"O mundo é o meu país, toda a humanidade é a minha raça, e fazer o bem é a minha religião" Thomas Paine
Olá amigos! Continuando os artigos sobre temas mais gerais, hoje
pretendo falar um pouco sobre ciência e ego humano. Primeiramente, devo
explicitar que entendo como ego humano a nossa percepção de que somos especiais
no universo, na natureza e na individualidade. O tema é vasto, complexo e
polêmico. Aqui farei apenas algumas breves reflexões.
I
- PRIMEIRO GOLPE – A ILUSÃO DE SERMOS O
CENTRO DO UNIVERSO DESTRUÍDA
Não vou
aqui descrever a história das idéias sobre o fato da terra ser o centro do universo
(há pessoas com muito mais competência que já fizeram isso, sendo facilmente obtido
na internet), mas essa era a ideia a prevalecer por mais de mil e quinhentos
anos na humanidade. Foi preciso que um
polonês, Nicolau Copérnico, e posteriormente um italiano, Galileu Galilei, para
que esse conceito central na vida humana até então fosse questionado. Galileu, no que ia ser para sempre
considerado um dos episódios que ilustram como o conhecimento humano pode ser
barrado por questões outras do que a verdade, foi obrigado a se retratar
perante a Igreja Católica, pois suas afirmações contrariavam passagens literais
da Bíblia, mas pior do que isso colocavam em cheque a posição central da terra
e do homem no universo.
Com
o avanço da ciência nos últimos séculos, a ideia de que a terra fosse de alguma
maneira o centro do universo foi descartada, pois estamos na verdade na periferia de um dos
braços da nossa galáxia. Na bem da verdade, quem conhece um pouco sobre teoria
cosmológica, sabe que o conceito mais aceito hoje é que o universo não possui
um centro, na verdade qualquer ponto pode ser considerado o seu próprio centro,
já que o universo está se expandindo e as galáxias se afastam uma das outras
conforme o espaço é criado (esse é um conceito um pouco difícil de entender, o
universo não se expande por algo que já existe, na verdade o próprio espaço é
criado com a expansão do universo).
Assim,
a humanidade, principalmente as religiões institucionalizadas, teve que aceitar
o fato de que a terra não era o centro do universo, longe disso. Esse primeiro
golpe no ego humano não foi tão duro para a maioria das pessoas, pois se trata
de algo mais abstrato, pouco relacionado com a vida prática. O segundo golpe da ciência seria muito mais
duro de aceitar, o que de fato ainda não é aceito por boa parte da humanidade.
Não estamos nem no centro da nossa Galáxia, o que dirá do Universo (que aliás não tem centro).
II
– SEGUNDO GOLPE – A ILUSÃO DA ESPÉCIE HUMANA SER O ESTÁGIO FINAL EVOLUCIONÁRIO E
POSSUIR UMA POSIÇÃO ESPECIAL DESTRUÍDA
O
ano é 1859 e um livro com o sugestivo nome de “On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or
the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life “(Sobre a Origem das Espécies
por Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela
Vida) foi publicado (apenas na sexta edição o
livro teria o título de “A origem das espécies”, como é mais conhecido). Há algum debate na história da ciência se
Charles Darwin foi original ou não em sua abordagem, mas tal tema foge do
escopo desse breve artigo. O ponto é que as idéias contidas nesse livro são
absolutamente revolucionárias.
A explicação para a variedade da
vida não necessitaria ter mais uma causa sobrenatural (ou seja fora da
natureza). A própria natureza continha a explicação para sua própria
complexidade. Isso, amigos, é absolutamente assustador para nós humanos que
possuímos uma tradição de milhares de anos de explicação do mundo, e
principalmente da vida, pelo uso de mitos da criação. O mais provocador, também
por ausência de conhecimento técnico não vou discutir a teoria em si –
recomendo os livros do genial Richard Dawkins para isso -, é que a evolução das
espécies acontece de maneira aleatória, não há nenhum significado ou objetivo
especial (além da adaptação) da evolução. Logo, o homem é apenas produto de
alterações genéticas aleatórias, não é fruto de algum desígnio especial da
natureza. Sendo assim, a humanidade não possui um caráter especial enquanto
espécie, ela é apenas mais uma dentre tantas outras espécies, algumas delas com
grau de complexidade fisiológica muito parecida com a espécie humana.
Talvez boa parte das pessoas não
reflita tanto sobre isso, ou não entendam o real alcance dessa descoberta.
Minha mãe, por exemplo, fala desde que sou criança que não consegue entender a complexidade das adaptações dos seres vivos, que
isso só poderia ter uma explicação fora da natureza. É um sentimento extremamente natural, afinal tudo parece estar tão conectado que não poderia ser obra do acaso, seria imprescindível a existência de algum desígnio inteligente prévio (sim é a teoria do criacionismo sob a roupagem moderna do "desígn inteligente"). Acontece que essa complexidade
começou a ser desvendada por Charles Darwin, e nenhuma explicação sobrenatural
foi ou é requerida. Isso é um tremendo
golpe em muitos conceitos extremamente arraigados nas nossas culturas, e em
nossas religiões institucionalizadas, principalmente as ocidentais.
Se o homem não é A espécie, mas
apenas mais uma espécie, o que poderia justificar todo um sistema de dominação
da espécie humana sobre outras espécies não-humanas, a não ser o poder? Se
assim o é, qual é a diferença fundamental do uso do poder para subjugar outras
espécies do uso do poder para subjugar membros da espécie mais fracos? Se o
homem é apenas uma espécie entre tantas outras fruto de mutações aleatórias,
como justificar mitos de criação, absolutamente centrais para tantas instituições
religiosas ou não, onde o homem aparece como algo apartado das demais espécies?
