Olá, colegas! Os últimos oito dias no deserto foram simplesmente sensacionais. Aconteceu tanta coisa boa que poderia escrever páginas e páginas de reflexões ou simplesmente narrar as diversas experiências. Porém, ao acessar o blog vi que a marca de 200 mil visualizações tinha sido ultrapassada, e não posso deixar de dizer que fiquei feliz. Primeiramente, porque nunca imaginei que um blog feito sem quase nenhum cuidado na parte estética e sem funcionalidades básicas (eu até hoje não sei se o feed de recebimento de mensagens no e-mail do blog funciona ou não) poderia ter essa quantidade de acessos em um ano e meio.
Ah, o Deserto Australiano (Outback). Memorável, é o que eu posso dizer em apenas uma palavra. O bom de ter uma casa dessas, é que você pode levá-la para lugares espetaculares.
Além do mais, os temas aqui são demais diversificados e o foco de quase todos, no que se convencionou chamar de blogosfera financeira, quase sempre é voltado para análises de ativos financeiros (há diversos blogs nessa direção) ou temais mais básicos da vida como ter ou não carro, aparência, a necessidade de se possuir planos e metas, etc (há alguns blogs nessa direção). O blog pensamentos financeiros não se enquadra em nenhuma categoria dessas, e já houve diversos comentários negativos a respeito disso. A minha última postagem sobre a Tasmânia , por exemplo, para mim foi muito bacana de escrever, e talvez atraísse mais atenção se fosse escrito num blog voltado apenas a viagens, já que não é do interesse da maioria das pessoas que querem ler sobre finanças apenas. Artigos sobre a incompreensão dos direitos humanos (a incompreensão dos direitos humanos), o lado mais sombrio do ato de se rotular (a racionalidade do ato de rotular e o seu lado mais sombrio, o conceito de que não temos mérito nenhum do mundo que herdamos (herança e a incongruência de alguns argumentos), entre outros artigos dificilmente são enquadráveis na categoria “finanças”, o que com certeza contribuiu para que não haja tanta atenção para este espaço.
Não posso negar também que muitos artigos meus são às vezes longos para o que as pessoas estão cada vez mais se acostumando a ler. Infelizmente ou não, as pessoas estão impacientes e clamam por sínteses ou textos fáceis. A revista Veja é um exemplo claro disso. Cito esse periódico, pois ele é o mais famoso do Brasil. A revista em muito se parece com um lanche do MC Donalds, visualmente pode chamar atenção, mas o valor nutricional é quase nenhum. A revista é feita para ser lida em uma hora. Há fotos, gráficos coloridos, fofocas, alguns artigos sobre assuntos sérios escritos num português básico para que seja rapidamente compreendido sem muito esforço. Não há nada de errado com essa postura editorial, desde que os leitores tenham claro que a leitura é um passatempo, é um arremedo de leitura da realidade. Antes que alguém queira adicionar alguma conotação política a essa simples observação, digo que a revista que mais gosto de ler, quando tenho algum exemplar disponível, é a “The Economist”, considerada como uma revista conservadora. Você não lê uma “The Economist” em uma hora, e os textos são muito bem escritos, abordando diversos temas (para se ter ideia foi num artigo da revista que pela primeira vez soube da existência do grupo extremista Boko Haram, isso alguns anos antes de haver qualquer matéria no Brasil a respeito). Por fim, escrever textos mais longos e densos como alguns meus, a toda evidência não quer dizer que são textos bons ou bem escritos. Apenas pontuo que a realidade costuma ser muito mais sutil e complexa do que alguns textos de alguns parágrafos com muita exclamação e lugares-comuns parecem transparecer.
Por fim, sempre parti da premissa que ideias não devem ser respeitadas. Ideias servem para ser testadas, contrastadas e aceitas ou rejeitadas depois de passadas pelo crivo rigoroso do debate e da análise. Não se deve respeitar ideias, mas sim pessoas, e infelizmente no Brasil atual não se respeitam nem ideias (aliás é difícil ter um debate genuíno de ideias), nem pessoas. Logo, esse estilo de texto não agrada algumas pessoas que por ventura se sentem ofendidas, o que também afasta a popularidade desse blog. Porém, mesmo com todas essas características, considero o número de acessos muito bom mesmo. Agradeço a todos que já manifestaram por aqui palavras de incentivo e críticas construtivas. Obrigado, o que mais me incentiva a continuar escrevendo é contato mesmo que virtual com pessoas, isso para mim é muito bom, pois uma viagem de longo prazo, apesar disso já ser bem claro para mim há bastante tempo, mostra como é importante se ter amigos e relações humanas saudáveis.
Assim, resolvi escrever sobre o tema que domina o sonho de 10 entre 10 investidores amadores, o nirvana das finanças pessoais, é claro que só pode ser INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA. O que é ser independente financeiramente? Quanto é necessário? São perguntas que qualquer investidor amador já se fez e nesse texto procuro dar a minha opinião singela sobre esse tema.
Primeiramente, deve-se conceituar de uma maneira um pouco menos subjetiva o que é ser independente financeiramente. Alguns conceitos já foram abordados diversas vezes nesse blog, porém, apesar de auto-evidentes, é sempre bom relembrá-los. Um indivíduo pode ter renda proveniente do seu trabalho (o que é a tônica para a esmagadora maioria da espécie humana) ou renda proveniente de algum capital acumulado (imóveis, renda fixa, ações, negócios próprios, etc), também denominada por alguns escritores renda passiva. É de se esclarecer que um negócio próprio é capital acumulado. “Soul, não me parece ser renda passiva de um pequeno empreendedor que trabalha bastante para manter a empresa funcionando”, alguém pode pensar. É verdade, mas isso é porque o capitalista, ou seja dono do capital, também exerce funções de gerência. O que é possuir uma ação de uma empresa listada em bolsa se não ser capitalista e deixar a administração por conta de terceiros? Um pequeno empreendedor poderia deixar a administração para terceiros, e ter a renda passiva do negócio que é dono. Não entro no mérito se é factível ou não para a maioria dos negócios, apenas digo que é possível. Assim, pequenos empreendedores realmente parecem estar no limite entre renda passiva e ativa.
