciona em absolutamente nada à discussão, muito pelo contrário, ela distorce o discurso.

      Isto remete ao mesmo que eu estava discutindo com o Soul acima: vc está usando táticas de lobbystas, desviando o assunto, adicionando palavras e frases que não adicionam nada, mas confundem os leigos. Em última instância, tenta criar dúvida num assunto onde, provavelmente, não deve existir absolutamente dúvida alguma frente aos números.

      Pq estou batendo nesta tecla? Pq novamente voltamos na questão do especialista vs não especisalista (parto assistido vs. não assistido)

      Eu realmente estou IMPRESSIONADO com essas discussões, onde vcs estão subvalorizando de uma maneira incrível o conhecimento e trabalho de profissionais! Sério, isto é IMPRESSIONANTE!

      []s!

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    5. Márcio,
      Eu tendo a concordar contigo em relação à questão dos partos, pois os interesses dos nascituros são imprescindíveis.
      Entretanto, há sim uma tendência de se repensar o parto, que é um dos atos mais essenciais da humanidade. Alguns médicos procuram ter um olhar mais humano, outros, pelo que amigos que estavam com mulheres grávidas falam, não.

      Márcio, você aponta muito dedos, e não responde objetivamente quando os seus argumentos se mostram fracos ou desconexos.
      O lobby, por exemplo, usa uma palavra ao léu que é associado a setores e profissões regulados (porque há tanta força para barrar o Uber, se há tantas pessoas beneficiadas? Isso é bem fácil de entender, quando se reflete que grupos organizados, principalmente em setores regulados, são muito mais fortes do que uma coletividade sem força de se organizar em lobby).

      Depois, usou o termo "indústria". Quer dizer "A Banca"? O argumento polivalente que muitas vezes não quer dizer nada. Isso quando foi feito uma simples constatação lógica de que se você não é especialista em finanças, não possui certificação, o fato de você gerir as suas finanças é um ato ilógico ou ineficiente.

      Depois, veio com "assimetria de informação", essa é difícil de entender, pois se refletirmos logicamente, o seu argumento é contraditório. Como não sei o que quis dizer, pois você não foi claro, parto do pressuposto lógico que a assimetria de informação em finanças pessoais foi citada para dizer que pequenos investidores irão ser eventualmente prejudicados (pela "banca", "indústria"? não sei, não ficou claro). Ora, quer dizer que quanto mais informação, mais assimétrica é a relação. Se você parte do pressuposto, em finanças pessoais, que a certificação é pré-requisito de conhecimento na área, então a assimetria de informação será maior ainda, com prejuízo potencial para o investidor amador.

      "Eu realmente estou IMPRESSIONADO com essas discussões, onde vcs estão subvalorizando de uma maneira incrível o conhecimento e trabalho de profissionais! Sério, isto é IMPRESSIONANTE!"

      Impressionante mesmo é você continuar batendo na mesma tecla, quando, pelo menos no texto em questão, isso nunca foi dito, muito pelo contrário.

      Assim, Márcio, você vai com muita sede ao pote em suas respostas, para alguém que não responde as perguntas que ficam sem respostas, diz às vezes expressões que não se encaixam na discussão modificando completamente o foco (é caso de "lobby"?).

      Não falo por mal, Márcio, pois ao contrário do que você já me disse, eu creio que o seu espaço, bem como diversos comentários seus são bons e pertinentes, bem como que você domina áreas que eu não faço nem ideia. Entretanto, uma linha de argumentação mais incisiva como a sua precisa ser muito bem sustentada, pois senão fica muito capenga.

      Abs

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    6. dimarcinho,

      Mais importante que discutir se parto assistido em hospital ou em casa é bom ou ruim (deixamos isso para especialistas e acredito que nem deveríamos dar opinião), a discussão é sobre a intervenção governamental e para isso, apesar de não sermos especialistas, podemos ter uma opinião.

      Não acredito que exista certo e errado nesta discussão, mas alguns que são à favor de mais intervenção e outros que são à favor de menos intervenção. Veja que nos EUA existem estados que não obrigam motociclistas a usar capacete. Qual o argumento? você é responsável pelos seus atos, se quer se matar, o problema é seu.