O pior talvez seja a questão da finalidade, porque se somos frutos de
alterações aleatórias, se a evolução não necessariamente deveria culminar com a
espécie humana (a evolução, pela sua aleatoriedade poderia ter tomado diversos
caminhos), como fica a questão do sentido da existência? Será que realmente há
algum sentido sobrenatural, algum sentido que fuja do próprio contexto natural?
Do ponto de vista racional, é muito difícil justificar essas posições tão arraigadas em nossa cultura. É por isso que esse golpe desferido pela
ciência contra o ego humano é muito forte e profundo, pois mexe com crenças e
suposições extremamente internalizadas em nós.
Eu, particularmente, não me sinto tão atingido. Aliás, eu vejo com satisfação essa história narrativa da vida. Isso
apenas serve para que nós, espécie dominante do planeta, tenhamos respeito por
toda e qualquer forma de vida, pois nós temos uma ligação ancestral com toda
forma de vida que existe hoje no Planeta Terra. Não há nenhuma forma de vida que não guarde algum ancestral em
comum com os seres humanos. Isso é muito bonito, pois faz com que nós possamos
nos sentir conectados com toda a vida nesse planeta, mesmo no nível mais
fundamental. Além do mais, ao admitir que organismos extremamente simples do
ponto de vista biológico possam evoluir para organismos extremante complexos
como cachorros, golfinhos, homens, é muito mais surpreendente, misterioso e
fascinante do que a explicação de um ser extremamente complexo criando seres
menos complexos.
Esse golpe ainda não foi
digerido pela humanidade, se é que um dia será, mas há outro golpe em gestação,
esse sim capaz em colocar em xeque absolutamente tudo que acreditamos ser mais
fundamental a existência individual de cada ser humano.
Pela ciência atual, todos esses seres vivos, por mais diferentes que sejam, são nossos parentes. Não é apenas "somos todos macacos", até porque o homem não evoluiu dos macacos, mas sim há um ancestral em comum entre os macacos e os cinco grandes primatas (homens, bonobos, chimpanzés, gorilas e orangotanos - em ordem decrescente de parentesco genético).
III
– TERCEIRO GOLPE – EM ANDAMENTO – A ILUSÃO DE TERMOS CONTROLE SOBRE O QUE
PENSAMOS E DECIDIMOS SENDO COLOCADA EM XEQUE
Quem
é você? Quem é o Soulsurfer? Há algo que me distingue de outros seres humanos,
há alguma coisa dentro de mim que me torna especial, algo que possa ser chamado
de “Eu” em oposição aos “outros”? Se este “Eu” existe, é ele que está no
controle ou alguma outra “coisa” está na verdade do controle da minha
existência? O tema não é novo, é discutido há milhares de anos pelas maiores
mentes que a humanidade já criou, e nunca se chegou a um consenso. É a
dicotomia mente x cérebro, corpo x alma.
Até
pouquíssimo tempo atrás, tal discussão a toda evidência estava restrita a
conversas metafísicas, longe do alcance do método de verificação científico.
Entretanto, tal situação está mudando drasticamente com o avanço da
neurobiologia e os processos de mapeamento do cérebro. Hoje, a ciência está conseguindo olhar o nosso
cérebro e testá-lo nas mais variadas situações. É um dos temas que atualmente eu mais aprecio ler ou me informar a respeito.
As descobertas são inúmeras e potencialmente reveladoras da limitação do
papel de um “Eu”.
Não
vou me aprofundar, pois o tema é amplo e complexo. Entretanto, há descobertas
cada vez mais incontestáveis que as nossas decisões são feitas antes de termos
consciência delas (lhttp://www.humanasaude.com.br/novo/materias/2/c-rebro-indica-decis-o-futura-at-10-segundos-antes-de-ela-atingir-consci-ncia_5694.htm).
No fantástico livro do Eduardo Giannetti “ A ilusão da Alma”, são descritos
diversos estudos. Há um muito interessante sobre um pedófilo que foi preso, e
se descobriu que ele tinha um pequeno tumor numa área do cérebro. O tumor foi
retirado, o mesmo foi solto, e por alguns anos não se envolveu em mais nenhum
ato de pedofilia. Entretanto, o mesmo
foi pego novamente num ato de pedofilia, e se descobriu que o mesmo tumor na
mesma região do cérebro havia voltado. É difícil nesse caso específico achar um "Eu" para ser responsabilizado. As implicações sobre os nossos julgamentos morais e jurídicos são absolutamente profundas.
Há
estudos que mostram que determinadas áreas do cérebro quando estimuladas
eletricamente provocam a sensação da presença de uma entidade extracorpórea (o
que pode explicar os mais variados fenômenos religiosos no curso da história), há
outra parte do cérebro que quando estimulada provoca a sensação de separação da
pessoa com o próprio corpo. Enfim, o tema é muito vasto e apaixonante.
A
tese central é que talvez não haja uma separação entre cérebro e mente, e que
nossos processos mentais nada mais são do que processos físicos/químicos que
acontecem no interior de nosso cérebro sem qualquer participação do meu “Eu”.
Na verdade, a própria noção de um “Eu” está sendo colocada em xeque com esses
experimentos. Tudo está numa frase embrionária, o que descobriremos daqui 50/60
anos é um grande mistério, mas se realmente nossa consciência não está no
controle de quase nada, isso será um tremendo golpe contra o ego humano. Como
os humanos lidarão com isso, apenas meus bisnetos talvez possam responder. É
necessário salientar que muitas pessoas estão utilizando esse tipo de
conhecimento para objetivos muito práticos. Há dois campos novos de análise que
não param de crescer: neuroeconomia e neuromarketing. Eu quando leio a respeito dessas duas novas
fronteiras fico assustado, pois cada vez mais e mais as propagandas serão
feitas, e os produtos serão designados e produzidos, para atingir diretamente
regiões muito específicas dos nossos cérebros, onde a nossa consciência não
terá a menor chance de resistir.
Já falei sobre o Giannetti. Sou suspeito, pois o acho um dos maiores intelectuais vivos do Brasil. O livro é tão bom que li duas vezes. Recomendo.