Assim, se conceitua independência financeira quando alguém possui renda passiva, ou seja renda proveniente do capital previamente acumulado, suficiente para manter o padrão de vida desejado. A última oração revela que é impossível se chegar a um valor preciso para a independência financeira, pois cada pessoa obviamente poderá ter uma definição própria do que seja “um padrão de vida desejado”. O sujeito A pode acreditar que precisa de R$ 20.000,00 mensais para ter uma vida boa, enquanto o sujeito B pode pensar que com R$ 5.000,00 mensais é possível viver-se bem. Teoricamente, os sujeitos A e B podem ser independentes financeiramente com a mesma quantia de capital acumulado. Como? Basta que os rendimentos totais no primeiro caso sejam quatro vezes maiores do que no segundo caso. É possível na teoria, mas muito difícil na prática, e aqui posso começar a falar um pouco sobre um conceito essencial para mim não só em finanças, mas principalmente em finanças: Margem de Segurança.
Todos os conceitos tratados até aqui são intuitivos e do conhecimento da grande maioria que já gastou algum tempo pesquisando sobre independência financeira. Aqui, ao tratar de margem de segurança e sua relação com independência financeira, espero trazer uma perspectiva um pouco diferente do usual. O que é margem de segurança? Nada mais é do que uma “folga" em algum parâmetro para que não haja consequências negativas ou que ao menos elas sejam minimizadas. Exemplo? Vá a um supermercado e olhe a data de validade de algum produto. Ao passar a data de expiração do produto, isso não quer dizer que o alimento não pode mais ser consumido. Uma vez um Engenheiro que trabalhava numa empresa de consultoria de estratégia que tinha a missão de otimizar alguns aspectos da logística da gigante Walt Mart me disse que se pode consumir os alimentos dias depois da data de expiração (claro que vai variar a quantidade de dias de alimento para alimento). A razão disso é que as empresas preferem colocar uma data de expiração do alimento muito antes da real data em que o alimento se tornaria impróprio para consumo, para que não haja muito espaço para qualquer responsabilização legal da companhia. Isso nada mais é do que margem de segurança. Há uma “folga" no parâmetro data de expiração do alimento, pois, e isso nada mais é do que estatística, sempre haverá um alimento que estragará antes da média. Logo, se a data de expiração é colocada com bastante folga, a empresa quase que elimina qualquer risco do alimento estragar antes do prazo de validade que se encontra na embalagem.
Quando comecei a refletir mais profundamente sobre margem de segurança, eu percebi que é um conceito que eu uso em quase tudo. Assim, se vou passar um Road Train na Austrália (caminhões que possuem mais de 50 metros de comprimento), eu utilizo uma grande margem de segurança, ou seja, precisa haver muito espaço para eu realizar a ultrapassagem, se não houver eu simplesmente fico atrás do caminhão, mesmo que haja espaço suficiente para a manobra. Poderia dar inúmeros exemplos, mas acho que o conceito ficou claro. Quanto maior a margem de segurança, menor o risco que algum evento negativo aconteça, quanto menor a margem de segurança mais arriscado se torna a materialização de algum evento negativo.
Obviamente, todos nós em certa medida pensamos em margem de segurança, mesmo que não reflitamos de maneira específica sobre esse fato. O mesmo se dava comigo com certeza. Porém, ao ler um livro de investimentos considerado clássico nos dias de hoje chamado “Margin of Safety” de um autor chamado Seth Klarman, um novo insight surgiu na minha cabeça. O livro é simples, mas não sei se existe tradução para o português. A partir da leitura desse livro eu comecei a pensar mais profundamente sobre o conceito e como eu poderia usá-lo em minha vida de maneira apropriada. Como eu estava lendo muito sobre investimentos na época, tentei aplicar o conceito ao mercado acionário. Não deu certo, pois primeiro o mercado acionário é muito mais complexo do que alguns inputs de alguma fórmula de valuation. Hoje carrego posições acionárias com perdas na ordem de -50% ou até mais (ETER, EZTEC e STBP). Porém, e isso também é uma forma de pensar sobre margem de segurança, comprometi uma parte muito pequena do meu capital nessa forma de investir. Hoje talvez se computar o valor de mercado atual da minha posição acionária, dividendos recebidos, lucros com venda de alguns papéis, talvez o impacto no meu patrimônio total seja menor do que -1%.
Belo livro sobre investimento e modelo mental de como se deve encarar os desafios financeiros. Recomento a leitura.
Se no mercado acionário (e digo que nunca procurei me aprofundar mais, talvez seja possível usar o conceito de margem de segurança no mercado acionário de maneira satisfatória, algo que remete a discussão se é possível a gestão ativa ser mais eficiente do que uma estratégia passiva), na atuação de compra e venda de imóveis o conceito foi de absoluta extrema valia. Não existe nenhuma posição imobiliária minha, algo que eu entendo muito mais do que mercado acionário (por isso uma parcela muito significativa do meu patrimônio está alocada em operações desse tipo), onde o conceito de margem de segurança não venha em primeiro lugar. É por isso que com crise ou sem crise, é improvável eu ter resultados nominais negativos. Na bem da verdade, posições minhas estão prestes a ser desfeitas, pois tenho recebido propostas razoáveis de compra, o que eu pensei que seria bem difícil num cenário de tanto pessimismo e dificuldades política-econômicas. Talvez, com medo as pessoas optem a compra de imóveis. Espero que assim seja, pois se o for, e a crise for de média duração, haverá muito espaço para realizar operações de pequena complexidade e talvez com margens potenciais de lucro bem grandes. É por causa do conceito de margem de segurança, que eu já deixei passar inúmeras “oportunidades”. Se eu não me sinto confortável com a margem do negócio, eu simplesmente passo para outro e ponto final. Talvez, fosse uma oportunidade mesmo, mas se na época eu achei que não atendida requisitos seguros de margem, eu simplesmente mantenho-me afastado.