      Concordo que a intervenção governamental (ou regulação) é necessária sempre que uma ação tenha interferência direta ou indireta no próximo, assim sendo o governo deve regular as leis de trânsito afinal se você sair fazendo loucura por aí, coloca a sua vida e a de outros em risco.

      Um aprofundamento da discussão passa pelo fato de que no Brasil temos uma cultura assistencialista, então no caso do capacete, analisamos da seguinte forma. O estado (brasileiro) tem obrigação constitucional de oferecer tratamento de saúde gratuito a todos, portanto ele pode exigir que todos usem capacete, afinal, ao não usar e sofrer um acidente, você onerará o estado e consequentemente toda a população.

      Neste caso que citei nos EUA, se você não usar o capacete e sofrer um acidente, o estado vai te assistir, mas a conta quem paga é você. Veja outro exemplo: certa vez fui a um parque nacional nos EUA e me chamou a atenção a recomendação para ficar longe de um determinado local com um alerta que se você sofrer um acidente e precisar ser resgatado, quem paga a conta é você.

      A discussão sobre o parto assistido passa por parte desta discussão, mas é mais complexa, afinal o bebê é uma responsabilidade da mãe e o processo de ter o parto em casa é algo da natureza. Até onde vai a interferência governamental? ou o estado não deveria interferir e responsabilizar a mãe (ou familiares) caso dê algo errado? Talvez o estado devesse proibir supostos profissionais de incentivam e vendem este serviço (ex. parteiras)

      Imaginemos uma criança com infecção e febre alta. O estado pode obrigar a mãe a levar ao hospital ou dar antibiótico? lembre-se que se ela não fizer isso, a chance de complicações que podem levar a morte é grande.

      A mãe não deu o antibiótico e a coisa complicou, quem deve ser responsabilizado? a mãe? e se a mãe consultou um líder espiritual qualquer que recomendou um chá para a cura?

      A discussão é bem complexa e temos que decidir primeiro até onde achamos que o estado deve interferir. Traçando um paralelo, isso se aplica para CVM, certificações, conselhos de classe, regulamentações profissionais, etc.

      Abraços

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    7. EI,

      Basicamente, concordo com tudo q vc disse. Só que esta discussão sobre regulação e intervenção é realmente grande. Eu sou a favor de haver o mínimo, onde se garanta a propriedade privada, a segurança, à vida e o direito de um não fira o direito do próximo.

      A depender da situação, estas coisas são bem complexas de ser montadas, pois o sistema não é pontual. Uma mãe que resolve fazer um parto e não assistido e morre durante o parto (numa situação onde ela NÃO morreria se tivesse ido a um hospital) é um exemplo, pois ela deixa uma criança órfã no mundo. E uma criança pequena e indefesa é um "passivo" e alguém vai ter que bancar este "problema". Ou seja, de forma indireta, ela acaba prejudicando outras partes da sociedade.

      Este mega-liberalismo que pregam, então deveríamos ter uma sociedade anarquista.

      Cada um que se defenda com seus próprios meios, não é mesmo? Podemos voltar ao Velho Oeste, era assim que funcionava.

      []s

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    8. Márcio, o EI entendeu o que eu quis dizer.

      Não sou a favor de parto em lugar nenhum, cada um que decida e arque com as consequências. Se o sujeito quiser fumar, beber, drogar-se, é problema dele.

      A história citada do capacete é bem isso. O governo sob o argumento de "sobrecarga" no sistema de saúde pública ou no INSS vai começar a proibir você de fazer diversas coisas. Não duvide do que esse povo é capaz. Chegaram a proibir andar com facas no Rio porque alguém foi esfaqueado. Daqui a pouco proíbem as motos. Farão toque de recolher.

      O país em recessão rumo a depressão, a indústria em colapso e eles só pensam em aumentar impostos.

      Meu pensamento de Estado Mínimo é Justiça e Polícia para intervir em momentos de agressão física ou quebras de contrato e das leis. Mesmo assim acho que o cidadão comum deve poder se armar e se defender e a justiça privada (arbitragem) também deveria continuar existindo.

