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domingo, 6 de novembro de 2016

A PERGUNTA BRILHANTE QUE NOS TRANSFORMA EM SERES HUMANOS MELHORES

Olá, colegas. Estou no Uzbequistão, mas precisamente na belíssima cidade de Samarkand. As construções aqui talvez sejam as mais bonitas que já vi na vida. Se fossem na Europa, muito provavelmente seriam tão ou mais famosas do que uma Torre Eiffel, por exemplo. É uma cidade muito antiga, com quase 3000 mil anos de história. Capital do império de Tamerlane, um sujeito extremamente complexo, e aposto que absolutamente desconhecido no Brasil,  conhecido como o último grande conquistador nômade do mundo. Fiquei estarrecido ao saber que alguns historiadores, apesar de ser muito difícil precisar esse tipo de coisa, estimam que algo em torno de 17 milhões de pessoas morreram devido às diversas expedições militares de Timur que do atual território Uzbequistão chegaram até Moscou para o norte, Líbano para o oeste e Delhi para o leste. Esse numero de pessoas representava à época mais de 5% da população humana estimada. Enfim, é um sujeito pouco conhecido para nós, assim como Chinggis Khaan, mas que teve uma influência enorme no mundo. São dois personagens que gostaria de me dedicar mais em algum outro artigo.

 Os exemplos históricos citados vêm bem a calhar ao presente artigo. Tamerlane é considerado um monstro para muitos. A forma com que ele tratava muita das cidades conquistadas faria o Estado Islâmico parecer um grupo terrorista dos mais acanhados. Há relatos de que numa única  vez ele teria mandado executar 70 mil pessoas. Para outras pessoas ele é um dos melhores estrategistas militares de todos os tempos. Quem está certo? Será que é possível que essas duas visões sejam corretas? O fato de ele tratar populações conquistadas com extrema violência é antagônico ao fato dele ser considerado um dos grandes generais da história da humanidade?

Tamerlane, ou Tamerlão na forma  aportuguesada. Grande estrategista militar ou sádico assassino?


  Isso me leva à pergunta brilhante que foi feita no segundo debate presidencial para a eleição presidencial americana. Sério mesmo, foi talvez a melhor pergunta que eu já ouvi nesse tipo de debate. O segundo debate foi feito no formato onde cidadãos faziam perguntas diretas aos candidatos. O debate foi muito mais acirrado e combativo do que o primeiro. Era a última pergunta, quando um senhor se levantou e fez o questionamento. Qual foi a questão? Foi sobre os juros? Imigrantes? Se os candidatos iriam ajudar a região onde ele morava? Se a vida dele iria melhorar? Não. A pergunta foi mais ou menos a seguinte : “ Os senhores candidatos observam alguma grande qualidade no seu oponente. Se sim, qual seria esta?”.

 A plateia ao ouvir a pergunta apenas sorriu. Com eleições cada vez mais acirradas, onde o outro oponente é demonizado quase sempre e nenhuma qualidade é ressaltada, a pergunta vai ao ponto da miopia de muitas pessoas, talvez a maioria delas, e por causa disso ela é sim brilhante.

  No meu último artigo sobre o Bolsonaro, como seria de  se esperar, trouxe muitos comentários com ressalvas ao meu escrito. O meu colega blogueiro Frugal, por exemplo, levantou argumentos sobre a probidade do deputado, dando a entender que eu teria focado apenas em aspectos negativos, não reconhecendo eventuais qualidades do congressista.

  O problema com as análises políticas de hoje, pelo menos de boa parte das pessoas, é de que se trata de uma questão de vida ou morte. O fato de achar que Bolsonaro seria inapto para ser presidente de um país complexo como o nosso, não representa a toda evidência que eu o ache destituído de qualidades. Mesmo que eu diga ser desprezível uma declaração que de certa forma “desumaniza" refugiados não representa que o supracitado deputado não possa ter boas opiniões sobre outros assuntos. Não há qualquer contradição entre Tamerlane ser um brutal conquistador e um brilhante general.