É
isso colegas, de uma espécie especial que ocupava o centro do universo onde a consciência/mente/alma
era o centro de nossa existência, a ciência vai cada vez nos mostrando que
somos uma entre muitas espécies habitando ao redor de uma estrela periférica em uma galáxia qualquer (dentre centenas de bilhões de outras galáxias, e talvez até de
infinitos universos – é a teoria do multiverso), onde nem mesmo temos
controle consciente sobre as nossas decisões. Ao invés de nos tornamos
depressivos e melancólicos com essas descobertas, talvez possamos usá-las para
sermos menos egocêntricos, mais amorosos com os outros animais da nossa espécie e de animais de outras espécies, e mais humildes para admitirmos que somos muitos pequenos
perto da complexidade da vida e do universo.
Um
grande abraço a todos!
Bem filosófico o post. Gostei... Realmente, se lermos e pensarmos no que estamos lendo iremos ver que não há nada para justificar a arrogância que carregamos em nosso Id. Especialmente o terceiro golpe é ainda pouco entendido, e consequentemente nossa tendencia é ignorá-lo ou negá-lo. Há não muito tempo atrás se tratavam pessoas violentas com uma cirurgia que retirava parte do lobo frontal... A personalidade era completamente modificada. Sob drogas ou álcool nossas atitudes mudam, seja por inibição do superego, seja por mudanças bioquímicas na composição ou quantificação de neurotransmissores. Quem é o fulano sóbrio, fulano sob efeito do álcool e o fulano sob efeito de drogas antidepressivas, por exemplo? Perguntas sem respostas confortáveis!
ResponderExcluirOlá Guardião!
ExcluirVeio inspirado na resposta hein? Id? Superego?Bacana!
Concordo contigo, eu também estou longe de conhecer profundamente o tema, apenas um apreciador da evolução das ideias.
Exatamente, bem pertinentes as suas reflexões.
Abraço!
De fato o álcool, drogas, etc... afetam a forma como o ser humano passa a agir. Mas existe ainda algo primordial olhando para cadeia causa/efeito: A escolha intelectual de beber ou não.
ExcluirSim, Carlos, provavelmente o inibidor será o cortéx pré-frontal (parte do cérebro responsável por tomadas de decisões mais racionais).
ExcluirSó que isso é apenas o seu cérebro. A grande pergunta é o que acontece com a nossa "consciência" em estados alterados por algum químico como uma droga?
Será que isso não é um indício forte de que boa parte do que achamos ser o nosso "eu" mais profundo, a nossa personalidade, nada mais são do que estados físicos-químicos de nosso maquinário cerebral?
Abraço!
Não ocorre nada com a consciência, creio. Ocorre sim com o meio que intermedia a consciência e a resposta. Pelo fato de as drogas causarem uma interferência - ruído, filtro, etc... - (usando uma analogia eletrônica) que interfere na resposta. E que ainda ampliam uma resposta autônoma da amígdala. Imagine, usando uma outra analogia, que o corpo é um automóvel e que você é o condutor (consciência). Você decide colocar gasolina em um posto que sabidamente não confiável. O carro começa a responder de forma estranha a esta sua decisão, não? Imaginemos agora (resposta para o caso da lobotomia acima - uma decisão que dependeu de terceiros) que o seu automóvel foi para a oficina e o camarada esqueceu de plugar o cabo de uma das velas. Você sai com o carro e ele responde como, quanto a navegabilidade?
ExcluirCarlos, essa é a grande pergunta e o grande embate intelectual colocado pelo potencial terceiro golpe da ciência contra o nosso ego.
ExcluirSerá que há essa "consciência" apartada e esses estados alterados são apenas ruídos? Uma pessoa que considera que existe a mente (a consciência) e o cérebro (simples estados físicos-químicos da matéria, sem nenhuma grande explicação transcendental) com certeza acharia essa sua resposta satisfatória.
Uma pessoa, e alguns testes e descobertas da neurociência parecem indicar que essa possa ser a resposta mais coerente, que pensa que não há distinção entre o "motorista" e o "carro", por não existir nenhum "motorista" não concordaria com o esse seu ponto de vista.
É a velha discussão entre os fisicalista x mentalistas que existe há muito tempo, porém o avanço da tecnologia está trazendo muita luz para esse debate que geralmente era feito apenas com abstrações de ideias.
É um tema apaixonante e instigante em minha opinião.
Abraço!
Colega, todos os pensadores antigos estavam errados. Aristóteles estava errado, Newton com sua teoria da gravitação também estava, etc, etc. Estes dois citados estão entre os maiores pensadores da história humana. Essa é a beleza da Ciência, o seu processo de auto-correção e evolução em busca de respostas mais precisas.
ResponderExcluirAbraço!
Cara, sensacional.
ResponderExcluirEstes "baques" vão mostrando o quão somos ridículos frente à Natureza; de fato, não precisamos nem sair da Terra; somos seres extremamente frágeis, qq coisa e boom, caveira! kkkk
Eu acho que o 2 mexe com algo muito profundo no ser humano: a necessidade de algo fazer sentido. Em algum lugar do nosso cérebro, isso é importante para nós (o 3 explica! rs). Tão importante a ponto de fazermos mundos e fundos para tal. Uma pessoa que vive sem objetivos, tem fortes tendências a levar uma vida depressiva, afinal de contas de que adianta fazer X se no final tudo não fará diferença? É um pensamento esquisito para a maioria, creio eu.
Pra falar a verdade, não gosto muito de refletir sobre isso. Tenho medo. Medo mesmo. Medo de ficar depressivo. Ninguém fica doente porque quer. E este assunto sempre me lembra uma frase de Nietzsche:
"Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."
