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quarta-feira, 30 de maio de 2018

A DIFÍCIL ARTE DE ESCUTAR


  Quando eu era bem jovem, e falo criança mesmo em torno de 3-4 anos, o meu pai me disse que um dos grandes erros das pessoas era que elas falavam de mais e escutavam de menos.  Sim, ele falou a famosa frase “nós temos dois olhos para observar, dois ouvidos para escutar e apenas uma boca para falar”. Eu não sei por qual motivo, uma boa pergunta para um neurocientista, mas essa fala do meu pai ficou guardada em minha memória, apesar de na época eu ser apenas uma criança pequena.

   Avance a fita da minha vida por 34 anos, e posso dizer que a arte de saber escutar é uma das mais importantes que alguém pode dominar. Ela não é fácil, e demanda um grande autocontrole, uma capacidade de controle do ego e principalmente a habilidade para reconhecer a possibilidade de estar errado. Não é algo trivial. Não é fácil para mim, e muitas vezes me mostro um aluno reticente nessa arte. Entretanto, a prática dessa arte é de vital importância para as mais variadas áreas da vida de uma pessoa.

    Comecemos pelo início. Por qual motivo é importante escutar os outros? Primeiramente, por uma questão de respeito.  É claro que pode haver exceções, mas geralmente as pessoas não gostam de serem simplesmente ignoradas.  Aliás, ignorar uma pessoa pode ser muito mais doloroso e ofensivo do que uma agressão verbal. Lembro-me quando ainda era um jovem de vinte e poucos anos, ouvir uma médica especialista em operações cardíacas infantis dizer que uma das piores coisas que se podia fazer em relação a crianças de ruas era simplesmente ignorá-las, isso causava um dano muito grande, e talvez até mesmo duradouro, na formação psicológica desses jovens.

   Não é à toa que uma das melhores estratégias para evitar um conflito com alguém agressivo no trânsito, na fila do supermercado, é simplesmente ignorar a situação.  Essa é uma solução que o não escutar talvez seja positivo. Uma estratégia muito comum também, principalmente na seara dos argumentos, é simplesmente ignorar ou fingir que não existe. Aliás, é algo muito como pela internet. Ao invés de escutar algum argumento, por exemplo, é muito mais conveniente para muitas pessoas apenas ignorá-lo por completo.

     Na internet, é tão comum não escutar as pessoas, que essa conduta é quase a norma. Felizmente, ainda não o é nos contatos físicos do dia a dia.  Experimente falar algo e ser completamente ignorado por uma pessoa, uma sensação de desrespeito enorme surge, ocasionando uma situação de conflito potencial. É por isso que é muito mais fácil ignorar na internet, sem o contato olho no olho, do que pessoalmente.

   Tirando casos extremos de não escutar para a defesa da própria integridade física ou moral de si ou de outros, a verdade é que não escutar o que outra pessoa esteja falando é um sinal de desrespeito. Muitas vezes as pessoas apenas querem ser ouvidas, apenas isso, e quando isso ocorre, como está ficando cada vez mais raro, as pessoas se sentem muito satisfeitas com isso. Conto uma história nesse artigo justamente sobre isso: Um mundo sedento por atenção sincera
     
    Num outro grau mais “sofisticado”, escutar é uma atitude inteligente.  Por qual motivo? Já foi dito isso em diversas outras oportunidades nesse blog, mas nunca é demais fiar o conteúdo.  Um bom cientista testa a  hipótese “só existem cisnes brancos” não procurando cisnes brancos, mas sim cisnes que não sejam brancos. Isso para mim é tão lógico e intuitivo nos dias de hoje, que às vezes esqueço como é tão não-intuitivo para muitas pessoas.

     A resposta muito é muito simples. Uma pessoa pode observar durante vários anos um milhão de cisnes brancos. Serão um milhão de observações distintas que parecem confirmar a hipótese “só existem cisnes brancos”. Porém, basta apenas uma observação de um cisne negro para que a hipótese seja considerada falsa.  