Por qual motivo toda essa conversa sobre margem de segurança e minhas aventuras financeiras num artigo sobre independência financeira? Caros leitores e amigos, assim o procedo, pois esse conceito é central para a independência financeira. A margem de segurança pode ser um ótimo modelo mental (ainda preciso escrever sobre os modelos mentais e a ótima abordagem de Charlie Munger sobre o tema - para quem não conhece sócio do Buffett) para evitarmos riscos e navegarmos mais tranquilos diante das vicissitudes da vida. Entretanto, ele pode ser um dificultador, algo que imobiliza as pessoas a irem para frente. Como? O motivo é simples. Quanto mais conservador você for em suas premissas, maior será a sua margem de segurança e por consequência menor será o seu risco. Assim, eu posso colocar uma margem de segurança enorme nas minhas operações imobiliárias. Porém, será que eu conseguirei entrar em algum negócio? Dependendo do tamanho da margem, será difícil, muito difícil.
Se pararmos para pensar, assumir riscos nada mais é do que diminuir a margem de segurança ou simplesmente ignorá-la. Qualquer grande analista do mercado financeiro, e eu acho o Damodaran um deles, admite que há limites para a modelagem de qualquer coisa e no final deve se aceitar que há certos parâmetros que fogem do controle. Aceitar isso liberta o investidor e não o deixa paralisado. Isso nada mais é do que o conceito budista de abrir mão da ilusão de controle sobre tudo. Há certas coisas que não estão no nosso controle, e se formos conservadores demais, talvez nunca faremos coisas memoráveis na vida.
Voltando ao exemplo inicial do exemplo dos sujeitos A e B. Se ambos tiverem o mesmo patrimônio, parece claro que a margem de segurança do sujeito que quer viver com R$ 20.000,00 mensais será muito menor do que a margem de segurança do sujeito B que se contenta com R$ 5.000,00. Ou o sujeito A aumenta o capital acumulado, ou ele diminui a sua necessidade de renda, sob pena de muito provavelmente fracassar no seu objetivo de viver de renda. Portanto, faz todo o sentido ter margem de segurança para viver de rendimentos. Assim, se pessoa tem um patrimônio de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), se a mesma se contentar com uma renda de R$100.000,00 anuais (5% aa) será muito mais seguro do que se ele quiser viver com R$ 200.000,00 anuais (10%). Óbvio. Sim, o é, porém refletir mais detidamente sobre obviedades pode nos revelar alguns segredos.
O que está em jogo, por que tantas pessoas querem independência financeira? Pense nisso por um momento, amigo leitor. Você quer viajar o mundo? Você quer ficar sentado vendo inúmeros filmes e lendo livros? Quer se dedicar a um trabalho voluntário? Não quer se submeter mais a empregos considerados “chatos" e opressivos? Sim, todos esses motivos são bons o bastante, mas por qual motivo você quer viajar o mundo ou ver filmes ou ajudar os outros? Não posso responder por outras pessoas, mas creio que o motivo principal é que as pessoas querem ser mais satisfeitas na vida e para isso elas precisam de tempo para realizar uma miríade de atividades que as deixem satisfeitas (chame de felicidade se quiser). Logo, o tempo é algo central na análise de independência financeira.
As pessoas não querem dinheiro necessariamente, o que eles querem é tempo livre para ir atrás de qual seja os seus sonhos e objetivos. “Porém, para ser livre das necessidades da vida, eu preciso de dinheiro, não é mesmo Soul?”. Para responder essa pergunta com mais detalhes, eu precisaria de um artigo em específico. Porém, vou partir da premissa mais fácil de que se precisa de uma quantidade pelo menos razoável de patrimônio acumulado.
Voltemos ao exemplo do sujeito que quer R$ 200.000,00 de renda anual com R$ 2.000.000,00 acumulados. Há inúmeros estudos estatísticos, feitos principalmente no mercado americano, sobre qual é a taxa segura de retirada para um portfólio. Houve uma semana no ano passado que eu li dezenas de estudos a respeito do tema, para tentar entender melhor o tema e ir mais a fundo do que simplesmente dizer aplique “a regra dos 4%” ou não aplique a regra. Até mesmo queria escrever uma série, fiz apenas o primeiro artigo e não continuei (Taxa Segura de Retirada - Primeira Parte) Como não tenho internet frequentemente no computador na viagem, não escreverei sobre temas muito técnicos, pois gosto de ler e conferir artigos antes de escrever algo. Apenas digo que uma taxa de retirada de 10%, mesmo num país com juros reais tão altos como o nosso (a propósito o Brasil foi o país que possibilitou a maior taxa de retirada sem extinguir o portfólio, há uma breve menção ao nosso país num artigo sobre taxa de retirada em países emergentes), não é segura. Não há margem de segurança alguma e é provável que depois de 20-25 anos o patrimônio esteja à beira da extinção.
Por que não, então colocar uma taxa bem conservadora (no Japão a Safemax foi de pouco mais de 1%), e não correr nenhum risco? Isso é possível. Porém, uma taxa de retirada de 1% para uma renda anual de R$200.000,000, significa um patrimônio de R$20.000.000,00. Você pode acumular todo esse dinheiro? É possível, mas tenha certeza que isso custará, se você não for recebedor de uma grande herança, muito do seu tempo. Assim, você está trocando segurança de sobrevivência do seu portfólio, da sua independência financeira, por tempo livre de sua vida. Simples assim. Mas, se o seu objetivo em ser independente financeiramente é ter mais tempo livre de qualidade, faz sentido trocar tempo por segurança nesse grau? Na minha opinião, não. O que fazer, então?