Citando o exemplo do câncer, uma linha de filosofia da qual li apenas um resumo, mas é perfeita para este exemplo é a do Determinismo Rígido. No fundo de tudo, ela prega que nossas ações são dependentes apenas de 2 fatores: genes e ambiente. O resto é consequência e não podemos controlar.... bastante provocativo.... qdo eu li a primeira vez fiquei inconformado, mas meu amigo ao lado foi pedindo para eu citar exemplos e a questão é realmente forte de derrubar....
O interessante é que seguindo nessa linha, juridicamente falando então, ninguém tem culpa de absolutamente nada!!!!!!! E agora, José?
Quer dizer então que se um cara sai matando pessoas, simplesmente devido aos genes (os quais ELE não pôde mudar, afinal, já nasceu assim) e ao ambiente (esse também não dá, afinal ele não escolhe ao nascer se quer viver na Serra Leoa ou na Finlândia) então ele não deveria ser punido?! Muita, muita discussão em cima disso também....
No fim das contas, tudo termina com o começo:
"Somos todos poeiras das estrelas" - parafraseando Carl Sagan
Abraços!
Grande, Di Marcinho!
ExcluirOlha, eu creio que para a esmadora maioria das pessoas a existência de um sentido é algo que faz a pessoa tocar a vida de uma forma mais plena. É o que a maioria das pessoas e intelectuais pregam. Entretanto, eu acho que existe/existiram seres humanos que conseguirão superar essa necessidade. Creio que o Buda Histórico foi um deles, mas esse é um papo para uma mesa de bar:)
Gosto bastante dessa frase do Nietzche, inclusive iria colocar no meu texto, mas preferi a do Thomas Paine, pois resume bem o que eu acho sobre muita coisa.
Olha, a questão está em aberto, e vamos ver o que vai ocorrer nas próximas décadas. Entretanto, como você bem disse nós somos influenciados pelos nossos genes e meio-ambiente. Já vi algumas pesquisas que mostram que pessoas que poderiam ter uma tendência genética maior para violência, podem se tornar pessoas pacificas a depender do meio-ambiente onde vivem, principalmente quando crianças.
Porém a questão é um pouco além de um "determinismo genético" (quem estuda direito sabe que alguns criminalistas do século XIX- O Lombroso é o mais conhecido- fizeram algumas teorias furadas sobre determinismo no crime baseado em alguns aspectos fenótipos), ela vai mesmo sobre a existência de uma consciência no controle. Realmente, o tema é amplo e complexo.
Sim, com certeza, todos os elementos são forjados nos núcleos estrelares por processo de fusão até o ferro. Estrelas com mais massa do que o sol (1,4 a massa do sol para ser mais exato - limite de Chandrasekhar - homenagem a um físico Indiano) explodem em supernovas, a explosão é energeticamente tão forte que é a única forma de se criar elementos químicos com número atômico acima do ferro.
Sendo assim, todos os átomos que constituem os nossos corpos foram forjados no núcleo estrelar ou na morte de uma estrela. Logo, realmente somos todos "poeiras das estrelas".
Abraço!
Alguns atribuem o terceiro golpe ao advento da psicanálise e, consequentemente, ao fato de que os seres humanos não são governados por uma racionalidade.
ExcluirEm todo o caso, uma das minhas divisas preferidas foi também pronunciada por Nietzsche: "Vade Mecum? Vade Tecum".
Olá colega!
ExcluirSempre abrilhantando:)
Essa eu não conhecia, tive que ir pesquisar: "Quer seguir-me? Segue-te",
Ótima frase. Gostei, aprendi algo nessa manhã, obrigado!
Creio que foi no "Assim Falou Zaratrusta" que Nietzche escreveu que um homem deve-se vencer pelo menos 10 vezes ao dia, a primeira do dia já foi hehehe
Abraço!
Vencer a si próprio, digo.
ExcluirE dizem ainda que a vida na terra não é autoctone. Ela teria vindo fruto de materia organica aqui depositada por meteoritos, e talz. E tem gente ainda que acha que somos apenas uma experiencia alienigena, como se fossem aqueles "aquarios" de formigas que as pessoas tem em casa para observar como funciona uma colonia de insetos.
ResponderExcluirOlá, amigo.
ExcluirSobre como a vida surgiu (ou melhor dizendo quando uma primeira entidade auto-replicante surgiu) ainda é questão de acirrado debate entre cientistas.
Há sim uma possibilidade da vida ter vindo de fora do planeta, essa hipótese não pode ser descartada. Entretanto, essa hipótese não explica a origem da vida, pois a vida vindo eventualmente vinda de outro planeta precisaria ter surgido de alguma forma.
Obrigado pela contribuição.
Abraço!
Não me agrada a ideia de sermos experiencias. Soa como ratinhos de lab.
ExcluirGosto do final do filme MIB (o primeiro)....
ExcluirO Marcelo Gleiser tem um vídeo muito interessante explicando algumas coisas é uma delas é que quanto mais avançamos, mais perguntas surgem, pois nunca teremos como saber até onde vai a fronteira do conhecimento....
Gosto muito do Gleiser, já li diversos livros dele.
ExcluirUm dos últimos deles chama-se criação imperfeita. É um livro muito bacana mesmo. No final, trata da assimetria de uma parte por cada bilhão entre matéria e anti-matéria no começo do universo. Foi por causa dessa pequena assimetria entre matéria e anti-matéria que todo o universo na forma que conhecemos hoje veio a se formar.
É por causa disso que gostei muito de um filme chamado "Cosmópolis", eu gosto muito mesmo desse filme, apesar de quase todo mundo detestar.
Na cena final, ele trata desse conceito de uma assimetria mínima fundamental ser tão importante na explicação do mundo (o filme além disso trata de operações de alta frequência, fragmentação do tempo, nossa é tanta coisa, que quando eu expliquei esses detalhes para minha mulher, ela gostou bem mais do filme).
Anonimo,
Aí que está, a busca da verdade não necessariamente é feita para nos agradar num primeiro momento. Cabe a nós refletirmos após as descobertas de como lidar da melhor forma com a "verdade" (entre aspas, pois na ciência a verdade sempre é transitória).