  Como não conheço a fundo a vida do Sr.Bolsonaro, não posso falar muito. Porém, parece que ele é um sujeito com boa relação familiar com seus filhos. Isso não é pouca coisa num mundo cada vez mais desestruturado no que concerne à relação pais e filhos, ao menos no ocidente. Além do mais, ele aparentemente nunca esteve envolvido em casos de corrupção, o que não deixa de ser algo digno de nota para alguém que está há décadas na política brasileira (infelizmente, pois esta deveria ser a norma dos congressistas).

 Sim, o Bolsonaro tem qualidades. O caro Frugal também disse que o deputado era conhecido por não aceitar doações e basear suas campanhas na força da rua. Isso também pode ser verdade. Sabe quem mais fez isso de maneira absolutamente surpreendente? Bernie Sanders o candidato democrata à nomeação do partido.  Imagine a quantidade de interesses numa eleição para presidente da maior potência militar e econômica do mundo. Faz parecer uma eleição para deputado federal num país de renda média como o Brasil ser coisa de criança. Uma das plataformas mais forte do supracitado candidato foi a influência indevida, principalmente de Wall Street, sobre a democracia americana. Um dos maiores feitos, segundo Sanders, era que o grosso de sua campanha era bancada por doações de pessoas físicas de pequena monta, algo que Hilary e Trump não podem dizer sobre os deus doadores. 

  Por que cito esse exemplo? Como boa parte das pessoas que frequenta esse espaço gosta de finanças, alguns que se interessam pela eleição americana chamavam Sanders de socialista e que tinham verdadeiro embrulho no estômago ao ouvir ele falar. Talvez até mesmo o nosso caro blogueiro pense assim. Agora, raciocinemos. Se o fato de um deputado brasileiro concorrer sem grandes doações é algo positivo, imagine concorrer para presidente dos EUA sem o apoio de grandes e poderosos Lobbies?

  Assim, pode-se discordar de tudo que o Sanders eventualmente tenha dito, mas, repetindo se formos analisar a ausência de grandes doações como algo positivo, o político americano deveria ser extremamente elogiado por este aspecto. No fundo, colegas, nada mais é do que a questão sobre Tamerlane. Na verdade é a mesma questão.

  Podemos raciocinar assim sobre quase tudo na vida. Onde conseguimos ver esse tipo de análise na internet? Honestamente? Em quase nenhum lugar, e essa é uma das qualidades que procuro sempre ter quando escrevo um texto sobre um assunto mais “polêmico”: a tentativa de ver as nuances nos diversos aspectos da vida. 

  Quando fui ofendido diversas vezes sem qualquer motivo na net por um outro blogueiro, escrevi um texto em resposta. Uma mensagem muito boa de um outro blogueiro chamado “O Idiota”, trazendo à tona uma história de Buda, me fez refletir bastante sobre o assunto. Creio que saí fortalecido enquanto pessoa do processo, pois fui obrigado a (re)pensar sobre minhas atitudes. Por que cito esse caso? No calor dos acontecimentos, alguém me perguntou se eu “odiaria" o blogueiro aloprado ou se eu desejaria algum mal a ele. Pensei comigo mesmo na hora “nossa, como posso odiar e desejar mal a alguém que nem conheço?”. 

  O fato do blogueiro citado ter me ofendido, não o torna um mau marido ou pai de família necessariamente. Com certeza não é um bom exemplo, mas ele pode ser uma pessoa dedicada ou atenta aos seus familiares. Pode ser também um profissional muito competente no que se propõe a fazer. De novo, é a mesma questão sobre Tamerlane, não há qualquer diferença. Não é porque alguém me ofende e eventualmente não goste de mim, que esse alguém não possa ter boas qualidades.

  Infelizmente, não é assim que boa parte das pessoas agem. Há um erro de julgamento estudado pela ciência que se chama Efeito Halo que é baseado nessa forma de ver a vida. Não irei tratar sobre o Efeito Halo neste artigo, mas garanto que o assunto é interessante.

  Boa parte dos seres humanos continuará agindo assim, não há nada que se possa fazer a respeito. Entretanto, você, prezado leitor, pode agir de forma diferente. Se assim o fizer, verá o quão libertador essa forma de encarar a vida pode ser. 

