Olá, colegas! Espero que todos estejam bem. “Se conselho fosse bom, não se dava” é o que diz a sabedoria popular. O meu pai sempre me disse para nunca dar conselhos a quem não pediu pelos mesmos. Tanto o dito popular como o alerta do meu pai possuem o seu valor. Eu, como gosto muito de conversar sobre diversos temas, tenho certa dificuldade às vezes de colocar em prática essa atitude. Entretanto, creio que com o meu envelhecimento venho amadurecendo nesse ponto.
“Então quer dizer que não podemos aconselhar as pessoas ou dar nossas opiniões”, claro que podemos, principalmente quando somos diretamente perguntados. Se alguém me perguntar o que acho do Dinheiro, ou do Governo Lula2, ou da existência ou não de Deus, aí sim se pode dar opiniões ou conselhos. Foi a pessoa que perguntou, não fui eu que iniciei a conversa. O bom de se ter um blog, ou de escrever textos, é que posso escrever sobre o que bem quero. São as pessoas que procuram o blog, não o contrário. Sendo assim, e apenas por causa disso, sinto-me à vontade para dar o conselho do presente artigo.
Carpe Diem, amigos! Se eu pudesse dar um conselho a pessoas, seria este. A expressão é conhecida, mas interpretada de forma incorreta por muitas pessoas seja para um lado seja para o outro. E o que seria o Carpe Diem? Literalmente, a expressão significa Colha o Dia, mas usualmente é traduzida como aproveite o momento.
A expressão consta num poema de Horácio, o qual eu reproduzo abaixo:
Tu não indagues (é ímpio saber) qual o fim que a mim e a ti os deuses
tenham dado, Leuconoé, nem recorras aos números babilônicos. Tão
melhor é suportar o que será! Quer Júpiter te haja concedido muitos
invernos, quer seja o último , o que agora debilita o mar Tirreno nas
rochas contrapostas, que sejas sábia, coes os vinhos e, no espaço
breve, cortes a longa esperança. Enquanto estamos falando, terá
fugido o tempo invejoso; colhe o dia, quanto menos confia no de
amanhã.
Como não faço a mínima ideia de como ler Latim, preciso confiar no trabalho dos tradutores. Aliás, em quase tudo precisamos confiar em tradutores, quando não falamos a língua na qual um texto foi escrito. É evidente que muita coisa se perde nas traduções. Já li que o gigante Pushkin só pode ser realmente apreciado quando lido na sua língua materna, e que as traduções para o Inglês, por exemplo, não fazem jus a um dos maiores escritores que o mundo já viu. Quem é Pushkin? Na Rússia há um ditado que a tradução literal é mais ou menos esta: “Pushkin é o nosso tudo”. Na terra de Tchekhov, Gogol, Tolstói e Dostoiévski (que para mim é um dos gigantes da literatura mundial de todos os tempos), esse ditado diz muito sobre a importância de Pushkin para os russos. Quer ler literatura russa sem saber russo? É preciso confiar nos tradutores e saber que se está lendo algo distante da genialidade do original.
Ao se ver uma escultura como essa de Horácio e pensar na minha fala sobre a Rússia, faz-me lembrar da tarde que passei no Hermitage, um dos maiores museus da Europa localizado em São Petersburg. É interessante notar como tiramos fotos para nos representar hoje em dia, e como nos séculos 14-18 se faziam pinturas representando as pessoas, e na época da Grécia e Roma se representavam pessoas com esculturas como essa da imagem. Interessante refletir como a forma de representação dos humanos foi se modificando com o passar dos séculos.
Colhe o dia, aproveite as belezas que a vida te proporciona agora, pois o amanhã é incerto, e tudo que é vivo se destina a desaparecer. Essa é uma das mais belas atitudes que se pode ter em relação à vida. Uma das mais sábias também. Meu conhecimento sobre o Poeta Horácio é mínimo, assim não posso saber se o mesmo teve contato com as ideias do Buda Histórico Sidarta Gautama ou não. Entretanto, para mim fica evidente que a ideia central do Carpe Diem nada mais é do que a noção nevrálgica do Budismo de que o único momento no qual podemos viver não é o passado, nem mesmo o futuro, mas apenas no presente.
Difícil saber se essa representação de Gautama guarda relação de como ele era fisicamente. Aqui, ele já está transformado em Buda.
Este é um tipo de conceito fácil de ser entendido, mas muito difícil de se colocar em prática. Eu conheço pouquíssimas pessoas que são sábias o bastante para viver dessa maneira, e geralmente estas são as mais satisfeitas com suas vidas. Mas o que é colher o dia? O que é viver no momento presente?