Abraço!
Ah, quando falei da vida ter vindo de outro planeta, não é a la MIB, mas sim alguma forma composto orgânico viajando em algum astro que porventura tenha atingido a terra há 3.7 bilhões de anos (época em que os cientistas acreditam a vida tenha surgido).
ExcluirAliás, o próprio processo evolutivo é interessantíssimo, foi preciso mais de 1 bilhão de anos para existir uma evolução de seres procariontes para eucariontes.
Entretanto, o colega Green pode explicar isso com muito mais conhecimento.
Abraço!
A ideia do MIB no final é que por mais longe que estejamos enxergando, podemos estar absolutamente cegos para algo maior.
ExcluirComparando, imagine que o nosso universo visível for apenas o equivalente a um elétron de um átomo? Podem haver então zilhões de outros universos, mas simplesmente não temos como saber, pois não temos ferramentas para enxergar neste nível. E isso vale também para o universo microscópico......
Sobre vida, de qualquer forma, em outro planeta, acredito que existe. E o que vejo de outra maneira são outras formas de vida, sem serem orgânicas e sem precisar de água.... hehehe....
Claro, sobre o limite superior, eu concordo. Sobre um limite inferior, pelo menos no conhecimento atual, o limite seria o limite de Planck que se não me engano é 10 elevado a menos 33 cm. Aliás, esse seria o tamanho das cordas na teoria das supercordas.
ExcluirAh, eu creio que a probabilidade de existir centenas de milhões de civilizações ou formas de vidas tão complexas como a nossa é quase 100%. Se o universo observável existem centenas de bilhões de galáxias, e a nossa galáxia possui centenas de bilhões de estrelas, a inexistência de formas de vida complexas é que seria muito improvável.
Sobre o universo observável é muito interessante. Como nenhuma informação, e nem a própria expansão do espaço, podem se "movimentar" a valores superiores a velocidade da luz, o universo observável na verdade é 1/3 do tamanho do universo real.
A depender se a teoria inflacionária é correta (a teoria da inflação é que logo após o início, o espaço se expandiu numa velocidade absurdamente maior. Essa teoria serve para tentar explicar dois enigmas que são a uniformidade e planura do universo, o que não é possível sem a teoria inflacionária, e contrastaria com as observações feitas sobre a temperatura do universo que variam apenas de 1 parte para cada 1.000 partes - ou seja o universo é extremamente homogêneo. Ao depender da taxa que o universo se expandiu no período inflacionário, o nosso universo observável pode ser infinitamente pequeno - já vi um cientista falando que se o universo não-observável fosse o sistema solar, o nosso universo observável seria um grão de areia na terra).
Sobre vidas inorgânicas ou sem água, claro que não podemos descartar. Entretanto, como um dos princípios físicos mais fundamentais é de que as leis físicas que se aplicam aqui, se aplicam também a um sistema solar localizado há 10 bilhões de anos-luz, nada leva a crer que não precisamos de certos blocos fundamentais para que algumas reações químicas e biológicas ocorram.
Valeu pelo papo, DI Marcinho! Deveria ter feito física (aliás, talvez eu faça na minha IF) HEHEHE
Abraço!
Gosto bastante destas áreas. Na verdade eu queria ter feito Química ou Física.
ExcluirEscolhi fazer Engenharia Química por questões financeiras: professores e pesquisadores são muito mal reconhecidos no Brasil, já engenheiros conseguem alguma coisa.
Hoje tenho outra mente, q se tivesse na época, talvez estudasse focado em sair do país (aqui realmente complicado ficar).
Mas não me arrependo. A área de processos é sensacional e sempre desafiadora. Além de ser algo aplicado no dia-a-dia.
É verdade que as leis valem em qualquer lugar, mas quantos estudos foram feitos de comportamento e interações de moléculas/compostos complexos em ambientes extremos?! ;-)
[]s!
Essa é uma área interessante, onde boa parte dos exobiólogos foca os seus estudos (estudo de seres vivos em ambientes extremos).
ExcluirEu lembro de ter lido há uns dois anos atrás uma notícia de uma exobióloga da NASA ter encontrado uma forma de vida em um lago extremamente ácido para formas de vida, uma forma de vida que possuía um elemento químico constitutivo diverso das outras formas de vida na terra. Procurei aqui, mas não achei o link.
O problema não é a existência de vida em ambientes extremos, mas sim a existência de vida complexa em ambientes extremos, algo que os biólogos acreditam não ser possível.
Enfim, a digressão aqui foi parar em exobiologia hehe
Abraço!
Hahahaha!!! To ligado, já vi essa notícia. Tb é comum achar em ambientes radioativos, etc
ExcluirA questão que quis colocar é que as formas de vida q conhecemos são todas baseadas e originárias daqui do nosso mundo, que passou por certas condições ambientais, mas não tão drásticas.
Será que é possível haver vida no núcleo de um planeta, na casa dos 1000ºC ??? Bom, o tipo de vida q conhecemos aqui totalmente impossível (até pelo fator água)
Mas outros estilos de vida, pq não? Já começamos a entrar em outros pontos: o que é vida?? kkkkkkkkkkkkk
Vou ficar por aqui, a viagem tá crescendo, kkkkkkkkkk
[]s!
Em suma: o ego humano em relação ao universo tem diminuído ao longo dos séculos, mas ego de um sobre o próximo é algo que nunca vai acabar.
ResponderExcluirÉ, talvez sim, talvez não.
ExcluirNão há problemas em termos ego, orgulho próprio, etc. O problema é quando nos tornamos egocêntrico a outras pessoas, a outras formas de vida, etc.
No nosso mundo financeiro, o ego deve ser controlado. Não se trara de provar que estamos certo, mas atingir os nossos objetivos financeiros. Aliás, no ramo de finanças comportamentais, se tem algo que draga os investidores para o buraco são os egos inflados.