  Pense em pessoas que eventualmente você não goste por qualquer motivo. Pode ser um chefe, um artista, um político, um blogueiro.

 Pensou? Os motivos pelos quais você não se simpatiza devem ser claros para o seu cérebro, aliás talvez seja apenas a parte mais preguiçosa do seu cérebro em ação. Agora, subverta a lógica com a qual boa parte das pessoas raciocina, e pergunte-se: “Essas pessoas possuem alguma(s) grande(s) qualidade(s)? Se sim, qual(is) seria(m)?” Voilà! Chegamos na pergunta brilhante feita no segundo debate presidencial americano.

  “Mas o que isso pode ajudar na minha vida, Soul? O que isso muda?”. Muda tudo, absolutamente tudo. Quando percebemos que as pessoas possuem defeitos, mas também qualidades, nos aproximamos delas enquanto humanos. Elas se tornam mais próximas de nós aos nossos olhos. Quando criamos essa relação de proximidade, fica muito mais difícil odiar ou desejar mal a alguém. A vida fica extremamente mais leve, e ouso dizer que muito mais feliz.

 Além do mais, ao subvertemos o que somos “ensinados" dia após dia, ficamos livres intelectualmente. Não há qualquer mais amarra que possa nos prender. Apenas assim, penso eu, somos capazes de realmente discutir diversas questões humanas com mais profundidade e sem pré-conceitos tolos. 

 É por isso, e alguns outros motivos, que acho uma verdadeira tolice a categorização de pessoas em de esquerda, direita, “socialista de direita”, libertário, não-libertário, ou qualquer rótulo que possamos colocar em seres humanos. E, meus amigos, como somos pródigos em criar rótulos para dividir nossa espécie. O único que acho que faz sentido aplicado a mim é que eu sou um ser humano. Se alguém pergunta a mim o que eu sou, a melhor resposta que consigo dar é que sou um ser humano.

  Deve ser por isso que esse espaço, apesar de não ter tantos acessos, incomoda alguma pessoas. “Ser humano? Como assim? Você não se define como de direita, ou esquerda, Heterossexual, católico ou ateu ou qualquer outra coisa? Ah, você só pode ser um sofista, que aliás rima com o seu nickname!”. Sim, até mesmo de Sofista descobri que sou chamado.

  Eu não acho que haja ninguém escrevendo na internet, pelo menos em 99.99% dos casos, que possa ser chamado de Sofista.  Sofistas eram filósofos, dos bons diga-se de passagem, que por meio de argumentação sofisticada exporiam ideias que não seriam necessariamente verdadeiras. E como sabemos que não eram verdadeiras? Pelo simples fato de que eles, os sofistas, tinham que travar duelos argumentativos simplesmente com talvez o maior filósofo que já existiu: Sócrates. 

  Quisera eu poder discutir com alguém como Sócrates por diversas horas em quase pé de igualdade, até que finalmente fosse convencido que estava errado. Aliás, em tempos de discursos políticos tão rasos,  estaríamos muito melhor se tivéssemos mais sofistas com argumentos sofisticados, e não apenas falastrões que não resistem a dois parágrafos de argumentação ou a cinco minutos de um debate sério. Não, infelizmente eu não creio que tenha a habilidade e o conhecimento de um Sofista.

Quisera eu ter a capacidade intelectual para poder discutir com esse Senhor por horas a fio antes de ser subjugado pelas ideias superiores.


  Não, não é um sofisma. Eu sinceramente acho que podemos aprender com as mais inesperadas pessoas. Acho que a demonização, e a santificação, de seres humanos, principalmente políticos, extremamente perniciosa para à nossa inteligência, e em última análise para a vida sadia em comunidade. 

  Sim, Trump e Hilary tiveram que falar sobre alguma qualidade do outro. A resposta dos dois, até porque a pergunta foi para lá de inesperada, pareceu-me sincera. Foi um sopro de esperança num ambiente tão carregado. Espero sinceramente, querido leitor, que você possa tentar colocar em prática o estado mental que a pergunta brilhante desperta em cada um de nós.