Logo, prezados leitores, procurar por dados da realidade que simplesmente reforcem nossas idéias preestabelecidas é tudo menos uma postura racional e científica. Há até mesmo um viés cognitivo, em minha opinião, o maior deles, chamado viés de confirmação: a tendência humana de ignorar dados, ou dar pouca relevância, que sejam contrários a idéias próprias, mas dar muito valor a dados que confirmem essas mesmas idéias. Para meu insight sobre esse viés Viés de Confirmação: Nossa preguiça intelectual

    E como isso pode ser feito? Como o viés de confirmação pode se manifestar? Não escutando. É muito mais fácil pensar num cenário onde as pessoas escutem informações que as favoreçam ou confirmem idéias preestabelecidas e ignorem pessoas que dizem o oposto. Isso não é inteligente, nem mesmo prudente.

    Uma vez num imóvel adquirido por mim e fiz contato com a advogada do devedor que ocupava o bem. Ela não quis nem mesmo ouvir o que tinha a dizer, e na conversa rápida que tive mostrou ter um conhecimento técnico muito pequeno sobre alienação fiduciária, ou seja, ela deveria ter agradecido a minha ligação e a postura sensata e inteligente seria ao menos ouvir o que eu tinha a dizer.  Estava disposto a oferecer R$ 50.000,00. Não fui ouvido. Dezoito meses depois, o cliente dela teve que me transferir R$ 80.000,00. Ou seja, se contados custo de oportunidade, não me ouvir, custou ao cliente dela mais de R$ 150.000,00.

    Se não é respeitoso, não é inteligente e não é prudente, por que motivo as pessoas querem escutar apenas a sua própria voz?  Por vários motivos. Primeiramente, boa parte das pessoas não é criada ou educada para escutar. Em segundo lugar, as pessoas têm orgulho muito grande, principalmente o intelectual. Há um ditado iídiche que li num livro sobre a Cabala que diz que “as pessoas nunca estão contentes com seus corpos, todas estão satisfeitas com seus cérebros”.  É brilhante. 

   Podemos emagrecer, engordar, fazer implante capilar, etc, etc, mas nossos cérebros, opiniões e julgamentos sobre o mundo não precisam mudar, e aí daqueles que de alguma maneira contestarem isso.  Em terceiro lugar, mas não esgotando todos os motivos, é confortável ouvir apenas a própria voz. É a nossa zona de conforto intelectual. Ora, por qual motivo repensar minhas atitudes em relação a mulheres (tema do meu último artigo), é muito mais fácil, conveniente e confortável continuar tendo as mesmas condutas.

    Saber escutar os outros pode ajudar um homem a conquistar romanticamente uma mulher bonita, pode ajudar a não fazer um cliente perder R$ 150.000,00,  pode fazer com que uma pessoa se sinta prestigiada, tem o potencial de nos abrir para novas perspectivas de vida, pode nos fazer, em suma, pessoas melhores.

  A arte de escutar deveria ser a arte política por excelência, e muitas pessoas ignoram esse simples e lógico fato.  Num momento, mais um, de bagunça em nosso país, muitas pessoas tem opiniões do que está errado, e o que tem que ser feito para estar certo.  Todos nós podemos ter uma determinada opinião sobre algo, e não há nada de errado nisso. Mas eu me pergunto se boa parte dessas pessoas está disposta a escutar ou não. Isso possui conseqüências sérias.  

  Grupos que apoiam o aborto não deixarão de existir, nem grupos evangélicos, nem pessoas que acreditam que o Estado deve ser mínimo ou nem mesmo existir, nem militantes em prol da reforma agrária, nem apoiadores contra a reforma agrária, grupos que denunciam o racismo de negros, grupos que dizem que esse racismo não existe, grupos militantes pelos direitos das mulheres ou feministas, grupos que dizem que os grupos feministas são completamente equivocados, etc, etc.  Fazer de conta que isso não existe, não estar nem mesmo aberto a escutar o que diferente vozes e pessoas podem dizer, é o caminho mais fácil para uma vida individual e social pior.