Abraço UB!
Olá Soul,
ResponderExcluirBacana o seu post! Quando estudamos biologia e principalmente evolução acabamos nos dando conta de todos esses pontos. No meu ponto de vista é pouquíssimo provável que uma pessoa racional termine o curso de biologia acreditando em qualquer religião. A ciência já provou há muito tempo que 99% dos dogmas religiosos são falsos. Darwin já matou Deus em 1850.
A uma altíssima correlação entre o nível de esclarecimento (educação) de uma nação e o percentual de ateus. Para mim altos níveis de religiosidade de uma população é quase sinônimo de subdesenvolvimento e baixo nível educacional. É praticamente impossível para uma pessoa cientificamente letrada acreditar em muitas coisas que a igreja católica prega por exemplo.
Eu, claramente, sou ateu, mas simpatizo muito com o budismo. Acho a mais racional das religiões e a que mais acrescenta ao convívio frutífero e saudável entre as pessoas.
Sei que o seu post não foi sobre religião, mas se não fosse esta, as constatações que faz no post já seriam muito mais espalhadas pela população de modo geral. Muitas religiões são um grande atraso ao desenvolvimento de uma nação. Por exemplo a igreja católica pregar que a necessidade de trabalhar foi um castigo divino, para ficar em apenas um exemplo. Quem acha que um conceito desses é produtivo é louco rsrs.
Desculpa o comentário longo, mas resumindo o comentário, para quem é cientificamente letrado o primeiro e segundo golpe são quase banalidades que deveriam ser ensinadas a todas as crianças desde muito cedo. Mas infelizmente não é esse cenário que temos no nosso país, com as igrejas tentando atrasar e impedir essas informações básicas hoje em dia, com argumentos absurdos e revoltantes.
Abraço!!
Green Future
Green, li seu comentário e devo dizer que estás muito equivocado com essas idéias.
ExcluirNão quero defender religião A ou B, tampouco falar mal de ateus. Acho que nesse campo há um misto de coisas, e defendo o seu total direito de ser ateu ou de outrém de ser agnóstico.
Acho que a ciência não exclui a religiosidade, até porque a ciência nunca chega num ponto final... Há sempre algo ainda desconhecido. E para os que acreditam em alguma entidade superior, seja lá qual for o nome, deve-se ter em mente que apenas aqueles que desconhecem é que propagam essas coisas de que a história contada há 2 mil ou mais anos atrás teria ocorrido tal qual foi dito.
Ademais não há tal relação que dissestes da "altíssima correlação entre o nível de esclarecimento (educação) de uma nação e o percentual de ateus". Na Finlândia, por exemplo, 80% da população é luterana.
Repudiável é ler que tentas correlacionar a religiosidade ao baixo nível educacional.
Simpatizas com o budismo, que é mais uma filosofia que propriamente uma religião, mas esqueces que se seguires os ensinamentos de Buda serás, mesmo que execrais, um excelente cristão.
Por fim gostaria de saber de onde tirastes tal disparate que a "igreja católica prega que a necessidade de trabalhar foi um castigo divino".
Deves pensar melhor antes de escrever textos assim, ou és o dono da verdade e melhor que os demais? Cuidado com a soberba, pois a nós que lemos seu texto fica claro que não entendestes a essência do post do soulsurfer, e seu ego poderá um dia ficar muito ferido com o que podes ainda vir a descobrir, meu amigo.
Green e Anônimo,
ExcluirMeu objetivo não foi me posicionar a respeito das religiões, até porque isso é um assunto muito pessoal. Entretanto, creio que as diversas descobertas científicas fazem com que as religiões, principalmente as institucionalizadas, assumam o papel de veículos morais. Não se pode mais pegar a literalidade dos mais variados ensinamentos religiosos institucionalizados, pois eles evidentemente não são verdadeiros. Agora os mitos religiosos como construções morais podem ter um papel importante na sociedade.
É verdade, eu encaro o Budismo mais como uma forma de ver a vida, e que forma bonita. Muitos ensinamentos de Cristo também são muito bonitos.
Sobre alguma entidade superior, eu nunca poderia ser ateu, no máximo agnóstico. Não podemos saber. Até porque filosofarmos sobre multiversos, o que havia antes do big-bang, etc, etc, talvez seja demasiada complexo para nós. O meu pai sempre me disse, desde que eu tinha três anos de idade (isso é coisa para se falar para uma criança? hehe) que o finito nunca irá entender o infinito. Outra frase dele era: quando o nada percebeu que era alguma coisa foi o começo de tudo, essa frase que ficou como que sem pé nem cabeça para mim por muito tempo, começou a fazer muito sentido quando comecei a me interessar e ler bastante sobre física, principalmente na parte em que fala que talvez uma flutuação quântica do "nada" tenha dado início ao big ban.
Enfim, colegas, os dois mostram terem muitos conhecimentos. Tenho certeza que o Green não quis ofender a sensibilidade de ninguém, e o colega anônimo colocou questões interessantes.
Grande abraço aos dois!
Green e Anônimo,
ExcluirMeu objetivo não foi me posicionar a respeito das religiões, até porque isso é um assunto muito pessoal. Entretanto, creio que as diversas descobertas científicas fazem com que as religiões, principalmente as institucionalizadas, assumam o papel de veículos morais. Não se pode mais pegar a literalidade dos mais variados ensinamentos religiosos institucionalizados, pois eles evidentemente não são verdadeiros. Agora os mitos religiosos como construções morais podem ter um papel importante na sociedade.
É verdade, eu encaro o Budismo mais como uma forma de ver a vida, e que forma bonita. Muitos ensinamentos de Cristo também são muito bonitos.