Num dos últimos artigos que escrevi sobre liberdade, tributos, eu expressei minha opinião, que possui raízes biológicas (ou seja é muito mais forte que qualquer argumento baseado apenas em ideologia seja socialista, libertária, ou qualquer outro rótulo), de que quase todas as relações humanas não são lineares, logo elas são relações de equilíbrio. Buda percebeu isso, muitas pessoas percebem isso, e creio que eu aos poucos vou percebendo isso. Logo, a relação entre segurança, risco, tempo deve ser balanceada. Vale a pena trocar a sua juventude e idade madura em busca de uma segurança financeira muito grande apenas na velhice? Na minha opinião, não. Vale a pena não dedicar nenhum tempo de sua juventude e vida madura para ter segurança financeira na velhice? Também, não. Percebam, colegas, é uma relação de equilíbrio. Assim, a questão não é ter Estado ou não. Tributos ou não. Liberdade ou não. A melhor resposta sempre será uma dosagem entre os variados extremos.
Muitos colegas, ou até algumas pessoas de forma anônima normalmente num tom agressivo , perguntam como alcancei a independência financeira. Foi assim do dia para noite? Foi recebimento de herança? Colegas, obviamente houve acúmulo de capital desde a adolescência. Houve aportes consideráveis durante dez anos. Houve uma grande taxa de poupança em relação aos meus rendimentos Houve uma grande rentabilidade devido às minhas operações com imóveis em leilão. Porém, e talvez seja tão importante quanto as outras atitudes delineadas, houve uma grande mudança no meu estado mental em relação a isso. Eu sempre fui muito conservador em matéria de dinheiro. Minha família também . Logo, a simples menção da ideia de abandonar um cargo de elite externamente bem remunerado com estabilidade, fez os meus pais, e alguns conhecidos, simplesmente pensarem que eu estava louco (hoje em dia eles me entendem melhor, principalmente vendo como estou feliz, e como algumas operações imobiliárias minhas, apesar do pessimismo e da desconfiança, estão dando certo).
Talvez esteja, mas vejam, para mim ficou claro (e o amigo Viver de Renda alertou-me num e-mail pessoal) que eu poderia estar trocando tempo de qualidade por mais segurança no futuro. Claro, precisamos de segurança, mas qual é o grau que precisamos ter? Eu não me sentiria confortável sem ter um plano e um bom capital acumulado, como algumas pessoas podem-se sentir (essa semana li diversos artigos de um sujeito que tem um blog chamado Holidaze - http://blog.theholidaze.com - , largou o emprego com 24 anos e está há seis anos viajando o mundo vivendo do seu blog e de alguns trabalhos freelance), mas preciso de tanta segurança assim? Preciso de uma taxa de retirada de 1.0% para ai sim achar que posso dedicar meu valioso tempo para coisas que me agradem?
Além do mais, será que preciso de tanta renda para ser satisfeito? Dos últimos seis meses da minha vida, em cinco deles a minha casa foi uma campervan pequena. Minha geladeira, minhas roupas, minha cama, tudo estava nesse pequeno carro. Rodei, essa parte da viagem chega ao fim em dois dias, 27 mil quilômetros, e nunca me senti tão vivo na vida. Tive experiências que nem com muito dinheiro se pode ter, como jantar a luz do luar tomando um vinho no meio do deserto com um céu estrelado, dormir num parque nacional onde uma das montanhas mais impressionantes que eu já vi de dia ficou iluminada com as estrelas de noite, tal a quantidade absurda de estrelas no firmamento ou ficar na casa de uma família australiana sensacional, pois conheci um coroa de meia idade surfando na poderosa onda de CloudBreak em Fiji. Essas não correspondem nem a 5% das histórias que tenho acumulado desde o início da viagem, e se for pensar em todas as minhas viagens então. Não, definitivamente, não se precisa de muito. Mas, precisa-se de dinheiro para fazer o que eu fiz, afinal nada é de graça, apenas amigos, o ar , a felicidade entre outras coisas, mas muitas outras é preciso pagar, apesar que as melhores experiências geralmente não envolvem o dispêndio de muito dinheiro ou de qualquer dinheiro. Assim, a sabedoria, mesmo financeira, está em achar um ponto de equilíbrio.
Aos poucos fui me dando conta dessa realidade, e pensei comigo mesmo “Ei, eu já sou independente financeiramente, posso não poder viajar de cinco estrelas durante 4 anos pelo mundo, afinal esse jeito de viajar é o mais tedioso, sem graça e mais caro, mas posso viajar por 4 anos do jeito que mais gosto de fazer”. “Posso, quando no Brasil, não ter um iate, uma ferrari e uma cobertura na zona Sul do Rio, mas quem disse que preciso de um carro de luxo, de uma cobertura ou um barco luxuoso?”. Equilíbrio.
Há hoje em dia em finanças ou até mesmo na filosofia (o site IMB é impregnado desse conceito), uma tendência de não se discutir felicidade, ou uma boa vida. Isso nem sempre foi assim e com certeza não é assim para inúmeras sociedades no mundo. Nos primórdios da filosofia ocidental, o trio maravilha (Sócrates, Platão e Aristóteles) discutiam à exaustão sobre bem-estar, bem como uma vida plena. Eu acho que deveríamos voltar a rediscutir isso em termos abstratos e filosóficos, bem como em termos práticos. Logo, eu não tenho o menor pejo em dizer que adquirir uma ferrari não trará nenhum grande bem-estar a você e provavelmente você trocará o seu bem mais preciso (tempo de vida com qualidade) por um objeto material que não te acrescentará muita coisa. Seus filhos não serão mais felizes por isso, você não será mais satisfeito, a sua mulher não gostará mais de você por causa da aquisição e nem mesmo mais amigos genuínos você terá. Isso para mim não é uma boa vida, e está longe de ser uma vida bem vivida e com significado.