Belíssimo Registan na cidade Uzbek de Samarkand. É muito bonito mesmo. A Madrassa (lugar de estudo de assuntos religiosos do Islamismo) à esquerda foi construída pelo neto de Tamerlane no século 15. O nome dele era Ulugh Beg. Ele foi um grande entusiasta das ciências, principalmente a Astronomia. Chegou a ser considerado um dos grandes cientistas da época. Sou sempre fascinado por homens muito poderosos que devotaram a sua vida para o conhecimento humano, e não necessariamente para conquistas terrenas.


  Grande abraço em todos!

  

25 comentários:

  1. Excelente post, de fato temos que refletir mais sobre a qualidade dos outros,e parar com esse eterno fla x flu, não sei se isso é um movimento mundial, mas essa "politica" de antagonismos. Me lembro de exemplos bem elucidativos nas aulas de direito penal, em que o professor falava que atitude "x" não era o crime "y", e imediatamente as pessoas já falavam, aah então pode fazer a atitude "x" e ele respondia, não amigos, a atitude "x" não é o crime "y", mas ela é o crime "z", paremos com esse fla x flu.

    Grande abraço.

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    1. Olá, colega. É uma tendência humana o antagonismo pelo antagonismo. Assim, existe em vários lugares do mundo.
      Entretanto, no Brasil sinto que estamos desabando para a violência pela violência de antagonizar quem não gostamos.

      Abraço!

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  2. Fala Soul,

    Perguntas que me vieram a mente, e meus comentários:

    1) Você se vira em todos estes países falando inglês? Ou usa outras línguas?

    2) Ahhh pra você ver, acho que conheci seu blog por esta 'briga' citada, mas não lembrava que era você, e nem lembro quem é o outro blogueiro, pois você parece ser tão calmo.

    3) Esqueci.

    Tamerlane ... Interessante! Realmente não conhecia. Vou dar uma lida no google.

    Cara, taking the opportunity, li no blog do Uó e na sua história sobre o Xadrez ... Eu jogava muito no Xadrez Online da Uol, lembro que passei um reveillon jogando xadrez e comecei o ranking em primeiro lugar em rating, fiquei uns 3, 4 dias ...

    Gostava muito do Xadrez rs, mas já esqueci muito da estratégia, muito tempo sem jogar ...

    Abraço

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    1. Olá, Viver!
      1) Tento falar um pouco de russo na Ásia Central. Porém, Inglês é o que mais uso. Tenho certeza que você adoraria viajar por essa parte do mundo. Ganhe mais experiência em outras partes do mundo, já que aqui é bem diferente de tudo, e qualquer dia venha com sua família para cá, ver como o mundo pode ser realmente diverso, algo que não captamos muito bem quando vamos apenas para Europa ou EUA.
      2) É mesmo? Nem precisa saber, não gosto de alimentar esse tipo de coisa. Sou extremamente calmo, mas costumo me colocar com mais assertividade quando sou desrespeitado.

      Quando estiver no Brasil, podemos marcar de jogar algumas partidas online. Se você vier a minha cidade, podemos jogar pessoalmente. Estou bastante destreinado, mas cheguei a jogar valendo dinheiro na Rússia (onde estão os melhores jogadores) e não é que fiz um dinheirinho?

      Abraço!

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    2. Olha que show hein?? Orgulho.

      Fala a verdade: Qual seu jogador preferido e lendario de todos os tempos?

      Abraço

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    3. VC, olha quando jogava o Kasparov estava no seu auge. Ele com certeza é um dos maiores. Porém, há dois jogadores das décadas de 20-30 e 40 que aprecio muito: o cubano Casablanca e Alenkhine. As diversas partidas entre os dois são um verdadeiro colírio para quem gosta de xadrez.

      Abraço!

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    4. Pedido do fã do blog: Faça um post para falar de xadrez.

      O cara que sempre eu lembro ao falar de xadrez é este aqui: Bobby Fischer. Sensacional ...