      Quando se pede intervenção estatal, sei que as pessoas têm a maior boa vontade, pois acham que é em benefício dos mais pobres. Ledo engano, a realidade mostra exatamente o oposto. Quem está perdendo o emprego e sendo engolido pela inflação gerada pela crise de origem estatal? Gente de todas as classes, só que os mais pobres por terem menos poupança sofrem mais.

      Veja que os problemas que o governo/estado propõe solucionar são causados por ele mesmo.

      As pessoas não podem pagar plano de saúde ou escola por conta própria. Como então teriam dinheiro para pagar o governo que pagaria a escola para elas. Acrescentar um intermediário só deixa tudo mais caro.

      É uma bola de neve, o governo quer cada vez mais dinheiro para fazer coisas que eles não sabem fazer, fora a corrupção sem limites. Assim, vão te tomando cada vez mais a riqueza e a maioria das pessoas não enxerga aí a raiz do problema. Acham que estão recebendo as coisas "de graça".

      Esse negócio de achar que vai virar faroeste é uma grande falácia que você não deveria cair. Com esse número de homicídio, já vivemos num faroeste. A diferença é que com armas o lado fraco (nós) seremos capazes de nos defender e não apenas morrer.

      Com tanta coisa acontecendo, acreditar que intervenção estatal é boa só pra quem é alienado.

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    9. Um dos grandes entraves do país é a capacidade de criar soluções para problemas que não existiriam se fosse dada uma solução correta. Veja o exemplo da Nota Fiscal Paulista. É um programa de incentivo do governo ao cidadão que pede Nota Fiscal e recebe parte do ICMS recolhido, além de participar de sorteios. Ocorre que se o recolhimento do ICMS fosse feito de forma eficiente, não haveria necessidade de criar o programa Nota Fiscal Paulista e toda uma infra-estrutura bancária e de TI ao entorno disso, com um custo enorme para o estado.

      Aí quem não coloca o CPF na Nota pode doar a Nota para entidades assistenciais que solicitam o crédito para elas através do site.

      Hoje, se o governo quiser acabar com o programa NF Paulista, quebra várias entidades assistenciais que vivem da renda destes créditos. Aí já é um exemplo de solução para resolver um problema que só existe porque existe uma solução para um outro problema que não deveria existir.

      Existem inúmeros exemplos disso. No dia que aprendermos a resolver os problemas de forma definitiva, seremos um pais melhor.

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  10. Soul, tentarei ser o mais diretamente possível (segundo vc, não estou sendo direto).

    - Lobby do Uber, fácil entender! OK! Fica fácil entender: os que reclamam são os que serão prejudicados (aqueles que detêm propriedades de táxis e licenças).

    - QUem falou em Banca foi vc. Indústria é indústria. Nunca ouviu falar em Indústria Financeira? O meu contexto foi leigo vs. indústria, ou seja, leigo vs. algum profissional que trabalha na indústria financeira. Acho que vc tá preocupado demais com "A Banca" rsrsrsrsrs

    - Assimetria da informação também nunca ouviu? Não fui contraditório, mas vc concluiu o que eu quis dizer, com exceção da parte "quer dizer que quanto mais informação, mais assimétrica é a relação". Isto vai depender das partes, mas é de esperar que quanto maior for a informação sobre um assunto, maior será o gap de conhecimento entre o leigo e o especialista.

    - E continuo impressionado, sim! Pois vc está olhando para as coisas de forma objetiva e sem notar as correlações. A discussão envolve, no fim das contas, exatamente o mesmo problema: ter um parto não assistido (ou seja, com um leigo) vs. com acompanhamento de um médico e profissional treinado para tal (ou seja, vs um especialista). A discussão é idêntica, mudou apenas o tema (saímos de finanças e fomos pra medicina).

    []s!