Quer dizer que devemos forçar todo mundo a entrar num avião e ir viajar? Evidentemente que não, e muitos críticos do meu espaço não percebem isso nos meus textos. A maior libertação é o auto-conhecimento e como a palavra diz (bem como a linda música do Marley “EMACIPATE YOURSELVES FROM MENTAL SLAVERY, NONE BUT OURSELVES CAN FREE OUR MINDS"), isso precisa da participação ativa do indivíduo, ninguém pode obrigá-lo a nada, até porque seria uma violação indevida da sua liberdade individual. Entretanto, se você confunde sucesso humano com sucesso financeiro (o meu artigo a respeito está quase pronto), saiba que está trocando o seu tempo nessa terra por segurança ou por coisas materiais que não trarão nenhuma sensação muito grande de bem-estar subjetivo.
Marley, um dos grandes artistas do século passado. Suas letras inspiradas, seu estilo de música delicioso de se ouvir, é um bálsamo às vezes para os ouvidos e cérebro.
É o que eu tenho a oferecer sobre Independência Financeira. Acumular patrimônio é importante. Margem de Segurança é importante. Consumir é importante. Ser conservador é importante. Não desperdiçar o seu escasso tempo nessa terra é importante. Saber que não temos controle sobre muitas das variáveis é importante. Ser satisfeito, entenda ser feliz é importante. Reflita sobre isso, e ache o seu ponto de equilíbrio. Equilíbrio é a chave para bem viver nesse mundo, e talvez seja a chave para que a humanidade dê um passo a frente para um novo modo de encarar o meio ambiente e a realidade. É a chave também para a sua independência financeira.
Grande abraço a todos e mais uma vez agradeço a todos os leitores pelos acessos, e-mails, e comentários desse blog.
Sensatas palavras, belíssimo texto!
ResponderExcluirEsta dinâmica e equilíbrio sobre o dispêndio de dinheiro, energia, trabalho e lazer ao longo de uma vida é algo que apenas cada um de nós pode saber dosar! E é essencial pensar e agir a este respeito.
A juventude é uma fase da vida, por exemplo, que se vc não fizer determinadas coisas.... o significado de fazê-las posteriormente não será mais o mesmo.
São poucos os que pensam neste aspecto "além-finanças" para com suas vidas. A independência financeira, pura e simples em termos matemáticos, não leva em conta as diversas fases da vida.
A margem de segurança, como vc bem pontuou, se não for bem dosada, acaba virando um veneno... é justamente no caminho do meio que se encontra a posição ótima.
Parabéns pelo marco dos 200 mil visitantes!
Abraços, Renato C
Olá, Renato C!
ExcluirObrigado pelas palavras.
Sim, concordo. Há certas coisas que só fazem sentido de ser feitas de acordo com a fase da vida. Meu pai sempre me disse isso e cada vez faz mais sentido para mim. Assim, algumas pessoas tentam "compensar" alguma coisa em outra fase da vida, e isso evidentemente só traz frustração.
Abraço!
Muito bom o post Sô!
ResponderExcluirMe explica uma coisa, esta taxa de retirada de 1% sobre o capital acumulado é considerando qual horizonte de vida? Tipo, tenho um plano de me aposentar em 2035. Considerando que daqui 20 anos meus gastos estarão na casa dos 27.000 reais considerando um acréscimo mensal de 0,7%. E considerando que irei viver de 2035 a 2055 (de 60 a 80 anos), então qual seria uma taxa de retirada segura na sua opinião?
Tem gente que fala que a renda passiva deve ser o dobro do gasto da pessoa, baseado em que se tira este tipo de conclusão?
Olá, UB! Beleza Rapaz? Cara, esses estudos são feitos da seguinte maneira: pegam os dados históricos num período, escolhem um mercado, montam um portfólio geralmente de 50% Bond e 50% ações, colocam diversos períodos onde o portfólio deve durar (10,15,20 e 30 anos) e testam diversas taxas de retirada. O prazo máximo desses estudos é 30 anos, pois é feito tendo em mente pessoas vivendo de renda na aposentadoria quando já com certa idade. Assim, uma taxa segura de retirada de 4% que um estudo mostra significa que depois de 30 anos o patrimônio não foi dilapidado. Na grande maioria dos casos, o patrimônio é maior do que o inicial, em outros não, mas ao menos o patrimônio sobreviveu.
ExcluirPeríodos de 20 anos são mais curtos, e permitem taxas de retirada maiores. Assim, se você tem um horizonte de apenas 20 anos, taxas de retirada moderadas podem funcionar bem.
Eu, como projeto uns 60 anos para a sobrevivência do patrimônio, obviamente deveria usar taxas extremamente conservadoras, porém eu tenho algumas reflexões sobre o meu caso e nesse artigo trouxe apenas uma delas.
Uma taxa de retirada de 1% UB é extremamente conservadora, é muito difícil extinguir o patrimônio assim se o sujeito está razoavelmente bem diversificado.
Não sei se fui claro ou se ajudei alguma coisa, qualquer coisa não hesite em perguntar, é sempre um prazer dialogar contigo.
Abraço!
Cara, meus parabéns!
ResponderExcluirQue texto espetacular, para refletir e também reforçar muito do que eu já penso!
Concordo plenamente em tudo contigo, tenho 20 anos e estou buscando a IF, quem sabe daqui uns anos nos encontramos pela estrada em algum lugar desse mundo para trocar uma ideia "diferente".
Parabéns pelo "trabalho" aqui no blog, continua assim que com certeza você vai continuar abrindo mentes e ajudando muita gente!
Um grande abraço!
Gabriel S
Olá, Gabriel! Obrigado. É sempre um prazer encontrar novos seres humanos na jornada da vida. Por exemplo, ao invés de estar dormindo no carro, estou num belíssimo apartamento numa praia de ricos no norte da Austrália na companhia de um casal de holandeses que conhecemos numa ilha, bem como de um casal de poloneses para lá de divertidos.