“Carpe Diem, aproveitar o momento, é viver como se não houvesse amanhã! É, por exemplo, gastar dinheiro por um prazer momentâneo, é buscar o prazer sobre qualquer outra coisa”. Não, a expressão não significa isso. Aliás, talvez por falta de uma reflexão própria, muitas pessoas, inclusive as que gostam de finanças pessoais, acham que Carpe Diem signifique a entrega compulsiva aos prazeres sensoriais presentes. Baseados nisso, criticam algo que talvez não compreendam.
Quando a expressão Carpe Diem é criticada, geralmente se faz na base de que as pessoas que se entregam ao momento presente o fazem de maneira tola e desmedida, sem sopesar as eventuais consequências dos seus atos no futuro. Logo, para essa forma de pensar, alguém que gasta demasiadamente dinheiro sem pensar em eventuais dificuldades financeiras no futuro apenas para saciar desejos no presente, estaria praticando o Carpe Diem. Logo, a expressão para muitos ficou associada com irracionalidade.
Se alguém pudesse voltar dois mil anos no tempo, ou dois mil e quinhentos anos se pensarmos no Buda Histórico, e perguntar pessoalmente a Horácio se Carpe Diem, ou mais precisamente o seu poema, significa o viver o momento presente de forma irrefletida sobre eventuais consequências no futuro, eu creio que ele apenas sorriria em sinal de desaprovação.
Se quisermos, a não ser que sejam macieiras selvagens (e eu tive o prazer de ver algumas no Cazaquistão), comer maça é necessário que primeiramente se plante um pé de macieira e se espere um determinado período. É evidente que para Horácio, e Buda, ações no presente (plantar uma macieira) tem efeitos no futuro (poder comer uma maça). Negar isso, não faria qualquer sentido, e podem ter certeza que um dos mais sábios seres humanos que já andou sobre a terra, Gautama, não faria isso.
Negar os efeitos de atos presente no futuro é negar a própria realidade. Se assim o é, por qual motivo o poeta exorta-nos a “colher o dia” presente, e o sábio fala que só podemos viver no presente? Não temos que nos preocupar com o futuro? Devemos colher o dia, porque é apenas no presente momento que podemos viver. Não há outra vida possível. É apenas no presente que podemos realizar atos que de alguma maneira possam transformar a realidade no futuro. Se eu quero comer uma maça, apenas no presente eu posso plantar uma macieira.
Além do mais, nenhum ser humano sabe o que o futuro realmente trará. Ele poderá ser radiante, ou melancólico. Ele poderá ser longo ou breve, é por causa disso que o poeta diz:
Quer Júpiter te haja concedido muitos invernos, quer seja o último
Substitua Júpiter por Deus, ou por forças aleatórias da Natureza (acaso seja agnóstico ou ateísta), ou qualquer outra entidade ou explicação que o ser humano possa conceber, o simples fato que todos seres humanos devem saber é que não se sabe o que o amanhã nos reserva. Colhe o dia, viva o momento presente de forma intensa, viva uma vida extraordinária agora, pois nunca poderemos saber se este é o nosso último inverno ou se teremos muitos invernos mais pela frente.
Na bem da verdade, a exortação do poeta é um chamado para a vida, para que não tenhamos medo da morte, para que assim possamos realmente ter uma vida significativa. Estou lendo o famoso livro do Napoleon Hill “Outwitting The Devil” (Mais esperto que o Diabo). Decidi ler, pois ele é citado com muitas recomendações em vários lugares. Estou na metade do livro, e sinceramente para considerá-lo mediano (se comparado com os clássicos literários já produzidos e que tive a oportunidade de ler) precisaria ser indulgente na análise. Espero sinceramente que o livro melhore na metade final.
Sinceramente, gostaria de saber o motivo desse livro ser tão aplaudido em tantos lugares. Espero que o livro melhore em sua segunda metade. Talvez o motivo deve ser que as pessoas estão tão desesperadas por "lições" de como se portar em relação aos vários desafios da vida. Eu creio que há fontes muito mais ricas e densas para isso do que livros como este. Porém, não tiro o mérito do livro de trazer ideias corretas de como melhor viver.