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    1. Márcio,

      - Sim, um setor regulado. Lobby se aplica mais fortemente em setores e profissões reguladas, mesmo que não gerem benefícios para a maioria. Logo, a palavra lobby está no mínimo mal empregada;

      - Certo. Você é leigo. Há profissionais certificados. Sendo assim, é mais eficiente que alguém faça a gestão dos seus recursos. A questão é simples e decorrência lógica da sua posição. Ao invés de dizer que sim, a sua gestão não é tão eficiente, você disse "indústria". O que é simplesmente mudar de assunto, ou simplesmente ser contrário ao que você mesmo falou. Márcio, quem nos últimos tempos anda obcecado com esse tema é você, basta ver os seus escritos, o que é estranho, pois se você tivesse muito dinheiro faria mais sentido ter tanto receio. Sua postura foi a mesma do que você imputou ao I.Internacional por supostamente ter mudado de tema e dito frases de efeito;

      - Então, o que você quis dizer? Certo. O I.Internacional disse que profissionais certificados no mercado financeiro podem dar conselhos fajutos, às vezes piores do que blogs de investidores amadores. Em relação a isso, foi essa sua afirmação (essa sim com traços de arrogância):
      "Quanta inocência... ainda mais neste tipo de assunto...

      Assimetria da Informação manda um abraço pra vcs!"

      Fica realmente difícil saber o que isso significa, pois não é claro num bom português. Porém, como você parte do pressuposto que certificação é essencial para conhecimento de finanças pessoais, o seu argumento só pode ser contraditório. Se alguém certificado possui mais informação, então a relação com um investidor amador será muito mais assimétrica, do que a relação de um investidor amador lendo um blog de outro amador. Se é mais assimétrica, então o potencial de prejuízo é maior no primeiro caso, do que no segundo.

      - Márcio, eu não entendo de parto. Eu apenas sei que o Brasil é o número 1 em cesarias, o que não é bom para a criança, mas extremaste conveniente para médicos. Sei que mulheres estão optando por partos em piscinas, pois assim é uma experiência menos traumática para a criança. Logo, não vou me meter onde não sei muita coisa, só sei que o parto é algo essencial para a nossa espécie e às vezes não é dada a devida atenção ou importância. No mais, deixei clara a minha resposta sobre interesse dos menores. As duas profissões que você trouxe a tona "Engenheiro e Médico" foram as duas que ressalvei que nesses casos creio que não há espaço para muitas discussões sobre a necessidade de regulamentação. Logo, não sei qual é o ponto do seu argumento.

      Abs

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    2. Soul,

      não sei onde estou sendo contraditório... só vc está vendo isso... acho q vc ainda não entendeu...

      Quando você fala em dica "fajuta" está se referindo à incompetência ou mau mau-caratismo?

      Pois o leigo vai errar por ignorância.

      Já o profissional vai errar por incompetência ou mau-caratismo.

      Se for um profissional competente (como todos deveriam ser) e de bom caráter, pode ter certeza absoluta que toda e qualquer orientação que ele receber será melhor do que a do leigo.

      Existe bons profissionais e existem maus profissionais, é verdade. Mas em nenhum momento isto garante que o leigo tomará melhores decisões que o profissional ruim, pois mesmo ruim como profissional, frente a um leigo é provável que ele seja ainda muito melhor!

      E vamos, novamente, focar na lógica argumentativa, principalmente no se->então. Eu não falei que "certificação é essencial para conhecimento de finanças pessoais". É justamente o contrário: conhecimento de finanças pessoais é essencial para certificação. Mas aqui um detalhe IMPORTANTÍSSIMO: é essencial, porém não suficiente!

      E isso NÃO é um SE-E-SOMENTE-SE! É CONDICIONAAAAAALLLLLLLLLL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

      E é esse detalhezinho que diferencia tudo...