Sobre alguma entidade superior, eu nunca poderia ser ateu, no máximo agnóstico. Não podemos saber. Até porque filosofarmos sobre multiversos, o que havia antes do big-bang, etc, etc, talvez seja demasiado complexo para nosso cérebro limitado. Entretanto, acho maravilhoso que a ciência tenha ido tão longe já. O meu pai sempre me disse, desde que eu tinha três anos de idade (isso é coisa para se falar para uma criança? hehe) que "o finito nunca irá entender o infinito". Outra frase dele era: "quando o nada percebeu que era alguma coisa foi o começo de tudo", eu nunca entendi essa frase, ela apenas começou a fazer muito sentido quando comecei a me interessar e ler bastante sobre física, principalmente na parte em que alguns cientistas falam que talvez uma flutuação quântica do "nada" tenha dado início ao big ban.
Enfim, colegas, os dois mostram terem muitos conhecimentos. Tenho certeza que o Green não quis ofender a sensibilidade de ninguém, e o colega anônimo colocou questões interessantes.
Grande abraço aos dois!
Excluir
Olá anônimo e Soul,
ResponderExcluirPeço desculpas, fui muito direto e nada cuidadoso nas minhas palavras. Foi um desabafo e simplifiquei demais alguns pontos de vista. Venho de uma família muito católica, sou batizado inclusive. Por isso posso dizer, com conhecimento de causa, que uma parcela significativa dos cristãos acredita literalmente em várias coisas que são ditas nos cultos.
Tenho um primo, que possui ensino superior na área biológica (mas não é biólogo), que realmente acredita que a Terra não possui sequer alguns milhões de anos, mas apenas alguns milhares de anos como propagado pela Igreja (por isso da sua crença). Eu, como cientista, considero isso um absurdo sem tamanho, principalmente considerando sua formação universitária.
Sobre a história da igreja e do trabalho como castigo, me refiro a história de que quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso, foram condenados a subsistir do suor de seu trabalho.
Sobre a correlação entre ateus e nível educacional, eu não disse que o número de ateus seja preponderante em nenhuma nação. Mas existe sim uma correlação crescente significativa entre a proporção da população que se declara como ateu e o nível educacional médio do país. Quando estava na Inglaterra assisti a um documentário muito interessante que tratava sobre o tema (um documentário do Dawkins, talvez o Soul já tenha visto. Adoraria ver a repercussão que teria no Brasil caso algum dia passasse na tv aberta por aqui. Mas duvido muito que isso aconteça).
Não quero me estender muito, mas sou um cara muito analítico e racional, sou cientista por formação. Por isso sei que "represento" apenas uma pequena parcela da população. Na minha vida cotidiana nunca tento convencer e nunca falo contra a religiosidade de ninguém, a não ser com quem compartilha de idéias próximas às minhas. Religião pode ser útil para muitas pessoas e algo positivo em suas vidas, não duvido disso. Mas se formos falar em lógica e racionalidade as coisas tomam outros contornos.
Fiz uma provocação e meu ponto central é apenas que acho inegável que as religiões institucionalizadas tem um papel ativo em atrasar a difusão pela sociedade de conhecimentos já consolidados, há tempos, pela ciência. Que foram alguns dos tópicos tratados neste post do Soul.
Abraços
Green Future
Olá, Green!
ExcluirSim, ficou clara a sua mensagem. Concordo com quase tudo que disse.
Se for o documentário "Root of All Evil?" eu já vi duas vezes. Eu gosto muito de Dawkins ("Escalada do Monte Improvável" , o clássico "O Gene Egoísta", "O Relojoeiro Cego", "Deus, um delírio", etc), aprendi muito lendo os livros dele.
Entretanto, creio que a religião tem um papel cultural importante, e se bem aplicada pode servir como um instrumento moral importante.
É claro que pegar literalidades, e achar que isso é verdadeiro, realmente atrasa o desenvolvimento de uma sociedade, pois instila nela o senso acrítico, e não crítico próprio da ciência.
Valeu por contribuir Green (obs: ah, fala um pouco mais acima lá sobre procariontes e eucariontes, eu disse que essa transição durou 1 bilhão de anos, mas posso ter falado bobagem).
Abraço!
Fala Soul, tenho que dar uma procurada para obter esse tempo mais precisamente, não me lembro de cabeça. Mas certamente não estás falando nenhuma bobagem, ao que me consta esse valor foi superior a um bilhão de anos.
ExcluirEstou na correria, tenho bem poucos dias para agilizar a minha mudança. Mas te trarei essa informação em breve.
Abraço
Green Future
Ah, a mudança. Itacaré! Beleza pura!
ExcluirAbraço amigo!
Soulsurfer,
ResponderExcluirVou fazer um encadeamento lógico/matemático a você.
1 - Na natureza tudo mensurável obedece a uma curva gaussiana ("O Teorema central do limite, é um importante resultado da estatística. A demostração de muitos outros teoremas estatísticos dependem dele. Em teoria das probabilidades, esse teorema afirma que quando o tamanho da amostra aumenta, a distribuição amostral da sua média aproxima-se cada vez mais de uma distribuição normal" - Fonte: Wikipédia. Logo se assim é, por que somente a espécie humana desenvolveu escolha (arbítrio) entre "n" possibilidades?
2 - Já que a evolução é aleatória, por que outros seres não apresentam a manifestação de inteligência? Aonde está a distribuição aleatória intrísica a este processo que deveria resultar, de novo, em uma curva gaussiana?
3 - Se as ações do homem são sempre uma resposta química, como você me responde que o intelecto pode desencadear uma reação química que faz por exemplo, baixar o batimento cardíaco?
4 - O que é somatização? Não é um resultado físico que ocorre na ordem estímulo externo/intelecto/reação química/efeito físico?
Abraço,
Olá, Carlos!
Excluir1 - Nem todos os fenômenos seguem uma distribuição gaussiana, e esse é o tema principal do livro do Taleb "O Cisne Negro". O Taleb foi muito influenciado pela matemática dos fractais de Mendebroit.
Porém, parece ser verdade que para boa parte de variabilidades físicas uma curva gaussiana parece explicar.