ExcluirAbraço, Gabriel e continue no caminho dos seus objetivos, de maneira equilibrada de preferência.
Agradeço a você por dedicar parte do seu tempo compartilhando suas ideias e experiências de vida Soul. Acretide, isso pode fazer a duferença na vida das pessoas que leem seu blog. Acredito que em em última instância, o maior objetivo que uma pessoa pode alcançar é relamente o auto-conhecimento. Mas este só pode vir através de experiências, paz de espírito e tempo para reflexão. Os bens materiais são ferremantas importantes, mas são apenas ferramentas.
ResponderExcluirOlá, colega. Agradeço as palavras. Sim, até para nos conhecermos melhor precisamos de tempo. Eu creio que muitas pessoas de 45-50 anos têm experiências espirituais na caminhada de SanTiago de Compostela, pois talvez seja o único momento da vida adulta delas que elas passam apenas com elas mesmas. Por isso eu adoro caminhar grandes distâncias, no meio do caminho você é obrigado a conversar consigo mesmo, e isso é ótimo e revelador.
ExcluirAbraço
Olá, Soul!
ResponderExcluirUma dúvida: tem certeza que a The Economist é conservadora? Pergunto isso porque a Carta Capital, que é de esquerda, publica conteúdo dessa revista.
Olá, Micro Investidor.
ExcluirCara, eu acho que a The Economista não é de esquerda, nem de direita, pois particularmente não gosto de rótulos. Para mim ela apenas tem uma qualidade editorial boa.
Numa procura ao esmo no google, veja esse site http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/A-verdadeira-agenda-e-os-interesses-da-revista-The-Economist-/7/27999 que diz que a revista tem uma agenda secreta de extrema direita.
Talvez, no caso da carta capital, como é uma publicação enviesada, assim como a Veja, ela pode elogiar a The Economist quando há alguma matéria de acordo com a linha editorial, e se calar quando é o contrário. Isso é normal e acontece a todo momento, nesse mesmo blog já aconteceu isso. Quando a pessoa concordou com alguns textos, eram bons. Quando não concordou, eram péssimos.
Infelizmente, faz parte da nossa natureza (ver alguns textos aqui sobre sistema 1 e sistema 2 - formas do cérebro tomar decisões, ou procurar na internet).
Quando abandonamos rótulos, e apenas analisamos as ideias, se boas ou não, creio que podemos ter uma compreensão mais aprofundada sobre qualquer coisa.
Abraço!
Muito complicado atingir o equilíbrio sem algum sacrifício anterior. O problema é quando seremos capazes de atingí-lo:
ResponderExcluir- quando somos jovens, temos tempo e disposição, mas não temos dinheiro
- quando somos adultos, temos disposição e dinheiro, mas não temos tempo
- quando somos idosos, temos tempo e dinheiro, mas não temos disposição
Conciliar esses três fatores é tarefa das mais difíceis.
Olá, colega.
ExcluirSim, precisamos achar o equilíbrio.
Essas são frases comuns, mas eu não concordo inteiramente com elas, pois elas podem sim ser subvertidas se a pessoa quiser. Porém, obviamente a disposição de uma pessoa de idade tende a ser menor do que um jovem.
Abraço!
Texto muito bom. Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirOlá, LCN.
ExcluirGrato, amigo.
Abraço!
Belo texto, Soul!
ResponderExcluirConcordo com a questão dos bens materiais. Não tenho a menor intenção de ter uma Ferrari ou qualquer carrão desses na garagem. Não digo que um dia não vou querer dirigir um, mas pra mim basta alugar pra matar a curiosidade e ta bom.
Meu objetivo com a IF é poder viajar pra onde eu quiser, quando eu quiser, sem me preocupar muito com dinheiro, e também poder trabalhar com algo significativo pra mim (que eu ainda estou tentando descobrir o que é).
Olá, Micro Investidor.
ExcluirNão me entenda mal, não há nada de errado em querer ter uma Ferrari.
O problema é a pessoa achar que possuir uma Ferrari é sinal de sucesso humano. A ciência vem mostrando, monges budistas há muito já sabem, o nosso bem-estar subjetivo, depois de superada as necessidades básicas para se ter uma boa vida, não vem do fato de se possuir coisas.
Abraço!
Não te entendi mal não, Soul. Só estou dizendo que ter uma Ferrari na garagem, pelo menos pra mim, não seria garantia de felicidade. Cada um é feliz como achar melhor.
ExcluirAbraço!
soul, parabéns pela marca de 200k visitantes. me lembro quando comentava como um anonimo que assinava soulsurfer por aí e alguns de nós blogueiros o "convencemos" a criar este espaço.
ResponderExcluirSobre a independência financeira, concordo com você, mas é tenho dificuldade em colocar em prática esta teoria. Estes dias recebi um video do Mujica (ex-presidente do Uruguai) que fala justamente sobre consumismo e a troca de tempo por dinheiro.
O fato é que cada dia que passa damos mais valor ao tempo. Queria eu ter descoberto o valor do tempo quando era jovem ...
Abraços
Olá, EI!
ExcluirGrato amigo, o respeito é recíproco, pois você sempre foi muito gentil e educado.
Rapaz, mesmo se você tivesse 70 anos, o que não deve ter, não seria tarde. Se concorda com o conceito, por que tanta dificuldade em colocar em prática? Talvez essa seja um dos maiores problemas humanos. Sabemos que devemos amar mais, mas não amamos. Que devemos nos exercitar mais, mas não nos exercitamos. Enfim, tenho certeza que você terá sabedoria para escolher os melhores rumos para seguir com a sua vida pessoal e financeira.
Abraço!
O equilíbrio realmente é fundamental, acho que pode ser uma estratégia válida a de se dedicar um período de tempo (no máximo médio) para se acumular um determinado capital.