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    3. Márcio,
      Agora você fala de bons e maus profissionais. Correto, concordo. No final aduz: "pois mesmo ruim como profissional, frente a um leigo é provável que ele seja ainda muito melhor!” Veja, ao usar a palavra provável, novamente entra em condição, pois aduz que há a possibilidade de um “leigo" (seja lá o que você entenda por isso) possa saber mais do que um “especialista" (seja lá o que você entenda por isso). Isso não se coaduna com tudo o que você vem dizendo. Contraditório, pois ainda não disse por qual motivo, você que é leigo, gere as suas próprias finanças pessoais. Você não é, muito provavelmente, muito pior do que um “especialista" mesmo que ruim? Então, no fundo você está perdendo o seu tempo e dinheiro. Se não o faz, é porque acredita que você pode gerenciar o seu patrimônio melhor do que um especialista, o que é contraditório com suas afirmações anteriores.
      Foi contraditório quando usou o termo assimetria de informação, como dito na mensagem anterior.
      No final, não foi contraditório, mas cometeu um erro de interpretação básico. Ser essencial não significa ser único, confundir os termos é um grande equivoco interpretativo e da nossa língua. Você para ser Senador, por exemplo, possui diversos requisitos alguns deles essenciais, como ser filiado a partido político, bem como idade. O requisito filiação é essencial, mas não é único. Isso se aplica a quase tudo.
      Logo, a sua inversão não tem sentido. Você disse: "É justamente o contrário: conhecimento de finanças pessoais é essencial para certificação.” Onde essa afirmação é contrária a “certificação é essencial para conhecimento de finanças pessoais”? Se para ser certificado eu preciso de conhecimento de finanças pessoais, é uma presunção lógica que quando sou certificado eu possuo o conhecimento em finanças pessoais. É apenas lógica. Logo, a certificação é essencial, mas em nenhum momento no texto ela foi dita que é o único requisito. As duas frases tem valor idêntico, e não há detalhe algum.

      Por fim, Márcio, creio que essa conversa se alongou muito além do razoável. Será um prazer ter novas discussões contigo em outras temas, como renda fixa no meu último artigo. Não irei mais responder, mas fique à vontade se quiser fazer mais algum(ns) comentário(s).

      Abraço, e se não nos falarmos mais um feliz ano novo para você, desejo paz, serenidade e que fique cada vez mais próximo dos seus objetivos financeiros.

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    4. Soul,

      conhece a expressão "mais perdido que cego em tiroteio" ? Então, foi vc agora.

      Não tenho condição alguma de continuar essa discussão saudável.

      []s e aproveite a trip!

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    5. Márcio,

      Ninguém aqui defende que o amador é melhor que o profissional.

      Eu particularmente defendo que cada pessoa deva decidir em quem confiar.

      Confia na parteira e quer ter filho com ela? Problema seu.

      Confia no médico e quer ter filho no hospital? Problema seu.

      Confia no gerente do banco e quer que ele te oriente? Problema seu.

      Confia no blogueiro e quer que ele te assessore? Problema seu.

      Confia na cartomante e quer conselhos dela? Problema seu.

      Quer por gasolina no posto sem marca pois o preço é menor? Problema seu.

      Liberdade, Márcio, liberdade!!!

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    6. II,

      vc não entendeu a parte de que a sua liberdade pode tirar a liberdade de um próximo?

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  11. E vou deixar isso aqui:

    http://www.drmoney.com.br/investimentos/risco/escolha-seu-fundo-pelo-risco-nao-pelo-retorno/

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    1. Márcio, o texto em questão nada mais fala que a gestão de dinheiro de terceiros é uma obrigação de meio, não de resultado. Pode acreditar quem trabalha com direito sabe muito bem a diferença entre ambas. Viu como você pode aprender coisas em sites de amadores, já que o Dr. Money não é especialista em direito, e isso é uma matéria claramente mais afeita a quem é versado em direito.
      No mais, isso não tem absolutamente nada a ver com a sua não-resposta sobre por qual motivo você gerencia os seus recursos financeiros e não um especialista.
      Agradeço as boas energias em relação à minha viagem.
      Abraço!

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  12. CaroAlho!! Eu sempre olhava "o pequeno investidor"!!
    Meu amigo, não tão perdoando ninguém hein

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  13. Meu processo na CVM foi arquivado. Não encontraram irregularidade nenhuma quanto ao meu blog.

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    1. Olá. Fábio!
      Fico feliz de ler isso, se você puder, quiser, compartilhar com os blogs o teor da decisão, seria de extrema valia.
      Um abraço!

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