      Casablanca era referência mesmo.

      Vi até o documentário Gasparox x Deep Blue e aquela polêmica toda ...

      Coisas boas da vida ... Xadrez!

      Abraço

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  3. Soul, você está em uma região riquíssima, principalmente da história da Humanidade como um todo, e não te um povo específico... mas isso claro, você já sabe.

    Muito interessante você comentar sobre "ver as qualidades" alheias. Estou tentando aplicar isso no meu dia a dia, mas é um exercício difícil e, as vezes, doloroso.

    Digo doloroso pois nós aceitarmos que, aquela pessoa, que não gostamos, e que as vezes sentimos raiva, ou ódio, possui sim qualidades boas (que até gostaríamos que tivéssemos). O resultado disso realmente, é nos aproximarmos, gerando uma empatia.

    Grande abraço! E belo post!

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    1. Olá, Pobre Japa!
      É verdade, amigo. É uma riqueza cultural sem tamanho. Estou indo para o Irã e lá a quantidade de cultura, impérios, arquitetura, aparente ser algo extraordinário, talvez apenas rivalizado pela China e Índia.
      Fico feliz que esteja fazendo isso. Sim, claro que é doloroso no começo, pois você tem que admitir qualidade em pessoas que eventualmente não gosta. O que é pior, às vezes tem que admitir que você pode estar errado. Isso é muito dolorido. Porém, com mais prática, vira um processo natural, e você vai perdendo aos poucos o rancor que possa sentir. Isso não quer dizer que você não possa defender os seus argumentos com paixão. Eu mesmo gosto de fazer isso. Porém, isso não quer dizer que não podemos fazer isso com empatia para eventuais “adversários”.
      Um abraço!

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  4. Legal a idéia da sua postagem, Soul, talvez se as pessoas fossem mais honestas e admitissem que há qualidades em seus 'adversários' teriamos um mundo com muito mais empatia e que nos levasse a evoluir mais.

    Hoje em dia é muito comum vermos 'direitistas' x 'esquerdistas' perdendo horas em discussões na internet, disputando quem é o que está correto, além quase sempre partirem pra ad hominem e nenhum dos dois lados admitir que o outro lado pode ter razão em determinados aspectos, ou pode ter um motivo de pensar assim.

    Infelizmente pessoas com esse senso critíco hoje em dia são raríssimas, o que vemos são sempre pessoas extremistas que só conseguem ver qualidade em quem concorda com ele, e defeitos em quem ele discorda.

    Será que não há coisas boas que podemos tomar como exemplo de vários políticos? Acredito que conseguiriamos listar muitos pontos positivos em Bolsonaro, em Lula, em Temer, em Aécio Neves e até na Luciana Genro, por quê não?

    Abraços!

    SS, se puder adicionar meu blog na sua lista, ficaria grato: www.viverdedividendoserendimentos.blogspot.com

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    1. Olá, colega!
      Sim, o maior conselho que posso dar para pessoas: não percam tempo com essa discussão estéril sem fim em redes sociais ou internet, ao invés disso abram livros ou vão praticar exercícios.

      Eu não tenho a menor dúvida disso. Veja o Temer, por exemplo. Eu acho o governo dele ilegítimo (não porque tenha havido um golpe, pois não creio que houve) e o seu comportamento desleal. Porém, o acho muito mais preparado para ser presidente do que a Dilma, por exemplo.

      Abraço!

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  5. Grande Soul (espero que um dia você saia desse alter-ego e revele-se ao mundo), seu texto poderia ser resumido em uma palavra: respeito. O que falta hoje em dia é respeito. Se as pessoas se preocupassem mais com elas e menos com os outros, o mundo seria muito melhor. As diferenças é que fazem a humanidade ser tão bela. Imagina se todos só gostassem de futebol ou fossem de direita. Não teríamos progresso, nem evolução.