Por que cito esse livro? O faço, pois Napoleon Hill em sua conversa com o Diabo passa quase 100 páginas repetindo o mesmo conceito: o medo paralisa as pessoas, e faz com que elas vivam vidas muito abaixo do seu potencial. Ele cita que os dois maiores medos é o da pobreza e o da morte, e que por meio do medo “O Diabo” tomaria conta da mente das pessoas. O que Hill faz em 100 páginas de forma um tanto quanto tediosa, Horácio 2000 anos antes o fez de forma brilhante em apenas algumas linhas.
Viva o presente, independente se a sua vida será curta ou longa (pois você não poderá saber), liberte-se do medo da morte, e assim viva uma vida significativa. Reflita, prezado leitor, quantas vezes você não adiou de alguma forma algo para o futuro. Essa é uma armadilha mental extremamente poderosa, e eu a vejo em todos os lugares.
Quando eu for financeiramente independente, daí sim eu começarei a viver uma vida extraordinária, daí sim poderei ser satisfeito com a minha existência. Quando eu conhecer uma mulher (ou um homem) a qual eu me apaixone, daí sim a vida será muito mais significativa. Quando eu terminar o doutorado, aí sim poderei ter uma vida que vale a pena ser vivida. Quando eu…., a lista é interminável e atinge diferentes classes sociais, idades, homens e mulheres. Está em todo lugar. A felicidade e o bem-estar sempre está logo ali, na próxima esquina, no próximo ano, depois de algum projeto no futuro.
Este é o caminho certo para a insatisfação e a infelicidade. Não é à toa que tantas pessoas são ansiosas, insatisfeitas e infelizes com suas vidas. Também não é à toa que isso é um bom negócio, na verdade boa parte das nossas empresas atualmente, vivem disso, ou o que é a maioria das propagandas se não uma forma indireta, e em muitos casos direta, de transformar uma possível satisfação presente numa felicidade futura? Compre um carro melhor, pois o seu atual não é o bastante. Mude de celular, pois o seu é ultrapassado. Boa parte da publicidade hoje em dia nada mais é do que uma grande máquina de transformar o momento presente das pessoas em algo infeliz, para que assim, por meio de uma gama variada de produtos, elas talvez possam vir a ser satisfeitas no futuro.
Só vivemos no presente, pois ele é a único tempo que existe. Logo, só podemos ser satisfeitos no presente, não no futuro. É uma pena que muitas pessoas sejam induzidas a pensar justamente o contrário.
Portanto, colegas, Carpe Diem é a exortação para que tenhamos uma boa vida, não é a escusa moral para que simplesmente não pensemos nas consequências dos nossos atos do presente no futuro. Se você quer ser financeiramente independente, terá que economizar uma parte da sua renda. Se você quiser se transformar num médico, terá que dedicar milhares de hora para estudar a biologia do corpo humano. Se quiser se transformar num pianista profissional, terá que praticar durante vários anos. Se quiser construir um relacionamento com uma mulher (ou homem) forte, terá que dedicar tempo e atenção a ele. Nada disso é antagônico ao conceito de Carpe Diem, muito pelo contrário.
Tenham os seus sonhos e projetos, prezados leitores. Encarem a vida sem medo, transforme o momento presente em algo agradável, faça a sua vida ser algo extraordinário não no futuro, pois ele não existe, mas sim no presente. Quando realmente nos abrirmos para essa forma de encarar a realidade, é incrível quanta beleza surge. É simplesmente inacreditável. Momentos que talvez encaramos como simplórios, se transformam em algo de extremo significado. Quando colhemos o dia, nos (re)conectamos com a realidade de uma maneira muito forte. Tudo fica mais significativo e prazeroso.
Por fim, descrevo uma das cenas que mais gosto no cinema. Ela acontece no maravilhoso filme “Sociedade dos Poetas Mortos”. Nos idos da década de 50 ou 60, um novo professor de poesia chega para dar aula a alunos na faixa dos 16-17 anos numa das escolas com mais prestígio dos EUA ou Inglaterra (não lembro desse detalhe). O professor é o Robin Williams. Iria descrever a cena, mas resolvi colocar o vídeo aqui dela (bendita tecnologia do youtube):
Uma bela cena de um belo filme. Assista, vale a pena.
Um dia visitando minha faculdade, eu vi que havia uma foto da minha turma de formandos pendurada numa parede no centro de direito. Eu na época ainda tinha fartos cabelos, cara de garoto. Olhei um por um os meus grandes amigos, e os conhecidos. Quantos sonhos, quantos desejos, quantas ambições, quantas vaidades aqueles rostos não representavam. E, eventualmente, com o passar das décadas, se a foto ainda estiver ali, nossos rostos apenas representarão pessoas que um dia passaram pela terra, nada mais do que isso. Todas as intrigas, desejos, histórias de sucesso ou fracasso, cairão no esquecimento, pois no final tudo que é vivo biologicamente tende a desaparecer. Colha o dia, enquanto se é vivo.