   Não vivemos mais em sociedades agrícolas homogêneas de centenas de pessoas, vivemos em aglomerados humanos de dezenas de milhões de pessoas com uma heterogeneidade enorme. Escutar não significa concordar, não significa ser simpático a uma determinada ideia ou grupo de pessoas, não significa nem mesmo gostar. Escutar é um sinal de respeito, inteligência e prudência, e em sociedades cada vez mais complexas e diversas, é essencial para a construção de uma vida minimamente equilibrada.
                
Um abraço a todos

               

22 comentários:

  1. Mas como conseguir parar para escutar um Guilherme Boulos da vida? Uma Dilma? Um Temer? ou tantos outros que já se sabe que são ignorantes e mau-caracteres.
    Ou aquele cidadão que acredita no socialismo?

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    1. Colega, estando com os ouvidos limpos e na ausência de qualquer problema auditivo, não vejo qualquer impedimento ou dificuldade de ouvir todos esses senhores.
      Não confunda, como dito no texto, ouvir com complacência ou aceitação.

      Um abs

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  2. Grande Soul.
    Mais um ótimo artigo para refletirmos sobre os nossos comportamentos, observo que a ARTE DE ESCUTAR está cada vez mais escassa. Muitas empresas já até adotam em suas dinâmicas de grupo como um fator diferencial para contratação.
    Hoje existe um desespero na maior parte das pessoas em ser ouvidas, onde é gerado uma certa ansiedade, e utilizam principalmente de redes sociais como válvulas de escape, ande e observe nas ruas, transporte publico e etc, as pessoas vidradas na tela dos seus celulares, dizem que o celular é o “cigarro” da atualidade.
    Na minha opinião o ser humano primeiramente precisa ouvir a si mesmo se silenciando e refletindo sobre suas atitudes, comportamentos e ego “se conhecendo”.
    Buscando sempre ser uma pessoa melhor e equilibrada é um trabalho continuo, pois nesse mundo atualmente onde somos bombardeados com tantas informações é cada vez mais difícil, mas requer prática para alcançar o êxito.

    Grande abraço

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    1. Olá, Rubens. Grato pelo comentário.
      Eu acho que o "cigarro" da atualidade é ficar sentando. Nas últimas 48 horas fiquei muito tempo sentado, e sinto que diminui algumas horas da minha expectativa de vida.
      O celular e o fluxo constante de informações é algo muito diferente do que o "cigarro" é algo muito mais sinistro e danoso se utilizado de uma forma sem muita reflexão.

      Um abs

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    2. Hoje existe um desespero muito grande em muitas pessoas em aparecer.
      A competitividade natural aliada aos discursos motivacionais, somada com pura falta de educação e bom senso produz pessoas que querem se destacar e ganhar discussões a todo custo.
      Mas tem quase que uma incapacidade de se auto analisar e conviver de forma saudável com a solidão ou momentos de solidão e silêncio que podem ser tão ricos para o ser humano.

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    3. Claro, é importantíssimo momentos de solidão e introspecção.
      Concordo contigo nesse ponto.
      Abs

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  3. Eu concordo em partes com vc. Quando se trata de política há uma tendência a ver a outra parte como inimiga. Se uma pessoa é de direita, então ela é contra os pobres, insensível. Se ela é de esquerda, então é a favor de ditaduras, quer a miséria.
    Eu tento ver de forma diferente. Acredito que todos querem o melhor, só enxergam caminhos diferentes. Eu sempre acho que o diálogo, o debate e não simplesmente o confronto, o coxinha X mortadelas seja a melhor saída.
    Agora há determinados assuntos pelos quais eu simplesmente eu não me interesso, não quero saber, não é problema meu.
    Hoje há uma forçação de barra pra que a gente tenha certas opiniões ou se preocupe com determinados assuntos. Um deles, ideologia de gênero. Veja, eu nada tenho contra transexuais, travestis, lgbtjtsxv. Só é um assunto que não me interessa. O que eu acho da ideologia de gênero? Nada.
    Seu último artigo eu não li. Quando vi falar de machismo, pensei que poderia ser um artigo contra o machismo, pró feminista. Como esse também não é assunto que me interessa, eu simplesmente não li.
    Eu discuto e escuto opiniões diferentes sobre política, economia, investimentos, pq são assuntos que me interessam. Mas assuntos da pauta progressista eu dispenso. Assim como não discuto religião. Sou ateu.
    Aborto? Não tenho nada contra. Mas é um assunto que não me interessa.
    Casamento de homossexuais. Nada contra. Mas também não me interessa.
    Eu escuto opiniões contrárias a minha, tento entender e respeito. Mas não acho que devo escutar ou ter opiniões sobre assuntos que não me interessam.