Não saberia dizer se a espécie humana é a única a possuir "livre-arbítrio". Talvez até mesmo a noção de livre-arbítrio seja complexa, como os avanços da neurobiologia parecem estar demonstrando.
2 - Inúmeros seres demonstram manifestação de inteligência. A inteligência não é único dos seres humanos, longe disso. Nem mesmo a tecnologia, já que outros animais desenvolvem tecnologia. Podemos achar rudimentares as tecnologias, mas há 40 mil anos atrás a nossa tecnologia era rudimentar, e nem por isso dizemos que um ser vivo da espécie homo sapiens sapiens de 70 mil anos atrás não seria humano;
3 - A grande questão é (presumo que no exemplo específico você deve estar falando de estados meditativos) se existe algo apartado como uma consciência que determinou o meu corpo a enviar sinais químicos para o coração, ou se é apenas uma parte do meu cérebro que determinou isso antes mesmo de eu ter consciência. Pode parecer estranho, mas há diversos testes que mostram que o nosso cérebro já fez a escolha antes mesmo de ficarmos conscientes dessa escolha;
4 - Sim, mas não entendi qual seria a relação com a parte final do texto:)
Abraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirSoul,
ResponderExcluir1e 2 - Retiro o tudo e troco por "maioria dos resultados observáveis". :-) E como você mesmo disse, sempre existem os "cisnes negros". Se um meteorito igual àquele do cretáceo cair aqui... De fato, existem graus variados de inteligência. Alguns muito rudimentares. Mas indique uma espécie destas que se preocupa em criar "estética". Que expressem uma manifestação artística. O que quero dizer é... Exite um "gap" muito grande, enorme, entre a expressão de critividade do homem e o ser imediatamente inferior na escala de evolução da inteligência! De novo, algo não gaussiano. (li esse livro, sobre mercado de derivativos - muito bom!)
3 - Não sei o que contrapor quanto a esses testes. Vou procurar informação a respeito. :-)
4 - Quis dizer, por exemplo, que uma úlcera não é provocada somente por uma pre disposição física (genética) ou por uma agressão química ao estomago.Quis dizer que uma reação estressante pode desencadear, essa úlcera. Ou não. Vai depender sempre da capacidade intelectual ser afetada ou não para aquele "imput" inicial. A capacidade intelectual (na grande maioria das vezes) é sempre o fator decisório e determinante para a ocorrência de um determinado evento. Ou pela não ocorrência. (não sei se consegui me explicar...)
De qualquer maneira, obrigado pelas suas colocações. Já tenho algo a pesquisar (descisão pré consciente).
Abraço!
Olá, Carlos!
Excluir1 - Talvez a estética seja algo que tenha evoluído com o próprio ser humano. Eu creio que os desenhos mais antigos encontrados em cavernas datam de algo em torno de 30 mil anos atrás. http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-05-08/arte-rupestre-de-caverna-francesa-e-a-mais-antiga-encontrada.html.
Se levarmos em conta que a nossa espécie possui entre 150-200 mil anos, isso deixa um gap nessa expressão artística.
O meu ponto é que os humanos desenvolveram uma capacidade analítica e tecnológica fantástica, mas isso é fruto de sua evolução enquanto espécie.
Talvez no nosso início, não fôssemos tão diferentes como um primata como um chimpanzé, aliás creio que o nosso ancestral em comum data de 3.5 milhões de anos atrás.
Porém, o assunto é complexo e não o domino bem e os seus pontos com certeza são interessantes.
4 - Eu consegui entender, mas creio que essa capacidade intelectual talvez seja apenas estados físicos-químicos do nosso cérebro, não uma entidade autônoma do funcionamento cerebral.
Abraço!
Oi, Soul.
ExcluirMuito legal sua argumentações aos meus comentários deste post. Igual a você, creio fortemente que o debate respeitoso e saber "ouvir com ouvidos de ouvir", trás crescimento para ambos os lados. Muito obrigado pela dedicação e paciência! Ah sim... E caramba... Sempre que puder não deixe de colocar em seus posts as citações de seu pai. :-)
Bom texto.
ResponderExcluirPequena provocação ao item 3:
Se a consciência humana for uma ilusão, quem então está sendo enganado? hehehe...
Outra questão: mapear o funcionamento do cérebro pode nem sempre conduzir ao mapeamento da mente em si - ver, nesse caso, o conceito de "qualia".
Atenção a abordagens que podem levar a posturas reducionistas. É um campo fascinante e extremamente complexo por representar uma das últimas grandes fronteiras do conhecimento humano.
Olá, colega.
ExcluirInteressante, ainda não tinha ouvido falar em "qualia", porém o fato de que nunca poderemos provar que o mundo "objetivo" é realmente da maneira como nosso cérebro interpreta as informações, ou seja a nossa experiência cerebral sempre será subjetiva, é uma questão há muito tempo colocada, inclusive por críticos da "objetividade" da ciência.
Esse é o ponto, ninguém estaria sendo enganado, não há nada para ser enganado, talvez o que possa haver é um processo físico-químico que nos dê a ilusão de controle, pois isso de alguma maneira possa ter sido útil ao nosso processo evolutivo.
Olha, a palavra que mais ouvi na minha faculdade de direito foi "reducionismo". Professores apontavam para matemática e física e falavam "reducionistas". Eu adorava. Depois ao procurar entender um pouco mais sobre ciência, apenas percebi que os professores falavam renomadas bobagens, como o livro "Imposturas Intelectuais" mostrou de maneira até cômica.
É claro que o mundo se comporta em rede, que o universo é holístico, e que o conhecimento humano é uma forma aproximada de se compreender a realidade. Isso é evidente.
Entretanto, isso não quer dizer que outras explicações sem qualquer substrato em dados "objetivos" possa ser a solução para a abordagem.
Contudo, concordo que o tema é complexo e apaixonante.
Abraço.