Se um dia tiver um filho (ou vários), dentre os muitos aconselhamentos, com certeza um dos principais será esse : Carpe Diem, meu filho.
Está chegando a hora de voltar para casa. Muitos projetos em mente. Espero que possa colocá-los em prática quando estiver no Brasil.
Enquanto isso, depois de me sentir um pouco debilitado no Cazaquistão, sinto-me muito melhor agora no belíssimo Quirguistão. O país é muito bonito. Os últimos cinco dias foram de muita natureza selvagem, muita caminhada e muitos viajantes gente boa pelo caminho. Um Libanês que mora na França e trabalha para a ONU estudando projetos de exploração de aquíferos em países pobres (um assunto para lá de interessante), um muçulmano francês com pais argelinos que trabalha como consultor de estratégia numa empresa de ponta, um professor americano do interior de Minnessota que está começando a sua viagem de dois anos, uma inglesa atéia filha de país turcos (na verdade curdos, e isso foi muito interessante, pois a cidade natal de sua família está bem na zona do furação no conflito sírio, foi a primeira pessoa de origem curda que já conheci), uma inglesa que está dando uma volta ao mundo por mais de três anos de bicicleta que ficou super feliz quando convidei para ficar em nossa casa no Brasil e uma francesa vegetariana que tinha um grande conhecimento sobre geopolítica. Pessoas muito interessantes, num cenário sublime. Alguns o encontro foi de algumas horas, com outros de alguns dias, mas todos foram significativos.
Passei alguns dias nesse vale. Temperaturas negativas de noite, e uma pequena vila com quatro construções. Montanhas para todos os lados e de quebra ainda tinha uma Hotspring. Nesse dia, andamos dezenas de quilômetros sem ver nenhum outro ser humano. Foram dias bem bacanas na companhia de pessoas interessantes.
Eu arrisquei entrar no Rio (gosto de sentir frio intenso às vezes, faz me sentir vivo). Depois de alguns segundos o seu corpo começa a doer. Tinha uma Hotspring natural do lado do rio, e tenho uma foto interessante na Hotspring do lado do rio cheio de neve.
Grande abraço a todos!
Oi, Soul!
ResponderExcluirBacana você gostar da literatura russa, principalmente Dostoiévski - um de meus escritores favoritos.
Sobre esse conceito de Carpe Diem, bom, eu não sabia que era tal qual esclareceste, eu era do time que acreditava que Carpe Diem fosse "viver a vida sem preocupações, sem pensar nas consequências...".
Agora, a maior surpresa é perceber que o Carpe Diem é buscado por minha pessoa, pelo menos em boa parte do tempo. Tento manter o bom humor - não simplesmente no sentido de ficar rindo à toa, mas no sentido de não "pré-aplicar" pensamentos negativos ou stress - e o olhar atento para admirar o que, porventura, de bom me cerca.
Considero essa capacidade de apreciação, principalmente a de contemplar as coisas simples, uma das chaves da felicidade, senão a principal.
Abraço!
A
Olá, colega. Gosto bastante de Dostoiévski. Inclusive, em São Petersburgo tive o prazer de ir na casa onde ele viveu os últimos anos de sua vida e pude ver a escrivaninha onde ele escreveu Irmãos Karamazov, que para mim é um dos maiores livros de todos os tempos.
ExcluirFico feliz que em boa parte dos momentos tente ter essa conduta com a vida. É difícil, em muitas ocasiões eu não consigo. Porém, quando realmente estou conectado com a realidade, geralmente são nesses momentos onde sinto-me mais satisfeito com a vida.
Eu concordo contigo que esse é um dos principais pontos para uma boa vida.
Um abraço!
Olá, Soul.
ResponderExcluirMais um excelente post! Vejo que você gosta de debater termos/palavras/conceitos que supostamente perderam seus sentidos originais. Me encaixo facilmente no grupo que achava que Carpe Diem era gastar todo o possível hoje e coisas destrutivas do tipo.
Confesso ter ficado surpreso com a sua avaliação do livro do Napoleon Hill. Também resolvi lê-lo após encontrar diversas avaliações positivas em blogs... Podia jurar que você era um dos que o achavam bom!