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    1. Olá, colega.
      Grato pela opinião, e concordo contigo.
      Não creio que precisamos ter interesse por uma miríade de assuntos.
      E sou parecido contigo em muitos tópicos. Não tenho muito interesse em ideologia de gênero, por exemplo. O meu texto anterior não foi sobre machismo ou feminismo, mas apenas uma reflexão pessoal sobre como melhor se relacionar com as mulheres, na verdade foi mais um artigo sobre empatia.
      Agora, e não veja como uma crítica, quando lemos sobre apenas aquilo que teoricamente nos interessa, perdemos às vezes a oportunidade de aprender sobre outros ramos do conhecimento, ou perspectivas, o que pode engrandecer ainda mais nossa visão de mundo.

      Um abs

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  4. Belo artigo meu amigo. Embora seja um assunto meio óbvio , é muito bom sempre estar frisando-o.

    No livro " Como fazer amigos e influenciar pessoas " se fala muito na arte de escutar e como isso é benéfico para a pessoa , porque automaticamente ela consegue a simpatia do comunicador. Realmente , tem que ter muito autocontrole.. é dificil de se segurar.

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    1. Olá, colega. Sim, é difícil, por isso coloquei como "arte".
      Um abs

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  5. Escutar é ótimo aprende-se muita coisa boa.

    Abraço

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  6. Olá Soul,

    Excelente post como sempre. Eu sou um dos que sofrem nas comunicações. Como falo pausadamente, nem que quisesse conseguiria falar rápido, sofro com interrupções e as vezes para terminar meu ponto preciso ser rígido, algo que não gostaria de fazer.

    Assim, muitas vezes prefiro ouvir a ter que falar. Principalmente quando perto de pessoas interruptivas (existe essa palavra rsrs)

    Mas não é só devido ao ponto acima minha preferência por ouvir. Sempre gostei de ouvir o que as pessoas tem a dizer, lógico, quando falam a respeito de variados temas em vez de falar dos outros.

    É gostoso viajar junto com o pensamento de outras pessoas, e para isso, temos que ouvi-las.

    Seu ponto sobre conquistar uma bela mulher ouvindo-a, posso afirmar por experiência própria rsrs

    Muitos ignoram o poder do simplesmente ouvir.

    Abraço!

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    1. Inglês, tenho exatamente este mesmo problema que vc: sou constantemente interrompido numa conversa pelos outros interlocutores (nem todos, mais por estes "interruptivos", como vc falou). Creio que seja exatamente pela mesma razão que a sua: eu falo pausadamente (e até um pouco baixo) tanto para articular melhor as palavras (houve uma época que eu falava tão rápido quanto pensava e, como resultado, poucas pessoas conseguiam me entender), quanto pelo cuidado com as palavras (quem nunca falou algo que acabou ofendendo outra pessoa sem querer?).

      Gostaria de saber como vc age "rigidamente" com estas pessoas que constantemente interrompem quando vc está falando. Por questão de educação tento nunca interromper outra pessoa qdo ela está falando, mas já me senti tentado a "interromper o interruptivo" em voz alta para mostrar a ele o quão rude é interromper os outros (e arriscar transformar uma conversa normal num concurso de gritaria). Como vc procede?

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    2. Olá, Inglês.
      É ruim quanto tem pessoas assim? Às vezes eu também faço isso, e não gosto quando o faço, e na hora mesmo tento me auto-controlar.
      Valeu pelo comentário.
      Um abs

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    3. Olá Anônimo,

      Já aumentei o tom da voz, mas é uma opção bem desagradável. Não recomendo não rsrs

      As vezes continuo falando no mesmo tom criando um "mercado de peixe", as vezes o interruptor rsrs percebe e deixa você continuar. Mas tem uns que nem assim se tocam.