    Quando se volta mais ao seu interior e menos no exterior, passamos a respeitar as pessoas pelo o que elas são e não pelo o que gostaríamos que elas fossem. E isso se chama respeito. Não sou cristão, mas Jesus Cristo foi uma das pessoas mais geniais que já existiram. Ele simplesmente respeitava os outros pelo o que eles eram e por isso criaram uma religião a partir da pessoa dele. Por mais que ela tenha se perdido, e muito, durante esse tempo, as raízes do Cristianismo pregam o respeito acima de tudo.

    Conhecer as pessoas e entendê-las é uma habilidade que poucos tem e muitos não querem ter.

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    1. Olá, Igor!
      Tenho certeza que o respeito é algo fundamental. Entretanto, creio que ele é um passo até mesmo anterior. Posso não concordar com nada do que você diz, mas respeitar você. A ideia do texto é dar um passo além, é questionar se alguém com quem eu não simpatize possa ter grandes qualidades.
      Não conheço muito, para ser sincero, a história do cristianismo. Porém, não tenho dúvidas que o Jesus Histórico foi uma pessoa especial e importante. Sua frase é bem bacana, pois realmente temos que aprender que o mundo, e as pessoas, não é necessariamente como gostaríamos que fosse, e, apesar disso, temos que conviver da melhor maneira com isso.
      Também concordo que é algo que muitas pessoas entendem do ponto de vista abstrato, mas não querem colocar em suas vidas, pois é mais fácil odiar e ter raiva, do que respeitar e amar.

      Abraço!

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  6. Olá Soul!

    Mais um excelente post! Vou pesquisar sobre Tamerlane e o efeito Halo. Muito interessante!
    E que pergunta esse senhor fez hein? Vou procurar pra ver se vejo isso...
    Li acima o comentário do Viver de Construção sobre xadrez. Uso um site bem legal .. segue o link www.lichess.org Quem sabe não tiramos uma partida!

    Abraços

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    1. Olá, Investidor Inglês.
      Como há algumas pessoas interessadas em xadrez, ano que vem talvez vou fazer um encontro de xadrez da blogosfera financeira. Seria legal não?

      Abraço!

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  7. Excelente post Soul. Realmente neste "enfrentamento cego" que existe hoje, potencializado pelas redes sociais, as pessoas esquecem que do outro lado há outro ser humano com qualidades, "defeitos" e diferenças. Aliás, é essa diversidade que torna o mundo tão interessante.

    Agora sendo mais pragmático, reconhecer as qualidades dos seus adversários está entre as regras mais básicas de uma disputa. "Se vc conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas" Sun Tzu.
    Contextualizando Sun Tzu, perdemos muito ao não ver e valorizar as qualidades das pessoas, pois assim fechamos a porta para o aprendizado e o crescimento que estas pessoas tem a nos oferecer.

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    1. Olá, Rafael!
      É verdade, quando fechamos nossos olhos para qualidades de pretensos "adversários", além de ser algo perigoso, como retratado no texto, perdemos uma ótima oportunidade de aprendizado.

      Grato pelo comentário e abraço!

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  8. Valeu Soul, a discussão com respeito é saudável. Muito bom esse seu post, li com bastante atenção. A internet serve como uma enzima que catalisa opiniões, emoções e brigas, ainda mais com muitos anônimos e pessoas comuns que se sentem mais poderosas atrás do anonimato e com a falsa sensação de poder que um PC dá, tal qual a falsa sensação de poder que se tem quando se está dirigindo um carro, para atacar pedestres, ciclistas e até outros veículos.

    Tem um longo filme sobre o Genghis Khan no netflix, é tão longo que assisti e dormi, mas quero ver de novo. Ele é mais ou menos melhor conhecido aqui no Brasil eu acho. O Tamerlane eu nunca tinha ouvido falar.

    Posso estar errado, mas a cultura bélica era muito maior na antiguidade do que hoje. O ser humano sempre viveu em guerras. Dificilmente tivemos alguma época de paz global pelo que me lembre, e pior ainda antigamente onde tudo era resolvido na base da espada.