ResponderExcluirExemplo: Dedicar 5 anos para se preparar financeiramente para ganhar certa autonomia. Disse autonomia não independência, essa última é mais difícil de ser conquistada porém não impossível.
Após esse período de tempo a pessoa poderia fazer algumas coisas que não podia antes ou mesmo simplesmente se preocupar menos com dinheiro e afins. Mas isso depende muito do perfil da pessoa.
Comecei a aportar do 0 e em 5 anos consegui um valor razoável porém não quero viver os próximos 5 anos da mesma maneira, já que queiram ou não mas as limitações financeiras acabam de certa forma por limitar nossas vidas em algumas áreas.
Dinheiro não é tudo. Paz e saúde na realidade são nossos maiores patrimônios, talvez a questão seja ganhar dinheiro com algo que não seja um fardo e não se render a sociedade ostentação/redes sociais na qual vivemos.
Olá, colega. Não se "render" à obtenção é um primeiro passo. Após, refletir sobre o que realmente te deixa satisfeito na vida é um segundo passo. Por fim, ir atrás do que realmente deseja poderia ser o terceiro passo.
ExcluirNo mais, se já reflete a respeito e possui uma estratégia, creio que está no bom caminho.
Abraço!
Parabéns pelos 200k de visualizações. Conseguir um número desses, sem baixarias não é para qualquer um.
ResponderExcluirÉ muito importante ter um blog que fale de finanças E também fale de outros assuntos interessantes. Muitos querem caminhoões de dinheiro, é o meu caso, mas quero correr na praia todo santo dia, quero apreciar esportes bacanas. O dinheiro é importante, mas não deixa de ser uma ferramenta. Muita gente gosta de gastronomia, por exemplo, e isso pode ser um assunto legal para ser abordado, pois dinheiro traz prazeres bacanas.
Por último, e os aéreos ? Vai treinar e coloque a Sra Soul Surfer como camerawoman. Rsss
Abs,
Carioca.
Inspirador
ResponderExcluirValeu, PC.
ExcluirAbraço!
O que é independência financeira para mim?
ResponderExcluirTer tempo para ler os livros que gosto, assistir aos filmes e séries, usar meu tempo para ficar com minha família e poder viajar de vez em quando.
Eu sou servidor público, tenho 30 anos e estou longe de atingir minha if.
Uma renda passiva de 15 k seria o suficiente para viver bem. Cálculo que precisaria acumular 2 milhões em aplicações para isso.
Penso em empreender para tentar atingir esse valor, mas com a crise o medo de se aventurar aumenta.
Hum, você quer uma taxa de retirada de 9% aa. Não me parece uma taxa sustentável ao longo prazo, a não ser que queira parar de trabalhar aos 55-60 anos.
ExcluirAbraço;
Na verdade eu não penso em parar de trabalhar. Gostaria de poder reduzir minha carga horária, trabalhar 30 h/s, tirar licença sem vencimento de vez em quando.
ExcluirEu gosto do meu trabalho, gosto do ambiente. O qur eu gostaria é de não precisar do salário. Ter uma renda passiva que superasse minhas necessidades, trabalhar menos horas por semana e ter a opção de tirar férias de 2 ou 3 meses a cada 3 ou 4 anos.
Se pensa em ainda ter renda do trabalho, tudo fica mais fácil, pois evidentemente a sua taxa de retirada poderá ser bem mais conservadora. É o melhor cenário.
ExcluirAbraço
Eu gosto de ler. Muito. Mas.. tenho vários blogs e livros pra ler. E então tenho que priorizar, você tem ideias boas, mas também muito encheção de linguiça e coisas que você sempre repete em outros textos. Acaba que não leio tudo o que você escreve, não dá. Por isso já te sugeri escrever textos mais concisos e diretos ao ponto, isso também é uma arte. Ou então escrever os textos com uma parte "Conclusão" e uma "Introdução". Você deve estar achando que sou preguiçoso, não gosto de ler, mas não é o caso.
ResponderExcluirOlá, colega. Jamais acharia que você é preguiçoso, nem o conheço. Sua mensagem não deu qualquer indicativo disso.
ExcluirConcordo com você que a síntese e textos concisos são uma espécie de arte. Machado de Assis, talvez um dos melhores escritores que o mundo já viu, tinha isso de sobra. Ele é impressionante. Porém, precisa ter muito talento, algo que não tenho. O que não pode é se confundir textos falhos, incompletos e com erros factuais com textos concisos, apenas esse é o meu ponto.
Além do mais, às vezes é necessário se deter com mais vagar em determinados tópicos, e isso demanda tempo e paciência.
No mais, creio que está correto em priorizar aquilo que acha ser de maior importância. Grato pela sugestão, e quando tiver tempo é um prazer tê-lo como leitor.
Abs
Soul,
ResponderExcluirAs conversas que tivemos que tiveram como tema exatamente o tópico desse texto foram fundamentais para que eu chegasse a uma conclusão semelhante a sua. Engraçado que esse ano eu fiz uma viagem internacional curta e no último dia já estava doido pra voltar pra minha casa e família, lembrei de você que como sou diferente de você nesse sentido, além de me questionar que atividades afinal me trazem felicidade. Nesse sentido a sua questão de "Eu acho que deveríamos voltar a rediscutir isso em termos abstratos e filosóficos, bem como em termos práticos." fica meio esvaziada na medida em que as pessoas são tão diferentes umas das outras que a resposta correta seria aquilo que a pessoa realmente quer. Com certeza devem ter pessoas que se sentem realizadas e felizes com itens de luxo/status como mansões, carrões, etc. A questão é a pessoa respeitar sua identidade e não fazer algo apenas por pressão de seus pares.
Apesar desse "lenga-lenga" acima também está muito claro pra mim que, assim como você, não tenho vocação nenhuma pra hotéis de luxo, mac mansions e ferraris. Certamente boa parte de quem visita nossos blogs também pensa igual.