Enfim, o livro é exatamente como você descreveu. Um detalhamento de conceitos absurdamente exaustivo... A melhor parte é quando o rapaz se vê forçado a "sumir", ainda nas primeiras páginas. Ali pintou um clima de suspense bacana, mas ficou só nisso mesmo.
Olá, Leonardo!
ExcluirSim, esse é o tipo de artigo que gosto de escrever, afinal um dos objetivos de se refletir é questionar o que muitos tomam como certo.
É verdade, o começo do livro foi interessante, quando Hill ficou com medo de ser assassinado e ficou meses se escondendo. Há coisas interessantes no livro, mas eu creio que se pode achar leituras muito mais interessantes com temáticas parecidas.
Abraço!
Olá Soul, desculpe sair do tema, mas, na sua opinião qual das CDBs é mais vantajosa: IPCA + 7,5% ou 118% CDI (ambas para vencimento e carência em outubro de 2020)
ResponderExcluirEng. Frugal
Olá, colega. Veja, o prêmio para o risco aparentemente é o mesmo, já que você não disse que são diversos emissores. O vencimento é o mesmo. A tributação também.
ExcluirSendo assim, a melhor forma de analisar é ver o CDI atual e qual é a taxa de inflação implícita (dar uma olhada no meu artigo anterior).
Até 2020 o CDI vai variar, então você tem que colocar isso na equação também. Porém, se imaginarmos uma inflação convergindo para a meta em 2017 (4,5%), parece-me que há espaço daí para SELIC cair consideravelmente (principalmente se dermos mostra que o lado fiscal será equacionado, algo que eu acho difícil de ocorrer). Se isso ocorrer, e há analistas prevendo uma SELIC de um dígito, é possível que o prêmio da CDB de 118% fique inferior a 7.5%.
Abraço!
Soul, muito bom este texto. Você citou uma passagem do filme Sociedade dos Poetas Mortos e eu lhe dou mais, de outro filme, uma passagem muito interessante também. Ela acontece no filme SIDEWAYS - ENTRE UMAS E OUTRAS, quando um personagem que guardava seu mais precioso vinho para uma ocasião mais do que especial, ao ver tudo dar errado na vida(e a possibilidade de não existir qualquer ocasião mais do que especial), pega a garrafa deste vinho e o toma às pressas numa lanchonete de fast food(em copo de plástico). Acho ela bem emblemática para quem fica aguardando a vida acontecer. Forte abraço.
ResponderExcluirOlá, colega. Eu já vi esse filme, mas não lembro muito. Muito boa a cena descrita por você. Quantas vezes não nos guardamos para uma "ocasião especial" e esse momento nunca chega.
ExcluirObrigado pelo comentário!
Abraço!
Olá, parabéns pelo blog e principalmente pelas viagens! Penso que a melhor forma de se gastar o dinheiro na vida é com viagens e comida! Li a maior parte dos post sobre FII desde 2014, bem que vc poderia postar novamente sobre os FII, sobre a sua carteira como vc postou da última vez! Talvez falar sobre alguns FII que esteja de olho e alguns que lhe decepcionou!
ResponderExcluirInvisto no mercado de ações desde 2012 e nesse ano de 2016 mudei meus estudos para os FII, e acabei montando uma carteira com FII e desmontando a de ações depois dessas últimas altas! Acompanho o site do Bastter e o blog do Tetzner!
Até mais.
Zeitona
Olá Zeitona! Boas atividades: comer a viajar!
ExcluirQuando voltar ao Brasil, talvez possa falar mais sobre FII. Porém, ando meio desatualizado. Os meus investimentos estão no piloto automático e tenho prestado atenção em outras esferas da vida.
Agradeço as suas palavras e a sua leitura para artigos meus escritos no ano de 2014.
Um grande abraço!
Soulsurfer, tudo bem? Não sei por qual motivo, mas lendo o seu texto, pensei no poema a vida de Florbela Espanca, se me permite, irei transcrever abaixo:
ResponderExcluirA Vida
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés d'alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!
Todos somos no mundo "Pedro Sem",
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo donde vem!
A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...
Amar-te a vida inteira eu não podia...
A gente esquece sempre o bem dum dia.
Que queres, ó meu Amor, se é isto a Vida!...
Florbela Espanca (poetisa portuguesa) - Livro Sóror Saudade.
Num primeiro momento, pensei em comentar o seu texto através da incapacidade objetiva para o diálogo confidencial, a partir da hermenêutica de Gadamer, em decorrência da degeneração da linguagem, pois o significado da palavra carpe diem não é bem compreendido.