    Talvez o Tamerlane, o Gengis Khan e o Napoleão tenham sido mesmo psicopatas natos (os psicopatas somam 1% da população global) e depois de tomarem o poder sempre vai ter o velho e conhecido genocídio e sucessivos banhos de sangue. Porém os adversários desses também queriam e tentavam fazer com que a cabeça deles rolassem literalmente. Outra coisa, talvez o poder atraia mais psicopatas para ele. Um cara tranquilo e não psicopata talvez nem almeje o poder pela sua própria natureza tranquila e não-beligerante, já pensou nisso? Há alguns anos cogitou-se em investir em mim para uma prefeitura de uma pequena cidade. Saí correndo como o diabo da cruz, porque conheço bem o dia a dia desse tipo de gente.

    Grande abraço e poderia postar mais fotos aí do Uzbequistão? O inglês do pessoal aí dá pra viajar e se comunicar?

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    1. Olá Frugal, valeu meu amigo. O anonimato realmente pode ser usado para muitas coisas ruins. De um lado um Estado que quer controlar cada vez mais, de outro lado anônimos causando danos, difícil achar um equilíbrio nisso.

      O Chinggis Khaan é uma personalidade complexa. Khan significa líder (rei). Quando se escreve com dois "a" Khaan significa Líder dos Líderes. Se não me engano, houve diversos Khan, mas Khaan apenas um.

      Você tem razão, esse é um dos motivos por ser um grande entusiasta de direitos humanos. Muitas pessoas não entendem isso, mas como bem ressaltou há centenas de anos "a cuíca roncava". Hoje o nosso embrulho de estômago com atos selvagens do Estado Islâmico, por exemplo, é apenas uma mostra de como evoluímos em relação ao respeito a a direitos básicos de outros humanos.

      Essa você vai gostar. Sabia que Chinggis foi criador talvez da primeira zona de livre comércio da história da humanidade? Como o exército mongol, apesar de ter conquistado o maior império de toda a história da humanidade, era muito pequeno (algo em torno de 90 mil cavaleiros), Chinggis sendo um homem extremamente inteligente antes de uma batalha contra um "país" prometia o seguinte: uma batalha feroz ou rendição com tolerância religiosa e redução de tributos e tarifas. Na época dos Mongóis, pelo menos até o reinado de Kublai Khan (neto de Chinggis e fundador da dinastia Chinesa Yuan), havia uma grande liberdade de movimentação de mercadorias, pessoas e menos tributos. Não é por outro motivo que Marco Polo pôde viajar uma longa quantidade de terra sem muitos problemas, isso foi por causa da mentalidade mongol de liberdade.
      A liberdade religiosa tolerada, ou até mesmo incentivada, por Chinggis faria muitas pessoas que promovem o ódio ou desinformação religiosa nos dias de hoje corarem de vermelho ao saber que havia mais liberdade nesse campo há 750 anos.


      Vou tentar colocar mais fotos, mas no Irã a internet é um pouco censurada. Sim, você se vira tranquilamente com o Inglês. O Uzbek é o país mais turístico da Ásia Central.

      Abraço!

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    2. obs: O Uzbek está muito barato também. Tenho gastado algo em torno de 35-40 dólares para mim e minha companheira por dia (comida, acomodação, transporte e atrações).

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    3. Legal amigo, é um preço muito barato para turistar aí, se brincar o cara gasta menos aí do que aqui no Brasil vivendo normalmente, ainda mais para quem tem um ap aqui e aluga ele por um ano e sai pra viajar em longa temporada.

      Essa redução de tributos e tarifas era uma mão na roda pra todo mundo, menos pra o cara que ia perder o poder. Se poupavam soldados e civis com essa tática.

      Um dia vou dar uma viajada assim igual a você. Abraço!

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  9. Soul,

    O mercado morre de medo de Trump não ter rabo preso com ninguém ... e já mostrou que é doido .. hahaha .. se ele ficasse quieto com certeza levava fácil essa eleição ... mas ...

    Não sei .. minha humilde opinião é que não sei quem vai ganhar essa eleição .. mas os americanos já perderam .. rs .. parece o Rio ..

    Abs,

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  10. invisto no comércio ..,Boa sorte na sua jornada

    Adicione meu blog no seu blogroll

    http://pobresbetaseanonimos.blogspot.in

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