Abs.,
VR.
VR, é sempre um prazer poder conversar contigo.
ExcluirÉ difícil, concordo, mas dessa vez terei que discordar um pouco de você.
Lembra de uma pequena provocação sua feita de por qual motivo a doutrina econômica tratava a utilidade marginal de maneira idêntica de 1 milhão de reais para quem tinha 2 milhões de reais em comparação com alguém que possui 40 milhões? Você estava correto.
Mais amigos traduz-se em mais felicidade e bem-estar, um carro a mais na garagem não e a cada carro acrescentado cada vez menor vai ficando a sua satisfação momentânea com a compra de um bem.
A meditação, a filosofia, e agora a neurociência vem mostrando que a nossa sensação de bem-estar não vem da posse de muitos bens materiais. Logo, pessoas perseguindo dinheiro como loucas parece-me mais uma doença do que algo realmente genuíno, parece-me mais propaganda.
Tanto é verdade que criaram uma expressão "Low Profile", pois as pessoas não conseguem entender como alguém com dezenas de bilhões de dólares vive numa casa de classe média alta americana (Buffett). Ele deve dar pouca importância para acumular bens, o que mantém ele ativo e ganhando dinheiro é o prazer de construir algo.
Assim, creio que devemos discutir sim o que queremos enquanto sociedade e o que nos deixa mais satisfeitos. Discutirmos, não impormos nada a quem quer que seja.
No mais, grato pelo comentário meu amigo.
Abraço1
Inspirador!
ResponderExcluirValeu, Surfista! Abraço!
ExcluirSoul engraçado como buscamos sempre uma maneira de atenuar nossas derrotas, uns de maneira mais discreta se regozijando da situação de pessoas que fizeram escolhas piores e outros de maneira mais intensa e agressiva atacando e descredibilizando o sucesso alheio.
ExcluirExplico melhor o motivo do comentário, já percebi que esse seu post aguçou algumas lombrigas na blogosfera que transcenderam o espaço do seu blog, tenho a impressão que isso não deve lhe causar problemas, mas acho importante compartilhar que o valor gerado pelo seu blog é muito grande, eu mesmo já sou alvo das beneficies desse espaço, espero que você compartilhe suas experiências conosco por um longo período!
Obrigado pelas palavras, surfista. Fico feliz.
ExcluirPegarei uma onda na Indonésia e dedicarei a você:)
Abraço!
Pode deixar, vou pegar uma direita em Itaguaré e dedicar para você também! O mar aqui está bom para fazer uma natação.
ExcluirVim aqui indicado por um amigo que gosta de investir em Fiis e imóveis.
ResponderExcluirAcabei encontrado este ótimo texto que acho que nem este meu amigo leu ainda.
Parabéns pelo blog.
Ganhou mais um leitor.
:)
Obrigado, amigo.
ExcluirFico feliz pelas palavras.
Espero que goste de alguns artigos, e participe sempre que sentir vontade.
Abraço
Soul, já que falou da superficialidade da veja, você lê a revista Piauí?
ResponderExcluirSe não lê, comece, pois vai gostar.
Textos longos e detalhados, sobre temas bem diferentes.
É um tipo de jornalismo que praticamente não existe mais no Brasil e só é possível por ser bancado por um mecenas (um dos Moreira sales).
Na internet é possível encontrar vários artigos gratuitamente. Alguns inclusive no próprio site da revista.
Valeu, colega.
ExcluirNunca li, vou tentar ver alguma coisa.
Grato pela recomendação.
Abraço!
Nesse caso, passe no blog abaixo, que contém uma espécie de seleção feita por um leitor, já com os links para os textos.
Excluirhttp://elmirdad.blogspot.com.br/2013/03/melhores-da-revista-piaui-2007-2012.html
Obrigado pela resposta Sô!
ResponderExcluirAbraço!
Ah, só mais uma pergunta, o que vc entende como retirada de 4%? Vender 4% dos ativos todo ano, ou receber na forma de proventos x% e destes x% retirar os 4% reaplicando o restante?
ResponderExcluirSim, UB, retirar 4% dos seus ativos, seja na forma de proventos, seja na forma de venda de capital acumulado.
ExcluirUB, retirar 4% dos proventos recebidos e ainda viver de renda, creio que só para quem possui 9 dígitos né:)
Abraço!
Na verdade não quis dizer retirar 4% de proventos, e sim tipo assim, suponha que os proventos estão me dando 10% ao ano, eu tiro 4% e os 6% restantes eu reaplico. Uma outra pergunta, vc acredita que vender ativos para obter renda passiva seja a mesma coisa que retirar a renda passiva dos proventos?
ExcluirExcelente texto, assim como os demais já publicadas. Essa questão de ser ou ter, deixar de viver no presente para usufruir no futuro, só tem mesmo uma resposta: Equilíbrio.
ResponderExcluirTenho muito apreço por suas opiniões e estilo de vida. Aproveite muito sua viagem e, quando possível, nos brinde com suas ótimas reflexões.
Abraço.
Obrigado pelas palavras, amigo.
ExcluirGrande abraço!
Parabéns amigo, grande texto. Aos poucos estou concluindo o mesmo que você: o valor mais importante está no equilíbrio. E ao meu ver, isso não se aplica exclusivamente às finanças, como também em todos aspectos da vida. Se souber de algum livro que discorra sobre o assunto, peço que recomende.
ResponderExcluirObrigado pela leitura instigante.
Paulo
Olá, Paulo.
ExcluirÉ difícil indicar um livro sobre isso. Quando escrevo, ainda mais sobre esse tema, procuro reunir mentalmente tudo que já li, ouvi, discuti e refleti.
Entretanto, recomendo o livro do Gianetti "O Valor do Amanhã", ele trata sobre a questão de escolhas intertemporais.
Abraço!