Entretanto, depois de refletir e recordar o poema da Florbbela, percebi que colher o dia está muito mais interligado com o aproveitar a vida, sem adentrar na seara do relativismo.
A vida é tão simples quanto a respiração, (não irei adentrar na teogonia Vedica do Hinduísmo acerca da criação do universo a partir da respiração de Bhraman), muitas vezes não notamos que respiramos, mas tal ato é essencial para a vida, assim como os dias que se passam, sempre pensamos no amanhã, sem notarmos o hoje, a reflexão do hoje cria o dia seguinte, ou seja, o presente, mesmo que despercebido, é essencial para a continuidade da vida.
Abraço.
Olá, colega. Primeiramente, grato pelo belíssimo comentário.
ExcluirTive que ler duas vezes a poesia citada, e espero ter captado o conteúdo da mesma. Obrigado!
Sobre "Hermenêutica de Gadamer" tenho que confidenciar que não sei sobre o que está falando:)
Sobre a respiração, concordo. Estados meditativos são alcançados apenas com respiração, é um ato muito importante, e hoje na correria do dia a dia é simplesmente negligenciado. Eu mesmo preciso aprender a respirar melhor.
No mais, a mitologia (ou cosmogonia) Hindu é muito interessante mesmo, o que é incrível é que há milhares de anos os Hindus já tinha consciência da quantidade bilhões (aplicados ao universo), termo esse que seria ininteligível para um Judeu na mesma época, por exemplo.
Com certeza. O presente é o único momento onde podemos viver e realizar atos que terão efeitos no futuro.
Abraço!
Soulsurfer, tudo bem? Fico feliz pelo fato de que você gostou do comentário.
ExcluirO poema que mencionei foi dedicado ao segundo marido da poetisa, apesar dela ter uma visão um pouco pessimista do amor, gosto da forma que ela aborda o desprendimento, apesar de seus poemas serem intensos, a ideia de fim está sempre presente, não vou mencionar a forma que o poema deve ser interpretado, pois apesar de dar aulas, não sou professor de literatura.
Faço referência ao desprendimento, pois muitas vezes nos agarramos a determinadas coisas ou sentimentos e nos esquecemos de que tudo passa.
Carpe Diem é um ótimo conselho, principalmente quando se explica o contexto e a forma de sua aplicação, distante do relativismo e inserido no fato de que para colher o dia, deve-se ter algo para colher, ou seja, você precisa das suas realizações para aproveitar o dia e a vida, é necessário que você produza, as suas obras são as suas edificações, a felicidade não está na efemeridade, mas nas obras que são produzidas pelas ações humanas em busca do aprimoramento.
Considero a leitura de Gadamer difícil, estou tentando entender as suas obras e as suas ideias, para chegar no Gadamer, comecei pelo Wilhelm Dilthey (A essência da filosofia), passei por Martin Heidegger (Ser e tempo), até que cheguei no Hans Georg Gadamer.
Gosto do budismo, durante muito tempo fui adepto do budismo mahayana, apesar de ter conhecido o theravada.
A forma que a filosofia budista aborda a existência humana é fantástica.
Só fui aprender a respirar melhor com as aulas de Karatê, aprendi o Ibuki (utilizar o abdômen para exalar, bem como utilizar melhor o diafragma).
Li algumas obras do Napoleon Hill, são livros superficiais, segundo um professor, as suas obras são autoajuda água com açúcar.
De certa forma, ele tem razão, são livros simples, mas creio que são de grande valia para pessoas que atravessam dificuldades e que precisam de uma motivação para continuar.
Abraço.
Olá, colega! Hum, é um filósofo. Interessante, outro comentário agregador. Vou procurar mais a respeito, mas nunca li nenhum dos dois filósofos citados. Você dá aulas de que (se puder e quiser dizer)?
ExcluirSim, ao fazer yoga, fui introduzido a algumas técnicas simples de respiração pelo abdômen, de sentir todo o processo de inspiração e expiração, é algo muito bom mesmo.
Não tenho dúvidas que de são livros que podem ajudar as pessoas, por isso não digo que é ruim, ou que isso aquilo. É que tantas pessoas falavam bem que pensei ser um livro muito bom, não é minha opinião, mas pode ser um livro importante para muitas pessoas.
Abraço!
Soulsufer, na universidade dou aulas de introdução ao estudo do direito, bioética (disciplina optativa) e direito e economia (minha dissertação de mestrado é nesta área, ainda não terminei, concluirei em breve).
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