      Com esses, eu aborto qualquer tipo de tentativa em ser ouvido. Guardo para mim minha opinião até que outro a solicite.

      Soul, como pode notar, o lado que tem sua fala interrompida pensa;

      -Minha opinião não é válida?
      -Você julga que eu não tenho conhecimento ou algo do tipo para poder me expressar

      Entre outras coisas que passa na hora. Dependendo da conversa, é bem chato ser interrompido. E geralmente em grupo isso pode passar aos outros que o interrompido não tem nada a acrescentar.

      Por isso anônimo, dependendo do assunto, faça valer sua opinião. Nem que precise usar um tom mais alto. É chato pra caramba, mas dependendo do contexto, é bom se impor.

      Também não devemos levar ao pé da letra, há interrupções que são pontos que o interruptivo quer acrescentar a sua fala. Até ai, tudo bem.

      Abraço!

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    4. Ah, as tais pessoas interruptivas... Quando é um bate papo sem pretensões com conhecido, eu costumava me calar e fazia "de espera". Retornava o assunto até eu cansar e encerrar a conversa, porque a pessoa também não era das mais agradáveis.

      Agora, se for uma relação profissional, acho que uma opção é falar direta e claramente que ela está te interrompendo. "Por favor, deixe eu concluir meu argumento se não eu o perco"; "Calma, deixe eu chegar no meu ponto para você avaliar melhor o que quero dizer", etc.

      Lógico que isso funciona apenas com pessoas da mesma hierarquia profissional ou que não haja essa relação. Mandar uma dessa para o chefe ou para algum cliente importante genioso pode ser desastroso. Talvez seja melhor mandar um e-mail (curto, pois duvido que eles também consigam ler por muito tempo) hahahaha...

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  7. Pois é, e quem não escuta direito, como faz?
    Já comprei uns aparelhinhos que se coloca no ouvido mas as pilhas vivem acabando, mas em compensação nunca tive tanta paz na minha vida. Vejo minha esposa mexendo e mexendo aquela boca grande e digo pra vc que até gosto quando acaba a pilha, viu. Aí ela pergunta se estou usando o aparelhinho, fica apontando pro ouvido tipo: - tá com o aparelho?
    Aí eu tiro da orelha pra mostrar pra ela e ela dá por satisfeita.
    Enfim, quando vc chegar na minha idade vc vai entender o que digo. Putz, que paz que eu sinto!

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    1. Olá, colega. Se parte de sua paz vem de não ouvir a sua esposa, aí meu amigo, independente da sua idade, eu refletiria profundamente sobre a vida.
      Um abs!

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  8. Uma outra arte: "dar pérolas aos porcos", "jogar xadrez com pombos", etc. Também admiro muito essa vocação.

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  9. 1. Gosto das reflexões que você trás. Aliás, há um bom tempo o nome do blog merece ser mudado para refletir o seu amadurecimento. Um "amadurecimento altruísta", diga-se.

    2. Um colega em comentário anterior citou o problema das "pessoas interruptivas". Infelizmente me enxerguei com esse defeito após o comentário, e agora vejo que há poucos dias cometi esse deslize novamente. Como é difícil mudar, né? Vou colocar esse ponto como prioridade na minha conduta e me revisitar daqui há alguns meses.

    3. A questão é tão endêmica que o problema se faz muito visível em programas de entrevistas. Sinto até um sufoco em assisti-los, pois o entrevistador que se sobrepor ao entrevistado! Deveriam inverter a posição. E quando são vários entrevistadores? O caos se instala! Um exemplo do que quero dizer foi um dos últimos roda viva em que colocaram no centro da roda o João Amoedo. Foi frustrante como espectador. Todos queriam falar, mas poucos se dignaram a ouvir.

    E olha eu falando demais pelos dedos rsrs.
    Abraço!

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  10. gostei do exemplo da advogada. imagino se o cliente soube disso.

    “A maioria das pessoas não consegue escutar com a intenção de compreender. Elas ouvem com a intenção de responder.”

    excelente post!

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